A TARDIS chacoalhava, balançava e remexia, como sempre. O Doutor apertava botões aleatórios, percorrendo om painel central com os dedos, acionando alavancas aqui e ali, acelerando sua TARDIS no espaço infinito com olhos marejados e vagos, lembrando dos que acabaram de ficar para trás.

"Não posso ter o luxo de olhar para trás, não mais" ele murmurou. "Não agora"

A TARDIS grunhiu, e o Doutor sorriu.

"É, somos somente eu e você, sexy, minha velha amiga."

Ela respirava vagarosamente, tentando aproveitar ao máximo cada inspiração. Movia-se o mínimo possível. Ela não sabia onde estava, porém, o lugar lhe parecia familiar. Mas a pergunta era, quem era aquele homem incomum? Tinha grandes chances de que ele fosse seu sequestrador, com essas bandidagens sendo tão comuns nos dias de hoje. Ela se encolheu enquanto o homem olhava em sua direção.

Se ele fosse seu sequestrador, ele saberia que ela estava ali, mas ela preferiu não se arriscar. Pensou em modos de dar um fim nesse homem estranho, fazendo estratégias usando as poucas aulas ineficazes de auto-defesa que tivera as seus quinze anos. Ou então apelaria para o clássico chute nas jóias. Mas antes que conseguisse pensar em qualquer coisa viável, escutou a porta se abrir, e viu o homem de gravata borboleta sair.

Esperou um tempo que considerou suficiente, e andou calmamente até a porta, hesitando para abrí-la. A porta, que estava um pouco emperrada, abriu depois de algumas tentativas (e muita paciência, o que trouxe de volta toques inquietos da infância). Pela fresta, observou que o homem já estava fora de vista, e julgou seguro tentar uma fuga. Não tinha exatamente um plano além de correr por sua vida, mas essa podia ser sua única chance.

Quando pisou no chão, ela gritou. A grama, não a garota. A garota soltou um grito abafado depois de ouvir a grama gritar, porque, convenhamos, não é nada normal. Ao perceber isso, seu olhar lentamente foi atraído para o alto. Tão lentamente, que o espanto foi gradual: Pequeno ao ver que o céu era púrpura. Médio ao ver que havia rios no céu. Grande quando viu as montanhas de cabeça para baixo, bem acima de sua cabeça. Com tamanho espanto, ela se apoiou na porta da sala estranha com uma mão, e se virou para apoiar a outra. Nesse ponto a escala de espanto foi a Supreendentemente Impossivel de Acreditar Mesmo Nos Meus Sonhos Mais Loucos. A estranha sala onte ela estava, na realidade, estava contida em uma pequena caixa azul. Uma cabine de polícia dos anos 60 de Londres. Entrou e saiu da cabine misteriosa repetidas vezes, e a contornou também. Ao constatar que era realmente real, em um colapso nervoso, saiu em disparada, sem direção.

O Doutor olhava ao redor, notando algo de diferente. Não havia leituras estranhas de sua sônica, nem coisas no canto do olho. Ele só tinha uma sombra, e nenhum "Exterminar" ecoava no campo. Mas ainda sim, havia algo lá.

Ele andava calmamente, prestando atenção em todos os detalhes, girando em seus calcanhares, esperando um ataque surpresa a todo momento. Estava alerta e a saudade repentina havia passado.

Não havia som além dos gritos da Grama Resmungona. Um nome meio estúpido, mas apropriado. 'ouch, yenks, ouch, yenks' de novo e de novo. Por vários minutos isso se repetiu até que finalmente ele escutou um ritmo além do seu. 'ouchyenksouchyenksouch- yenks', o ritmo rapidamente se aproximava: alguém corria em sua direção. Quando pareciam a ponto de colidir, o segundo ritmo cessou. O Doutor ficou em silêncio, esperando que recomeçassse, mas o silêncio se manteve. O Doutor voltou a andar. Uma grande construção se erguia a sua frente.

Ela tropeçava, seu Converse apertava, pois era novo. Tinha se arrependido de estar usando sua blusa do Oasis, ela era quente demais. Bem quando ela havia cansado de correr, viu ao longe uma enorme construção e, de repente, a grama parou de gritar. Ela andava sobre uma grama diferente, de um tom sutilmente mais escuro. Grama morta. A grama estava seca, amassada. Como qualquer fã de Agatha Christe sabe, grama morta, é grama remexida. E grama remexida indica pessoas. Ela seguiu o caminho a risca, e ele a levou para uma grande parede em branco. Essa parede não era oca, constatou. Era sólida, e não parecia ter portas. inspecionou cuidadosamente, passando os dedos pela maior parte de sua extensão. finalmente, seus dedos sentiram um depressão, e ela foi olhar de perto a pequena cicunferência que ressaltava da parede. Respirou fundo e apertou o círculo camuflado.

Uma após a outra, várias portas se abriram. Sete, no total. Silenciosamente, ela entrou.

Ele se aproximou da construção, que não possuía janelas ou portas. Retirou sua sônica, e fez uma leitura do local. Havia algo estranho lá, pois ela não percebeu nenhum sinal de tecnologia. Isso podia significar duas coisas: ou o local fora abandonado há muito tempo, ou sua tecnologia estava muito bem camuflada: com um filtro de percepção extremamente forte, o que implicava alta tecnologia. Alterou a função de sua sônica, e fez uma nova leitura - agora sua sônica, adaptada ao filtro de percepção, captava leituras frenéticas. Era como se todo o lugar - de mais de 5 quilômetros de diâmetro - Fosse um supercomputador, ou pior, um robô.

Procurou loucamente uma entrada, e depois de muita procura, finalmente sua sônica encontrou o botão de uma das portas de entrada. Ele correu para dentro do dispositivo, reconhecendo a tecnologia utilizada.