N/A.: Primeira história Teddy/Victoire. É claro que foi baseada no filme "Meu Primeiro Amor", porque eu não consegui resistir. Fiz a história ouvindo "My Girl" que tem tudo a ver com os dois fofinhos.

Espero que gostem.

Obrigada a Sandra Lily Longbottom por betar mais essa!


– Então Teddy, o que achou?

O garotinho de dez anos olhou para o padrinho de um jeito um tanto estranho, evitando responder.

– Não é linda?

Teddy encarou novamente o rosto enrugado da criança recém nascida no colo da sua tia Gina, lembrando-se como seus outros "primos", Tiago e Alvo, também pareceram bem esquisitos a primeira vez que os viu. Agora, com três e dois anos respectivamente, eles até pareciam bonitos. Pensando nisso, ele respondeu:

– Talvez um dia.

– Teddy! – Ralhou a sua avó, um tanto autoritária; mas Gina e Harry, bem como os outros Weasleys que estavam por ali, riram, reforçando a ideia para Ted que não havia sido um comentário de todo ruim.

Ele viu seu padrinho dar um grande sorriso e se virar para a esposa.

– Sim, um dia ela vai ser bonita como a mãe. – E depois deu um beijo nela, fazendo com que as mulheres, incluindo sua avó, dessem um sorrisinhos disfarçados e suspiros românticos.

Os adultos eram estranhos. Teddy teve dez anos da sua vida para confirmar isso. Às vezes eles ralhavam com você sem motivo, outras vezes se enchiam de orgulho com coisas que você não dava importância. Muitas vezes se comportavam de maneira chata e séria e depois, sem nenhum senso de ridículo, se tornavam crianças grandes.

Eles brigavam e ficavam dias com raiva por causa de coisas sem sentido, e muitas vezes preferiam conversar uns com os outros de assuntos chatos ao invés de relaxar e jogar Quadribol. Mas o que mais deixava Ted surpreso era como eles gostavam de beijar.

Por vezes, quando era menor, seu padrinho deixava de brincar com ele para "passar um tempo com tia Gina". Ele realmente não entendia por que ele queria passar tanto tempo vago com ela namorando se eles moravam na mesma casa e faziam isso todo dia!

Beijar não parecia ser divertido, não aumentava suas habilidades no Quadribol e, possivelmente, era nojento.

Os adultos voltaram a atenção para a pequena recém chegada Lily, mas ele percebeu com o canto do olho que alguém continuava o observando. Virando com cuidado, ele viu Victoire, sua pequena companheira de aventuras, que o espiava por cima de um pequeno arbusto de begônia.

– No que você está pensando Teddy?

Ele se aproximou da garotinha, dando a volta no arbusto.

– Os adultos são estranhos, não são? – disse depois de uma pausa, com uma careta confusa.

Victoire sorriu e duas covinhas apareceram no canto das bochechas. Ele se demorou um pouco observando-as, sem saber direito o porquê.

– Eles se preocupam com coisas de adulto. Só isso! – respondeu Victoire com simplicidade.
Teddy assentiu.

– Mas eles são difíceis de entender...

– Você diz por causa dos bebês? – perguntou Victoire, e Teddy olhou para a garota sem entender, surpreendendo o rosto dela corado.

– Não! Eu estou falando dos beijos e essa coisa de ficar andando de mãos dadas.

– Ah! – disse a garotinha. Então, depois de uma longa pausa reflexiva, continuou. – Mas eles se beijam por que se gostam!

– Mas tem que ser o tempo inteiro? – argumentou Teddy.

– Às vezes eles se gostam muito. – devolveu Victoire. – Ou então é muito bom.

Teddy fez um barulho esganado com a garganta, como se a ideia o deixasse enjoado.

– Eu não acho que seria bom. Qual a graça de colocar a boca na boca de uma garota?

Victoire deu de ombros.

– Talvez um dia a gente descubra. Ou talvez...

Ela voltou a corar. O garoto olhou-a intrigado.

– Talvez o quê?

– Eu não sei... você não queria descobrir como é?

– Sim, mas... – Teddy parou, tentando acompanhar o raciocínio dela. – Você está sugerindo que a gente se beije?

Victoire olhou para os lados, abaixando a voz.

– Eu não sei. Quer dizer, eu sempre quis saber como é. E talvez demore muito tempo até a gente ficar grande e ter um namorado.

Teddy encarou a amiga pensando que, de um modo estranho, não parecia tão errado beijar Victoire, afinal, ela era sua melhor amiga e era uma pessoa de quem ele realmente gostava.

– Tudo bem. Como um experimento, não é mesmo?

Victoire assentiu, sorrindo timidamente.

– Mas como?

– Eu não sei. – admitiu a garotinha com sinceridade. – Acho que eles fecham os olhos ou coisa assim.

– Mas se nós dois fecharmos os olhos, como vamos ver pra onde estamos indo?

Ela voltou a dar de ombros. Teddy pensou por um minuto e, então, finalmente encontrou uma solução.

– Você fecha os olhos, e eu te beijo.

Victoire fez uma careta, mas assentiu.

– Você não vai fazer nenhuma gracinha, não é Ted?

Ele sorriu.

– Claro que não, Vi. Confie em mim.

Victoire respirou fundo antes de fechar os olhos com força. Ela não sabia muito bem o que fazer com a boca, por isso apertou um pouco os lábios, fazendo uma leve careta.

Teddy espiou ao redor para ver se não tinha nenhum adulto olhando, e então respirou fundo ao se aproximar da pequena Victoire; agora tão perto que podia contar cada uma das suas sardas. Ele parou por um momento quando os seus narizes se tocaram, sentindo inesperadamente o coração disparar, e então tocou os lábios dela depressa, se afastando logo em seguida. Embora ele tenha dito que não fecharia os olhos, acabou fazendo isso involuntariamente, o que não atrapalhou em nada a execução da experiência.

Os dois imediatamente limparam a boca nas costas da mão, e se olharam um tanto assustados.

– É só isso? - perguntou Victoire, surpresa. – Não parece ser nada demais.

Teddy concordou, balançando a cabeça.

– Eu disse que eram os adultos. Eles é que são estranhos.

Foi a vez da garota assentir. E então, fazendo uma expressão um tanto assustada, ela perguntou:

– Isso não significa que nós somos namorados agora, não é?

– Claro que não! – tranquilizou Teddy, embora ele tivesse corado um tantinho.

A garota suspirou, feliz. Livres da dúvida, os dois se ergueram e foram brincar nas árvores em mais uma bela tarde no jardim da Toca.