Era bom estar ali sozinha, lendo um livro de suspense, uma história policial, numa noite de ventania. O sábado já estava quase no fim e ela continuava presa àquelas páginas. O telefonema pegou-a de surpresa, seu som era uma intromissão, o mesmo tocara uma, duas, três vezes. Ela fez o possível para ignora-lo, pois a sua curiosidade em saber o que aconteceria no próximo capitulo, em finalmente descobrir qual a identidade do tão procurado assassino, não a permitia interromper sua leitura por algo tão insignificante quanto uma ligação.

Mas só então veio a sua mente que essa tão insignificante ligação poderia não ser tão insignificante quanto ela pensava, poderia ser algo de importante por tamanha insistência do ligador. Resolveu então com muito contragosto atender.

- Alô?

Não ouve resposta, Kate então resolve então falar novamente.

- Alô?

Mas como anteriormente fora ignorada. Segundos se passaram e do outro lado da linha só ouvia-se uma respiração acelerada, quando do nada a ligação se encerrara.

Presa a todo aquele suspense, ela nem lembrava mais de seu livro, olhava fixamente para a tela daquele pequeno aparelho que ainda estava em suas mãos, esperando receber novamente uma ligação da pessoa misteriosa cujo número é privado.

Como se seu pensamento pudesse ser ouvido seu telefone voltara a tocar e dessa vez ela atendera esperançosa, mas a situação anterior voltara a acontecer.

( ... 1 ano depois ... )

Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo, Castle não poderia ter feito esse acordo por mim.

- Kate... Ouça-me. - disse ele com um olhar suplicante.

- Ouvir você? Por que eu deveria? Como devo confiar em algo que diz? - gritei o mais alto que pude, não contendo a minha raiva.

- Como... Por causa de tudo que passamos juntos! Quatro anos eu estive bem aqui. – falou ele no mesmo tom que eu havia usado anteriormente. - Quatro anos esperando que você abrisse os olhos para ver que estou aqui e que sou mais do que um parceiro. Toda manhã, eu trazia um copo de café só para ver um sorriso seu. Ligava-lhe a noite só para ouvir a sua voz, mesmo que você não soubesse que era eu ao outro lado da linha. – disse ele calmamente, e eu apenas o olhava incrédula... Então era ele o ligador misterioso?! – Porque acho que você é a mais extraordinária, irritante, desafiadora, pessoa mais frustrante que já conheci. Eu te amo, Kate, e se isso significa algo para você, se você importa-se comigo, então não faça isso.

Ao terminar de ouvi-lo não sabia o que fazer. Passei um ano pensando quem seria a pessoa que me ligara varias noites, mas que não me respondia. Parei de pensar, e no segundo seguinte joguei-me em seus braços lhe beijando.