N/A: Esta é a Primeira vez que escrevo algo ambientado no mundo de Avatar. Tanto na lenda de Aang quanto na lenda de Korra. E como não consegui um Beta-reader pra me dizer isto com certeza vou dar um pequeno aviso. Acho que deixei o Tenzin meio ou muito OC. Então conto com vcs para me dizerem isto.
Então a todos os leitores;

Boa Leitura.


As luzes noturnas começavam a se ascender em toda a Republic City. Donos de barracas convidavam os transeuntes a beber, jogar e se divertirem. Era aniversário da fundação da cidade e muitas crianças corriam pelas ruas com a máscara de Aang em seus rostos. Soltou o ar de seus pulmões chamando a atenção de muitos de seus homens, mas foi Mako o indiscreto que indagara a Chefe de Policia Bei Fong sobre o que estava acontecendo.

- Odeio o dia da Republica. – ela disse repentinamente. – Me traz lembranças que era melhor esquecer de vez.

E a mulher saiu andando sem falar qualquer palavra além. Para Mako e os outros homens, Lin lembrava-se de sua mãe e do tempo pacífico em que o avatar Aang cuidava da cidade.

Seria simples se fosse apenas isto. A chefe passou por um casal sorridente de mãos dadas e era aquele o motivo de não gostar das comemorações da cidade. Ela se lembrava do tempo em que Tenzin a fazia feliz do tempo em que eles eram o casal feliz a passear pelo festival. Esquivou-se da felicidade excessiva do casal e rumou para o cais de onde podia-se ver o templo do ar. Sentada no chão ela lembrava de momentos felizes entre ela e o mestre do ar.

Ainda tinha aquela pelúcia do bisão voador que ele ganhara para ela no ultimo festival da republica que passaram juntos. E então, semanas depois ele terminava com ela. Demorou pouco tempo para saber o motivo. Pema.

Lin não odiava a mulher, tinha raiva sim, magoas, mas odiar era algo muito forte. E ela sabia que faria o mesmo se a situação fosse contrária. E se houvesse sido seria ela hoje a segurar uma criança em seus braços.

Aquela visão a fez rir.

- Gosto quando a coração de pedra sorri.

- Olá Bumi.

O antigo comandante a ofereceu um doce qualquer que fora prontamente negado. Ele sem se importar começou ele mesmo a comer o doce sentado ao lado de Lin.

- Não tem o que fazer?

- Na verdade tenho, mas estou me escondendo de Kya, estamos passeando com Tenzin e as crianças.

Lin ergueu uma sobrancelha e encarou o ex-comandante.

- O que foi? Eu preciso de um tempo Ok? Meelo é incontrolável… - coçou a barba com a mão. – Eu mereço um tempo pra mim as vezes.

- Não sei de quem ele herdou a personalidade. – comentou a dobradora de metal pensativa.

- Mamãe diz que Papai era exatamente assim quando jovem. Um espirito livre e quase indomável.

- Avatar Aang?

- É. – disse em tom de descaso. – Então, vou por ali, pressinto que algém está prestes a me encontrar.

E do mesmo jeito que apareceu ele sumiu, deixando novamente sozinha a mulher de coração duro. Ela olhou uma ultima vez para a estátua de Aang antes de colocar a cabeça entre os joelhos e suspirar, queria que aquela noite acabasse rápido.

- Dia cheio?

- Cabeça cheia. – ela respondeu.

- Sei. Posso me sentar?

- Estamos em um mundo livre, faça como quiser.

- Sinto que está irritada com algo, o que é?

- A única coisa que realmente me irrita durante todos estes anos.

- Eu.

- Sábio como sempre. – e ergueu a cabeça para encontrar os olhos azuis do monge a lhe encarar.

Tenzin e Lin se encararam por algum tempo até que ela mesma quebrou contato.

- Eu achei que houvesse superado esta raiva de mim.

- As vezes eu consigo controlar para não prejudicar a minha dobra, mas não quer dizer que ela não esteja aqui. – Lin tocou seu peito.

Os fogos começaram a estourar e o rosto de Lin se iluminava com muitas cores, Tenzin havia concordado há muito tempo que cada uma deixava Lin mais bonita que a anterior. E as vezes ele se perguntava se teria sido feliz com aquela mulher. Tenzin amava Pema, amava sua família e tudo o que tinha com ela, mas nunca deixara de imaginar o que teria sido se tivesse escolhido a Bei Fong. Nunca também deixara de sentir algo por ela.

- Como vai a família?

- Huh? – fora tirado de sua contemplação pela voz da mulher ao seu lado. – Bem, Trouxemos as crianças para o festival, Pema precisa de um pouco de paz.

- Acho então que deveria estar com seus filhos.

- Quis apenas dar um pouco de responsabilidade a Bumi, Meelo se sujou de caramelo, Jinora e Ikki não param de discutir e acabam fazendo Rohan chorar, estou ficando louco…

Antes de se levantar ela deu um soco no ombro do monge rindo das palavras dele, porém antes que pudesse sair e deixar ele e sua mágoa para trás a mão forte de Tenzin a segurou pelo pulso. Por longos minutos ficaram assim, ele sentado a segurá-la pelo pulso, ambos de cabeça baixa.

- As vezes me pergunto se fiz o certo. – a voz estava mais pesada que o de costume, como se ele segurasse algumas lágrimas. – "Você é um idiota que faz tudo errado." Foi o que Toph me disse antes de dobrar uma pedra no meu nariz. E desde aquele dia eu me pergunto se eu fiz mesmo a escolha certa.

Tenzin a mantinha segura entre seus dedos esperando que ela o confrontasse de algum modo e ao notar que ela nada diria apertou suavemente o pulso.

- O que quer ouvir? Você realmente foi um idiota que escolheu errado, mas é passado, nada pode mudar isso. – girou o rosto e encarou-o.

- Você mudou muito Lin, costumava ser cheia de vida e…

- Você roubou isso de mim, levou minha alegria quando terminou comigo! – desabafou, seu joelho cedendo o peso de seu corpo.

As mãos de Tenzin a acolheram junto a si, e a aninhou ao seu peito. Parecia tão certo, porque Lin cabia perfeitamente dentro de seu abraço. Beijou os cabelos dela.

- Me perdoe…

- Não pode mudar as coisas com pedidos de perdão, as pessoas não tem essa sua calma e facilidade de perdoar, eu menos ainda…

- Sempre tão rígida, relaxe Lin.

- Abra os olhos Tenzin, você perdeu o tempo não pode mais me pedir nada…

Ergueu o rosto dela com a mão e encarou os olhos verdes. O polegar passeava pela cicatriz no rosto dela. E a beijou, nunca antes agira assim por impulso, mas sentia que depois de perder tanta coisa não se permitiria mais perder aquela oportunidade.

O empurrou com as mãos, colocando distancia entre seus corpos. O corpo da dobradora de metal tremia e Tenzin amava ver a fragilidade aparecer por trás da máscara de ferro dela. Tornou a puxar par outro beijo.

- Não Tenzin, não faça isso com Pema, não erre novamente!

- Errado eu estaria se não te pudesse dizer que sinto sua falta Lin, a cada dia que se passou mais e mais senti a angustia de te deixar partir. Acha que vou permitir que simplesmente vá? – ergueu a mão para o céu.

- Mas é o que fará. Você vai voltar para sua casa e dizer que ama sua mulher e vai cuidar dela até que um de vocês deixe esta vida. E quem sabe assim, quando nossos espíritos deixarem o plano físico, possamos nos reencontrar e sermos felizes.

Ela se levantou e deu alguns passos para trás.

- Achei que não acreditava nisto.

- Não acredito, mas você sim, seja feliz Tenzin.

E viu a escuridão a engolfar enquanto ela se afastava dele. Sorriu, era por isto que gostava dela, a noção de certo e errado que tinha era digno de uma pessoa de bem. Ele ainda tinha aquela pedra em forma de coração que ela entalhara para ele com sua dobra de terra.

"Enquanto tiver isto, terá também o meu amor."