Introdução...

Bem, antes de começar o primeiro capítulo tentarei explicar algumas coisas... Embora não seja boa para seguir enredos...^^"então vamos lá.

A historia se passa no século XIX, a China está à beira de um colapso internacional. Graças a recente Guerra do Ópio (1840-1842) que de uma certa forma causa um estranhamento entre os governos chinês e inglês. Como todo mundo sabe, a conseqüência dessa guerra foi à perda de Hong Kong e de outros portos, como o de Xangai e Nanquim.

Durante esse conturbado período surgiu uma sociedade secreta, chamada sociedade dos Boxers, que promovia atentados contra estrangeiros residentes na China... de certa forma isso causou a revolta dos países imperialistas, incluindo os EUA e o Japão que na época ocupavam a Coréia.

Bem, agora vocês vão me perguntar o quê isso tem a ver com a minha fic.^^isso é fácil de se explicar...

A minha fic contará a história da jovem noiva do grande almirante inglês, Sakura Kinomoto se sentia aprisionada naquela cidade que não tinha nada de interessante. Num ato de rebeldia, ela desafia a vontade do noivo e sai da prisão de luxo onde Eriol a colocara. Porém, não esperava de que forma pagaria por sua surpreendente rebeldia.

Shoran Li se considerava um patriota, por nada deste mundo iria deixar aqueles estrangeiros imundos domina seu país, já lhe bastava ver aqueles ingleses idiotas em sua querida cidade, causando desordem e violentando suas mulheres.Por isso decidira abandonar a sua família e se alistar na Sociedade dos Boxers. Em pouco tempo se tornou o líder do grupo de rebeldes... Porém sua missão estava longe de acabar, antes teria que eliminar o mal chamado Eriol Hiragisawa... Iria acabar com aquele desgraçado, que matara seus pais... E o começo seria seqüestrar a noiva de Eriol...e depois teria a cabeça daquele demônio. Teria que seqüestrar a bela e doce Sakura.

Bem, o resto vocês terão que ler...^_^

Envie-me suas opiniões... Só assim terei certeza de que estou agradando.

Autora: Anna Li.

Editado por: Xianya e Gizeli.

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Capítulo I

Janeiro de 1900... Porto de Xangai.

Shoran Li empunhava sua espada espreitando a chegada de mais um navio inglês, mas desta vez não estava cumprindo uma missão... estava fazendo um relatório sobre a rotina daquele "demônio do Ocidente", aquém seria capaz de matar com apenas um golpe de sua espada. Pelo o que Yeh lhe informara, a noiva do grande almirante estava para chegar, certamente o seu senhor estaria lá para recebê-la. Era irônico descobrir que um desgraçado cristão, cujo nome era Eriol Hiragisawa era um apaixonado, cego e prestse a se casar. Bem, nem se ele vivesse cem anos se casaria, pois antes teria que acertar suas contas com a sua espada.

De longe, Shoran avistou o almirante da marinha inglesa chegar. Com sua postura arrogante, fez mil súditos se ajoelharem aos seus pés. Revoltado, Shoran fez um esforço sobre humano para não partir para cima de Eriol... Ficando apenas a observar seu povo a ser humilhado por aquele estrangeiro miserável. Um miserável... Que fora o culpado pela morte de seus pais há doze anos ... Deixando ele e sua quatro irmãs sozinhos no mundo, vivendo de forma desumana nas ruas de Hong Kong. Com os olhos perdidos no oceano, Shoran viu o grande navio Arrow aproximar- se. Esperou por alguns minutos até ver a formosa noiva de Eriol aparecer no seu campo de visão...

Shoran sentiu o coração ficar apertado assim que viu as delineadas curvas da jovem. Como estava longe não pôde ver mais detalhadamente o rosto... Mas não se importou. Logo em seguida ficou bravo consigo mesmo, por sentir algo por uma estrangeira e o que era pior, por uma japonesa. Deveria odiá- la mais do que a seu noivo.

Porém não pôde deixar de sentir um desconforto quando a viu abraçar o inglês. O quê era inaceitável. Afastando o pensamento pouco produtivo de sua cabeça, Shoran analisou muitos bem os seguranças de Eriol, fazendo um perfil de cada um deles. Cada um tinha boa postura e a perícia de manejar bem uma espada... Mas eram burros e só serviam para abrir e fechar a porta da carruagem do almirante. Como faziam agora, ao abrir a porta para jovem japonesa e seu noivo entrarem.

Vestido com tradicionais vestes chinesas, o jovem Li saiu da escuridão que lhe envolvia e misturou-se no meio da multidão. Colocou um capuz negro, a fim de esconder o seu rosto de qualquer suspeita que lhe fosse atribuída, calculou bem a distância e num gesto de rebeldia e dissimulação se jogou na frente da carruagem já em movimento.

Shoran só ouviu os barulho dos cavalos assustados e em seguida o grito de um homem.

-Ei... Você ai?-um homem estrangeiro e corpulento gritou para ele, descendo da carruagem.-Ande logo, pois o lorde Eriol não pode esperar a sua boa vontade,seu chinês imundo.

-Levante... Levante, chinês desgraçado...-o homem fala rudemente, levantando ele pelo colarinho da roupa.-Você está no caminho...

Não acatando a ordem, o jovem faz cara de pouco caso. No fundo estava com uma enorme vontade de mostrar quem era o "chinês desgraçado" ali e com os punhos cerrados disse:

-Quem tem que sumir daqui é vocês, seus demônios do Ocidente!-ele vociferou.

O homem loiro a sua frente ficou lívido e depois vermelho de raiva. Ninguém... Ninguém iria chamá-lo de demônio. Porque antes disso mataria o desgraçado... É era isso que iria fazer naquele momento. Não iria deixar aquele chinês miserável escapar impune de sua rebeldia.

-Olha como fala comigo, seu macaco...-o loiro disse, jogando Shoran no chão e ao mesmo tempo dava um soco na barriga dele. Shoran tinha ordem explicitas de não reagir,deveria apenas observar os pontos fracos do segurança de Eriol. Pôde perceber que não seria tão difícil acabar com ele.- Eu vou te matar...

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Sakura Kinomoto olhava distraída para o mar, sentia-se infeliz... Aquilo não era o seu sonho. Ir para Xangai, China, casar-se com um jovem promissor almirante, que era o querido da rainha Vitória e que seu pai, o grande Fujitaka Kinomoto, admirava. Mas o xis da questão era de que não o amava e certamente jamais amaria. Era tão jovem... Por que tinha que se sacrificar, se casando com um ordinário inglês?

-Como você está,prima? - Tomoyo perguntou, preocupada.

-Estou mal... Não quero seguir o destino trilhado por meu pai.-ela murmurou triste.-O que faço, minha prima?

Tomoyo era sua prima de segundo grau, quase não tinha laços de sangue... Mas mesmo assim a considerava sua prima, e nada poderia separá-las. Já que sua prima era sua melhor amiga... De uma certa forma eram irmãs. Era ate engraçado que depois de tantos anos juntas, elas estivessem ali naquela cidade que de longe parecia bonita... Mas de perto deveria ser assustadora.

-Oh, querida... Como queria ser eu a estar no seu lugar...A prima disse apontando para a cidade, que já era vista em todos os detalhes.-Quem sabe o almirante Eriol... Seja bom e amoroso.

-Mas não é, Tomoyo... E isso que me apavora.-Sakura falou, apavorada.-Essa cidade é um barril de pólvora... há um grupo, determinado a matar todos os estrangeiros recebidos aqui... Tenho muito medo.

Tomoyo abraçou a prima. Odiava ver sua única parenta sofrendo por uma coisa que devia representar a felicidade para ela... Mas que no momento estava trazendo transtorno. Não que não tivesse medo de Xangai ou do poderoso e temido Eriol, é claro que tinha. Mas ainda tinha fé nela... Pois sabia que nem Deus e nem a virgem Maria deixaria algo de ruim acontecer com nenhuma das duas... Principalmente com a sua adorável prima.

-Você vai vê que nada irá acontecer...

-Deus te ouça, Tomoyo.-Sakura falou triste.

-Alguém já te disse... Que tenho uma ligação especial com o céu?-disse brincando.-saiba que eu tenho.

-Eu tenho certeza disso...

Tomoyo era católica desde criança e com o tempo foi levando Sakura para o cristianismo também. Era uma forma de fuga para os seus problemas... Já que Deus era tão milagroso e bom. Ninguém poderia duvidar da fé de ambas... Porque aquilo era indiscutível.

-Eu tenho um presente para você.-Tomoyo falou, tirando uma corrente de ouro do pescoço.-Esse amuleto vai trazer sorte...-disse, dando o pequeno amuleto em forma de cruz para ela.-E vai ser um símbolo de nossa amizade.

Sakura ficou emocionada com gesto mais que nobre da amiga. Pegou a corrente e logo a colocou no pescoço.

-Muito obrigada Tomoyo.-disse com lágrimas nos olhos.-Nunca irei me separar dela... Juro que não.

-Eu sei amiga...

Não ouve tempo para mais sentimentalismo, pois um do subordinados de Eriol entrou no déque. E com a arrogância de costume lhe informou sobre a chegada no porto de Xangai.

-Senhorita Kinomoto, deve estar pronta em cinco minutos para desembarcar.

-Estarei lá em dois minutos, lorde David.-informou com voz pomposa num inglês fluente.

Sem mais explicações o homem carrancudo saiu do quarto. Deixando Sakura aliviada por não contar mais com a presença de um espírito mal... Para não dizer negro. Tinha medo de que seu noivo fosse igual a David, cuja alma estava dominada pela arrogância que todos os ingleses tinham um pouco.

-Força prima...-Tomoyo sussurrou pegando o chapéu.

Sem mais palavras, Sakura se vira e pela última vez olha para os quartos tristes, onde estava a mais de um mês...De repente, sentiu uma brisa leve tocar os seus cabelos. Uma brisa que era chamada esperança, a mesma esperança que a faria lutar por algo melhor... O melhor seria fugir de Eriol. E se fosse preciso lutaria para aquele casamento não acontecer.

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Shoran se segurava para não partir para cima do homem a sua frente, daria muito na cara se mostrasse seus dotes marciais ali na frente de seu inimigo sem antes ter autorização da rainha-mãe Ci Xi, a grande deusa Dragão e a chefe do estado. Também não desobedeceria a pessoa que mais respeitava no mundo, seu chefe Chao Fu-tien, que foi a única pessoa que lhe estendeu a mao.

Começou a sentir o gosto de sangue na boca, se continuasse a ser espancado assim, certamente não tardaria a desfalecer ali. De repente sentiu uma luz iluminar o seu caminho, uma luz angelical... Sentiu o corpo ficar fraco ate perder os sentidos.

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-Largue-o, lorde David!-a voz de Sakura ordenou.-Ele desmaiou... E já não é um adversário para você.

Sakura sabia que pagaria um preço caro por defender aquele desconhecido, mas seu espírito já não agüentava mais ver o espancamento daquele jovem indefeso. Então contrariando as regras saiu na defesa do desconhecido.

-Não se meta nisso, senhorita...-o homem bufou.-Ninguém me xinga de Demônio e fica sem punição.

Sakura deu um passo para trás de medo do grandalhão. Era cristão e não deixaria aquele homem ser tratado assim como um lixo. Enchendo-se de coragem e determinação, Sakura ergue os bustos e falou.

-Por seu espírito cristão, por favor, tenha piedade desse espírito...

-É por Deus que todos os chineses tem que morrer.

Sakura sentiu nojo daquele homem, pois como ele poderia pensar que Deus queria a desgraça de um povo. Isso a deixou uma tanto transtornada. Com raiva tomou coragem e foi até o corpo do jovem estendido no chão.

-Senhorita,afaste-se dele... Ou eu terei que...

-Você terá que fazer o que?-perguntou determinada.

Não deu mais atenção para o lorde, tratou de colocar a cabeça do moço em seu colo, num gesto que não passou despercebido pela população local que admirada pelo gesto de coragem de Sakura parou para observar.

-Só sairei daqui... Depois que o jovem acordar...

Equipada com lenço,passou-o para limpar o sangue que escorria pelos supercílios de Shoran. Sabia que poucas pessoas faziam isso e sabia ainda mais... Que seu gesto deixaria o noivo irritado.

-Olha mocinha eu vou ter...

-Você que não encoste um dedo nela, lorde David.-Eriol descia de forma soberana da carruagem, com um ar desdém.-...Ou irá se arrepender.

Eriol sorria satisfeito ao ver que suas ordens foram acatadas. Pois não queria ver o sangue da jovem e preciosa Sakura. Ela lhe custara muito caro para ser destruída assim. Além de tudo seria um acidente de muito mau gosto se David matasse aquele homem... Não seria nada bom para as relações diplomáticas entre a China e a Inglaterra. Já era uma relação conturbada... Ainda mais depois da guerra do ópio... Onde muitos chineses foram mortos.

-Vá esfriar a cabeça... Não vale a pena brigar na rua.

Sakura não tirava os olhos do rosto do menino... Aliás, não era um menino e sim um homem. Que aliás era muito bonito. Nem havia percebido que Eriol havia saído em sua defesa. Na verdade não ser importava com nada a não ser com o corpo desacordado do rapaz mas logo percebeu que era puxada pelos braços poderosos de Eriol.

-Querida você já fez sua parte... E melhor irmos, e deixar ele aos cuidados dessas pessoas.

-Mas...

Não ouve tempo para tentar fazer Eriol mudar de opinião. Fora praticamente posta a força na carruagem. Sua única alternativa foi obedecer às ordens que lhe foram dadas. Sakura, triste, olhou para o lenço ensangüentado... E teve certeza que nunca mais veria aquele jovem novamente. Nunca mais veria o homem que mexera com seu coração.

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Shoran acordou com a cabeça pesada. Sentiu-se como se tivesse sido atropelado por uma manada de búfalos selvagens. O quê não era para menos já que havia sido praticamente espancado em praça pública. Confuso, Shoran ergue a cabeça e vê que estava num quarto estranho, em lugar estranho.

-Pelo visto o grande Xiaolang já esta recuperado.-uma voz poderosa saía do escuro.-Estava preocupado com você, amigo.

Shoran indentificou a voz como sendo de seu amigo Chao Fu-tien. Aquela casa deveria ser seu esconderijo em Xangai, já que ele vivia em Pequim.

-Como vai Chao?

-Melhor do que você.-ele falou sorrindo e sentando-se na cadeira posta ao lado da cama.-Como foi a missão? Descobriu algo de importante?

-Sim, que eu destruirei aqueles "demônios".-falou rancoroso.-Eu amassarei cada cristão que estiver na China.

-Contarei com você para isso.-Chao falou colocando a esperança toda nele.- Lutaremos até o fim por nossa rainha... E pela soberania de nosso povo.

-Botaremos todos os pecadores para fora de nosso país...

Shoran lutaria para ter um China melhor , sem os abusos do capitalismo selvagem, que a grande Inglaterra impunha. Lutaria e daria a vida por seus ideais.

-Qual será a minha próxima missão?-perguntou determinado.

-Terá que seqüestrar a noiva do almirante...

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Obs: SCC não me pertencem.