Edward Cullen
Ajeitei o blazer, desconfortável com aquele lugar, enquanto recebia instruções. Felizmente, a moça da recepção parecia não reparar muito na minha pessoa e a iluminação fraca ajudava a diminuir um pouco meu desconforto... mas não muito. Na verdade, tudo aquilo era proposital, tudo era como eu tinha esperado.
Edward Cullen, eles me chamam. Para a família, um filho mais novo que se dedicou mais aos estudos que os irmãos; para os outros, um jovem de família privilegiada que levava o trabalho a sério. No fundo no fundo, eu era só mais um cara que acordava cedo todos os dias querendo morrer, trabalhava a semana toda em um ritmo estressante de escritório, chegava em casa e assistia televisão até o tédio me consumir, ia para a cama de madrugada, sem sono, e vivia numa rotina entediante, sempre odiando segundas e torcendo sempre para as sextas chegarem. Não tão fascinante assim, certo?
Quanto à vida amorosa, digamos que eu tenha tido minhas aventuras de adolescência, então amadurecido um pouco, mas, depois de um último namoro relativamente desastroso, eu meio que desisti de me apegar às pessoas. Passei por uma outra longa fase de baladas e bares, afinal, o que poderia ser melhor para desestressar e esquecer da vida do que sexo? Mas, pra falar a verdade, minha atual posição na empresa de meu pai não me dá muita margem para sair por aí destruindo minha reputação...
Foi então que, em um dia muito aleatório, me deparei com aquele anúncio... A princípio, pareceu piada, loucura... Mas então me perguntei: por que não? A proposta era simples, um encontro às cegas. Sim, mas não da maneira tradicional... na verdade, o encontro era mais às cegas do que "encontros às cegas" normais. A partir de um cadastro no site, eu preenchi alguns dados como faixa etária e opção sexual e agendei um horário. Tudo muito simples, tudo muito fácil.
Entrei em uma pré-sala pequena, onde me pediram para me despir quase que completamente. Aquilo tinha sido mais direto do que o esperado, mas, devo admitir, não me preocupou em nada. A verdade é que eu estava precisando daquilo, um encontro completamente casual, direto, e sem a chance de ser reconhecido. Tudo o que eu menos precisava era de alguém fazendo escândalo na frente da minha família ou da empresa.
Somente de cueca boxer, entrei em um quarto completamente escuro. Eu estava esperando algo apenas na penumbra, mas aquilo era além do esperado... fechar os olhos não faria a menor diferença. É claro que eu estava bastante excitado com toda aquela ideia maluca, mas assim que fiquei na completa escuridão comecei a hesitar.
Será que eu conseguiria me sentir atraído por alguém que eu nem ao menos conseguia ver? A ideia era não conversar também... E quanto à outra pessoa, qual o motivo de ela também escolher estar ali? Pela primeira vez desde o momento em que vi o panfleto, fiquei em dúvida quanto às minhas escolhas... mas decidi seguir em frente.
Andando com bastante cuidado, senti minha canela entrar em contato com a cama. Vagarosamente fui tateando a borda do colchão... até encostar no pé da mulher que supostamente estaria ali. Ouvi um leve som de alguém sugando o ar, como se tivesse levado um susto. O pé da mulher tremeu por um instante, mas logo foi estabilizado.
Ela estava suando um pouco, a pele meio gelada. No final das contas, parecia que também era a primeira experiência dela nesse tipo de encontro...
Com cuidado, tentei me sentar ao lado dela, porém virado para o lado oposto ao que ela estava aparentemente virada. Minha mão direita seguiu o contorno da perna dela com o mais sutil dos contatos. Eu queria ser o mais gentil possível, já que eu próprio estava um pouco inseguro, mas, devido à escuridão, era o único jeito de eu ter plena certeza de onde ela estava.
Muito lentamente, percorri os quadris dela, então o torso. Ela ainda estava um pouco arrepiada e ligeiramente fria, mas parecia um pouco menos tensa. Enquanto isso, minha mão esquerda encontrou o topo da mão dela, que estava quase que agarrando o lençol. Ali minha mão ficou, meio que tentando passar segurança para ela, enquanto minha mão direita esbarrava na lateral do sutiã dela, fazendo-me sentir o contorno de seu peito.
Meu coração, que após o susto da escuridão plena estava bem quieto, começou a pulsar uma fração mais rápido. Controlei meu impulso de sentir o peito da mulher e tentei continuar minha jornada gentil, afinal, eu não queria apressar nada antes que houvesse um consenso e conforto mútuo.
Meus dedos afastaram o cabelo feminino e sutilmente percorreram o pescoço daquela moça. Senti que a gelidão inicial havia passado e logo senti que ela havia engolido em seco. Percorri a lateral do rosto dela da maneira mais cuidadosa possível, sentindo a pele macia, os traços delicados, a respiração quente. Embaixo de minha mão esquerda, senti a mão dela relaxar completamente, então entrelacei nossos dedos.
Minha mão direita voltou a contornar o maxilar feminino e, quando meu polegar encostou na extremidade dos lábios dela, aproximei meu rosto e, lentamente, encostei no pescoço dela. Fiz questão de ficar alguns segundos ali, fazendo-a sentir minha respiração quente. Em um movimento muito sutil, senti a bochecha dela roçar na base de meu maxilar. Com isso, aproximei meu corpo um pouco mais do dela e beijei levemente seu pescoço. Ela suspirou. Não pude deixar de sorrir.
Traçando um caminho de beijos leves, alcancei a extremidade de sua boca, onde mantive um contato bem mais demorado. Desta vez, ela me surpreendeu, virando o rosto para iniciar nosso primeiro beijo propriamente dito.
Os lábios dela eram macios, suaves. Por um momento me peguei pensando em quanto tempo não fazia que eu tinha um beijo daqueles, cuidadoso, paciente, intimamente provocativo de tão delicado, sem pressa, sem desespero. Aquela era a sensação que eu buscava, que conseguia me fazer deixar de pensar mesmo sem ser urgente, agressivo.
Ao que o ritmo do beijo foi crescendo, minha mão esquerda subiu pelas costas dela, enquanto minha direita ainda acariciava seu rosto, seu pescoço, sua nuca. Ela então brincava com meus cabelos, percorria meu braço, começava a deixar a minha respiração descompassada. A pureza do beijo que me trazia sensações da adolescência foi me envolvendo de tal maneira que não demorei a pedir passagem com a língua. Já bem menos hesitante, ela abriu um pouco a boca e começamos a compartilhar beijos um pouco mais fervorosos.
Deitei-a de costas na cama e repousei meu corpo parcialmente em cima do dela, sem cessar o beijo. Minha mão percorreu todo o torso dela novamente e logo apertei levemente a coxa dela. Já com menos cuidado, contornei a bunda dela e ouvi um leve gemido. Em meio à nossa dança de línguas, senti o calor me dominar. Eu ainda queria manter o foco, no entanto, e ir com calma. De alguma forma, aquilo estava sendo especial para mim.
Apalpando a bunda dela eu a trouxe um pouco mais para perto, de forma que mais um pouco de meu corpo a cobrisse. Senti um leve sorriso nos lábios dela, enquanto nos beijávamos, e rapidamente ela me puxou um pouco mais para baixo, de forma que minha ereção roçou na parte interior de sua perna. Não pude conter o gemido com o pulso de calor que me envolveu.
Sem fazer questão de me desencostar dela, agarrei um de seus seios, massageando-o inicialmente de leve. Pude sentir a excitação dela quando meu polegar começou a contar seu mamilo, por cima do sutiã. Foi a vez dela gemer, me puxando pelo pescoço para aprofundar ainda mais o beijo.
Àquela altura eu já estava louco de luxúria, poderia facilmente arrancar nossas poucas peças de roupa e entrar dentro dela com tudo. Meu membro, duro como uma pedra, inconscientemente já tinha se movido para mais perto do centro dela, apenas a um dedo de tocá-la onde ela mais gostaria. Foi preciso todo o controle que ainda havia dentro de mim para que levasse aquilo tudo num ritmo mais gentil, romântico, gostoso.
Com um pouco de luta, desatei o sutiã dela e, por um momento, cessamos os beijos. Enquanto eu jogava o sutiã no chão, pude ouvir a respiração completamente descompassada dela. Rapidamente, comecei a devorar um de seus seios enquanto minha mão brincava com o outro. Usei a língua para provocativamente contornar seu mamilo, só depois lambendo-o, então sugando-o.
Entre gemidos, ela mexeu seu ventre de uma maneira que me deixou louco, roçando-o contra minha já completa ereção. Eu devo ter tremido com o contato, ou algo do tipo, pois logo ela começou a repetir os movimentos, lenta e provocativamente. Através dos finos tecidos que nos separavam eu pude sentir toda a umidade dela, o que me excitou ainda mais. Naquele ponto, eu já não sabia mais se os gemidos eram meus ou dela.
Sem soltar o peito dela, subi minha boca para voltar a chupar seu pescoço. Dessa forma, pude ajustar melhor o ângulo de fricção de meu membro com a região do clítoris dela. Enquanto meus movimentos pélvicos aumentavam em velocidade, meus ouvidos se derretiam com o modo como aquela moça perdia o fôlego, por vezes tentando conter sons e outras aparentemente respirando pesadamente pela boca.
Eu sentia o calor me envolver, me consumir. Eu tive de largar aquele seio maravilhoso e voltar a me dedicar à bunda, apertando-a sem pudores. Só assim eu tinha o controle que queria com as minhas investidas, cada vez mais rápidas. Eu sentia a respiração quente dela perto de meu rosto, sentia suas costas arquearem em pulsos... ela estava chegando lá.
"A-Ah... AH!", ela gritou, meio que tentando se conter, mas ainda sim de uma maneira audível. Havia um pré-acordo de não conversar, então aquela primeira chance de ouvir uma fração da voz dela fez com que um sorriso de satisfação escapasse de meus lábios.
Eu estava quase explodindo também, então, após mais algumas investidas, tive de parar, ou não chegaríamos onde eu queria chegar. Enquanto ela ainda se recompunha do primeiros orgasmo, tracei um caminho de beijos descendo o seu corpo. Fui mais demorado no abdômen, diminuindo o ritmo mas trabalhando ainda mais na língua e na sucção. Enquanto eu próprio tinha um tempo para me recompor de meu quase-orgasmo, tinha a chance dde provocá-la ainda mais.
Quando cheguei na costura de sua calcinha, levantei meu rosto, cessando o contato. Com as mãos, fui retirando aquela peça de roupa da maneira mais lenta que consegui. Eu fazia questão de acariciar levemente todo centímetro de pele em que a calcinha passava. Ocasionalmente, ela tremia ou esbarrava a perna em mim, meio que implorando para que eu fosse mais rápido.
Após me livrar da calcinha, voltei a usar o corpo feminino para me guiar no escuro. Beijei seus pés, seu tornozelo, sua canela, joelho, coxa... Minha língua pôs uma pressão especial sobre a parte interna da coxa dela, ao que minha mão acariciava a outra perna.
Minha língua seguiu até seus lábios internos, contornando-os, sentindo a umidade deliciosa que os envolvia. Mesmo longe de sua face, consegui ouvir um longo suspiro. Lentamente, lambi seu clítoris, tendo a confirmação de que estava fazendo algo certo pela breve contração dos músculos de suas pernas. Minha língua voltou a descer até os lábios, então subir muito lentamente, mas com bastante pressão, até passar o clítoris. Repeti o movimento mais algumas vezes, cada vez aumentando a velocidade em pequenas frações, construindo uma ansiedade favorável. Fiz então um movimento ciruclar, contornando o clítoris... então sugando-o. Naquele momento, as mãos da moça agarraram meus cabelos, como se ela precisasse de mim ali. Aquilo só me empolgou a continuar.
Com a ponta da língua, dei leves batidinhas no clítoris, então comecei com um movimento lateral quase que vibratório. Não muito depois, ela já estava gemendo alto, os músculos se contraindo em pulsos e o ventre se movimentando involuntariamente sob a minha boca. Por alguns instantes, diminuí drasticamente velocidade, então enfiei a ponta de um dedo em sua entrada. Não tive pressa em enterrar o comprimento todo de meu dedo. Eu queria enlouquecê-la naquela noite.
Sincronizando os movimentos de minha boca e de meu dedo, fui aos poucos voltando a acelerar. Quando enfiei um segundo dedo, ouvi um gemido mais alto dela. Meus dedos eram bombeados desde a extremidade até o fundo de sua vagina, às vezes curvados para que ela pudesse ter o maior prazer possível. Senti que o orgasmo estava próximo, então voltei à intensidade máxima de minha língua em seu clítoris e enfiei um terceiro dedo em sua entrada, aumentando bastante a velocidade. Desa vez, o orgasmo foi mais longo que o primeiro e eu tratei de continuar a estimulá-la durante todo o processo.
Naquele ponto, meu membro já estava pulsando de vontade, de necessidade. Eu mal podia esperar para penetrar aquela mulher. Eu precisava, no entanto, beijá-la mais uma vez.
Com mais urgência do que das vezes anteriores, usei minhas mãos para me guiar até o rosto feminino, apalpando calorosamente todo o seu contorno, no caminho. Já sem muita polidez, beijei seus lábios. Ela ainda arfava do último orgasmo, mas em pouco tempo já abriu a boca para me beijar fervorosamente. Eu gemi quando ela agarrou meu membro através da cueca, dando uma leve apertada. Ela começou a massagear bem no local onde estava a cabeça e eu tive a certeza de que ela pôde sentir a umidade do pré-gozo. Eu gemi um pouco mais alto, me desconcentrando um pouco do beijo. Ela então contornou minha cueca boxer e agarrou meu membro, fazendo-me segurar a respiração por um momento. Enquanto ela me esfregava, minha língua fazia movimentos involuntários de penetração, em sua boca... eu não conseguiria aguentar por muito mais tempo.
Em questão de segundos, cessei o beijo e segurei o seu braço, engolindo em seco. Afastei-me um pouco e, já tremendo de excitação, retirei a única peça de roupa que nos separava... Com alguma dificuldade, inclinei-se para pegar uma camisinha na cômoda ao lado, tateando no escuro. Após colocá-la, voltei a me posicionar entre as pernas da moça e a trouxe para perto. Ela me envolveu com as pernas. Eu inclinei para um beijo mais suave, demorado, e a ponta de meu pênis esbarrou em sua entrada, arrancando gemidos de nós dois. Recuei o tronco e, com a mão, guiei meu membro, encaixando sua ponta na vagina.
Eu a penetrei sem pressa, como se fosse a primeira vez... Deus, ela era tão apertada... Respirei com a boca para reganhar o controle, então, sem mais delongas, comecei a me movimentar. Ela apertou as minhas costas firmemente, ao que eu aos poucos ia aumentando o ritmo. Ocasionalmente, eu saía dela por um breve instante, só para colidir com tudo e então beijá-la no pescoço, continuando a penetrá-la. Ela parecia tentar se conter, mas seus gemidos estavam cada vez mais frequentes e altos.
Fui sentindo as ondas de calor em meu corpo, contraindo meus músculos, fazendo-me perder o controle. Quando eu sentia que estava quase no pico, desacelerava só para prolongar o ato. Eu estava provocando a nós dois, lutando contra a tentação de terminar tudo rápido para que pudéssemos aproveitar mais o momento... e para que o final fosse mais intenso, delicioso.
Quando decidi que estava na hora, aumentei o ritmo ferozmente. Algumas de suas unhas rasparam em minhas costas e, como reação, chupei seu pescoço de uma maneira que provavelmente deixaria marcas... Passei a penetrá-la ainda mais forte, mais rápido... Ela se movia um pouco embaixo de mim, arqueando as costas... Fui sentindo as contrações dela ficarem mais frequentes e o aperto de suas mãos cada vez mais firme. Eu estava no limite também...
Assim que ela chegou ao orgasmo, permiti-me chegar ao meu, explodindo dentro dela. Foi um orgasmo incrivelmente intenso, o mais longo e envolvente que eu me lembrava de ter tido. Eu fiquei ainda alguns segundos dentro dela, arfando desesperadamente.
Quando rolei para o lado, mantive um braço em torno dela. Encaixei meu nariz na lateral de seu pescoço enquanto nós dois ainda buscávamos por ar. Aos poucos meu coração foi acalmando, minha respiração voltando ao controle. Então, levei meus lábios até os dela por uma última vez. Um beijo extremamente longo, quente, mas incrivemente delicado, com pouco movimento. Foi ela quem cessou o beijo, escorregando para o lado antes que eu pudesse reagir.
Ali, no escuro, eu só pude imaginar ela procurando pelas roupas íntimas... e saindo, deixando-me sozinho. Extasiado, mas sozinho.
Por vários minutos, fiquei parado, com apenas lembranças envolventes se passando pela minha cabeça. Eu tinha a simples proposta de chegar ali, ter alguma espécie de sexo selvagem e sair sem precisar me preocupar com a outra pessoa, sem precisar beijar, abraçar ou sequer encará-la... E, no entanto, a escuridão me pôs em dúvida, o desconforto inicial da moça me pegou de surpresa e eu acabei levando tudo de uma maneira ironicamente mais demorada e romântica do que em todos os meus últimos encontros... No final, era eu quem estava ali, parado, sozinho, me perguntando que diabos de mulher era aquela e se eu alguma vez eu a veria de novo.
