N/a: Oii! Tudo bem? Então, primeira fic aqui :)
Espero que gostem e comentem ok?
Beijosss
"Dizem que quando você nasce é porque você tem algum propósito na Terra. Eu já nasci faz 16 anos e até hoje eu não descobri qual é o meu."
Lílian Evans
Minha vida é uma monotonia total. Nunca nada acontece. Sempre a mesma coisa, as mesmas pessoas, o mesmo. Toda a minha vida foi baseada em fatos extremamente comuns e sem sal. Eu nunca fui popular na escola, eu nunca viajei para algum país diferente, eu nunca tive uma mochila de rodinhas ou até mesmo uma boneca da moda, minhas roupas eram comuns e sem graça, eu nunca havia tido um namorado e eu também nunca tinha sido sequestrada por alienígenas nem nada tão excitante quanto.
Minha vida se baseava em... nada, absolutamente nada.
Não que eu estivesse reclamando da minha família ou que eu não tivesse amigos, porque minha família era o máximo e meus(poucos) amigos também eram o máximo. Era só que eu nunca tinha nada de novo, nada pelo que esperar, nada pelo que sonhar. A única esperança que eu tinha era acabar logo a escola e ir fazer minha tão esperada faculdade de Relações Internacionais em Harvard nos EUA(sim, meu sonho era sair da Inglaterra) e, quem sabe, ter um futuro brilhante e uma vida mais movimentada.
Minha cidade, Hogsmead, era pacata e completamente monótona. Assim como eu. Era raro ter novidades. Para falar a verdade era raríssimo.
As poucas festas que tinham, geralmente eram dadas pelas garotas e garotos populares e riquinhos da cidade, o que técnicamente significava que eu nunca era convidada. Minha vida social era um lixo. Assim como minha vida amorosa e minha vida doméstica. Em suma, minha vida toda era um lixo!
Agora você deve estar se perguntando: "Ela é emo?". Não, eu não sou emo. Só não tenho mais nenhuma perspectiva de vida.
A escola de Hogwarts, uma das mais renomadas do país para falar a verdade, divide seus alunos em casas. Grifinória, a casa dos corajosos; Corvinal, a casa dos inteligentes; Lufa-Lufa, a casa dos leais e Sonserina, a casa dos astuciosos. Eu fazia parte dos grifinórios, o que havia sido uma surpresa pois, quando você é uma garota quieta e na sua e não tem nenhuma perspectiva de vida, ser chamada para uma casa onde se entra só quem é corajoso é um baque e tanto. Para ser escolhido para alguma casa, você passa por uma série de testes, tanto psicológicos quanto físicos, sempre com um responsável acompanhando, e depois de algum tempo eles mandam o resultado com a casa onde você vai ficar.
Estranho né? Isso porque você não viu o diretor da escola, Alvo Dumbledore era realmente uma figura.
Eu realmente gostaria de saber onde a minha 'coragem de grifinória' tinha ido parar, porque além dos meus amigos, eu não falava com ninguém em toda a escola. Mas não pensem vocês que eu era o tipo de garota ignorada. Nãão! Quando você é estranha e tem cabelos ruivos que te fazem parecer com a mula sem cabeça com fogo saindo das ventas ser ignorada não é uma coisa admissível. Eu era a chacota da escola, todos os que eram populares eram 'obrigados' a rirem de mim. E eu não podia fazer nada, não fazia nada. Minhas amigas até tentavam me defender, mas não adiantava de nada.
Marlene e Dorcas eram minhas amigas desde a terceira série, quando Lucia McVann e sua gang tinham tentado me bater na saida da escola. As duas vieram na minha defesa e desde então - embora elas não tenham impedido Lucia de me bater , para falar a verdade elas até apanharam junto - nós somos amigas.
Se eu não tivesse elas, eu tenho certeza que já teria arranjado um jeito de me suicidar.
Tá legal, eu não seria louca o suficiente para isso, mas minha vida seria beeem mais deprimente sem elas.
Depois desse "Monólogo da Miseravel vida de Lílian Evans", eu acho que já posso voltar para minha vidinha sem sal.
Primeiro dia de aula.
- Hey, Evans, cuidado para não chegar perto das cortinas, pra não por fogo em tudo! - Eu não disse que eu era a chacota?
Pois é, e assim começa meu lindo e glamouroso ano de aula. Háháhá. Lindo e glamouroso? Meu sarcásmo tem andado nas alturas ultimamente, porque eu tinha certeza que essas eram as últimas palavras que meu ano em Hogwarts iria ser.
Com toda a certeza do mundo, a garota mais popular e vadia da escola inteira é Lucia McVann - sim, aquela que me bateu - e ela namora com James Potter que é o capitão do time de futebol da Grifinória e também o cara mais popular e pegador de toda a escola. Eu não fazia ideia de como podia caber tanto corneamento em uma relação. Sério, os dois poderiam virar alces pelo tamanho da galhada que cada um carregava na cabeça. Digam oi para meu sarcásmo novamente. "Oi sarcásmo da Lily!". Ok, parei.
Eu senti alguém esbarrar em mim e derrubar algo molhado em minha camisa.
- Ah, me desculpe! - disse uma voz irritantemente familiar. - Para falar a verdade - disse Lucia McVann olhando para mim com nojo - Não me desculpe nada. - E dizendo isso ela saiu. Assim, sem mais nem menos. E o que eu fiz?
Bom, eu sai correndo atrás dela e a derrubei no chão, peguei a faca que havia em meu bolso interno das vestes e a mutilei em pedacinhos.
Fala sério, minha imaginação é beem fértil. Oi? Eu não tenho uma faca guardada no meu bolso interno e menos que eu iria matar Lucia em um corredor lotado de gente, onde todos poderiam ver claramente quem havia sido a assassina dela. Eu faria algo bem melhor planejado.
Ok, depois desses pensamentos assassinos, eu fui para o banheiro e peguei a outra camisa que eu tinha dentro da minha mochila para me trocar. E porque eu tinha outra camisa dentro da minha mochila? Háhá, vocês não acham mesmo que depois de 10 anos estudando em Hogwarts e sendo colega de Lucia, que eu não estaria preparada para esse tipo de coisa? Poupem-me.
Sai do banheiro e dei de cara(felizmente) com Marlene e Dorcas que, aparentemente, estavam furiosas com a atitude de Lucia. Não sei porque elas ainda se importavam.
- Cara, aquela garota é uma estúpida total. Lily, você devia falar com o diretor, não é justo que todos os dias de todos os anos letivos essa garota te humilhe publicamente - ia dizendo Lene.
- Lene, olha só. Eu não me importo, sério - eu disse quando vi que ela ia começar a argumentar. - A única coisa que eu quero é acabar essa escola e fazer minha faculdade longe de tooodas essas pessoas, sem mais nenhum problema além dos que eu já tenho.
Lene apenas revirou os olhos. Ela não entendia.
Não era como se eu gostasse do que faziam comigo - tinha que ser um masoquista para gostar de ser humilhado - mas é que eu não queria mais nenhuma incomodação. Eu já tinha incomodações demais na minha vida. Arranjar problema com os populares com certeza não ia ser uma coisa muito boa.
Nós fomos para nossas primeiras aulas do dia: Àlgebra, Literatura, Inglês, Inglês e depois o almoço.
- Cara eu tô morrendo de fome - falou Dorcas assim que saimos do período duplo de Inglês.
- Quando que você não tá com fome Dorquinhas? - eu perguntei para ela.
- Sei lá, quando eu durmo? - ela respondeu enquanto escolhia o que ia comer.
- Não Dorcas, toda a vez que você dorme lá em casa eu ouço você resmungar toda a noite: 'mais um pedaço de lasanha por favor!' - falou Lene fazendo a gente rir.
Depois que nos servimos fomos para uma mesa vazia em um canto da cantina que estava lotada.
Nós começamos a comer e a conversar coisas fúteis e sem sentido até que eu ouvi uma voz muito conhecida, porém muito inesperada chamar meu nome.
- Evans?
Eu me virei e não pude esconder a surpresa que deveria estar estampada em meu rosto ao ver James Potter, o tal galinha que eu falei no meu monólogo, ali, olhando para mim, esperando que eu respondesse.
- Hmm? - foi a única coisa que a minha mente super avançada conseguiu me fazer proferir.
- Posso falar com você? - ele perguntou apontando para a porta que levava para o pátio.
Ãhn? Como assim falar comigo? O que é que ele queria? Tudo bem que ele nunca havia rido da minha cara nem feito nenhuma brincadeirinha a meu respeito em todos esses anos - o que era uma plausivel exceção, junto com seus outros dois amigos Remo e Sirius - mas dai ele vir falar comigo? A ruiva que solta fogo pelas ventas. Acho que eu estou tendo alucinações.
- Evans? Você vai falar comigo? - ele perguntou depois de meu silêncio.
- Ah, sim, ok - eu falei enquanto me levantava e lançava um olhar 'meldels' para minhas amigas que encaravam Potter incrédulas.
Nós dois fomos em silêncio até o pátio até que ele parou em frente a uma árvore perto do lago. Eu parei também.
Eu o encarei curiosa. Afinal, não era todo o dia que um cara lindo e popular como Potter pedia para falar comigo.
- Eu, hmm, queria te pedir desculpas pelo que a Lucia fez. Sabe, eu não gosto que ela faça esse tipo de brincadeira com você - ele falou sério.
Háhá. Ok, Jesus me abana. James Potter me chamou até o pátio para pedir desculpas pelo comportamento de sua vadia namorada? Tinha coisa ai. Tinha que ter.
- Tá legal Potter, eu não sei o que você quer, mas eu tenho certeza de que não foi por isso que você me chamou aqui - eu falei erguendo uma sombrancelha.
- Porque não?
- Fala sério, você não ia chamar uma garota como eu para o pátio apenas pra pedir desculpas por algo que você não fez - eu respondi.
- E porque mais eu chamaria então? - ele perguntou parecendo achar graça no meu jeito.
- Pra fazer alguma brincadeirinha sem graça daquelas que seus amigos adoram fazer comigo? - eu falei ficando corada.
- É claro que não. Eu não acabei de dizer que eu não gosto dessas brincadeiras? - ele respondeu parecendo indignado.
- Então porque você me chamou aqui? - eu perguntei ficando irritada.
- Pra fazer exatamente o que eu fiz - ele respondeu parecendo arrependido de ter me chamado até ali.
Eu apenas ergui minhas sombrancelhas e disse.
- Era só isso? - eu perguntei.
Ele fez que sim com a cabeça.
Eu dei as costas e fui em direção ao castelo.
- Evans! - Potter me chamou novamente. Eu me virei para ele.
Parecia que ele queria me dizer alguma coisa. Parecia que ele estava lutando com as palavras.
- Que? - eu perguntei.
Ele me encarou por um momento e disse simplesmente:
- Seus tênis estão desatados.
E foi para dentro da escola.
Cara, esses garotos populares eram realmente estranhos. Mesmo.
