Void and Null
Por Mimsy Riddle
Observei a garota ao meu lado, as maçãs de seu rosto estavam vermelhas, assim como seus olhos molhados pelas lágrimas. Suspirei e passei meu braço por seus ombros, ela sabia que seria assim quando decidiu que seu amor pelo Potter era puro o suficiente para deixá-lo ficar com a garota que ele amava, a pobretona Weasley.
Eu estava com ciúmes do Potter, ele tinha todo o amor da Pansy, como amigo e, também, como homem. A Parkinson foi uma das minhas primeiras amigas de verdade, queria que ela amasse apenas a mim, porque era eu quem estava com ela sempre e era ela quem estava sempre comigo.
Pansy ficara destruída com a notícia de a esposa do primeiro filho do Potter ter completado um ano, e mais destruída ainda quando o cicatriz disse que ela não tinha o direito de tentar estragar a vida dele porque ele não a amava. Minha raiva por ele crescia mais a cada vez que eu via minha melhor amiga vazia e nula, o que era bem constante depois que o menino-que-sobreviveu a destruiu.
- Amanhã é o aniversário dele. – Falou a morena, com a voz rouca pelo choro.
- Francamente, minha querida, eu não dou a mínima. – Falei, minha voz estava ácida. – Depois de tudo o que ele te fez eu apenas desejo ver seu corpo estendido no chão, totalmente dilacerado.
- Não fale isso Draco, eu não poderia o ver assim, seria o fim para mim. – Seu tom de voz fez-me odiá-lo com cada partícula do meu corpo, mais do que já odiava.
A chuva que caía em cima da gente misturava-se às lágrimas de Pansy, que tinha seu rosto vermelho e inchado. Naquele momento tudo o que eu mais desejava era o Potter, dilacerado e destruído, como era para ele ter ficado quando enfrentou Voldemort.
Coloquei meus braços em volta de Pansy e levei-a daquele lugar, antes que ela pegasse uma doença séria. Estávamos indo para a minha casa, Astoria iria cuidar dela até que estivesse melhor. Era engraçado o fato de minha melhor amiga e minha esposa serem tão amigas, já que no começo elas odiavam uma a outra.
Na manhã seguinte levantei-me da cama e percebi que Astoria ainda dormia, os cachos de seus cabelos loiros caindo por seu rosto angelical. Sorri e saí do quarto. Dirigi-me até o banheiro para tomar um demorado banho e percebi que tinha alguém o usando, mas não ouvi barulho algum e a porta estava aberta.
Ao entrar me deparei com uma cena que ficaria na minha mente para sempre: minha melhor amiga com os pulsos cortados, o sangue fora de seu corpo manchando toda a banheira. E lá estava ela, dilacerada e destruída, como eu desejei que Potter estivesse.
O grito sufocado na minha garganta, as lágrimas saindo de meus olhos e o corpo morto de Pansy Parkinson na minha banheira.
