Amor materno

Casal:Sasuke e Hinata

Tema: Suspense, sobrenatural e romance *-*

"flasback"

Aviso: Naruto não me pertence (obviamente ¬¬') mas o Gaara é meu e ninguém tira! Ò.ó9

Dedicado à FranHyuuga n.n

Capítulo 1: O orfanato

"- Hinata, minha irmã, você tem que superar isso! – dizia Hanabi pelo telefone

- Você não entende... – insistia a Hyuuga

- Claro que entendo... Escuta só isso...

Hinata estava deitada na cama de casal que um dia dividiu com alguém. A chuva caía forte lá fora, e o que iluminava o quarto de grandes janelas com cortinas lilases, era os relâmpagos, que brilhavam com mais intensidade do que o normal. Era difícil viver sozinha. Não pelo fato da casa se encontrar isolada a meia hora da cidade, entre um bosque de frente para uma estrada semi-deserta, mas porque Hinata já aprendera a viver com seu amado... Ouvir sua voz grave lhe acordar com um sussurro de manhã, tomarem juntos o café... E o mais difícil é que, com a separação não veio à distância. Muito pelo contrário, pois a Hyuuga trabalhava na mesma ala médica que seu ex. Era a médica auxiliar e Sasuke, o médico chefe. Foi assim que se conheceram e acabaram se casando dois anos atrás, depois de mais dois de namoro. Hinata não tinha estômago para vê-lo, muito menos estômago para ouvir a irmã o xingando de todos os nomes possíveis. Virou seus olhos perolados para o criado mudo de uma só gaveta. Nele havia um abajur e uma foto de Hinata e seu ainda amado. Fora a única coisa que restara dos dois: a foto do casamento. Hinata com um lindo vestido longo e branco, com um leve bordado de pérolas e Sasuke com um terno preto. Os dois sorriam felizes. Sasuke segurava sua cintura com uma mãe enquanto sua outra apanhava com firmeza a mão fina da noiva, como se fosse impedir que ela fugisse. Fora a melhor foto que o amigo Uzumaki Naruto poderia ter tirado, pois os pegaram de surpresa. Seus pensamentos foram cortados pela voz de Hanabi que lhe chamava:

-Hinata! Hinata! Tá me ouvindo?!

- Hã? O que dizia mesmo?

- Estou ficando preocupada com você... Se sente sozinha não é?

- Como sabe? – perguntou estranhando a adivinhação da irmã mais nova

- Você me disse isso ontem – a Hyuuga mais velha percebeu chateação em sua voz – Ei, tive uma idéia: porque você não adota um cachorro?

- Adotar...? – pronunciou pensando em uma possibilidade

-Isso! Aquele seu amigo Kiba, ele não é veterinário? Deve ter um mundo de cães para doar e... – foi cortada

- É isso Hanabi! Vou adotar uma criança!

- Criança? Não! Eu disse um cachorro, não uma criança. Hinata?

- Tchau Hanabi! – despediu-se num tom de felicidade antes de desligar o telefone

No dia seguinte bem cedo, antes de seu expediente, Hinata fora no escritório de sua amiga e advogada. Pegou o carro e seguiu pela avenida principal que, antes das oito horas, estava praticamente vazia. Passou por um parque com alguns balanços, uma gangorra colorida e canchas de areia. Ficou imaginando uma cena ali, ela e a criança que estava por adotar... A última vez que esteve animada assim, fora no dia em que Sasuke pediu-a em casamento... Mas isso já era passado, agora ela iria ser mãe. Oh céus, mãe! Esse sempre foi seu sonho e agora, estava há apenas uma conversa de distância. Avistou então o alto edifício luxuoso ao qual sua amiga trabalhava. Estacionou o carro e foi direto para a recepção, assinando um papel de visita com seu nome e hora em que chegou, pegando um crachá de acesso aos serviços. Entrou no elevador. Nele tinham várias plaquinhas de bronze com o nome e função de cada profissional. No topo estava escrito "Prédio B". Desceu os olhos e viu a plaquinha que dizia: " Matarashi Tenten – advogada". Andar 43, porta 1.348. Depois de alguns segundos, lá estava Hinata em frente à porta da advogada. Bateu duas vezes e ouviu a voz animada de Tenten pedindo que entrasse:

- Hinata! – exclamou surpresa

O escritório de Tenten era igual aos outros escritórios de qualquer advogado. Uma janela grande com persianas beges, um computador em cima da escrivaninha de carvalho envernizado com vários papéis, um bloco de notas e um suporte com vários lápis e canetas. Mais para o canto do recinto, havia uma estante repleta de livros jurídicos. No outro canto, um grande abajur e uma poltrona reclinável. Mais perto da porta, um frigobar a disposição da advogada. Uma porta discreta ao lado com um banheiro. A cor do recinto era amarelo-claro. Tenten usava um conjunto de saia que ia até os joelhos, uma blusa social branca e o terno feminino, na cor azul-marinho. Meia calça da mesma cor e um par de sapatos sociais. Óculos para leitura na ponta do nariz e maquiagem leve. Para quebrar a monotonia que o trabalho causava, a jovem prendia seu cabelo num alto rabo de cavalo. Amava sua profissão e sempre o executava com alegria:

- Olá Tenten – cumprimentou com um sorriso doce

- Fiquei surpresa quando a recepcionista me disse que estava aqui. Aconteceu alguma coisa? A audiência de separação é só sábado... – ela levou-a a uma cadeira em frente à sua escrivaninha

- Não é sobre a separação de que vim falar...

- Não? – olhou-a intrigada. Por de trás dos óculos suas sobrancelhas se ergueram num arco

- Eu... Queria saber se posso adotar uma criança – disse num fôlego só

- Adotar uma criança? – perguntou num tom surpreso

- É... Será que... Você poderia me ajudar? – o pedido de Hinata soava como suplicia

Tenten tirou os óculos, fechou o livro antes aberto e o guardou numa gaveta. Olhou para a amiga e perguntou:

- Hinata, sei que não é disso e não quero que me leve a ma,l mas... Está fazendo isso com intenção de preencher o vazio que sente?

- Não! Quero dizer... Sim. Mas é o vazio que sinto por não poder ser mãe! – explicou rapidamente – Você sabe que nunca pude ter filhos...

- Acredito em você... – ela fechou os olhos por uns momentos, como se estivesse pensando – Olhe Hinata, adotar uma criança é um processo um pouco demorado... Algumas pessoas levam até dois anos para conseguirem uma entrevista com o assistente social.

- Sei disso...

- Bom... No seu caso, não sei se demorará muito. Você tem condições de se sustentar sozinha, um ótimo emprego e fixo, o que é mais importante, é uma pessoa com bastante influência... Agora, se você tiver em mente adotar uma criança de até dois anos o processo fica muito longo e...

- Não! Eu quero adotar qualquer criança, não me importo com a idade... – justificou-se

- Nesse caso... – Tenten levantou-se da cadeira – Posso começar hoje mesmo a procurar um assistente social e um orfanato

- Oh Tenten, muito obrigado! – abraçou-a – Você não sabe como me fez feliz... E não precisa me dar sua palavra, já a tenho comigo

As duas se despediram e Hinata foi direto para o trabalho. Durante todo o expediente, seus colegas estranharam a animação de Hinata. Ser um médico exigia sangue-frio e estômago para perder possíveis pacientes. Mas sua alegria naquele dia, fez com que as pessoas esquecessem que aquilo era um hospital e alegrou até mesmo quem esperava para ver o ente querido. Na hora do almoço, Hinata se sentou numa mesa ao lado da parede de vidro, o que proporcionava uma linda visão da rua lá fora, do movimento. Nem percebeu quando alguém sentou em sua frente com uma bandeja parecida com a dela:

- Está muito animada hoje. Isso se deve ao fato da audiência sábado? – perguntou a voz grave

- Não Sasuke... – disse ela com um leve sorriso e a face ruborizada – É que eu... Resolvi adotar uma criança

- Ah é? – perguntou com uma das sobrancelhas erguida, enquanto sorvia um gole de café – E por que isso agora?

- Você sabe que eu sempre quis ter uma família... – disse olhando fixamente para seu prato

- Essa família vai ficar meio desfalcada não? – debochou. Hinata levantou-se e saiu de perto dele, em direção ao corredor. – Ei Hinata, eu estava brincando... – mas ela não olhara para trás. – Eu me odeio – pensou enquanto terminava seu rápido almoço

Terminado o expediente exatamente às onze horas da noite, Hinata bateu seu cartão na recepção. Antes que pudesse pegar seu sobretudo marrom-claro no cabideiro, Sasuke veio correndo em sua direção. Ambos não tinham plantão na terça-feira:

- Hinata, quero me desculpar por hoje... Não queria te magoar

- Mais do que maguou? Impossível Sasuke – disse enquanto apanhava o sobretudo – Adeus – e com passos rápidos ela foi em direção à garagem.

Estava no segundo piso inferior. Justamente agora em que ela estava precisando deitar em sua cama e esquecer-se da conversa com Sasuke o carro não pegava. Somente agora ela estava sentindo o frio que o fim do inverno trazia. Sua respiração congelava no ar. Tentou mais uma vez virar a chave, mas a gasolina não existia mais. Culpou-se por não ter passado no posto local... Abaixou sua cabeça e encostou a mesma no volante de couro do automóvel. Ao seu lado, uma voz perguntou:

- Está tudo bem? – ela virou a cabeça para fitar Sasuke

- Para falar a verdade... Não. – ela sorriu divertida – A gasolina acabou...

- Quer carona?

- Não, eu posso pegar o metrô – ela abriu a bolsa, mas havia deixado a carteira em casa – Ou talvez... Andar. Caminhar faz bem para a saúde

- Nesse frio? – ele riu – Vem que eu te levo...

Com grande relutância a Hyuuga desceu do automóvel e seguiu-o até seu próprio. Quem olhasse pensaria que ela estava indo tranquilamente, mas seu corpo pesava para segui-lo e sua consciência gritava um alto e sonoro "Não!". Ora, de que adianta a consciência falar "não" se o coração diz "sim"?

No caminho nenhum dos dois disse nada um ao outro. O silêncio era terrível. Como Hinata queria tirar suas dúvidas aflitivas com Sasuke... Perguntar-lhe o porquê de tudo aquilo... Mas adiantou-se em ficar quieta. Na falta de coragem, o silêncio era a solução. Chegaram enfim em frente à casa que um dia fora dos dois. Hinata apanhou a bolsa e saiu do carro. Antes que pudesse fechar a porta, ela agradeceu a carona. Bateu a mesma e seguiu em direção à varanda. Dado dois passos, Hinata pronunciou:

- Sasuke... – e virou-se para fitá-lo. Ele olhava-a atentamente

- Sim?

- Eu... – respirou fundo e fechou os olhos- A que horas é a audiência sábado?

- Ah... Duas e meia

- Certo. Obrigada. – acenou com a mão uma despedida e entrou em casa. Fechou a porta e encostou-se nela. Pôde ouvir o carro de Sasuke acelerando e se afastando. A Hyuuga bateu a cabeça contra a porta e foi escorregando até encontrar o chão. Culpou-se pôr não ter coragem para dizer a verdade... De repente o telefone toca e ela se vê obrigada a se levantar a tendê-lo com uma voz quase muda:

- Alô?

Hinata? Aqui é a Tenten...

Mal sabia a Hyuuga que a partir daquele telefonema, sua vida mudaria completamente..."

Hinata lembrava-se desse dia claramente. Havia seis meses que ela decidira adotar uma criança e a hora tinha chegado. Estava na entrada do Orfanato Santo Anjo, dirigido por freiras. Tenten ao seu lado, para conversar com a madre superiora. Ela olhava com atenção a entrada do local. Ela ali encontraria um filho e uma criança encontraria nela uma mãe:

- A melhor mãe do mundo! – pensou encorajando-se

- Não vai entrar? Aí dentro um futuro Hyuuga lhe espera... – sorriu a colega.

Com passos calmos, ela adentrou a casa. Era enorme e muito bem organizada. No pátio florido, todas as crianças brincavam e conversavam com outros casais, conquistando assim o carinho deles. Hinata fez questão de se preparar, duas horas antes de sair de casa. Escolheu uma calça cinza e uma blusa social de botões branca com o cabelo preso por um rabo de cavalo médio. Quando faltavam cinco minutos, ela soltou os cabelos, colocou um vestido azul de corte reto e abotoado e calçou um par de sapatilhas brancas. Se quisesse passar uma boa imagem, que não fosse de uma pessoa severa. Ali estavam várias crianças, mas nenhuma chamava atenção da Hyuuga. Depois de quinze minutos sentada num banco sozinha, ela olhou ao seu redor e percebeu uma porta aberta. Curiosa, ela entrou. Tinha um corredor branco cheio de adesivos e figuras coloridas. No fim do corredor uma escada. Ela subiu a escada de madeira lentamente, tomando cuidado para que não rangesse. Encontrou ao fim da mesma várias portas de quartos, muito bem arrumados e coloridos, com bonecas, ursos de pelúcia e livros. Olhou para trás e achou não ter mau nenhum em conhecer o local. Andou algumas portas adiante até ver uma garotinha de seis anos, sentada numa cama. Hinata entrou no quarto e disse suavemente:

- Olá? – a garotinha virou os olhos num tom de verde escuro para olhá-la – Tudo bem?

- Tudo – respondeu timidamente. Os cabelos curtos na orelha fizeram Hinata sorrir ao se lembrar da infância. Mas diferente dela, a menina tinha a pele de um tom dourado como o trigo. Abriu seu mais belo sorriso e perguntou a menina:

- Qual seu nome?

- Hana...

- Muito prazer Hana, meu nome é Hinata. O que faz aqui sozinha? Não deveria ter ido com as crianças lá pra baixo?

- Não quis...

- Por quê?

- Porque eu estava brincando... – Hinata percorreu com os olhos pelo quarto vazio

- Com quem?

- Com a minha boneca – ela apontou para uma boneca de pano em cima da cômoda cor-de-rosa – Mas ela não veio me procurar...

- Estavam brincando de esconde-esconde? Eu adorava quando era pequena...

A menina olhou para Hinata que lhe sorria como se um anjo fosse. Encabulada, ela se aproximou e apanhou a delicada mão da Hyuuga. Depois, olhou em seus olhos e timidamente perguntou:

- Você quer brincar?

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Nhá... Esse foi o primeiro capítulo da minha new FIC SasuHina.

Espero que gostem ^^"

Dedicado à FranHyuuga como já disse. Ela é uma super amiga minha e também uma super escritora que sempre me tratou muito bem, com a delicadeza de uma flor...

Só espero que ela goste da FIC O_O"

Aguardo comentários (se forem do gosto de vocês n.n")

Beijos a todos!!!