Título: Passado é passado
Autor: Malu Chan
Sinopse: Scorpius era o maior orgulho da vida dele. A única coisa boa que lhe restara.
Ship: Draco/Harry
Gênero: Romance/Drama
Classificação: K+
Observações: Fanfic escrita para o I Mini-Challenge Harry e Draco do 6V.
Passado é passado
by Malu Chan
"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove."
- Fernando Sabino
Scorpius Malfoy era o orgulho da vida de seu pai. Era um menino ativo, mas um pouco tímido na frente de estranhos. Gentil e educado, era, também, um garoto muito, muito melhor do que Draco fora na idade dele. O pai amava o filho mais do que tudo em sua vida – era a única razão que ele tinha para não desistir de tudo de uma vez.
Dezenove anos atrás, Draco decidira seguir a vontade dos pais: se casar com uma bruxa sangue-puro, ter filhos e herdar o sobrenome da família – o fato de ser gay não importava nem um pouco. Deixou para trás o amor, as esperanças infantis e os poucos amigos que fizera após guerra.
Olhando através da plataforma lotada, ele procura evitar as memórias que ameaçam inundar seu cérebro, mas isso é praticamente impossível. Seus olhos são presos durante um segundo nas íris verdes que lhe observam a alguns metros de distância. Imagens e sons vêm rapidamente a sua mente, enquanto ele procura se manter impassível. Acena em reconhecimento apenas uma vez e desvia o olhar, voltando a atenção para sua única razão de viver.
Pai e filho se abraçam rapidamente e o garoto sobe a bordo. Os olhos cinza se fixam no trem, recusando-se a olhar para outro lugar. As lembranças são amargas demais para que ele possa suportar encarar o homem que perfurava sua nunca com o olhar.
Às vezes, se arrependia tanto de não ter sido mais forte, de não ter lutado pelo que queria e amava. Se não fosse pelo nascimento do filho, será que ele teria sido feliz vivendo daquela forma, em um casamento sem amor? Se ele tivesse tido coragem o suficiente, será que eles estariam juntos até hoje?
- Vamos embora daqui logo – disse-lhe Astoria, ríspida, tirando-o de seu devaneio. – Essa fumaça horrorosa está impregnando na minha roupa e no meu cabelo.
Pela primeira vez em muitos anos agradeceu, internamente, a futilidade da mulher, mas não disse nada. Precisava ir para casa, beber um uísque e esquecer...
Esquecer o maldito Potter e suas íris brilhantes que reavivam a memória de todo o amor que um dia eles sentiram um pelo outro.
