ATENÇÃO: Os acontecimentos dessa Fanfic passam-se após os acontecimentos do livro "Harry Potter e o Cálice de Fogo", e poderão ir contra os que estão nos livros subseqüentes.
ATENÇÃO 2: Apesar da "licença poética" que estaremos adotando, o Código da Bíblia REALMENTE existe, como descrito nessa fic. Para aqueles que quiserem saber mais sobre o mesmo, recomenda-se a leitura do livro "O Código da Bíblia", de Michael Drosnin, publicado pela Editora Cultrix, que traz muitas informações sobre o Código da Bíblia, inclusive uma transcrição do artigo "Seqüências Alfabéticas Eqüidistantes no Livro do Gênesis". O programa de computador "Bible Decoder", que executa a mesma função que o programa criado pela protagonista dessa história, está disponível, junto com uma cópia da Torah para uso com o programa, na Internet, em É necessário saber hebraico para fazer-se o uso desse programa de computador.
Capítulo 1: Os sonhos e as palavras
"Tu porém, Daniel, conserva secretas as palavras e lacra o livro até o tempo final! Muitos vaguearão perplexos para que cresça o saber".
(Daniel 12:4)
"Avada Kedavra!"
Harry acabara de cair no chão do quarto pela enésima vez naquele verão. Era assim desde que voltara de Hogwarts. Sua cicatriz ainda parecia doer daquilo. Harry não conseguia esquecer-se dos olhos vazios e da expressão de terror que ele tinha em seus olhos, e que voltava todas as noites, em seus sonhos.
"Se tivesse pego sozinho a Taça do Torneio Tribruxo, como ele propora, ele talvez ainda estivesse vivo!", pensava Harry com um sentimento de culpa. Harry realmente sentia-se culpado pela morte de Cedric Diggory. Ele tinha forçado Cedric a apanhar a taça junto com ele, sem saber que a mesma era uma Chave de Portal para entregá-lo diretamente nas mãos de Voldemort. O maldito que havia matado seus pais. E que o usou para "ressuscitar", usando seu sangue para voltar à vida.
"E agora, será que devo avisar Sirius ou Dumbledore do que me acontecer?", pensou Harry. Mas então ele desistiu da idéia: tanto um quanto o outro tinha muito trabalho a fazer, organizando a resistência contra Voldemort.
Foi nessa hora que Harry reparou que era 31 de julho de 1995, e que acabara de completar 15 anos, o que era algo heróico, vindo de alguém que já havia, entre outras coisas, sido picado por uma cobra venenosa, alvejado pelo mais perigoso e maligno feitiço conhecido, a Avada Kedavra, e perdido todos os ossos de um dos braços, vítima de uma magia mal feita.
Naquele momento, várias corujas chegaram para Harry, com cartas e presentes por seu aniversário. Todos eles muito legais: dos Weasley, Harry ganhara a tradicional suéter Weasley em verde-garrafa. Hermione lhe mandara um livro sobre os times de quadribol do Brasil, aonde estava de férias. Hagrid lhe mandara algumas coisas sobre a França, e sobre como tinha conseguido convencer os gigantes de lá a ajudá-lo, junto com uma grande bandeira francesa (provavelmente apenas um "lencinho" para o meio-gigante Hagrid). O presente de Sirius foi, porém, o mais intrigante. Ele lhe dera um livro chamado Teorias da Aritmancia. Algo dizia a Harry que Sirius tinha pirado, mas Sirius parecia estar tão são quanto era possível para um fugitivo da Justiça Bruxa, ou ao menos é o que Sirius demonstrava na sua carta:
"Harry,
Sei que você não estuda Aritmancia, mas algo me diz que você vai precisar desses conhecimentos. E, como animago, aprendi a confiar em meus instintos.
De uma olhada pelo menos uma vez nele. Talvez você goste.
Um abração.
Sirius Black
PS: Ah, antes que você pense algo, quem me disse que esse livro era bom foi o Remo. Sabe como ele é... Aluado que nem ele, mas se tinha alguém bom de Aritmancia nos Marotos, era o Aluado aqui."
"Acho que o Sirius deve estar pirado. Mas, para todos os efeitos, perdido não é!", pensou Harry, indo dormir. De manhã passaria a ler aquele livro, nem que fosse para matar o tédio em que sua vida se encontrava.
Mal sabia ele o quão certo Sirius está.
Dumbledore acabara de ler o artigo da revista trouxa Statistical Scienceque a professora Vector lhe trouxera. Ela o havia recebido do professor de Estudo dos Trouxas, que ficara apavorado ao lê-lo:
- E então, acredita que seja sério, Professor Dumbledore? - perguntou Vector, tão logo Dumbledore entregou-lhe o artigo "Seqüências Alfabéticas Eqüidistantes no Livro do Gênesis".
- Tudo leva a crer que sim, professora Vector. Aparentemente, esses cientistas trouxas, Witztum, Rips e Rosenberg realmente encontraram a Chave de Daniel...
- Mas como? - disse Vector - Como eles conseguiram descobrir a lendária Chave de Daniel?
- Não sei. Mas você se lembra do que a própria Bíblia diz...
- "Tu porém, Daniel, conserva secretas as palavras e lacra o livro até o tempo final! Muitos vaguearão perplexos para que cresça o saber." Tem razão. Mas muitos aritmânticos de todos os tempos tentaram encontrar a Chave de Daniel...
- Isso é mais uma prova de que não podemos mais subestimar os trouxas: eles podem não usar magia, mas têm muitos recursos, e acima de tudo uma curiosidade pura que não possui igual.
- Mas, e agora, professor Dumbledore? Como poderemos acessar a Chave de Daniel?
- Não sei. Professora, a senhora não conseguiria...
- Estou em dúvida sobre muitas coisas, mas acho que consigo, embora levarei provavelmente muito tempo para isso. Além disso, vou precisar da ajuda dos professores de Runas Antigas e de Estudo dos Trouxas, além da de... por menos que eu goste... Sibila Trelawney.
- Você terá toda a ajuda necessária, mas preciso que você trabalhe o mais rápido possível. Temos que encontrar a Chave de Daniel antes que Voldemort o faça.
E a preocupação de todos era realmente essa.
Mal sabia Dumbledore que, a mais de dez mil quilômetros dali, uma garota bruxa já tinha acesso à Chave de Daniel.
- Christine, já está tarde. Lembre-se que amanhã deverá partir para a Inglaterra. Foi muito difícil para você conseguir essa transferência para a Inglaterra, e você não vai querer perder essa chance, não é? - disse a Sra. Tanenbaum, do andar de baixo.
- Já vou dormir, mamãe. - disse a garota, alta para a sua idade, morena e com pequenos e discretos óculos.
Ela consultava seu PDA (Personal Diary Assistant), um computador portátil aonde a mesma colocara todas as informações para usar o programa que desenvolvera usando informações que obtivera.
- Vejamos... Voldemort. - disse ela, escrevendo na tela do PDA.
O programa começou a processar combinações matemáticas atrás da palavra Voldemort e de ligações.
- Espero que eu tenha sorte dessa vez. Até agora, tudo que tive foi dificuldades. - disse para si mesmo Christine.
Christine Tanenbaum tinha 15 anos completos e morava em Salem, Estados Unidos. Era filha de uma matemática, Elise Tanenbaum e de um programador de Computadores e Criptógrafo, Joseph Tanenbaum. Mas algo a tornava diferente dos dois. Embora eles a amassem, jamais compreenderiam o que ela estava passando e como ela estava preocupada naquele momento... Pois ela era uma bruxa.
Foi aos 11 anos, após uma queda de uma grande árvore, da qual sobreviveu sem um arranhão por descer flutuando, que descobriu que era especial. Alguns dias depois, uma coruja do Instituto Norte-Americano de Bruxaria, que ficava bem perto de sua casa, lhe convidou para estudar lá. Ela estava para ir para o 5º Ano da Irmandade Sigma, aquela composta pelos bruxos mais inteligentes e perspicazes, mas era admirada até mesmo pelos arrogantes da Gilgul. Seus pais ficaram muito surpresos, mas eles decidiram que nada havia de errado, embora a Torah, a lei máxima de seu povo, proibisse a bruxaria. Eles porém, conversaram com o rabino e explicaram tudo. Então, ele disse que não haveria problema, desde que Christine mantivesse-se seguindo os Mandamentos que Adonai dera a Moises no Monte Sinai. Então ela começou a estudar bruxaria.
Foi no meio do ano anterior que ela descobriu o que tanto a preocupava. Foi lendo um artigo que seu pai, Joseph Tanenbaum, estava folheando na Statistical Science, que a fez tremer. O nome do artigo era "Seqüências Alfabéticas Eqüidistantes no Livro do Gênesis", e falava sobre a possibilidade da profecia de Daniel estar se cumprindo: "Tu porém, Daniel, conserva secretas as palavras e lacra o livro até o tempo final! Muitos vaguearão perplexos para que cresça o saber." E isso a preocupou muito: sabia que, embora os trouxas não soubessem, a maior parte das formas de profecias e adivinhações tinham algum sentido. Conhecendo bastante de programação de computadores e matemática avançada, ela própria programou seu laptop segundo as informações apresentadas pelo doutor Eliyahu Rips, e, com uma cópia da Torah em hebraico messiânico, começou a analisar as Combinações conforme a experiência proposta por Rips e Witztum, e, para surpresa dela, a experiência deu certo. Conforme as propostas da Statistical Science, ela também tentou encontrar "Shakespeare", "Kennedy" e "Hitler", sempre com sucesso. Também tentou coisas com "Mussolini", "Castro" e outros, novamente sendo bem sucedida, com resultados que aconteceram. Foi quando ela teve a idéia de entrar com "Potter". Para surpresa dela, apareceu no Código da Bíblia as palavras "Harry Potter", "o inimigo morto retornará" e "risco a todo" em três trechos. Em outros dois trechos, apareceu "Potter", "mortos", "grande inimigo" e "o novo vencerá o poderoso". E esse trecho estava codificado por cima da história de Davi e Golias.
E ela esperava os resultados do processamento do PDA para Voldemort. Ler o hebraico não era problema para Christine, que, sendo judia, sabia muito bem escrever e ler o hebraico, em todas as suas variações. Ela estava preocupada com a parte sobre "o inimigo morto retornará". Foi quando ela decidiu que poderia, ou melhor, deveria ficar de olho em Harry Potter. E todos sabiam que o famoso "menino que sobreviveu" estava atualmente estudando em Hogwarts.
Então ela enviou sua coruja, Esther, para Hogwarts, solicitando uma transferência. Após uma rápida troca de corujas com a Escola de Magia, Christine bas Tanenbaum ben Perez (como ela era chamada entre seus irmãos judeus: Christine, filha de Tanenbaum, filho de Perez), recebeu a seguinte resposta, dez dias antes:
"Cara Srta. Tanenbaum:
Temos o prazer de lhe informar que seu currículo foi analisado e aprovado e sua solicitação de transferência do Instituto Norte-Americano de Bruxaria para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts foi aceita. Aproveitamos essa para lembrar a você que o embarque para Hogwarts dará-se às 11 da manhã do dia 1º de Setembro, em King's Cross, na Plataforma nove e Meia. Em anexo estão relacionados os materiais que deverá comprar, assim como a autorização que seus pais deverão assinar para as visitas ao vilarejo bruxo de Hogsmeade. Após sua seleção pelo Chapéu Seletor, que irá determinar a Casa e ano, você deverá selecionar suas matérias optativas.
Atenciosamente
Professora Minerva McGonagall
Diretora Adjunta
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts"
- Então, terei aulas com alguns dos maiores especialistas em suas matérias do mundo. - disse Christine. - Bem, espero que valha a pena. Não espero estar largando tudo à toa.
Foi quando o PDA apitou. E, rapidamente, Christine foi ver a resposta. E a resposta que deu-se foi surpreendente.
Aparecia "Voldemort", "o maligno", "perigo para bruxos e trouxas" e "assassino que assassinará", este último cruzado com "Harry Potter". Embaixo de tudo isso, apenas uma frase:
"Christine bas Tanenbaum... Você o mudará?", cruzada por dois nomes: "Hermione Granger" e "Ronald Weasley".
"O que será que Yeovah tem em meu destino? Porque meu nome estava escondido na Bíblia?", pensou Christine. Foi quando ela desligou o PDA, sem ler uma outra coisa que o Código da Bíblia revelava:
"Voldemort" estava cruzado por "Ele sonha com o inimigo". Logo abaixo disso estava um nome.
"Harry Potter".
