Cap. 1- Uma pessoinha para Draco amar

Sim. Draco amou alguém. Alguém além de si mesmo. Meio difícil de acreditar, mas ele amou, e amou sinceramente. O nome dessa bruxa que conquistou o coração de Draco Malfoy era Pansy, Pansy Parkinson.

O casamento de Draco e Pansy tinha sido arranjado, mas a convivência com ela fez Draco perceber o quanto eles tinham em comum, e ele se apaixonou por ela. Ela também o amava, e esse amor gerou um fruto: Anne, uma menina linda, lourinha dos olhos azuis e muito branca, que Pansy não viveu para conhecer.

O parto tinha sido muito complicado e Pansy morrera sem poder olhar para o rostinho de sua filha. Draco não se lembrara de já ter sofrido tanto quanto sofreu com a morte da primeira mulher. Sim, primeira mulher.

Para compensar enfiou a cara no trabalho no ministério, deixando sua filha completamente de lado, mas andava tão perturbado que, em um surto, esbofeteou a cara do ministro, e, com isso, conseguira uma bela d'uma demissão.

- Ótimo – ele gritou – Como se eu precisasse disso pra viver.

Limpou seu escritório e saiu do Ministério, jurando nunca mais pôr os pés ali. Chegou em casa e a primeira coisa que fez foi demitir a babá. A segunda coisa que fez foi ir para o quarto de sua filha.

- Oi Anne – ele disse olhando para a pequena – O papai foi demitido hoje sabia? Não que isso seja ruim pra você, quero dizer, não tenho sido um bom pai ultimamente, e por ultimamente entenda desde que você nasceu. É só que... Sua mãe – ele disse deixando uma lágrima escorrer de seus olhos – foi a única pessoa que eu amei nesses meus trinta anos de vida, e agora... – ele disse deixando escorrer outra lágrima – ela se foi e deixou um grande vazio na minha vida... E, pra completar, eu perco meu trabalho no Ministério, que era algo que eu realmente amava... E quando eu tento pensar em uma saída eu só consigo pensar em sua mãe... Se ela estivesse aqui... – Draco não conseguia falar – Você quer ver como ela era? – disse mostrando à criança uma foto de Pansy – Linda não era? Quer ficar com a foto? Tenho milhares delas – ele disse pendurando a foto no móbile da criança – Sabe filha... Eu sei o que você deve estar pensando agora: "Quem ele pensa que é pra me desprezar e agora vir com esse chorinho achando que vai me conquistar?", mas você é minha filha e eu amo você mais que tudo na minha vida... E a idéia de pensar que você é um pedacinho da sua mãe... – ele disse pegando a criança nos braços – Eu vou ser o melhor pai do mundo pra você... O melhor... Ele disse beijando a cabecinha da filha. Mas agora – ele disse colocando a criança de volta no berço e enxugando as lágrimas – Nós temos que pensar na nossa mudança. Sim, mudança. Você não acha que nós vamos morar sozinhos nessa casa grande desse jeito ainda por cima sem uma renda fixa pra pagar as despesas não é? É meu anjinho, os bons tempos acabaram.

Dois dias depois Draco já tinha vendido a casa e estava de mudança com a filha para uma cidadezinha chamada Spellville, que ficava não muito distante de Londres.

- Bom amor – disse Draco para a filha – diga adeus à sua primeira casa – ele disse colocando-a na cadeirinha do carro. Vamos, vamos embora, vamos deixar essa vida de cidade grande.