N/A: Bom, meu primeiro capítulo, espero que gostem.

Boa leitura!

Estava escuro. Nenhum som. Nenhum ruido. Nenhum misero feixe de luz podia ser visto. A escuridão era tanta, que não podia ver seus proprios dedos diante de seus olhos.

Não estava frio, nem quente. Não sentia medo, mas também não se sentia segura. Era tudo muito estranho, muito quieto. Estava confusa, sem saber o que fazer, sem saber como havia parado ali.

Aquela aflição começou a sufoca-la, como se tirassem todo o ar, tornando quase impossivel ressistir aquela morte inexorável.

E como um flash, pode ver.

No inicio não via nada. Era como um explosão de luzes que ardiam sobre seus olhos desacostumados. Aos poucos sua visão fora voltando a foco, identificando aquelas luzes como feitiços. Feitiços desparados em todas as direções, como um jogo de luzes. Diversas cores, diversos som. Mas antes que pudesse ver mais alguma coisa, fora coberta por uma manta e carregada pelos braços de um homem que não pode ver o rosto.

- Não - Pode ouvir o grito esganiçado de uma mulher - por favor, não.

E sem resposta as suas lamúrias, seu choro sufocado, fora a ultima coisa que se pode ouvir daquela mulher.

Com o ar preso em sua garganta, Elizabeth acordou sufoca. Estava suada, tremendo por entre os lenções. Mais um pesadelo. Estavam se tornando frequentes. Era sempre o mesmo, exatamente iguais, a escuridão, os feitiços e o grito daquela mulher.

Elizabeth não conseguia entender, era tudo tão confuso, por mas que ela tente compreender, nunca chega em uma resposta sensata. Então, acabou optando por acreditar, que era só uma resposta do seu sub-conciente a sua vida conturbada.

Já mais calma, Elizabeth levantou-se.

Ainda sonolenta, caminho até o banheiro. Ao se olha no espelho, viu novamente aquela aflição estampada nos traços de seu rosto. Estava cada vez mais dificil de esconder.

Ao lavar o seu rosto com água fria, já pode se sentir melhor. E aproveitando que já estava no banheiro, resolveu se banhar. A água morna sobre seu corpo a relaxava, dando espaço para uma nova sensação, ansiedade.

Faltava apenas um dia para o regresso a Hogwarts. Sentia falta da sua verdadeira casa. Era estranho dizer isso, mas para ela, Hogwarts sempre foi a unica casa que a aceitou da forma que ela realmente é. Lutou para muda isso, mas já não tinha forças, então deixou-se levar pelo inevitavel, se tornando a ovelha negra da familia.

Não que eles não a amasse, mas em alguns momentos lhe olhavam de uma forma estranha, como se não aquisesse ali. Era dificil lidar com aquilo.

Ao sair do chuveiro, Elizabeth já se sentia renovada, pronta para mais um dia. Ao secar seu corpo, pentiu seus cabelos, deixando-os caidos sobre seus ombros. O ruivo nunca foi seu preferido, mas combinava perfeitamente com seu tom de pele. Até com as pequenas sardas acabou se acostumando, chegando a acha-las até que bonitinhas. Mas o que gostava mesmo em si, era os olhos. Cinzentos como uma neblina de inverno, misteriosos como os ventos, indefinidos como um galáxia inexplorada. Eles conseguiam definir muito bem quem ela era. Impenetravel.

Ao sai do banheiro, deslumbrou o seu quarto.

O quarto branco, era decorado com moveis rusticos. Feitos de madeira escura, dando-lhe um ar arcaico ao ambiente. Não havia janelas, apenas uma sacada, na qual costumava ir para pensa. As cortinas pratiadas, flutuavam ao vento, refletindo o sol que lhe tocava. Apesar do sol seu quarto estava frio, e o vento não estava ajudando.

Sem ligar, foi apenas de toalha fechar as portas de vidro da sacada. Era engraçado até pensar que todos os seus vizinhos são trouxas e nenhum deles percebeu as coisas "estranhas" que acontece ali dentro. Sua sacada ficava de frente com a janela de um garoto. Nunca soube seu nome, mas pelo que parecia, ele já sabia tudo sobre ela, de tanto que ele a obsevava. Já havia reclamado, mas não adiantava nada. Quando se dava conta, lá estava ele a olhando de novo.

E como sempre, lá estava ele tentando tira mais alguma casquinha dela. Os metodos de espionagem dele estavam cada vez melhores, agora ele usa um binoculo, tornando a ousadia ainda mais abominosa. Ao perceber que ela estava o vendo, imediatamente se abaixou, fazendo Liza revira os olhos. E com um movimento só, fechou suas cortinas.

Seguiu até seu guarda-roupas, vestindo as primeiras roupas que vira - Uma blusa branca folgada e um short bege. Calsada em sapatilhas pretas, desceu enquanto prendia seu cabelo em um coque alto.

Ao chegar a cozinha, viu sua mãe já preparando o café.

- Bom dia - Disse Liza chamando atenção da mãe.

- Oi querida, levantou cedo - Disse Rose dando a volta no balcão que dividia a cozinha e a sala de janta.

Aquela que antes fora Rose Weasley, agora era conhecida como Rose Malfoy, mãe de três filhos e esposa de Scorpius Malfoy. A mulher era linda, deslumbrante em tudo que ousava fazer. Com os cabelos cortados na altura dos ombros, ela passar uma seriedade e uma confiança que só essa mistura de familias poderia forma. Sua simplicidade e humildade era algo que só um verdadeiro Weasley poderia ter. Mas sua firmeza e bravura fora sendo formada conforme o tempo, o que deu a ela um belo equilibrio. Sua aparencia jovem, dava serias duvidas de sua idade, dificil até de dizer que ali, estava mãe e filha.

- É, acordei bem disposta hoje - Mentiu.

- Entendo - Disse Rose percebendo o desanimo em suas palavra - Seu pai foi compra os alimentos para janta de hoje, convidamos os Potter's e os Weasley's para o janta de despedida.

- Hmm - Esclamou Liza, enquanto comia uma uva - ok, estarei pronta quando eles chegarem.

Mas na verdade não estava muito animada com essa notícia, nunca se sentia avontade diante da familia toda. Eram tão diferentes de si, era estranho está naquela atmosfera familiar e não se sentir parte dela. A unica pessoa na qual se dava bem, era o seu avô Draco. Diferente de todos ele conseguia a compreender, era um ótimo amigo, um ótimo conselheiro.

- O avô Draco vai vir? - Perguntou Liza comendo mais uma uva.

- É provavel que sim, - Disse Rose já a deixando mais animada - seu pai o chamou, ele não disse que vinha, mas falou com mais covicção.

- Ok, espero que ele venha - Disse pegando mais uma uva.

- Eu também - Disse Tyler.

Tyler é seu irmão mais novo. Com quinze anos já tinha todos os traços de seu pai. Os cabelos loiros, o rosto masculo de maxila largo e as covinhas. A unica coisa que os faziam acreditar que ele era mesmo filho de Rose, era os olhos azuis celeste, pois até na personalidade havia puxado ao pai.

- Bom dia, filho - Disse Rose sorrindo.

- A Barbie acordou - Disse Liza em um tom brincalhão.

- Oi, cabeça de fogo - Disse Tyler rindo - caiu da cama foi?

- Ó, meu caro amigo, quem tem tendencia a cair da cama aqui não sou eu - Disse Liza rindo.

- Ou, ou, isso só aconteceu uma vez - Disse Tyler fazendo Liza levanta uma sombrancelha - esta bem, talvez duas, três...

- Eu tenho dó de quem casa contigo, coitada, vai acorda toda roxa - Disse Liza rindo enquanto pegava mais uma uva.

- Há,há, há, muito engraçado - Disse Tyler enquanto caminhava em sua direção.

- Eu sei, eu nasce para ser piadista - Disse Liza enquando comia a uva.

- Que pena que esse dom não da futuro, baixinha - Disse Tyler empurrando Liza para o lado no balcão com o ombro.

Elizabeth sempre soube que era baixinhinha, mas do lado de Tyler, se sentia invisivel. Ele tinha uns 15 centimetros a mais do que ela, era humilhante. Se sentia um doende ao seu lado.

- Há, há - Disse Liza dando um tapa em seu ombro, pegando mais uma uva.

- Ou deixa uva para as outras pessoas - Disse Tyler vendo Liza comer mais uma uva - te garanto que essas não são as ultimas uvas do mundo - Disse Tyler, rindo depois de Liza mostra a lingua em um gesto infantil.

- Ok, estou indo, vou resolver uns negócios - Disse Liza pegando uma última uva e caminhando em direção as escadas - Aproposito, - Disse Liza se virando novamente para os dois presentes - aquele moleque tava me vigiando de novo. Não sei, eu acho que contratei um segurança e não sabia.

- Esse moleque esta me irritando, qualquer dia vou pega ele. Vou da um susto nele quando ele tiver no chuveiro, pra ele sair correndo peladão achando que tem um ladão - Disse Tyler fazendo Liza rir.

- Não, você não vai fazer nada - Disse Rose o olhando de cara feia - eu vou fala para seu pai, ele vai da um jeito nisso.

- Espero que sim, porque já é a terceira vez que ele vai lá e nada se resolve - Disse Liza subindo em seguida.

Ao chegar em seu quarto, Liza foi direto para sua escrivaninha. E com uma pena e um pergaminho, escreveu.

"Me espere na entrada da estação."

Sem almenos assinar a carta, guardou-a no envelope. E com essa simples frase, Liza entregou o envelope a coruja. E mesmo sem Liza dizer qual era o seu destino, a coruja soube para onde ir. O de sempre.

E com um suave bater de asas, Elizabeth perdeu-a naquele imenso horizonte.

N/A: E ai, o que acharam? Reviews?

xoxo

Quione Grey