Disclaimer: Não é nada pertença minha. Os personagens pertencem a J. e o poema no qual me baseei, "Carpe Diem" é de Ricardo Reis.

Nota: Escrita durante um delírio criativo enquanto lia Ricardo Reis. Considerem que a Narcissa é da idade do James. Considerem que Lily e James casaram em 1980. Gostaram? Review!

" Grimmauld Place, Londres, 1979

James,

Um dia confesso que entraste pela minha vida e mudaste tudo em mim.

Fizeste-me rever todos os meus conceitos. A qualquer uma destas horas, juro que uma hora foi o bastante para ficar com a sensação que te conheci a vida inteira tão bem ou melhor que a mim mesma. A qualquer momento, digo-te que um instante foi o que bastou para gravares a fogo a minha alma.

Isto foi um sentimento de tudo e nada no infinito de nós os dois. Isto é quem és: um estranho para mim. Dói-me só de te saber tão diferente, tão distante de mim, de nós. Este é o dia. Esta é a hora. Este é o momento. Isto foi tudo o que foste e o que fomos (foste tanto e foram tantas as coisas). É tudo. E é tão pouco no meio do que fomos e do que poderíamos ter sido.

Narcissa Black "

Um dia os pais de James morreram. E Lily Evans entrou na vida do James. A uma hora qualquer, nasceu o filho de James, o filho que nunca conheceria o pai. Porque Draco era dele, tanto ou mais do que Narcissa tinha sido. Como poderiam dizer que era de Lucius…se tinha tudo de James e de Narcissa naqueles olhos cinzentas, naquele porte, na arrogância e no sarcasmo, na rebeldia velada, no medo e na coragem…até na lealdade aos seus, em especial ao irmão. E no sorriso. O sorriso dele, o verdadeiro sorriso dele, era o de James. Num momento, James morreu. Nunca soube o que poderia ter sido. Se ela tivesse tido coragem. Se ela tivesse batido o pé. Se ela tivesse seguido o conselho de Sirius.

Naquele instante, o homem de cabelos pretos deixou cair uma lágrima no pergaminho. A mesma caligrafia bonita surgiu de novo:

"Amo-te. Apesar de tudo. Acima de tudo. Sobre tudo. Tanto quanto ao nosso filho. Colhe o meu amor, porque és ele."

Mais uma vez, o homem de cabelos pretos chorou por aquela família perdida. Por tudo o que não foi. Pelo tempo que James não teve para poder simplesmente, ser.

Mais uma vez ainda, o homem chorou também pelo que ele, com a sua existência tinha tirado a alguém.