Não possuo D Gray man,preferia ser possuída .bah.

Minha primeira fic de d gray man,portanto,sejam bonzinhos :D.Obscenidades podem ser esperadas para os próximos capítulos.D:


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Le Bouffon et le Chevalier

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Primeiro Capítulo: Incertitude

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Do parapeito de onde observava, a lua até aparentava ser um alvo tangível. Allen retirara o cotovelo de seu repouso para ver se era mesmo possível, levantando sua mão escarlate e fazendo com sua palma uma sombra contra o luar que quase o ofuscava. Fechou os olhos e suspirou, como se estivesse entediado e frustrado com a tentativa.

"- Pff...O que podemos fazer hoje, Timcampy? Estou morrendo de tédio parado aqui." Como se esperasse uma resposta do golem dourado, Allen fitou Tim até que este pousasse em sua cabeça. O ato o atordoou um pouco mais, fazendo com que franzisse as sobrancelhas em protesto ao silêncio. Desistiu de uma resposta coerente e satisfatória do golem, se dirigindo a cama e mergulhando no travesseiro de plumas.

O quarto pequeno e escuro trazia um ar de solidão à Allen. Ainda faltava uma hora para o jantar ser servido e como Allen não pretendia olhar para o nada em sua volta, levantou-se e abriu a porta do quarto, planejando um passeio antes da refeição. Assim quem sabe, poderia encontrar alguém conhecido para minimizar sua monotonia. Colocando os pés fora dos limites de seu quarto, moveu a cabeça como à procura de alguma presa e constatou que estava sozinho. Suspirou novamente e continuou seu plano, trancando a pesada porta de carvalho às suas costas. Caminhou pelos corredores buscando com os olhares algum sinal de vida. Chegando mais perto, inclinou-se sobre o resguardo e observou os andares inanimados. O buraco negro que surgia logo abaixo ao castelo em espiral o amedrontava, fazendo com que Allen recuasse meio hesitante. Sem se importar com o espaço a sua volta, Allen prosseguia andando de costas calmamente para se afastar do centro do abismo. No entanto, se espantou quando não sentiu o contato gélido das pedras que compõe as paredes do corredor, mas se deparou com um corpo quente e macio. Uma mão pousou em seu ombro,mas não refletia o mesmo impacto. Allen observava em pânico, reconhecendo o dono da mão antes mesmo que este o virasse bruscamente pelos ombros, o obrigando a encarar sua face raivosa.

"- O que você pensa que está fazendo?!" Kanda fala rispidamente, enquanto mantém um olhar que exala puro ódio fixo no garoto à sua frente.

"Desde quando ele estava ali?" Allen ainda assustado reflete,mas prefere não verbalizar o pensamento.

Sentindo a tensão tomar conta de seu corpo, Allen solta um sorriso transtornado e tenta balbuciar algo como resposta.

"- Hehehe, me desculpe, eu estava meio distraído, sabe?!" apontando meio acanhado para o negrume.

Só recebe como resposta outro olhar psicopata e mais intenso de Kanda, que se esvai aos poucos, dando lugar a impassividade e ao sonoro e costumeiro "Tche". Ignorando(ao menos tentando) as ações de Kanda, continuou:

"- Err, sabe, é que eu tenho um pouco de vertigem e..." Nesse meio tempo, Kanda já havia partido, deixando para trás um jovem confuso. Enquanto Allen assistia a retirada, entrou em guarda quando Kanda cessou por um momento a três metros de distância , sem girar o pescoço:

"- Preste atenção aonde pisa, moyashi." E continuou andando, deixando de lado os protestos de Allen, que detestava o apelido. Vendo que não tinha mais porque continuar resmungando, Allen se recompôs e seguiu na mesma direção que Kanda, já que a cafeteria se encontrava no mesmo caminho.

Descendo as escadas, percebeu que já tinha perdido o exorcista mau humorado de vista. Intrigado com a reação branda de Kanda, Allen se perguntava se havia acontecido algo com seu colega, mas como este não demonstrava interesse em compartilhar seus problemas, resolveu ignorar a súbita curiosidade sobre seu bem-estar. Continuou andando, em passos curtos para adiar sua chegada. O tom melancólico das escadarias deprimia ainda mais Allen, que tentava se distrair com os zumbidos de Timcampy. Caminhando mais um pouco, notou que a porta da biblioteca estava semi cerrada e enterrou a cabeça pela fresta, buscando Lavi, sabendo que este poderia ajudar em seu estado monótono. Não encontrando nada mais que montanhas de livros e estantes infindáveis, soltou outro suspiro frustrado, como se estivesse destinado ao mais puro tédio pelo resto da noite. Só notou Panda fazendo anotações de livros enquanto falava:

"- Ele saiu para dar uma volta. Há mais de trinta minutos e não voltou desde então. Aquele aprendiz inútil." Allen agradeceu pela dica e saiu.

Ao tomar seu rumo novamente, Allen avistou de longe Linali, que seguia para o Departamento de Ciência, tentando balancear uma bandeja repleta de canecas com café e chá quase transbordando em um braço e uma pasta lotada de papéis no outro. Correu até ela, oferecendo ajuda:

"- Ah, Allen, obrigada." a garota sorria feliz pela assistência enquanto o outro agarrava a pilha de papéis e respondia com um sorriso simpático.

"- Levando café pro seu irmão?" Allen falou, percebendo a resposta mais que óbvia já que a caneca de coelho estava presente na bandeja, mas com o mero intuito de começar uma conversa.

"- Sim Linali insistia no sorriso" "E você, Allen? O que estava fazendo por esses lados?"Allen deixou Linali sem resposta, mudando de assunto repentinamente:

"- Você viu o Lavi por aí? Estava entediado no meu quarto e resolvi dar umas voltas pelo castelo e... " Hesitou ao lembrar de Kanda, com quem havia tido o rendezvous mais cedo. Sonhando acordado, esqueceu que Linali estava ali, dando mais importância a Kanda que estava ausente do que a garota com quem estava a compartilhar da companhia.

"- Allen, ALLEN!" Sinalizando com a mão desocupada, Linali tentava chamar a atenção de Allen. O garoto piscou algumas vezes, como se estivesse acordando e pedindo desculpas pela distração. Chegando as portas do departamento, Allen virou a cabeça para o lado e perguntou para Linali com uma expressão curiosa:

"- Hmm...Linali?" Obtendo sua atenção, continuou "- Você tem notado algo de estranho com o...hmmm... Kanda?" Linali lhe ofereceu um olhar surpreso, pensando um pouco antes de retomar a questão enquanto entravam na sala. Como sempre, o espaço do departamento estava mergulhado em papéis e seus ocupantes trafegavam sem recesso de um lado para o outro. Quando Linali aparecia no recinto com a bandeja era como se mandassem a garota para a cova dos leões coberta em bifes de carne. Os cientistas e pesquisadores se amontoavam ao redor de Linali ao sentirem o aroma de café. Depois de entregar a cada pessoa sua respectiva caneca, Linali avistou o irmão, enquanto Allen esperava por uma resposta:

"- LINALIIII!!!" Komui saltitava em sua direção como se estivesse tendo uma aparição em sua frente. Komui é parado somente pela bandeja que o cumprimenta na face ao invés. Komui choramingava com o cumprimento violento da irmã, fazendo bico:

"- Isso é jeito de cumprimentar seu querido, amado e venerado irmão?" Permanecendo com a cara de choro, esfrega a bochecha que fora o alvo, mas Linali recolhe a bandeja colocando os braços por cima e sorrindo em direção a Allen, respondendo a pergunta anterior:

"-Não que eu me lembre, Allen. Kanda não me parecia estranho, se bem que..." Lembrando do último encontro, Linali coloca um dos dedos sobre o lábio inferior e franze as sobrancelhas como se estivesse relembrando de algum detalhe:

"- Lembrei que antes de te encontrar, esbarrei com ele porém ele continuou a andar, resmungando algo como "maldito, aquele garoto ..." e outras coisas" continuou sorrindo,como se privasse Allen do palavreado.

"- Err" Transpirando, Allen podia sentir gotas de suor se formando pela sua têmpora." Mas isso não é nada anormal para o Kanda, não acha?"Linali começou a andar, ainda ignorando os gritos de carência proferidos por Komui:

"- LINALIIIIIIIIII!!!" Komui se esperneava enquanto se agarrava aos papéis no chão, mas rapidamente foi arrastado por River, colocando-o de volta em sua mesa para que fizesse algum trabalho útil.

"- Sente-se aí e faça algo que presta pelo menos hoje. Estamos atolados de trabalho e você só foge!" Ordenou River, num tom agressivo.

Um tique nervoso tomava conta das feições de Linali e Allen tentava evitar o contato visual para que não sofresse nenhum dano quando ela desistisse de controlar seu nervosismo. Linali parou diante a porta do departamento antes que Allen fosse embora:

"- Eu tenho afazeres por aqui antes de ir para o refeitório. Se você está preocupado assim com o Kanda, que tal perguntar para o próprio ?" Linali lhe fez um aceno e retornou para o interior da sala. Allen fuçou o bolso de seu colete, procurando pelo relógio que havia comprado na última missão. Conferindo as horas, Allen notou que estava quase na hora do jantar.

Preferiu se adiantar para pegar um lugar na fila entre os primeiros. Se apressando, sentiu o estômago roncar, e de uma hora para a outra, não notava mais que os passos acelerados haviam se transformado numa corrida. Ao chegar esbaforido nas portas do refeitório, notara a fila imensa que havia se formado. Estapeou a mão escarlate na testa, como se auto punisse por se esquecer da reunião de procuradores na Ordem aquela semana. Vendo que passaria ali uns bons minutos, quis avaliar melhor a situação, contando as pessoas da fila discretamente com seu dedo indicador. Virou sem pensar para ver quantos mais sofreriam pela espera, assim percebendo um par de olhos que o seguiam em sua atividade duvidosa. Com uma feição reprovadora, Kanda repetiu o "Tche" de mais cedo e mudou seu foco, como se o garoto a sua frente não passasse de mera chateação. Allen grunhiu ao reparar o descaso de Kanda. Voltou sua visão para a frente e fingiu que não se importava. Falhando tenebrosamente. Allen ficara nervoso com a situação e observava enquanto as outras pessoas conversavam entre si. Sentiu uma pontada de inveja por não conseguir ser amigável a esse ponto com Kanda. Sempre se indagava se conseguiria ter uma conversa decente com o jovem. Embora o considerasse mais que um simples colega, talvez um amigo, mas ainda sim, não sabia nada da vida do outro. Sabia que Kanda não apreciava muito sua companhia. Mas isso não era o bastante para o manter afastado. Algo que ao mesmo tempo o repelia, atraía ainda mais no caso. Não que não aceitasse ser desgostado por alguém, devido a sua decorrente popularidade. O que o chamava a atenção era mais a personalidade de Kanda, o jovem o instigava, com seu jeito discreto e reservado. E a cada discussão, a cada encontro, ambos dispejavam sobre si todas as emoções contidas, como se sufocassem na presença um do outro. E Allen, com a ansiedade de agora, sentia como se o olhar de Kanda continuasse a penetrar por sua pele, o obrigando a virar e encontrar Kanda fazendo exatamente isso. Kanda parecia que planejava um assassinato enquanto reparava o desconforto de Allen. O que era mais perturbador na cena, era o sorriso sádico que este apresentava. Allen, que naquele momento pretendia começar um assunto qualquer, gaguejou e demorou demais para tomar qualquer atitude, irritando Kanda que já havia desfeito o arco sobre os lábios e endurecido as musculaturas faciais:

"- Anda logo, moyashi! Você é o próximo." Allen arregalou os olhos "O QUÊ?! Próximo? AAAAAAH!!..." O grito mudo calou-se ao ver que Kanda se referia a fila, relaxando aliviado de que não se tratava de algo que envolvesse sangue e matança. Voltou o rosto para Jerry que o aguardava:

"- ALLEEEEN, coisinha mais bonitinha da Ordem, me diga seu pedido que o farei com todo o carinho, querido!" Dizia entusiasmado o chef da cozinha, deixando Allen meio atordoado e Kanda, que assistia a cena, um tanto impaciente. Allen disse a gigantesca lista de seu menu enquanto Jerry anotava atencioso a cada detalhe e fazia um aceno a cada pedido. Terminando o pedido, Allen agradeceu e em cinco minutos sua refeição estava pronta. Procurando por algum lugar vazio, Allen parou diante da única mesa que restava e pôs os pratos sobre, demarcando seu território. Faminto, avançou sobre a comida como se não houvesse amanhã, sem reparar no que acontecia a sua volta. Ao levantar a cabeça como se fosse para acumular fôlego para as sobremesas, viu que não estava mais sozinho. Se espantou mais ainda quando viu que se tratava de Kanda, e este comia tranquilamente sem lhe poupar a mínima atenção. Allen queria aproveitar o momento para se aproximar de Kanda, mas não achava um assunto e ainda se lembrava da dica do amigo Lavi:

"- Se você gosta do seu pescoço, mantenha-se distante do Yuu enquanto ele come. Hehehe, na verdade, se você ama realmente seu pescoço, é mais fácil evitar ele a qualquer hora." Recordava das palavras sábias do futuro bookman. Delirando sobre a memória, Allen agora se perguntava se Lavi tinha algum desejo de morte para importunar Kanda em qualquer oportunidade que surgisse. Após seu devaneio, voltando à mesa, Allen reparou que Kanda tinha parado de comer e agora o analisava minuciosamente. Allen se encontrou desconcertado com tamanha invasão de privacidade, deixando escapar um roseado sobre suas bochechas. Ainda assim, perguntou com o característico olhar inocente:

"- Tem alguma coisa no meu rosto?" Allen passava a mão na boca, esperando encontrar alguma migalha de comida, mas em vão. Enquanto passava delicadamente os dedos, sem notar bem o que fazia e preocupado com a maldita migalha invisível, Kanda arqueava os lábios como se aproveitasse da cena até que a visão de Lavi o roubasse a graça. Lavi avistou os dois e prevendo uma bela diversão, se sentou do lado de Allen:

"- Yuu, você por aqui!!! Sentiu minha falta?Eu sei que sentiu, não adianta fingir!" nem dando tempo para uma réplica de Kanda, que já estava fumegando após a presunção de Lavi.

Allen que não queria se envolver numa futura discussão, concentrou totalmente na comida. Lavi mantinha um sorriso de orelha a orelha, entretido com a rara cena de Kanda Yuu acompanhado no horário da refeição. A felicidade transparente no rosto do ruivo foi se desfazendo ao recordar do encontro com Linali anteriormente, o fazendo virar para Allen:

"- Linali me disse que você estava me procurando, aconteceu alguma coisa?" Lavi tentou acudir o amigo, mas Allen agora estava completamente concentrado em terminar o que havia começado.

"- Wooah, ele entrou no modo automático." Dizia Lavi, impressionado com a rapidez de Allen." Como um garoto tão franzino como ele consegue comer tanto?" pensava enquanto Kanda demonstrava o mais puro desgosto diante da cena. Manuseando o hashi para comer soba, Kanda o pausou no ar e disse:

"- Como porcos avançando na lavagem." Allen, atingido pelas palavras que haviam o tirado do transe, levanta o rosto, o desenterrando do prato. Lançou chamas de fúria sobre Kanda, seus olhos, outrora azuis-cinza, brilhavam como se estivessem espelhando as chamas do inferno. Suas narinas pareciam soltar fumaça com o comentário. A paz do mundo parecia estar sendo ameaçada pela energia macabra que Allen começara a emanar. Kanda permanecia com o olhar fixo em Allen, uma sobrancelha arqueada como se questionasse o seu movimento prévio. Lavi só podia observar enquanto uma onda de pavor ia se alastrando pelo refeitório que já se encontrava alerta.

"- Gente, ...err, Allen, ...tenho certeza que o Yuu não disse isso propositalmente..." Lavi tentou intervir

"- Lavi, melhor você calar a boca AGORA!" A mudança repentina de comportamento demonstrava que o lado negro de Allen estava prestes a emergir.

"- Me chame de Yuu novamente e você nunca mais verá a luz de um novo dia." Faíscas pareciam saír dos olhos de Kanda.

"- Como se você fosse decente o bastante, nem talheres você usa, seu psicopata!" Allen retornando a discussão, ganhando de Kanda uma expressão mórbida:

"- Você mal usa talheres,já que ataca a comida com as mãos, seu idoso! E isso aqui se chama hashi, e será a próxima coisa que vai descer pela sua garganta sem fundo!" gritou Kanda, que já ia se levantando e colocando um dos pés sobre a mesa, preparando um ataque aéreo, até que uma mão o impede, prendendo-o pelo pulso.

Ninguém em sã consciência faria isso, mas se tratava de Linali, que aparentemente se encontrava nos piores dias do mês. Kanda, que agora gostaria de matar tanto Allen quanto Linali, conteve seus anseios, sabendo bem do que os irmãos Lee eram capazes e quanto a Allen, esse podia esperar. Linali continuava com o aperto forte, forte o bastante para prender a circulação da mão de Kanda, fazendo-o retirar o pé de cima da mesa. Os procuradores que até então eram meros espectadores, retomavam suas vidas ao verem que Kanda emanava uma aura assassina sobre eles, como um convite de morte para os mais curiosos. Allen permanecia irritado com a discussão e mais irritado por não ter se vingado do insulto. Linali, abandonando o pulso agora marcado pelos pequeninos e "delicados" dedos, fez menção para falar:

"- Kanda, Lavi, Allen. Komui aguarda vocês na sala do Departamento de Ciência." O silêncio recaiu no recinto.

"- Uma missão?" Questionou Lavi, quebrando o silêncio.

"- Creio que sim." Respondeu Linali." Também fui convocada, mas antes meu irmão me pediu para chamar vocês." Linali explicava, enquanto Lavi espiava discretamente os rostos de Kanda e Allen, que permaneciam perplexos. O único pensamento que ocorria pela sua mente era a tamanha diversão que lhe esperava diante da situação. Deixando escapar uma risada leve, Lavi seguia Linali que já estava distante da mesa. Os outros dois foram deixados para trás, como se estivessem coletando as informações apresentadas. Kanda se levantou primeiro, deixando a mesa a largos passos. Allen, abandonado, colocou as palmas sobre a mesa, fazendo certo esforço para se levantar, como se a notícia o tivesse sugado o ânimo. Depois de alguns minutos, todos os quatro exorcistas convocados se encontravam na sala do departamento. Linali se mantinha em pé, próxima a mesa de Komui, Lavi se acomodava numa poltrona vermelha de veludo, Kanda sentado no sofá que ficava no centro do cômodo e Allen na outra ponta do sofá, ambos se encarando uma vez ou outra. Komui então, iniciou seu discurso, mudando a familiar expressão sarcástica para uma mais séria:

"- Tenho uma missão para os quatro. No sudoeste francês, numa vila chamada Camarès, alguns acontecimentos estranhos têm se passado." Antes que terminasse, fora interrompido:

"- Que tipo de acontecimentos?" Allen inclinava a cabeça e enrugava a testa, demonstrando que tinha sua completa atenção

"- Bem, pessoas desaparecem repentinamente, de uma noite para a outra, sem deixar ao menos rastro. Já mandei procuradores ao local, mas perdemos contato logo após alguns dias. Antes de perder contato, eles passavam informações que haviam acumulado de depoimentos de alguns camponeses. Um no entanto, me chamou a atenção. O monsieur Lefevre, dado como louco pelo resto da vila, dizia que o demônio estava presente naquele local. " Não abram a porta para o demônio, muito menos pisem em sua casa. Ele é mais cínico do que você pensa." Um dos procuradores relatou isso para nós, duas noites antes de perdermos contato." Komui pausou por alguns segundos antes de ser interferido novamente

"- O que nós temos a ver com um velho insano?" Kanda grunhiu, soando deveras incrédulo no que pensava como "baboseiras de um velho caduco". Komui sorriu como um diabo quando Kanda se retraiu na cadeira de raiva.

"- Pois bem, loucura e sabedoria andam de mãos dadas, meu caro exorcista. E sem mais delongas, quero que vocês investiguem o local, que também é provável que haja uma inocência por perto. Foram relatadas aparições de akuma e o desaparecimento de pessoas da vila, é no mínimo algo curioso. Vocês partem amanhã às dez da manhã. Boa sorte." Komui fez uma reverência e voltou para detrás de sua escrivaninha, pegando alguns papéis e fingindo estar ocupado, como um meio de dispensar mais perguntas.

Saíram do departamento, cada um seguindo seu caminho para fazerem os preparativos para a viagem. Allen lembrara então, ao ver Kanda cuspindo palavras semi audíveis e um tanto grosseiras, que ele estava um tanto estranho antes do jantar, o que havia lhe perturbado. Ao ver que Allen somente o seguia, sem pronunciar uma palavra, Kanda deu meia volta e disse meio eriçado:

"- O que você quer, moyashi?!!" Allen nem percebeu o que estava fazendo, andando na direção oposta a seu quarto e indo parar nos arredores do quarto de Kanda. O silêncio precedera os pensamentos de Allen, pois não sabia o que falar. Esperando uma resposta do garoto amaldiçoado, Kanda aos poucos ia sendo consumido pela impaciência. O sangue só poderia ter subido a cabeça, Allen tentava raciocinar, ao chegar a conclusão que não entendia bem o porque de perseguir Kanda.

Gracejou algo como "não sei" antes de se curvar e retomar o caminho para seu quarto, revolto em desentendimentos esquizofrênicos consigo mesmo. Afetado, Kanda rangeu os dentes, não gostava de ser feito de palhaço, arrastando os pés até ter alcance do pequeno punho que deteve num só golpe. Allen ficouo surpreso com o toque, porém, aquela mão também transmitia uma imagem de ameaça, o que o fez recuar e liberar uma voz audaciosa, mas para os mais observadores, com uma pitada de incerteza:

"- O que você está fazendo??! Me largue AGORA!" Reforçando o apoio, Kanda se recusou a afrouxar:

"- Me diga VOCÊ o que está fazendo! Que eu saiba seu aposento fica no andar de cima ou estou enganado?" Entrando na competição, Allen com sua inocência agarrou o braço que o prendia, retrucando:

"- Anda me espionando também? O escárnio se instalou e se fez ver ao demonstrá-lo com tanta avidez pelos lábios semi-abertos.

Allen, ao ver que Kanda se aproximava, perdeu o sorriso irônico junto com seu equilíbrio, mas se manteve em posição de defesa, alerta ao que acontecia. Só não esperava sentir a respiração quente e o rosto de Kanda passarem rente ao seu, pousando ao pé do ouvido. Ambos corpos próximos demais para negarem qualquer reação dos nervos. Kanda não demorou para sussurar:

"- Você bem que gostaria, moyashi." Murmurou com uma voz leve mas entonada, libertando o pulso de Allen e retrocedendo o corpo.

Foi para seu quarto e fechou a porta, sem ver a surpresa retratada na figura de Allen Walker. Allen estava enraízado no chão, imaginava se seus globos oculares iriam saltar ou se seu coração planejava abandonar seu corpo pela garganta.Enrubescido, tentou caminhar, mas as pernas trêmulas o impediam. Inclinou-se sobre a parede com o antebraço, o frio do material contrastando com sua pele que parecia incendiar-se. Após alguns minutos, olhou para trás, ainda incapacitado de processar os fatos, como se fosse conferir a veracidade de tudo, mas como não encontrara Kanda, preferiu retomar sua postura, ainda bambo e irracional. Chegando na porta de seu quarto, Allen empurrou a pesada porta, sem movimentos vívidos. Com o tom pálido e ainda descrente do que havia se convencido ser apenas um delírio à parte, desabou na cama e recordou-se do momento de tédio de duas horas atrás em que estava absorvido. O golem surgira novamente do nada, como se esperasse a oportunidade para buscar o mestre e trazê-lo de volta para a realidade:

"- Aaah...sinto falta do tédio..." disse antes de desmaiar de sono sobre a cama, sem ao menos retirar os sapatos.


xD,até que enfim terminei essa coisa.Agora, meu maior desafio: Continuar . . Podem criticar,elogiar,xingar a vó,iuehiuhe,digam o que estão pensando depois de perderem seu tempo lendo essa fic,meus pequeninos,mas comentem ok ;D.Gracias.