Disclaimer: Os personagens e o universo de Twilight são propriedade de Stephenie Meyer, e esta fanfic não possui fins lucrativos.
Tuailai: Pôr-Do-Sol
por Queijo do Reino
Notas da autora: Esta fiction nada mais é que uma paródia da saga Twilight - Crepúsculo. Como o livro inteiro é um PoV (o que nunca me deixou muito alegre), resolvi descrevê-la como um diário - O diário de Isabella Swan, e a fiction vai seguir exatamente o livro e seus capítulos. Aos fãs desesperados, não me condenem: Quando li a obra da Meyer, senti como se estivesse lendo uma grande paródia de todas as fanfictions ruins que li na vida, juntas - faltando apenas os emoticons e a opinião dela sobre a própria história enfiada entre parênteses no meio do texto. Se ela não se incomodou em três meses criar uma história vampiresca, duvido que vá se incomodar com uma fanfiction-paródia.
Aos que tiveram a mesma impressão que eu ou pelo menos algum senso de humor: Divirtam-se.
PREFÁCIO
Isso é um diário, mas quero deixar um prefácio para me sentir mais cult.
Eu nunca pensei muito sobre como eu iria morrer.
Sempre tive preguiça.
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Querido diário.
Meu nome é Isabella Swan. Infelizmente eu não tenho nenhum parentesco com a Elizabeth Swann, apesar do meu nome ser descaradamente copiado. Sim, é copiado, o problema é que minha mãe veio do interior e não soube escrever direito na hora do cartório. Ela disse que uma vez foi para a Disney, viu uma princesa do mar (certo, na real era robô temático) por lá, num brinquedo aleatório, com esse nome e queria que eu fosse a princesinha do mar também. De fato, eu adoro sol. Amo sol. Amo praia, inclusive. Mas hoje, querido diário, eu vou me mandar prum buraco enlameado – basicamente pro interior de onde minha mãe saiu.
Estou fazendo as malas. Estou vestindo um vestidinho da DKNK, grade P, com decote em V, mangas compridas que vão até os pulsos, na cor preta, com detalhes cinza na cintura e na gola comprida do decote, assim como na barra do vestido. Detalhes que lembram a era edwardiana. O vestido é meio balonêzinho. Super fashion. Meu sapatinho básico também é preto – acho que estou de luto por ter que me despedir da cidadezinha que amo tanto... Mas voltando ao meu look: -, tipo scarpin, mas de couro (que às vezes minto que é sintético) com o simbolozinho super transadinho da Chanel. Perfume da Victoria's Secret o corte de cabelo da Sharon Stone numa propaganda que a vi da Dior. Cabelo de menininha virgem.
Bem, peguei minha mala enooorme, com todas as minhas recordações, todas as minhas grandes lembranças e minha vida inteira de anos e anos... Meus amigos invisíveis! O que serei eu sem eles. Só mais uma garotinha solitária e com depressão adolescente, talvez. Talvez me drogarei ao som de Jazz ou Blues. Aí lembrei para onde estava indo. Nossa, que vergonha... Seria uó ser drogado no interior.
Bem, estou saindo. Vejo você nos próximos dias, querido diário.
Querido diário.
Mudei-me. Viajei com o Charlie por hoooras num carro policial que andava feito carroça e bati umas três vezes a cabeça no teto antes dele me convencer a usar o cinto de segurança porque aqueles buracos infernais eram imensos. Cheguei a pensar se haviam famílias morando em cada buraco, de tão grandes; Alguns eram recheados de lama, porque Forks vive na chuva. Foi tanta chuva, tanto buraco, tanta bosta que pensei que Charlie iria me levar para morar numa palafita. Mas aí cheguei à nossa casinha – que nem é tão ruim assim, sério! – e descobri que Charlie (spoiler que ele é meu pai) ganhou uma caminhonete de um infeliz que ficou paraplégico. Espero que esse cara me dê sua cesta de basquete também, afinal ele está paraplégico mesmo. Bem, voltando... Era uma caminhonete arrombada, vermelha, que fazia um barulho imenso quando eu ligava e eu... Adorei. Sim, eu adorei. Adorei porque alguma coisa eu tinha que gostar naquela bosta toda – pelo menos minha caminhonete era minha e eu poderia glamourizá-la até ficar confortável. Na real, eu queria uma coisinha mais charmosa, tipo o New Beetle. Mas depois de todos aqueles buracos, desejei ter algo bem grande, enorme e amedrontador, pra atropelar todo mundo e enfiar meu pneu por cima dos buracos – maior que todas as crateras do lugar – e causar mais estragos. E foda-se o governo pra tapar tudo.
Agora, querido diário, vou dormir. Estou contente, mas tenho que chorar tudo o que tenho pra chorar pelo grande nada que perdi ao deixar minha cidadezinha cheia de gente hostil, trânsito absurdo e pessoas boçais. Como sinto falta dessa coisa toda. Ah, não... Molhei você, diário...
Querido diário.
Acabei de voltar do meu primeiro dia de aula. Primeiro foi uma lenda pra achar o colégio – tudo aqui tem a mesma cara. No começo, achei que a escola era uma mercearia, até que vi a que reconheci o colégio, ficou mais com cara de galeria. Quando entrei – toda empacotada na minha capa de chuva unissex, porque estragar o primeiro look do colégio é pedir a morte -, vi mais luz do que esperava. E mais calor também. Automaticamente deixei que minha capa de chuva caísse aos ombros e, com uma jogada de cabelo espetacular, entrei com todo meu charme. Fiz uma cara inocente e sensual pra ruiva de óculos e camiseta roxa que devia ser a secretária e disse meu nome. Então reparei que ela estava me olhando como se eu fosse enfiar o dedo na tomada. Parei imediatamente de charme e ela me respondeu gentilmente sobre as aulas, sobre as atas e algumas poucas coisas a mais. Eu agradeci. Tenho certeza que ela só fez aquela cara pra mim porque sou novata. Certeza.
Quando fui pra aula, o professor passou mil coisas que eu já havia feito. Fiquei pensando se meu pai me matriculou no ano errado, mas era só caipirisse da escola. Senti-me cercada por gente burra, e confesso que, apesar de tanta porcaria, meu ego inflou ali. Ao terminar a aula, um nerd chamado... E... Elroy? Não... Eric! Isso. Eric. Um nerd do clube de xadrez com problemas de pele tentou flertar. Dei a egípcia no início, mas ele insistiu tanto que terminei amiga dele. Ele me ajuda a me sentir menos solitária... Ah, a quem estou enganando? Achei ele um trouxa e preferia ficar sozinha. Na verdade, eu ficava procurando pro que olhar pra não ter que encarar as brotoejas na cara dele.
Bem... Fiz mais umas amizades com pessoas que não lembrava o nome – além do Eric, uma garota com cabelo cacheado que nascia e crescia pra cima – e fomos todos ao refeitório. Tudo normal, até que eu olho pra uma certa mesa... Onde só tinha gente bonita. Fiquei olhando, no meio daquele interior, aquele povo com cara de estrangeiro. Achei lindo. Um inclusive picava o pão com os dedos. Era uma cena uó, mas nele ficava lindo. Ninguém comia. Só brincava com a comida, pareciam posar de gente legal pro colégio inteiro – e conseguiam sucesso. Sensual, picar o pão com os dedos. Até tentei, mas ficou miolo entre as unhas, e desisti.
A garota de cabelos cacheados perguntou o que eu estava fazendo. Apontei para um garoto de cabelos cor de bronze entre o grupo de cinco e disse que picava o pão, imitando o tal mãos-de-tesoura no canto. Ri-me, e perguntei o nome dele. "Edward" foi a resposta. Ri, pensando que era mentira – ainda caçoei dizendo que era nome genérico de vampiro. Mas era verdade. E essa era eu pegando em bosta e comendo.
Falaram de Edward Cullen, e seus irmãos adotados, e da família perfeita com tanto nojinho que achei que era inveja. Francamente, ô povinho do interior.
Depois tive mais aula, obviamente. Mas o surpreendente é que, ironicamente, depois de eu conhecer e admirar Edward Cullen, por grandicíssima ironia do destino ele se sentou ao meu lado na aula de biologia. Eu ia até ficar comendo ele com os olhos discretamente, como boa moça e tudo mais, mas ele pareceu muito puto com alguma coisa- aliás, comigo. Acho que ele é gay. Fuzilou-me com o olhar de uma forma brutal; Isso explica porque tanta gente odeia ele. Povo preconceituoso. Não me importo que ele seja gay, contanto que não mate todas as mulheres da face da terra. Ficou irritado só por eu estar perto dele... Parecia que estava passando mal ou sei lá, depois ficou com uma cara de quem ia pegar os instrumentos do laboratório e enfiar tudo no meu cu. Fiquei com medo, sério. Além de bastante constangida. As pessoas já me olhavam torto, agora estava pior ainda, já que o magnífico e belíssimo Edward Cullen claramente me odeia. Será que ele ouviu o que eu falei do nome dele? Ou alguém contou pra ele? Vai saber... Até cheirei meu cabelo pra ver se estava tudo certo... Tinha perfume de morangos, inocente, lolita, amoroso, atrairia abelhas e veados. Não entendi qual era a dele, francamente.
Depois disso, um rapaz ligeiramente interessante veio me perguntar sobre a atitude dele. Então era incomum. Ele me odiava, era só isso. Grandes merdas, todo mundo odiava ele também. De repente, comecei a me apaixonar. Tínhamos algo em comum. Quanto ao rapaz que me foi simpático, seu nome é Mike. Pena que ele fala demais, na maioria das vezes não tenho saco pra ficar escutando o que ele tinha a dizer, ficar pensando na beleza, frieza e maldade do Edward era mais interessante. E no que tínhamos em comum.
Ah, querido diário, estou chorando. Nem eu sei porque direito. Acho que é porque eu acho que o Edward me odeia e, embora ele seja um veado que me odeia sem motivo aparente, estou apaixonada, porque adoro odiar e ignorar todo mundo ao meu redor. Ele é tão parecido comigo...
