Advertências:
Hetalia não me pertence.
Essa fanfic contém yaoi (Relacionamento homossexual entre dois homens).
Ela não foi betada (Erros ortográficos corrigidos).
Sacrifício.
Capítulo 1. Cloto, aquele que fia.
Ordem e organização, essas eram as principais caracteristica da casa de Ivan e todos os seus servos trabalhavam duro para mantê-la. E como o de costume, Toris entrava todos os dias na sala de jantar meio dia e meia, trazendo os itens do almoço em uma bela bandeja. Exatamente uma da tarde todos se sentariam a mesa e teriam uma agradável refeição, perder a hora era inaceitável!
Colocando alguns pães em um cesto, Toris deixou-os no canto da mesa e terminou por fim sua tarefa, esboçando um sorriso ao ver o resultado. Seus olhos voltaram-se para o relógio, trinta minutos adiantado, como sempre! Agora precisaria apenas lavar suas mãos e rosto e poderia sentar-se na mesa, esperando assim que seus irmãos chegassem e por fim recepcionassem Ivan, que sentava-se sempre uma hora em ponto.
- Uhm.. Teremos assado hoje? - Perguntou Ivan, chegando ao local um pouco antes do previsto, observando a mesa já posta e apreciando-a, dando um sorriso alegre para Toris, como se aprovasse o bom trabalho que ele estava exercendo.
- Sim, senhor Ivan! Você apareceu um pouco cedo, quer que eu chame os outros para o almoço? - Disse Toris, respirando fundo e enchendo os pulmões de ar, olhando para o maior. Será que seriam punidos por esse deslize? Mas era tão estranho ver Ivan chegar antes de todos na mesa. No pior dos casos, ele havia atrasado duras horas, deixando todos sentados com a comida esfriando antes de aparecer. Mas adiantar-se? Nunca!
- Não, eu quis apenas ver o que você estava fazendo. - Confidenciou, sentando-se no seu lugar de costume, na ponta da mesa e mantendo o seu alegre sorriso nos lábios. Toris apenas retribuiu tal sorriso, imaginando que ganharia algum crédito por executar sua função sem nenhuma falha.
- Então irei me lavar, senhor Ivan, com licença. - Disse Toris, pegando uma bandeja de madeira que tinha utilizado para trazer alguns dos itens e virando-se de costas, querendo ir rumo a cozinha para limpar-se adequadamente.
- Espere um pouco, tudo bem? - Falou Ivan em um tom agradável, fazendo Toris voltar o olhar para ele com um ar de curiosidade. Havia mais alguma coisa a ser dita? - Essas frutas foram compradas hoje? - Perguntou, apontando para um prato com algumas maças e morangos expostos, que normalmente eram deixados a mesa para serem comidos durante o dia.
- Sim, senhor Ivan. Como você ordenou, compramos frutas novas todos os dias. - Relatou Toris, ficando um pouco confuso com a pergunta repentina. Já imaginava que estivesse sendo avaliado, mas ao menos aos seus olhos não via problema algum na mesa, na verdade, as frutas tinham uma aparência excelente.
- Realmente, elas parecem muito saborosas! - Concordou Ivan, contemplando as frutas a sua frente. - Foi você que as comprou, não é? - Confirmou, cendo um aceno positivo ser feito por Toris e os lábios dele formarem um sorriso novamente. Realmente, era motivo de orgulho para Toris ter conseguido frutas tão boas no mercado, normalmente as pessoas aproveitavam-se do jeito submisso dele para venderem itens estragados.
- Fico feliz que elas tenham lhe agrado, senhor Ivan! Agora peço licença para me lavar. - Disse Toris, mantendo o sorriso e determinado por fim a lavar-se e sentar-se na mesa do almoço. Se Ivan desejava tratar de mais algum assunto, esse poderia ser feito durante a refeição.
- Você foi visto, Toris. - As palavras sairam dos lábios de Ivan com um ar de divertimento, apoiando seu cotovelo na mesa e por fim seu queixo nas mãos, fitando atentamente os frágeis movimentos do lituano.
- O que disse, senhor Ivan? - Perguntou Toris, virando-se mais uma vez para Ivan, sentindo os próprios musculos ficarem tensos e seus dedos agarrarem com força a bandeja. Ivan deveria estar se confundindo, era a única explicação que havia, caso contrário, não divertiria-se tanto com isso.
- Que você foi visto. Feliks está trabalhando vendendo frutas, não é? Por isso você tem sido impecável em seus trabalhos diários? Achou que eu não perceberia? Você fede ao perfume barato que ele utiliza, eu notaria esse cheiro à quilometros de distância! - Relatou Ivan, perdendo gradativamente o seu sorriso, ganhando um ar mais sério, mesmo que sua voz continuasse baixa e equilibrada.
- Não aconteceu nada. - Respondeu Toris, adquirindo uma postura igualmente séria e até mesmo formal. Não seria acusado de forma injusta, o que tinha ocorrido não serviria como justificativa para que Ivan o punisse.
- Um beijo não é nada? Seus conceitos de inexistência estão bem deturpados, não é? - Perguntou Ivan, agindo com um pouco de surpresa, como se cogitasse mesmo a possibilidade de Toris não dar grande importância ao ocorrido.
O jovem lituano desviou o olhar, não haveria como se justificar nessa situação, Ivan pelo visto estava bem informado. Como ele havia descoberto? Será que alguém andava seguindo Toris quando ele ia fazer as compras? Isso demonstrava a confiança que Ivan tinha nele, ou seja, nenhuma. Ouviu o som do relógio mover-se, em breve Eduard e Raivis chegariam, não poderia prosseguir com esse assunto diante deles, restando-lhe apenas uma opção: Aceitar a punição.
- Deseja que eu vá em seu quarto hoje, senhor Ivan? - Perguntou Toris em um tom submisso, sentindo as cicatrizes de sua costa arderem. Era sempre assim, se ele ou qualquer um de seus irmãos cometia uma falha, era submetido a diversas chicotadas, não que a dor lhe causasse grande dano, mas teria de carregar as marcas nas costas para sempre enquanto vivesse.
- Ahm? Por quê? - Perguntou Ivan, arregalando um pouco os olhos como se não compreendesse tal sugestão. Toris como reflexo imitou o gesto, o russo não tinha entendido mesmo o porque de ir ao quarto dele? - Fique longe do meu quarto, você está fedendo, esqueceu-se? - Concluiu o comentário, dando um sorriso calmo e fazendo Toris hesitar em dizer algo ou mover-se.
- Desculpem-me, não sabia que estava atrasado! - Disse Raivis que tinha acabado de adentrar a sala, vendo Ivan já sentado e Toris próximo a ele. Tinha perdido a hora do almoço? Mas jurava que ainda havia tempo. - Eu estava plantando algumas sementes no jardim, lá fora não têm relógio e não sabia que já era tão tarde! - Tentou se justificar, imaginando que já passava de uma hora e olhando aflito para os lados, precisava no mínimo lavar as mãos antes de iniciar a refeição.
- Não se preocupe, Raivis, ainda é cedo. Vá se limpar, certo? - Falou Ivan, divertindo-se pela forma exagerada e nervosa que Raivis estava tendo. Ele era sempre tão ingênuo, mesmo que houvesse um relógio na sala, não parava para olhá-lo, supondo diretamente que o erro havia sido seu e que estava atrasado. - Ah, depois do almoço, arrume suas coisas. Você e Toris vão trocar de quarto, está bem? - Informou Ivan, os olhos de Raivis foram diretamente para Toris, como se lhe perguntasse o que estava ocorrendo, mas Toris demonstrava-se igualmente surpreso.
- Por quê? - Perguntou o pequeno letão, notando a confusão do seu irmão e voltando-se para Ivan, esperando que ele lhe desse uma explicação razoável para essa decisão repentina.
- Você não está sentindo? Esse cheiro estranho no Toris? - Disse Ivan, mas Raivis apenas movimentou a cabeça em um aceno negativo. Não sentia cheiro algum, na verdade, quando estava perto de Toris, achava-o bem cheiroso. - O quarto em que o Toris está é o mais próximo ao meu, não conseguirei dormir se tiver de suportar esse cheiro! - Lamentou-se, utilizando um tom manhoso e deslizando um dos dedos pelos talheres postos a mesa. - Agora vá se lavar, quero almoçar logo! - Mandou, Raivis apenas obedeceu, retirando-se as pressas do local.
- Ivan.. Por que fez isso? - Indagou Toris, por mais que pensasse, não conseguia entender o que Ivan ganharia com essa mudança. Quando Ivan queria algum companheiro a noite, recorria sempre a Toris, que era o mais velho dos irmãos. Aumentar a distância dos quarto apenas faria com que se tornasse mais óbvio os breves sequestros que Ivan fazia a Toris durante a noite.
- Ué, eu não lhe disse? Você fede! Cheira igualzinho ao Feliks! - Repetiu a mesma informação, mostrando um sorriso malicioso, sem se incomodar sobre como seria interpretado ou se ofendia o lituano ao falar tais palavras. A expressão de Toris se fechou, não era difícil entender que não iria querer mais tocá-lo uma vez que compartilhava afeição por outra pessoa.
- Não machuque os meus irmãos! - Exigiu, usando um tom forte que nunca se atreveria usar em outras situações, mas agora era claro que as desagradáveis situações que enfrentava ocorreriam com seus irmãos e não com ele.
- Machucar? Por que eu iria machucá-los? Alguma vez eu machuquei alguém? Alguma vez eu te machuquei? - Perguntou Ivan, usando mais uma vez daquela inocência fingida, não deixando margens para que Toris prosseguisse confrontando-o. - Você não disse que tinha de se lavar? Vá e saia da minha frente, não quero vê-lo até todos estarem sentados à mesa! - Ordenou, desviando o seu olhar para as frutas e dando um sorriso leve.
Ivan estava satisfeito, havia encontrado uma nova forma de punir Toris e manter o controle dos irmãos mais novos para que eles não seguissem o mesmo caminho que o mais velho tomou e o traissem. Agora bastava tomar o controle individual de cada um e retornaria a obter a ordem e organização que tanto prezava em seu lar.
Fim do capítulo.
Próximo capítulo, Láquesis, aquele que sorteia.
N/A: O nome da fanfic foi baseado na mitologia grega, onde há as três Moiras que tecem o destino. Cloto é a Moira que fia a linha da vida, Láquesis é aquela que sorteia o caminho que tal vida deve seguir e Átropos é aquela que afasta a linha das outras e corta-a, finalizando a vida. Toris foi "Cloto", pois iniciou os acontecimentos dessa história.
Infelizmente nem o Toris e nem o Feliks terão grande destaque nessa fanfic, ficando a aparição deles encerrada nesse capítulo.
Não será uma fanfic longa, serão apenas três capítulos, mas espero agradar os possíveis leitores. Decidi escrevê-la apenas para "apresentar" minha visão do Ivan com os três bálticos.
