Tempos de Escolha

Nota da autora: Já faz muito tempo que eu penso em escrever uma fic dos marotos. Mas todas as idéias pareciam comuns e insossas. Quanto a esta fic, eu tenho um bom pressentimento. Embora não tenha tudo escrito, minhas idéias são muitas, e garanto desde já que a fic será absurdamente longa. E não estou exagerando.

Antes de começar, é preciso fazer algumas observações:

(1) Algumas datas podem estar erradas. Como a idade dos parentes do Sirius, por exemplo. Não é nada gritante e não irá prejudicar a história, a não ser que você seja um daqueles leitores chatíssimos que adoram perfeição nos mínimos detalhes.

(2) Essa fic é dividida, basicamente, em duas partes. A primeira é mais "light" – por falta de palavra melhor -, meio focada num humor sutil e no, é claro, romance que todos amamos. A segunda parte é mais séria, e foquei na guerra que se iniciava e nas escolhas que os marotos e as pessoas com que eles conviveram tiveram que fazer. Embora não pareçam se relacionar, a primeira é essencial para a segunda!

(3) Há muitas personagens novas, afinal não poderia escrever um ano em Hogwarts com apenas os marotos, a Lily e o Snape. Inventei uma porção de personagens e espero que eles sejam tão agradáveis aqui quanto na minha mente. Se acharem que os reconhecem, logo aviso: quase todos foram inspirados em pessoas que, de fato, conheço. Troquei nomes e detalhes, porque tenho medo de ser processada XP

(4) O primeiro capítulo tem uma importância mínima, e os outros capítulos são tããão diferentes dele que poderíamos considerar que são de histórias diferentes. Mas, apesar de mínima, há importância.

(5) Qualquer outra coisa eu falo nas outras notas da autora. Espero que gostem de ler tanto quanto gostei de escrever. E, please, deixem reviews!!!

I.

Sirius Black observou a eficiência com que sua mãe se moveu assim que um dos elfos escorregou na capa de um convidado ilustríssimo, quase derrubando o cavalheiro no chão. Se o elfo em questão não fosse tão insuportável e fofoqueiro, Sirius ousaria partir em defesa da criatura. Mas Monstro, como o nome bem indicava, não merecia de Sirius nada mais do que uma risada discreta e um "Bem feito".

Sua mãe, aquela que desejava que tudo na festa de sua adorável sobrinha estivesse impecável, puxou o elfo pela orelha e sumiu com ele num dos corredores. E Sirius, mesmo com a música alta, poderia adivinhar o que ela dizia, afinal, o discurso que se encarregava de humilhar os elfos domésticos nunca mudava. Era o mesmo desde que Sirius se entendia por gente.

Rolando os olhos e se aproximando de uma de suas primas, Sirius se permitiu sorrir com sinceridade pela primeira vez naquele dia:

– Andrômeda – exclamou, abrindo seus braços de forma exagerada, num pedido silencioso para que ela o abraçasse –, minha prima querida!

– Sirius – disse Andrômeda com a voz divertida, abraçando-o pela cintura, e dando-lhe um beijo estalado na bochecha –, meu primo interesseiro!

– Ai – murmurou ele, retribuindo o abraço –, você magoa meus sentimentos assim, Andie. Não sabia que podia ser tão fria – e suspirando, teatralmente, completou: – Estou bastante decepcionado.

Andrômeda somente riu como costumava fazer sempre. Era a única dos Black que possuía a capacidade de rir com tanta facilidade. Por isso, talvez, Sirius a achasse a mais agradável entre as primas. Bellatrix, a mais velha, dificilmente sorria e, quando o fazia, era por estar debochando de alguém. Narcissa, a do meio, sorria somente quando queria conquistar alguém com seus dentes branquíssimos e sorriso perfeitamente superficial.

– Sirius, Sirius – Andrômeda começou, fitando o primo com grandes olhos castanhos –, estou preocupada com o que será de você agora que não mais estarei em Hogwarts para proteger você.

– Andie – Sirius riu, tomando a prima pelo braço e levando-a até a pista de dança improvisada, aonde alguns casais dançavam uma música lenta que pretendia ser romântica –, você não me protegia. Você protegia os outros de mim!

Andrômeda jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada, levando as mãos até o pescoço do primo e o deixando conduzi-la entre os casais.

Antes que Andrômeda tivesse o tempo para concordar e fazer algum comentário, um grito histérico foi ouvido entre as notas musicais e todos se viraram para a porta da cozinha, de onde viera o berro nervoso e já conhecido da Sra. Black.

Logo após o berro indecifrável, outro pode ser ouvido pelos convidados:

SIRIUS BLACK!

Foi o suficiente para todos os olhares virarem para o par no centro da pista.

– Sempre eu – Sirius sussurrou para Andrômeda, enquanto a prima suspirou pesadamente, se perguntando o que seria daquela vez – Estou lhe dizendo, Andie: ela me persegue.

Afastando-se de Andrômeda, Sirius caminhou lentamente até a cozinha, ignorando todos os olhares em si e andando como se tudo que fosse fazer fosse buscar um mero copo d'água.

Sua mãe, de fato, parecia persegui-lo. Tudo que acontecia de errado naquela casa – e às vezes até no mundo – parecia ser culpa de Sirius. E o mais frustrante era que nem sempre a culpa era, na realidade, dele. Há muito tempo, porém, Sirius havia desistido de contradizer o que a mãe dizia. Ele assumia a culpa de tudo, pois sabia que isso irritaria mais ainda a mãe. E se havia algo que Sirius amava era justamente irritar a irritável Sra. Black.

Abrindo a porta sem urgência para saber o que ele supostamente havia feito daquela vez, Sirius arregalou os olhos, não esperando, nunca, em ver a cena que encontrou em sua cozinha.

Sua mãe, vermelha de raiva, estava ao lado de Monstro, que dizia todos os tipos conhecidos de ofensas do mundo bruxo. À sua frente, um muito tranqüilo James Potter arrumava suas vestes, alheio às ofensas do elfo e ao olhar fulminante da mãe de Sirius. Próximo à lareira, um outro elfo tentava ajudar Peter Pettigrew, que parecia ter caído e batido a cabeça, na hora de dar fim a sua viagem com pó de flu. Remus Lupin, no lado oposto, mantinha os olhos arregalados presos à figura da Sra. Black, já que esta parecia que iria explodir a qualquer instante.

Alheio a presença de Sirius, James virou-se para a Sra. Black e, com o sorriso mais cínico do mundo, estendeu-lhe a mão:

– É um prazer estar aqui, Sra. Black – James compartilhava o amor de Sirius em irritar a mãe de Sirius – Eu agradeço em meu nome e nome dos meus amigos, os convites que mandou para meu lar.

– A Sra. Black jamais, jamais, mandaria um convite para uma casa com traidores nojentos, que ultrajam a própria raça ao respirar e permitir que sangues-ruins respirem... Desonrosos! Os Potter traíram seu mundo e merecem ser punidos com a varinha...

Se deixassem, Monstro ficaria discursando por horas sobre a suposta desonra e punição merecida pelos Potter.

– Monstro, cale-se! – Sirius fez-se presente ao dirigir-se seco ao elfo, que se calou instantaneamente, para observar a discussão que com certeza aconteceria.

– O que está acontecendo aqui? – A Sra. Black virou-se para Sirius, os olhos negros fulminando o filho – Você convidou essa... gentalha... para a festa de sua prima, Sirius? – e sem esperar resposta, continuou: – Estou farta dessas suas intromissões. Já que detesta tanto essa família, como você faz questão de sempre lembrar, por que não se tranca no seu quarto em vez de me desafiar, chamando essas pessoas que você sabe, com toda certeza, que não são e jamais serão bem vindas na minha casa?

– Porque me trancar no quarto não seria tão divertido quanto desafiar você – respondeu, como se não houvesse nada mais óbvio no mundo, e apoiou-se na parede, numa postura que era condenada pela Sra. Black – E a casa não é somente sua, mamãe.

Isso fez os olhos da Sra. Black brilharem com mais veemência ainda.

– A casa é minha. E, caso continue a negar viver sob as minhas regras, Sirius, você é bem vindo a sair desta casa – dizia, aproximando-se de Sirius com passos calculados –, afinal, não é como se você fosse querido aqui, mesmo.

E saiu, empurrando Sirius do seu caminho quando passou por este.

O silêncio que estava na cozinha desde a aparição da Sra. Black foi substituído pelos sons dos utensílios da cozinha sendo manuseados e as vozes irritantes dos elfos, inclusive a de Monstro que murmurava "O amante dos sangues-ruins se ferrou" baixinho, seguindo sua senhora e abandonando a cozinha.

– Uhhh – fez James, se aproximando de Sirius, que se mantinha de pé no lugar aonde parou quando sua mãe o empurrou – Você está bem, Sirius?

James olhava Sirius com uma mistura de curiosidade e arrependimento. Ele talvez estivesse pensando que teria sido melhor não ter insistido tanto para aparecer ali, assim não teria causado aquela discussão que, como James bem sabia, estava ameaçando acontecer a tempos.

Sirius não disse nada, a princípio. Fitou James, incerto do que dizer numa hora como aquelas. Se fosse sincero consigo mesmo, não estava surpreso. Se fosse um pouquinho mais sincero, diria que estava inclusive feliz com o passe livre para sair por aquela porta. Embora, ele devesse confessar que em todas as vezes que havia sonhado com sua saída daquela casa repugnante, ele havia se imaginado dizendo ofensas fortes para sua mãe. E, claro, tudo era finalizado com ele saindo pela porta de magno, batendo-a forte a ponto das paredes tremerem.

Bom, pensou Sirius, não se pode ter tudo. Abriu, então, um sorriso para assegurar James que estava bem. Que finalmente ele poderia sair daquela casa e não olhar mais para o rosto da detestável Sra. Black.

– Melhor impossível – afirmou Sirius com um sorriso meio artificial, meio confuso no rosto.

Remus e Peter aproximaram-se de James e Sirius, quando este perguntou:

– O que estão fazendo aqui, afinal?

– Como assim "o que estamos fazendo aqui"? – Remus se pronunciou pela primeira vez desde que pousara na cozinha dos Black e dera de cara com a dona da casa, como ela afirmara ser – Você nos convidou...

– Eu...? — Sirius franziu a testa, achando que Aluado estaria bêbado antes mesmo de ter começado a beber na festa.

– Sim. O Pontas nos disse... – e dando-se conta de que havia sido tapeado por James, que aparecera em sua casa naquela amanhã, afirmando que Sirius tinha acabado de convidá-los para a festa de Narcissa – Eu não acredito que nos enganou, James!

Sirius apenas balançou a cabeça e comentou:

– Você é muito ingênuo, Aluado. Por isso que é tão fácil para o James enganar você.

– Ah, então a culpa é minha do James nos ter arrastado, alegando que você tinha insistido em nos ver aqui presentes, para uma festa no – com todo o respeito – covil dos Black?

– Você precisa se aventurar mais, Aluado – foi tudo que James disse, em seu jeito tipicamente debochado e tranqüilo – Além do que, não podemos perder uma festa dessas!

– Não mesmo – concordou Peter, que já estava de olho nas comidas que os elfos levavam em bandejas para os convidados.

Remus Lupin contentou-se em balançar a cabeça e suspirar. Era inútil tentar argumentar com aqueles três.

– Se bem que agora – começou James, olhando com suspeita para a porta, a espera da mãe maluca de Sirius para expulsá-los novamente – acho que não seremos muito bem vindos naquele salão.

– Agradeça por isso – Sirius disse, finalmente alargando o nó da gravata verde que usava. Estava com vontade de fazer aquilo o dia inteiro! – A festa está um saco. Sonserinos, ex-sonserinos e crianças com potencial para a Sonserina em todos os lugares.

Peter Pettigrew fez uma cara de nojo.

– O que fazemos agora, então? – quis saber Remus que mal se agüentava de vontade de virar os calcanhares e voltar, através da rede de Flu, para sua casa.

– Bom – começou Sirius –, vocês, eu não sei. Mas eu voltarei para meu quarto, da mesma forma discreta típica da minha pessoa, pegarei minhas coisas e, então, adeus para essa escória maldita.

– Você parece o Monstro falando assim – comentou um irônico James.

Sirius contentou-se em responder virando os olhos em órbitas.

– Vamos logo, então. Não vejo a hora de sair daqui e respirar ar não-sonserino.

E, dizendo isso, Sirius saiu da porta, tentando atrair o mínimo de atenção possível, embora isso fosse deveras difícil. Concluiu, através dos comentários que as pessoas faziam quando ele passava, que sua querida mãe já havia comentado que seu filho mais velho, aquele que era desonroso e tudo mais, estava saindo de lá.

James e Peter seguiram-no de perto, tentando ao máximo agir indiferente aos olhares curiosos. James, um pouco mais ousado que os outros, acenava para uma pessoa ou outra, sorrindo como amigo íntimo daqueles seres que ele jamais havia visto.

Remus ia mais atrás, com passos acelerados. Havia ficado para trás quando um grupo de elfos carregando bandejas de prata havia entrado pela porta da cozinha, quase o atropelando com seus pequenos e sujos pés.

Sirius, James e Peter sumiram na escada que dava para o segundo andar, onde havia os quartos e outros cômodos. Remus ia dar o primeiro passo quando, no entanto, uma mão fechou-se sobre seu pulso, puxando-o com polidez.

Virou-se e deu de cara com Sophie Malfoy.

Sophie era somente alguns meses mais nova que Remus e, no entanto, vestida de forma tão impecável como naquele momento, parecia mais adulta. Seus cabelos escuros permaneciam presos num coque delicado, com algumas mechas emoldurando o rosto fino que lembrava tanto ao primo, Lucius Malfoy. Seus olhos, que traziam o característico azul acinzentado dos Malfoy, passearam pelas vestes de Lupin, à procura de algo que estivesse fora de lugar.

– Remus – Sophie disse, finalmente, fazendo um movimento controlado com a cabeça.

– Sophie – Remus respondeu da mesma forma controlada, tentando não deixar transparecer nenhuma emoção.

Sophie olhou para trás, como se para se certificar que ninguém estava ali. Deu, então, um pequeno passo a frente, aproximando-se do grifinório, mas não muito. Sua mão, no entanto, continuou segurando firme o pulso de Lupin.

– É verdade o que estão dizendo? – perguntou baixo, tão baixo que ele precisou inclinar a cabeça para frente para ouvi-la melhor.

– O que estão dizendo? – sua voz era tão baixa quanto a dela, embora não houvesse motivo para tal.

– Que Sirius Black não é mais um Black – respondeu, aumentando um pouco mais a voz e dando um ligeiro passo para trás –, e que amanhã, a Sra. Black apagará o nome dele da árvore.

Sophie não precisava especificar qual era a árvore. Não era segredo para ninguém que as famílias bruxas antigas de sangue-puro mantinham árvores com os nomes de todos os membros da família e que a família Black não era exceção. Assim como não era segredo nenhum que, uma vez que um nome fosse retirado, jamais poderia ser posto novamente. Como Remus não respondeu, ela continuou:

– É verdade? Houve realmente uma discussão feia?

– A curiosidade matou o gato, Sophie.

– Ainda bem que eu não sou um gato, então – e lá estava o conhecido e debochado sorriso no rosto de Sophie, de novo.

– Não houve nenhuma discussão fora dos padrões – tentou dizer sem realmente dizer. A resposta, no entanto, pareceu satisfazer a garota:

– Eu já imaginava. Se quer minha opinião, acho que a Sra. Black já sabia que o Black, mais cedo do que tarde, iria embora. Ela tentou ser mais digna e expulsou-o antes.

Remus concordava, mas nada falou. Não gostava de comentar sobre a vida dos amigos com ninguém diferente deles.

– Bom – disse Sophie, colocando uma mecha atrás da orelha, depois de segundos esperando uma resposta que não teria –, tem uma festa me esperando.

E largou o pulso do maroto, deixando seu braço cair ao lado do próprio corpo. Remus instantaneamente sentiu os próprios dedos coçando para segurar a mão que havia acabado de largar seu braço.

– Apesar de tudo – ou por causa de tudo, vai saber –, as festas dos Black são as melhores – constatou Sophie, para preencher aquele silêncio desconfortável que teimava em aparecer.

Mais silêncio.

– Ahn, eu gostei da sua veste – era a forma de Remus dizer "Você está bonita" ou alterações da frase.

– A sua não é ruim – comentou, tentando esconder um sorriso mal-intencionado que teimava em aparecer em seus lábios –, apesar de você já ter usado ela no último baile. E no penúltimo.

Remus deu um sorriso, sabendo que era uma questão de tempo até ela comentar sobre as suas vestes.

Quando ia responder, porém, passos apressados anunciaram a volta dos três outros marotos.

Sophie deu um passo para trás justamente no momento em que Sirius apareceu no inicio da escada, seguido de Peter, James e um malão que flutuava atrás dos três.

Dizendo um "Tchau" tão inaudível que Remus só percebeu o que era por ler os lábios da morena, Sophie afastou-se com discrição do grupo que formava no pé da escada, sem dar uma última olhada em Remus. Ele, no entanto, observou a garota sair, ligeira e indiferente, de perto dele.

– O que estava falando com a Malfoy, Aluado? – foi o que Sirius quis saber ao descer os degraus que ele não precisaria mais ver em sua vida.

– Nada. Ela só queria saber se era verdade que você havia sido expulso de casa.

– E o que você disse? – seria bom saber o que os sonserinos saberiam na volta as aulas.

– Que a curiosidade matou o gato.

Não era uma mentira, ao menos.

– E a sua mãe vai nos matar se nos vir aqui ainda, Sirius – era Peter que não mais queria estar naquele lugar cercado se pessoas que não temeriam em usar a varinha para expulsá-lo de lá – Vamos logo. Estou com fome.

James revirou os olhos:

– E quando você não está com fome?

Dando um tapa na cabeça do Rabicho, Sirius disse:

– É melhor a gente ir andando mesmo. Não estou mais agüentando essas paredes com esses quadros idiotas.

Não muito longe dali, o quadro de alguma das suas prováveis tias, fechou a cara. Outro quadro murmurou que sempre havia achado o garoto petulante, e que não sabia onde aquela geração ia acabar. Uma outra mulher, gorda e de cabelos loiros, saiu do seu quadro e começou a discutir com o velho que resmungava sobre seus dias de glória.

Sirius somente balançou a cabeça:

– Eu certamente não vou sentir mais falta dessas vozes – e saiu andando, com os amigos e o malão atrás de si.

A atenção dos convidados, dessa vez, estava toda focada na prima de Sirius, Narcissa, que dançava graciosamente com o pai, tio de Sirius. O sorriso do tio expressava seus sentimentos de querer estar em qualquer lugar menos ali.

Sophie foi uma das únicas pessoas a notar o quarteto sair, gatunamente, em direção à cozinha. Ela arqueou a sobrancelha, fixando seus olhos em um dos quatro grifinórios. Assim que ele sumiu de sua vista, ela tomou um longo gole da bebida espumante que segurava, tentando fingir que estava achando interessante a festa que ocorria ao seu redor.

A algumas mesas distantes, outra garota notara a saída discreta dos marotos. Observou os quatro, nas pontas dos dedos, entrarem na cozinha, seguidos de um malão flutuante – teriam eles idade suficiente para praticar magia fora de Hogwarts? – que estava a alguns palmos acima do chão. Perguntou-se o que seria agora de Sirius Black e o que teria acontecido para uma mãe, mesmo que tão insuportável como a Sra. Black, expulsar seu filho de casa. E o mais importante: perguntou-se como era possível alguém agir tão indiferente quando seu mundo estava de cabeça para baixo. Pessoas como Sirius Black a intrigavam. Mas, também, a irritavam infinitamente.

XXXXXXX