Está frio, muito frio. É mais uma manhã gelada em Tóquio. Estamos em pleno Janeiro, a estação do frio e da neve. Lá fora, um manto de neve extensa cobre a cidade, dando-lhe um sentimento de esquecimento.

A rainha Serenity acordou sobressaltada. Algo não batia certo. Lembrou-se da última vez em que sentiu o mesmo, há muitos anos atrás. Dessa vez, um ataque massivo vindo de Nemésis havia morto os habitantes de Cristal Tóquio, colocando-a num sono parecido com a morte. Mas não poderia ser. Nemésis e a Lua Negra haviam sido destruídos. Só poderia ser uma coisa. Uma promessa, aquela promessa que fez há séculos atrás estava a chama-la subtilmente. Havia chegado o tempo de a cumprir.
Caminhou pelos corredores do Palácio de Cristal. A sua filha Chibi-Usa, futura herdeira do trono, agora uma bela adolescente, dormia pacificamente no seu quarto. Dirigiu-se então para o quarto da lua crescente. Neste quarto, repousavam muitos dos artefactos do Reino da Lua, do passado e do presente. No centro da majestosa habitação estava um pedestal adornado a prata. Um cristal brilhava intensamente, semelhante a uma chama branca, com um brilho tão intenso que quase cegava a rainha. Esta pegou no Ginzuishou e num estranho medalhão de meia lua com uma estrela de quatro pontas, que repousava ao lado do cristal.
Com silenciosos e pesados passos, seguiu até ao fim do palácio, para uma porta escondida nas profundezas da escuridão. Abriu-a lentamente. Na escuridão uma guerreira navegante olhou-a.
- Plutão, chegou a hora.

*

Entretanto, no passado…

Um barulho ensurdecedor enchia o ar, espalhando a má disposição «Pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi !»

- Ahhhhhhhh! Estúpido despertador! – gritou uma rapariga loira irritada, dando um murro no botão que parava o alarme. - ODEIO ter aulas da parte da manhã! Bah, eu falto à universidade, ehehe! – exclamou, voltando a deitar-se.
- Usagi Tsukino, sua lontra. Tens de me levar à escola, acorda! - berrou um adolescente de cabelo castanho, irrompendo pelo quarto.
- Shingo, deixa-me dormir, não me chateies! – exclamou, colocando a almofada por cima da sua cabeça.
- Ò MÃE!! A TUA FILHA QUER-ME DEIXAR A PÉ! – gritou Shingo, fazendo com que a mãe, D. Ikuko, começasse a ralhar no piso de baixo.
- Cala-te Shingo! Já vou, bolas…! – resmungou, atirando a almofada à cabeça do irmão.

Usagi vestiu-se rapidamente e desceu as escadas para tomar o pequeno-almoço. A sua mãe havia feito panquecas.
- Usagi, o teu irmão vai chegar atrasado outra vez por tua causa, estou a ficar cansada disto. – chamou à atenção, servindo as panquecas aos dois filhos.
- Ele que vá de autocarro! – protestou Usagi com a boca cheia.
- O teu pai e eu demos-te o carro com a condição de o levares à escola. Fica a caminho da tua universidade, não te custa nada filha!
- Está bem, está bem… Deixa-me acabar de comer estas delícias! Ai que bom! Sinto que nasci só para provar estas comidinhas deliciosas! Que felicidade! – exclamou feliz, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto, sob o olhar atónito da família.

Na TV, que estava ligada no noticiário matinal, ouviu-se a voz do pivot.

«Em outras notícias, a princesa Célia I, herdeira do trono real inglês, após muitos confrontos com o seu pai, Sua majestade Carlos XVI, devido a razões desconhecidas, renunciou ao trono e desapareceu do país. A sua ausência já havia sido notada há vários meses, sem nenhuma explicação oficial, mas após alguma pressão por parte dos media, a Família Real Inglesa finalmente comunicou a razão para o tão notado afastamento. Diz-se que a carreira da princesa como cantora e recentemente como actriz, há muito que vinha a causar a reprovação do seu pai e da corte. A coroa inglesa atravessa uma cris…»

- Ò mãe! Desliga a TV! Onde já se viu, renunciar ao título de princesa… disse Usagi exaltada, começando a sussurrar. - Ser uma princesa não é um conto de fadas. Traz responsabilidade e… Ah, detesto pensar tanto logo de manhã!
- Disseste alguma coisa filha?
- Nada, nada mãe, esquece. Deixa-me ver as horas… 7:40? Arghhh!! – gritou, engolindo a última panqueca e saindo atabalhoadamente. -Raios! Vamos Shingo!
- Não importa quantos anos passem, a minha filha não muda nunca!

*

Usagi, agora com 21 anos, estudava na Universidade de Juuban. Estudava Ciências Políticas. Sabia que o seu destino era tornar-se rainha de Cristal Tóquio, logo, teria de ser diplomática – claro que o facto de ter acabado a secundária com média de 11, e não ter conseguido entrar noutro curso, não tinha nada haver com a sua decisão. Uma das suas colegas de curso era Beruche, uma das antigas Irmãs Ayakashi da Lua Negra. As Irmãs Ayakashi haviam tido muito sucesso com a sua loja de cosméticos e Beruche estava a estudar para ser relações públicas.

Depois do um dia de aulas, Usagi conduziu até ao templo Hikawa para o encontro semanal com as restantes.

O templo estava mais popular que nunca. O avô da Rei trabalhava agora em part-time, devido à sua idade avançada, e Rei estudava para ser uma sacerdotisa de nível superior, ao mesmo tempo que tomava conta do templo.

Tinha feito algumas alterações ao templo, o bosque à volta do edifício fora remodelado, e era agora um belo parque privado, chamado "Mars Shrine".

O novo sistema de metro de Tóquio tinha uma estação mesmo em frente ao templo, o que facilitava imenso os acessos. Rei estava a preparar um festival de talento há várias semanas. O festival, a realizar no dia seguinte, consistia num concurso de talentos, onde cada pessoa poderia fazer algo a que fosse boa.

Havia muito trabalho a fazer.

-Cheguei! Desculpem o atraso! - disse ofegante, chegando ao pátio do templo.
- Seria uma surpresa se não chegasses atrasada. - replicou amargamente uma rapariga de cabelos negros apanhados numa trança. Rei envergava um kimono branco e vermelho, simbolizando a posição religiosa de sacerdotisa.
- Ò Rei! Que mau humor!
- Ela está assim porque o Yuuichirou foi visitar os pais e deixou-a sozinha! - disse divertida uma rapariga loira que envergava um top e uma mini-saia. Minako tinha o cabelo mais curto e escuro. Usava roupas mais frescas e provocantes para se fazer notar.
- Minako cala-te! – embirrou Rei fazendo uma cara furiosa.
- Pois pois… O Mamoru também está nos EUA a tirar a tal pós-graduação e eu não fico assim. - respondeu alegremente. - A Makoto?
- Não vai poder vir… - suspirou Minako enquanto olhava para o céu. - Desde que abriu aquele restaurante não tem tempo para nada.
- Mas por outro lado agora temos montes de comida grátis! – exclamou Usagi com os olhos brilhantes.
- A questão é que agora temos de organizar isto. - disse Rei olhando para o relógio de pulso. - Vamos ao trabalho?
Enquanto organizavam e decoravam o templo e o parque, as raparigas iam recordando os velhos tempos com saudade.
- As coisas mudaram tanto…
- É verdade. Por um lado temos paz, mas por outro… - suspitou Rei melancólica,
- Por outro podemos seguir os nossos sonhos! Já viram onde eu cheguei?
- A lado nenhum! Ainda só estás a fazer de figurante na série do canal de menor audiência de todo o Japão! - disse Rei num tom de gozo.
- Mas em breve chegarei a actriz principal! Viverei em Hollywood rodeada de paparazzi! Ninguém para a Minako Lima! – exclamou fazendo uma pose glamorosa.
- M-mas eu estava a falar da nossa amizade – esclareceu Usagi fazendo sinal para Minako se acalmar. - A Ami foi para a Alemanha estudar medicina, está no outro lado do mundo. A Makoto praticamente não tem tempo para conviver connosco. – acabou, parando para respirar. - Ainda bem que tu não fazes muita falta nessa série Minako, senão nunca te víamos também! – sorriu olhando para Minako.
- COMO?! – bramiu furiosa. - Vocês é que não apreciam o meu talento…! – exclamou amuando.
- Não é nada disso! Tu entendes o que quero dizer não é? – desculpou-se levando a mão à cabeça. - A Michiru e a Haruka desapareceram sem deixar rasto quando eu venci o Chaos. A Setsuna voltou para o portão do tempo. O Prof. Tomoe mudou-se com a Hotaru para outra parte do Japão…
- Usagi o teu carro...! – interrompeu Rei, olhando aflita para o fim da imensa escadaria do tempo.
- Não me interrompas o raciocínio! A Chibi-Usa voltou para o futuro, as Starlights nunca mais mandaram notícias, a Diana – continuou, contando pelos dedos.
- Acabaste de ser multada. - anunciou Rei continuando a varrer o chão.
- AAHHH!! - gritou Usagi indignada olhando para o seu carro estacionado em frente ao templo, metros abaixo. - Porque é que não me avisaste Rei?!
- Ora, eu tentei! Tu é que não te calavas! Mas também se és parva o suficiente para estacionar em dois lugares de deficiente mereces ser multada! – observou, num tom autoritário. – Se não tivesses copiado no exame de código saberias que os lugares de deficientes são só para de… Oh, esquece. Estacionaste no sítio certo.
- Tão engraçada… Era só o que me faltava… -disse Usagi envergonhada.
- Meninas, que tal irmos agora jantar no restaurante da Makoto? – perguntou Minako esperançosa enquanto acariciava a sua barriga.
- Ai boa! Vamos!!
- Só mesmo a Usagi para se esquecer dos problemas com comida… - suspirou Rei levando a mão à testa.

*

Dirigiram-se para o restaurante da Makoto: Makoto's Flavour Shrine, situado numa das avenidas mais movimentadas de Juuban. O restaurante, decorado em tons orientais, com as paredes forradas a madeira, tinha um efeito relaxante nos clientes. Uma fonte no canto da sala de refeições completava o cenário de paz.
- Boa noite meninas! – exclamou um rapaz loiro, preparando-se para sair.
- Olá Mário! – responderam todas ao entrar no restaurante.
- Querem que chame a Makoto? – perguntou Motoki dando um beijnho em cada uma.
- Sim, por favor! – exclamou Minako corando. Motoki deu meia volta e entrou na cozinha.

- Então mas o rapaz ia sair… - disse Rei impressionada com a lata da amiga.

- Olha querida, as estrelas não entram em cozinhas sabia? – riu Minako imitando a pronúncia das celebridades. Seguiram para uma mesa com vista para a avenida.
- A Makoto teve mesmo sorte em abrir o restaurante em sociedade com o Mário. - sussurou Usagi mirando Motoki de alto a baixo. - Olá Makoto! - saudou vendo a amiga dirigindo-se a elas.

Makoto estava vestida com uma bata de chef, com o cabelo apanhado num puxo. Continuava com a mesma postura e simpatia.
- Olá olá meninas! Tudo bem com vocês?
- Tudo querida. – cumprimentou Minako com pressa, arrancando o menu das mãos da amiga. - Olha Makoto, quero uma lasanha de carne a nadar em queijo derretido.
- Para mim pode ser uma pizza vegetariana… - suspirou Rei admirada com o apetite de Minako.
- Que prato é este que está no menu, Makoto? – perguntou Usagi intrigada, apontando para uma sandes estranha.
- Como sabes o meu restaurante é famoso por servir pratos típicos de vários países e cidades não é? Há que inovar. – gabou-se, fechando os olhos e fazendo uma pose altiva. - A novidade desta semana é um prato típico da região norte de Portugal, um país da Europa Ocidental. Chama-se francesinha.

- É um nome um bocado perverso para uma sande. – disse Minako rindo-se da própria piada.

- Consiste em pão com bife, fiambre, queijo, linguiça, ovo, tudo coberto por uma camada de queijo derretido com molho picante.
- Hummm! Parece bom, pode ser uma francesinha para mim então! – pediu Usagi imaginando uma torre de carne suculenta.
- Certo. – disse Makoto apontando os pedidos. – Meninas, depois de acabarem de comer venham ali à cozinha, preciso de falar com vocês.

Depois do jantar, em que Usagi sujou o seu vestido com molho, dirigiram-se à cozinha do restaurante.
- Que se passa? – perguntou, enquanto tentava minimizar as nódoas limpando-as com um pano velho.
- Já aconteceu comigo. – declarou Makoto, encostada à banca metálica com o olhar triste. – Também… Também já não consigo.
- Não pode ser…! – exclamou Rei tapando a boca com a mão.
- Então todas nós…?
- Temos que enfrentar a verdade Se já nenhuma de nós se consegue transformar... As Sailors… deixaram de existir.

*

Depois do jantar, Usagi e as outras voltaram para casa. Já de noite, Usagi dirigiu-se para a casa de banho, a fim de tomar um belo banho de espuma.

- Não pode ser –pensou, entrando na banheira com águas perfumadas. – Já nenhuma de nós se transforma… Será o fim das Sailors? Desde que venci o Chaos no centro da galáxia a minha semente de estrela, o Ginzuishou, foi perdendo o seu poder aos poucos. Também não me serviria de nada transformar. A galáxia partiu o meu ceptro, já não tenho tiara como Eterna Sailor Moon, resumindo, sou uma inútil sem qualquer tipo de ataque.

- Miauuuuu... – ouviu-se um miar sofrido que ecoou pela casa.

- Luna? Onde estás? – perguntou Usagi apanhada de surpresa, saindo da banheira. Enrolou a toalha à volta do seu corpo e foi procurar a gata.

- Luna? Responde! Não brinques, Luna! – exclamou começando a ficar zangada com a partida. – A tua sorte é o papá e a mamã terem ido passar o fim de semana às termas, senão…

Luna encontrava-se no parapeito da janela do quarto de Usagi. Estava estendida, cheia de cortes e ferimentos

- Luna! O que te aconteceu?!

- Miau…

Usagi reparou que a lua em quarto crescente na testa de Luna, outrora tão amarela, encontrava-se de um branco quase transparente. Percebeu então que Luna não conseguiria mais falar. Cuidou dela durante toda a noite, e quando a gata adormeceu, foi ao cofre da casa. Retirou de lá um medalhão em forma de coração incrustado com 9 pedras preciosas. Abriu-o, e com um grande clarão puxou um cristal de cor prata muito baço.

- MOON ETERNAL, MAKE UP! – invocou passando a mão pelo cristal. Nada acontecera. - Como eu pensei… O Ginzuishou perdeu o brilho, parece que agora não passa de uma simples pedra. Será que é esta a forma de anunciar que a era das Sailors acabou? De qualquer maneira tenho de descobrir o que aconteceu à Luna…

No dia seguinte, sábado, Usagi dirigiu-se novamente para o templo Hikawa, para os preparativos finais. Makoto finalmente havia saído do restaurante.

- Meninas, tenho más noticiais… - anunciou dramaticamente.

- O que se passa Usagi? Acabaram os cereais de chocolate? – riu-se Rei, afugentando os seus corvos.

- Rei! – exclamou Makoto dando uma palmada nas costas da amiga, que quase caiu para a frente. - Fala Usagi…

- É a Luna. – anunciou, olhando preocupada para o chão. – Apareceu ferida ontem à noite, e o pior de tudo é que a luz do seu quarto crescente cessou… Perdeu a habilidade de falar.

- Que estranho. Mas bem que o Artemis não aparece em casa desde ontem de manhã. Está relacionado com o que aconteceu à Luna? – questionou-se, olhando solidária com Usagi. – Agora fiquei preocupada.

- Penso que chegou mesmo o fim das Sailors.

- Não… Ainda não acabou. – anunciou Rei séria. – Queria falar-vos sobre isso.

- Que queres dizer?

- É Ami.

- Que passa com ela? – perguntou Makoto visivelmente confusa.

- Falei ontem com ela pela internet, depois de sair do restaurante. Apesar de ter tido várias tentativas frustradas, e do seu poder estar fraco, disse-me que conseguiu transformar-se anteontem.

- Juro que não entendo. – zangou-se Usagi, num misto de alívio e aborrecimento. – Porque é que ela consegue e nós não? Oooh, quem me dera poder falar com a Michiru e as outras! Será que elas se transformam? Eu deixei o medalhão no cofre, porque ontem tentei transformar-me e nada. Será que… Será que se vocês tentarem outra vez vão conseguir?

- Bem, não há nada como tentar. – disse Minako, piscando o olho. Pegou na sua mala e retirou de lá uma caneta com uma esfera amarela por cima, coberta de pó. – Ora… Não tenho usado muito. – desculpou-se, ficando corada. - VENUS CRYSTAL POWER, MAKE UP!

Rei e Makoto repetiram o gesto.

- MARS CRYSTAL POWER, MAKE UP!

- JUPITER CRYSTAL POWER, MAKE UP!

Os gritos das transformações pairaram no ar durante momentos. As três encontravam-se com as mãos erguidas ao alto, esperançosas e olhando entre si.

- Hã… Isto foi um bocado ridículo visto que não aconteceu nada. – disse Makoto rindo, quebrando o silêncio.

- Não sei se ria, não sei se chore. Mas também não vale a pena chorar no bife queimado, não é verdade meninas?

- Não é assim! Não vale a pena chorar sobre o leite derramado! – corrigiu Makoto já habituada com os trocadilhos da amiga.

- Vamos ser racionais. Se calhar os nossos cristais de transformação estão de alguma maneira relacionados com o Crista Prateado. – explicou, começando a andar em círculos. - O cristal também dá a habilidade ao Artemis e à Luna de poderem falar. Se o Ginzuishou está enfraquecido e sem poder, é normal que as nossas transformações não funcionem. O estranho é a Ami ter conseguido.

- Vamos falar com ela pelos nossos intercomunicadores então e tiramos a limpo esta história. – Usagi levantou o pulso e falou para um aparelho que à vista desarmada assemelhava-se a um relógio de pulso. - Usagi chama Ami, over. Escutas Ami?

- Ò Usagi isso não fun… – começou Rei olhando para ela atónica.

- Espera! – ordenou Usagi insistindo. - Responde Ami, over! AMIIIIII!! Que estranho. Não responde!

- Era isso que a Rei te estava a dizer. Os intercomunicadores simplesmente pararam de funcionar. Eles funcionavam com o poder do Ginzuishou.

- Ah, ok… Ahahahah, como poderia eu imaginar! –riu, ficando vermelha.

- Felizmente existe uma coisa chamada Internet. – gozou Rei, pronunciando a palavra Internet pausadamente. - Agora na Alemanha deve ser fim de tarde. A Ami já não deve estar em aulas, a esta hora costuma estar no MSN. Vamos ali ao computador do meu quarto.

Todas a seguiram para dentro do velho tempo. Entraram no quarto, onde Rei se sentou ao computador.

- Deixa ver… .jp, iniciar sessão… - disse baixinho, enquanto teclava. - Bolas, não está cá. Tentamos mais tarde então. Entretanto vamos acabar os últimos preparativos do festival. É já logo à noite!

- Meninas, eu… Tenho de ir fazer uma coisa! Vejo-vos logo à noite! Tchau! – desculpou-se Minako atrapalhada, saindo do quarto a correr.

- Minako! Volta cá! – chamaram em conjunto.

- Era só o que me faltava! – berrou Rei zangada. - Bem, parece que vamos ser só nos as 3 a colocar as mesas e as cadeiras e a preparar os stands…!

- Aiiiii –gritou Usagi contorcendo-se. - Está-me a doer a barriga!

- Oh não!- exclamou Makoto batendo com a mão na testa. - Esqueci-me do fogão do restaurante aceso!

Rei olhou para ambas num tom bastante ameaçador. O ambiente ficou sombrio.

- Ena, estou a sentir-me melhor milagrosamente! – riu-se Usagi assarapantada.

- Pois! E o Motoki deve ter apagado o fogão… – disse desapontada, tossindo.

- Acho bem! Quanto mais rápido trabalharmos mais rápido acabamos.

Tudo foi arrumado, e sem darem por isso trabalharam o resto da tarde. Eram já 17:00, e faltavam apenas 3 horas para o início do festival.

- Meninas, tenho de ir! – exclamou Usagi com uma expressão radiante.

- Pensava que ficavas aqui até à hora do festival….

- Não. Tenho um assunto inadiável a tratar!

- Estamos misteriosas estamos! – disse Rei sorrindo. - Vai então, mas não chegues atrasada, por favor! Já somos poucas, não quero imaginar o que faríamos sem mais uma!

Usagi dirigiu-se para o carro. Tinha uma surpresa preparada. Havia convidado Mamoru para assistir ao festival e passar uma semana de férias com ela.
O aeroporto de Tóquio ficava apinhado nesta altura do ano, e o voo do Mamoru chegava dentro de 30 minutos.

- Acho que devia ter vindo mais cedo – observou, olhando para o relógio do carro enquanto acelerava para entrar na via rápida. - Tenho que me despa… OH NÃO!

Havia uma fila interminável na auto-estrada que ligava o aeroporto de Tóquio a Juuban. Quase uma hora depois, Usagi finalmente chegou ao aeroporto.

- Sou mesmo despistada. Esqueci-me de carregar o telemóvel e não pude telefonar ao Mamoru a avisar do meu atraso. Mas finalmente já cheguei, ufa… Ora vejamos, estação de embarque nº 17… Ai, ele já deve estar furioso!

Ao chegar ao lugar combinado não havia sinais de Mamoru.

- Que estranho… Ele devia estar aqui. Vou á cabine- -pensou, dirigindo-se a um telefone público, marcando o número do Mamoru. - Desligado? Não acredito. Ele nunca anda com o telemóvel desligado...

Já um pouco nervosa Usagi dirigiu-se ao balcão de informações.

- Desculpe, será que me poderia dizer se o Sr. Mamoru Chiba fez o check-out do voo das 17:40 vindo do estado de Massachusetts, EUA? – perguntou à funcionaria, que estava sem mãos a medir com os telefones que tocavam por todo o lado.

- Desculpe jovem, isso é uma informação reservada… - disse mecanicamente, sem sequer olhar.

Usagi ficou com lágrimas nos olhos, começando a ficar desesperada.

- Por favor, POR FAVOR! – gritou. Isto é muito importante! Não pode ter voltado a acontecer…

- Tenha calma credo! – exclamou olhando, tentando evitar um escândalo. - Bem, vou abrir uma excepção, mas fica entre nós. Como era o nome?

- Mamoru Chiba.

- Não está nos nossos registos… O mais provável é ele nem ter chegado a embarcar.

- Não pode ser! Ele disse-me que vinha neste voo! Veja melhor, veja outras companhias, veja…

- Menina, desculpe não posso mesmo! Olhe dê-me lá licença que estou na minha pausa do lanche! – desculpou-se, fechando o balcão das informações rapidamente.

Usagi procurou desesperadamente pelo aeroporto, gritando por Mamoru.

- Mamoru! – perguntava tocando em todos os homens de costas que se assemelhavam ao seu amado. - ONDE ESTÁS?!