Conversation of daddy and son

– Oi Teddy – disse tio Harry enquanto eu passava, de cabeça baixa, na frente da porta de seu escritório.

– Oi tio. – Fui obrigado a parar.

– Ahn... Será que você poderia vir aqui um pouquinho? – Ele me olhava preocupado.

– Claro – eu disse entrando. – Aconteceu alguma coisa?

– Bem... – ele parou de ver uns papeis que estavam em cima da mesa. – Aconteceu sim.

Ele falava com uma voz séria.

– O que? – eu me desesperei. – O que houve? Foi a Lily? O James? Albus? Tia Ginny?

– Calminho garoto – ele sorriu. – Não aconteceu nada com eles, graças a Merlin.

Eu relaxei em uma poltrona em frente a sua mesa.

– O que aconteceu então?

– Você – disse ele.

– O que tem eu? – eu estava confuso.

– Você anda triste, Teddy – ele esclareceu. – Não gosto de te ver assim. Tem alguma coisa pra me contar? Quer desabafar?

Na verdade tinha. Tinha uma coisa que estava me incomodando. Uma coisa que não era certa.

– É, tem sim – disse.

– Continue – me encorajou, sorrindo.

– Tem uma garota. – Os olhos dele brilharam. – Ela é linda e...

E o que? Eu não poderia continuar.

– Ah, meu garotão! – ele estava feliz, radiante. – Quem é ela? Eu a conheço? Espera, você disse que ela é linda. Beleza em que nível?

Com essa eu tive que rir.

– Nível veela, tio, nível veela.

O sorriso dele se alargou ainda mais.

– Continue, continue.

– Ér, bem, ela é simpática, inteligente, doce, radiante como o sol, os cabelos dela são de um vermelho intenso e...

Ok, Teddy Remus Lupin, você já foi longe demais.

– Vermelho, é? Uma Weasley então, se eu estiver certo. O que mais?

– Mais nada, tio Harry, não é importante – eu disse apressadamente.

– Sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe Teddy? – ele me lançou um olhar intenso, esperando que eu continuasse.

– É claro que sei – desconversei.

– Tudo bem então. – Ele baixou os olhos, estava chateado. Parecia estar achando que havia ultrapassado os limites. Que não desempenhou bem o seu papel de pai substituto.

– Ahn, eu tenho que ir – falei sem jeito.

– Sim, sim, claro – ele disse vagamente, não me olhando, voltando a mexer nos papeis. – Tchau. – Tchau tio.

Sai e fechei a porta, voltando ao corredor do segundo andar da mansão dos Potter. Que ótimo, Teddy, mas que ótimo. Pensei. Parabéns. Você conseguiu magoar a única figura paterna que conhecera.

O que eu realmente preciso, nesse momento, é do meu pai. Que vergonha, eu, com 28 anos e quero meu papai.

Mas, como se pode ter uma conversa de pai para filho, sobre garotas, justamente quando a pessoa que você considera um pai é o pai da garota por quem você está apaixonado?