Título: Corações Clandestinos
Autor: Araleh Snape
Tradutor: Mazzola Jackson
Personagens: Harry Potter, Severus Snape
Resumo: Há corações que se cruzam na vida, que se reconhecem, se apaixonam e lutam sempre juntos, sem interessar se são proibidos, ocultos, alheios, impulsivos ou inesperados, o importante é que são reais.
Gênero: Romance
Classificação: PG-13
Advertências: Adulto / Infantil, gravidez masculina
Capitulo um:
Perseguição
Severus Snape parecia encontrar-se dando outro de seus habituais percursos noturnos. Seu andar apressado não era nada fora do comum, também seus olhos penetrando a noite, clonados na mesma escuridão, cúmplices da penumbra em busca de algum infrator às regras do colégio. No entanto, não tudo é o que aparenta.
Draco Malfoy encurralava seu noivo contra a parede desse escuro corredor. Sugava seus lábios com ansiedade, desfrutando dos choramingos que emanava da garganta do outro garoto, visivelmente excitado, roçava seu quadril contra a do loiro, se orgulhando de perceber que não era o único que se sentia a ponto do mandar todo ao diabo e se tomar mutuamente aí no meio do corredor.
— Draco, acho que devemos deter-nos… —sugeriu entre suspiros de prazer quanto o Slytherin afundou sua cara em seu pescoço e sugou guloso a pele sensível abaixo da sua orelha—… faz favor… ou não sei se posso…
— Deixa de controlar-te, joli*, que te asseguro não te arrependerás.
— Mas…
— Não sei a que tens medo sabe que te quero.
— Sei-o, mas…
Draco silenciou com um feroz beijo que conseguiu desarmar a seu noivo. Nem sequer ouviram os passos acercar-se, e justo quando o loiro tentava introduzir uma mão baixo a camisa de seu noivo para lhe acariciar mais intimamente…
— Potter, tem menos cinquenta pontos para Gryffindor e detenção comigo… Agora!
Harry quase jogou a Draco ante o sobressalto que sofreu ao escutar a voz autoritária de seu Professor. Olhou-lhe aterrorizado e também envergonhado por ter sido apanhados em tão comprometedora situação.
— Professor… —disse Draco mais acalmado—… Não estávamos fazendo nada mau.
— Vai a tua habitação, Malfoy antes de que me arrependa de não lhe baixar pontos da minha própria casa.
— Padrinho…
— Tenho dito que te vás! –ordenou mais cortantemente. -Como monitor podes andar fora de tua habitação, mas tens cinco minutos para chegar antes de te dar uma advertência como ao senhor Potter.
Harry enviou uma mirada de súplica a seu noivo para que se marchasse, sabia que se seguia tentando o defender de Snape as coisas seriam muito pior. Resignado, Draco teve que dar meia volta para dirigir para sua habitação.
Olhos verdes levantou timidamente a mão para despedir-se, a qual foi imediatamente presa pelo pulso por seu Professor, quem sem lhe importar nada, tomou o caminho a seu escritório levando a Harry quase arrastando. O garoto nem se atrevia a protestar, sobretudo porque preferia não dar pé a que Snape lhe falasse diretamente de como tinha sido surpreendido essa noite.
Ao chegar, o Professor soltou-lhe ordenando-lhe ocupar um assento na cadeira em frente a sua mesa. Harry não obedeceu de imediato, ainda aturdido de que não lhe exigisse se pôr a esfregar todos os caldeirões sujos que se amontoava no salão contiguo.
— Que passa, Potter?... É surdo? —perguntou ocupando seu cadeirão atrás da mesa ao que levou um grande montículo de pergaminhos para se pôr a qualificar, sem importar que já fossem dar as onze da noite.
— Que vou fazer? —questionou finalmente sentando-se.
— Só fique aí e guarde silêncio que estou ocupado.
Harry estava realmente assustado. Era a terceira vez que o Professor Snape lhe castigava nas ultimas duas semanas, e suas detenções já não eram como antes, não achava que devesse se queixar pois a mudança aparentemente era para seu bem, mas realmente esperava que em qualquer momento lhe fizesse ver sua sorte… talvez só planejava o ter confiado para dar o golpe mortal.
"Não sei que demônios estou fazendo" se questionou Snape enquanto riscava com brilhante tinta verde a primeira resposta do primeiro pergaminho que revisava. De lateralmente podia ver ao jovem de dezessete anos torcendo os dedos com nervosismo enquanto tentava manter-se quieto e passar desapercebido.
"Está nervoso" pensou o Professor sem deixar de qualificar os exames. "Ultimamente ponho-lhe nervoso, mas não da forma que quisesse… Só é porque o descubro em seus deslizes!".
Um profundo suspiro brotou de sua alma fazendo que Harry se tensar mais.
"Que foi isso?" Perguntou-se Harry atrevendo-se a olhar ao Professor, quem, sem dar-se conta da inconsciente exalação, continuava com seu trabalho. "Será que se está imaginando alguma tortura para mim?"
— P-professor?
Snape só rosnou em resposta, nem sequer levantou a cara, ainda que graças a sua habilidade quase podia ver a expressão expectante de seu aluno.
— Para valer não quer que faça nada? —perguntou Harry, convencido de que entre mais ocupado que estivesse seria melhor.
O professor não respondeu, mas pela primeira vez deixou a pluma em seu lugar apartando a mirada do pergaminho.
— Pode ir Potter.
— Mas…
— Direto a sua sala comum, sem desvios, se inteiro-me que voltou a estar fora dela, lhe asseguro que não terá a mesma sorte.
— Sim… Professor.
— Espero-lhe amanhã aqui mesmo, terminando suas classes… Não faça planos para o resto da semana, estará completamente ocupado.
Harry pensou que seria um suicídio reclamar e não se atrevia nem sequer a questionar o porquê de toda uma semana de detenções, de modo que se mordeu os lábios para não o fazer. Ao vê-lo fazer isso, Snape se pôs de pé lhe olhando fixamente. Harry voltou a ficar tenso sem saber como devia reagir, instintivamente se afundou em seu assento como se estivesse a ponto de ser atacado por um feroz tigre.
O Professor deu uns passos acercando-se. Harry não lhe decolou a mirada de em cima em espera do verdadeiro castigo, no entanto, não passava nada. Snape somente via-lhe. Para olhos negros era hipnotizante ver o rubor do temor nas bochechas brancas dos olhos verdes, seus lábios entreabertos deixando sair uma agitada respiração… baixou a mirada. Aquela noite Harry levava só a camisa e a calça do uniforme, sem a túnica, e notou como seu firme abdômen subia e baixava com rapidez ante a exaltação que tinha.
Não pôde o evitar, Snape percorreu a cada um dos botões da branca camisa para se deter justo no da calça. Esse botão em particular era uma tentação, sua ascensão e queda foi uma ode ao erotismo, era um "vêem, vêem" que lhe convidava ao acariciar.
Harry deu-se conta daquelas miradas, mas em nenhum momento ocorreu-se lhe pensar em nada perverso. Pelo menos não do tipo perverso que Snape tinha em mente.
— Regresse a sua Torre, Potter. —disse Snape finalmente quando regressou sua mirada aos verdes olhos de Harry.
O garoto assentiu e lentamente pôs-se de pé. O Professor continuava bem perto e queria evitar tocar-lhe, arqueado um pouco suas costas para poder rodear a cadeira e marchar-se. Severus não se moveu, mas seus punhos se apertaram para não reduzi-lo por essa cintura que estava lhe deixando louco.
Harry interpretou equivocadamente aquilo, achou que quiçá estava se contendo para não o agredir fisicamente, pensou no enfrentar como faria em outras ocasiões, mas de tão só recordar o motivo de que estivesse aí essa noite decidiu guardar silêncio e se apressou a sair quase correndo do escritório de seu Professor. Ao ficar só, Severus atravessou outra porta que conduzia para sua habitação. E sem sequer despir-se, foi direto ao banho e introduziu-se debaixo da água gelada.
"Que passa contigo, Severus Snape?" se censurou apoiando suas duas mãos no azulejo da parede enquanto deixava que a água lhe limpar. "Desde quando esse menino te parece o homem mais tentador que tens conhecido?... Desde quanto pões-te assim por Harry Potter?"
Rosnou apertando os punhos, odiava a água gelada, mas agora a merecia por se andar permitindo semelhantes pensamentos a respeito dos olhos verdes.
"Porque demônios tens que desejar tanto a um aluno?... Um aluno que para cúmulo, é o noivo de teu tonto afilhado… E desde quando, Severus Snape, Draco Malfoy é um tonto para ti?"
Sem pressa alguma em sair, e sem importar-lhe pescar uma pneumonia, Severus respirou fundo sem fazer caso de seus músculos contraindo-se de frio… ia ficar aí até que deixasse de sentir que queria correr atrás de Potter e lhe fazer ver que ele era o homem que precisava a seu lado.
Mas podia ter algum ponto de comparação entre um velho professor de Poções, e um atrativo, milionário e jovem herdeiro?
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Harry chegou até seu quarto, e depois de pôr-se seu pijama introduziu-se baixo as cobertas. Não tinha ânimo de se pôr a fazer sua tarefa, talvez se Snape continuava lhe dando essas classes de castigo então teria tempo livre para fazer durante suas detenções.
Sentiu a Ron levantar de sua cama e ir sentar-se na sua, correram as cortinas para colocar um feitiço de silêncio e que seus colegas não acordassem.
— Estiveste até esta hora com o furão?
— Ron, já te disse que não lhe digas assim. —pediu pacientemente.
— Já sei, já sei, mas é que não me acostumo a fazer de outra forma… Não entendo que saias com ele, mas em fim, é tua decisão.
— Se o conhecesses um pouco, te darias conta que não é a má pessoa que sempre cremos. Draco é…
— Basta!
Ron tampou-se as orelhas com as mãos para evitar que Harry voltasse a falar bem de Malfoy. Não toleraria voltar a escutar "É tão sensual, tão divertido, tão gay, tão, tão"
O ruivo só podia agregar "Tão oco".
— Em fim, não estive com ele o tempo todo. —comentou Harry sorrindo a seu amigo—. Snape nos apanhou em um dos corredores e me castigou.
— Outra vez?
— Pois sim… outra vez.
— E agora quantos pontos perdemos?
— Nem lembro-me bem pelo nervoso que me pus. —respondeu corado. — Draco estava muito efusivo esta noite e…
— Lembras-te de nosso trato? —voltou a atalhá-lo mostrando-lhe a palma de sua mão para que deixasse de falar—. Nada de confidencias íntimas!
— De acordo. —aceitou sorridente—. De todos modos não há nada que contar, Snape nos interrompeu e tive que passar um momento com ele em seu escritório, claro, além dos pontos tirados a Gryffindor.
— E suponho que o marcador de Slytherin ficou intacto.
— Pois sim.
— Harry… Não será todo um complô de Snape e Malfoy para afetar a Gryffindor? —perguntou baixando a voz como se eles pudessem o escutar—. Talvez Malfoy diz a seu padrinho onde vão estar para que possa apanha-los e então nos restar pontos.
— Se soubesses como estava Draco, não pensarias desse modo. —assegurou corado. —Duvido muito que lhe tenha alegrado ver a seu padrinho naquele corredor.
— Quantas vezes mais vou ter que te pedir que não ponhas imagens em minha cabeça? –repetiu com uma expressão de náuseas. —Melhor vou dormir-me, tenho que me levantar cedo porque não terminei a redação para Mcgonagall.
Harry recordou essa tarefa, ele também não a tinha feito. De modo que, seguindo o exemplo de Ron, decidiu que se levantaria uma hora mais cedo e a faria antes de ir a aulas. Essa noite teve um estranho sonho com Snape, o homem encontrava-lhe em várias ocasiões pelos corredores de Hogwarts e sempre era em situações comprometedoras, ainda que não sabia com quem, nem sequer podia ver bem se o garoto que lhe acompanhava era seu noivo ou não. Quando acordou mal podia se lembrar da incongruência do sonho.
Eram às oito da manhã e ambos amigos seguiam dormindo perdido suas intenções de madrugar. Seamus quase teve que atirar da cama a Ronald para que por fim abrisse os olhos. A Harry definitivamente deixaram-no em mãos de seu amigo e os demais baixaram ao café da manhã.
— Oh, por Merlín, Harry… Mcgonagall nos matará quando lhe digamos que não fizemos nada! —exclamou Rum enquanto dirigiam-se ao salão de classes, tarde e sem café da manhã como era seu costume.
— Sei-o… o mau é que nem sequer tenho tardes livres para pagar algum castigo.
Ron não pôde evitar se rir do lamento de seu amigo, este agora tinha as detenções com Snape, algo nada invejável. No entanto, seu sorriso apagou-se por encanto quando ao dar volta ao corredor, viram a Draco parado junto à porta do sala de Transfigurações. Já não tinha ninguém mais, o qual queria dizer que a aula tinha começado.
— Bom dia. —saudou-lhes o loiro. A Harry com um brilhante sorriso e a Ron com uma careta de desprezo muito bem correspondida. —Vejo que se te fez tarde como sempre.
— Sim. —respondeu Harry desculpou. —Não posso me deter, me espera um castigo por não trazer a redação.
— Sobre Transfigurações? –perguntou o loiro.
— A mesma. –respondeu Harry.
— Toma. —disse sacando um pergaminho de sua mochila. —Presenteio-te a minha, eu ainda tenho até manhã para fazer outra.
— Obrigado, Draco, não sei o que faria sem ti!
— Pelo menos mereço um beijo? —perguntou acercando-se insinuante.
Harry sorriu-lhe tímido, disposto a dar-lhe seu prêmio antes de entrar na classe, mas Ron apressou-se a interpor-se entre eles para os separar.
— Esqueçam-se de doçuras! Vamos pra classe Harry, que eu ainda não estou isento de castigo! —exclamou puxando ao Harry para a porta da sala.
— Vejo-te na noite. —despediu-se Draco, não sem antes lhe enviar uma severa mirada ao ruivo.
— Draco, sinto… Snape castigou-me toda a semana, e…
Harry já não pôde dizer nada mais porque Ron já tinha aberto a porta e entrava na aula o levando consigo. Draco não teve mais remédio que se marchar, tinha uma hora livre, tempo suficiente para repor a tarefa que tinha presenteado.
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À hora da comida, Harry buscou a Draco assim que chegou ao comedor mas o loiro não estava, de modo que foi a se reunir com seus dois amigos na mesa de Gryffindor. Nem conta deu-se que uns olhos negros não lhe decolavam a vista da mesa dos professores. Ainda que este também não notava que uns azuis não deixavam de lhe olhar a ele.
— Há algum problema com Harry, Severus? —perguntou Dumbledore quando viu que seu amigo fincava o garfo no pão de maneira por demais agressiva enquanto via como os olhos verdes sorriam ao ver chegar a seu noivo nesse preciso momento.
— Nenhum. —respondeu sem dignar-se a olhá-lo.
Albus seguiu a mirada de Severus e notou como Draco se sentava junto a seu noivo na mesa de Gryffindor, saudando com um beijo nos lábios sem lhe importar que estivessem em um lugar público.
— Então é pelo jovem Malfoy? —insistiu Dumbledore inocentemente. —Molesta-te que seja noivo de Harry e agora fraternize com os Gryffindor?
— Draco deveria estar sentado com os de sua casa, o que faz vai contra as regras e agora mesmo vai me escutar!
Albus ficou com a palavra na boca quando quis perguntar qual regra estava quebrantando* que ele não conhecia. Viu como seu amigo já caminhava apressado para a mesa Gryffindor, onde Harry e Draco não deixavam de mimos com a comida.
— Pode-se saber que faz aqui, Senhor Malfoy? —questionou Severus chegando no preciso momento de interromper outro beijo.
— Eh, pois… comendo?
— Este não é teu lugar. Vá agora mesmo à mesa de Slytherin ou te ates a um castigo.
— Mas, não sabia que não podia me sentar aqui. —protestou realmente confundido.
— Foi minha culpa. —atreveu-se a intervir Harry—. Eu o convidei a se sentar aqui e…
— Se não guardar silêncio Potter, será uma semana mais de detenções.
Harry estava muito aturdido, se seguia a esse ritmo ia ficar devendo detenções quando se graduara, mas não podia deixar que castigassem a Draco por algo que não considerava importante. O loiro, ao ver que seu noivo ia protestar se arriscando a não voltar a ter uma tarde livre, se pôs imediatamente de pé.
— Desculpo-me, Professor, devia averiguar melhor as regras… agora mesmo regresso a meu lugar.
Draco acariciou discretamente a mão de Harry para acalmá-lo, e ainda que o Gryffindor guardou silêncio, trocou uma mirada furiosa com seu Professor. Mas o que conseguiu não foi precisamente intimidar a Snape, senão acelerar seu coração ao se imaginar lhe apagar essa dura mirada com um feroz beijo que lhe fizesse ver quem era o que mandava.
— Não o esqueça, Potter… esta noite, em meu escritório.
Severus marchou-se depois de dizer isso, desejando que o motivo não fosse uma detenção senão para lhe fazer saber o que era um homem e não meninos bonitos de cabelos tingidos. Alheio ao que seu professor desejava dele, Harry dirigiu sua mirada para a mesa de Slytherin para sorrir a seu noivo.
Ao ver isso, Ron bufou incomodado, e deixando o garfo sobre a mesa e cruzou os braços olhando alternadamente ao loiro e ao moreno que não deixavam de se sorrir bobamente.
— Em sério, Hermione… —comentou dirigindo a sua colega de assento—… Não podes te imaginar o que tenho saudades das brigas do passado. —agregou melancólico. —Quando estes dois se brigavam até por cruzar nos corredores isso sim era uma vida normal!
— Ron, não é tão mau, se lhe desses uma oportunidade verias que os Slyhterin não são pior que ninguém… também têm seu lado bom. Apesar de que às vezes sejam uns tontos cegos que não vêem o que têm em seus narizes.
Absorto em quase chorar ao ver como seu mundo se derrubava, Ron não compreendeu de todo as palavras de sua amiga e não pôde notar como ela via como Blaise Zabini bebia sua sopa com impecável elegância. A castanha não conteve um prolongado suspiro nada próprio de sua vida intelectual, mas como invejou aquela estúpida colher que se atrevia a acariciar os lábios mais sensual que tinha visto em sua vida!
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Essa noite, Harry encontrava-se arranjando sua mochila para levar ao castigo, aí poderia avançar nos deveres que tinha pendente. Em frente a ele, Ron ia saindo do banho com uma toalha enredada na cintura quando Draco entrou, provocando que o ruivo gritasse surpreendido.
— Pode-se saber porque demônios entras como cão na minha habitação?!
— Também é a habitação do meu noivo. —respondeu com altivez enquanto Ron cobria-se rapidamente com uma bata e Harry simplesmente sorria divertido. —Ademais, tenho vindo a vê-lo a ele, não a ti, cara de batata.
Ron jogou-lhe um travesseiro dando-lhe justo no rosto quando se dispunha a beijar a seu noivo. Draco preferiu não lhe fazer caso e depois de restabelecer seu peteado, beijou tão efusivamente a Harry que caíram sobre a cama ignorando o rosnado do ruivo.
— Não vás hoje a essa detenção. —pediu Draco brincando com o nariz de Harry.
— Sabes que não posso faltar, Snape me castigaria por vida… e seguro que o conseguiria, posso me imaginar tendo que vir a passar as noites em seu descritório ainda quando tenha cem anos.
— Sei-o, sei-o. —aceitou resignado—. Mas não pude me resistir a te pedir que ficasses comigo.
— Já será outro dia.
— Vais portar-te bem para que Severus já não te castigue? —comentou beijando amoroso a pele do pescoço.
— Dizendo-o enquanto fazes isso, me dão vontades de me voltar um anjo.
— Um sonho difícil de atingir, meu joli.
Ron introduzia-se o dedo na boca ante as náuseas que lhe provocava tanta vulgaridade. E quando viu que o loiro voltava a beijar a seu amigo, succioná-lo de tal modo que parecia que o deixaria nos ossos, decidiu que era hora de pôr um alto.
— Que não se te faz tarde, Harry?. —perguntou tentando chamar sua atenção sem consegui-lo, pelo que ao ver que Harry rodeava a Draco com suas pernas, franziu o cenho indignado. —Recorda a Snape!
As últimas palavras emitidas em um grito conseguiram por fim alertar a Harry e de um movimento se afastou de Draco, quem suspirou resignado a outro encontro frustrado.
— Tenho que me ir, Draco… nos vemos manhã.
— De acordo. Sorte.
Harry sorriu-lhe carinhoso antes de tomar seu mochila e sair correndo rumo às masmorras, onde Severus Snape caminhava impaciente de um lado a outro em seu escritório, olhando à cada segundo seu relógio… dez minutos tarde.
Sorriu. Tinha um muito bom pretexto para outra semana de castigo.
Notas finais:
Acho que neste primeiro capítulo farei várias notas, je je.
Um... É Snarry! e isso o verão a partir do seguinte capitulo.
Dois... Draco é bonito nesta história, não temam por ele, mas já verão depois para que é importante que eles tenham tido esse carinho antes.
Três... Joli, segundo meu "amplo" francês, quer dizer bonito. Se alguém sabe o contrário, pois lhe agradeceria que diminuísse a quantidade de palavras que conheço a quatro, XD
Muito obrigado por ter lido, estarei encantada de saber o que opinam.
Nota tradutor:
Só queria pedir desculpas por ter posto o texto da história errada, aquele outro não fazia sentindo nenhum... mas agora ta com o texto certo, obrigado pela paciência...
*Joli em francês é igual a bonito
*Quebrantando significa infringir, violar, etc.:
Vejo vocês no próximo capitulo!
