- Infernos! – exclamava Sesshoumaru Taisho – O que mais pode dar errado hoje? – passou a mão pelo rosto e seu rosto sempre tão inexpressível adquiriu um ar melancólico. Não tinha mais pra quem voltar...
- Humano insolente! – rosnou quando o carro de trás buzinou para que movesse o carro. Humano realmente idiota. Estavam todos presos naquele trânsito infernal da cidade de Tóquio na hora do rush. Seu rosto voltou a ficar melancólico – Rin... – suspirou e ligou o rádio imaginando que conseguiria distrair sua mente.
"Nossa canção no rádio, mas ela não soa como antes
Quando nossos amigos falam sobre você tudo o que isso faz é me arruinar
Porque meu coração se parte um pouco quando ouço seu nome e tudo soa como, uh, uh, uh, uh, uh"
Haviam terminado o casamento de três anos há mais de dois meses e por mais que lhe custasse dizer... sentia a falta dela. Do seu cheiro doce, de sua risada, daquele olhar que aquecia sua alma...
Inuyasha vivia lhe atormentando dizendo que Rin não o amaria para sempre, que era para ele se desculpar. Hanyou intrometido. Desculpar-se! Sesshoumaru nunca se desculpa!
"Humm... jovem demais, tolo demais para perceber
Que deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão
Deveria ter lhe dado as minhas horas quando tive a chance,
Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que queria era dançar
Agora minha garota está dançando, mas está dançando com outro homem"
Não procurou saber mais sobre ela, seu orgulho não permitia. Se ela quis ir embora, que fosse. Ele não se importava!
"Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta,
fizeram uma mulher boa e forte como você sair da minha vida.
Agora nunca, nunca conseguirei limpar a bagunça em que eu fiz
e me assombra sempre que fecho meus olhos tudo isso soa como, uh, uh, uh, uh, uh"
Então por que seu coração doía ao se lembrar dela e dos momentos que viveram juntos?
- Humana in... – parou de falar a imprecação que tinha em mente e sussurrou – minha pequena humana...
Lembrou-se de quando ela disse que iria embora. Disse que estava cansada de só dar carinho, amor e nunca receber nada em troca, que o trabalho vinha em primeiro lugar pra ele. Lembrou-se de como ficou furioso e disse que ele tinha que trabalhar, que o trabalho era muito importante para ele.
"Humm, jovem demais, tolo demais para perceber
Que deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão
Deveria ter lhe dado as minhas horas quando tive a chance
Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que queria era dançar
Agora minha garota está dançando, mas está dançando com outro homem"
Lembrou-se de quando os olhos dela encheram-se de lágrimas e chorando ela dizia que parecia que ele amava mais o trabalho do que a ela... Quando saiu para trabalhar naquela manhã, ela o levou até a porta e deu-lhe um beijo cheio de carinho e disse adeus. Achou que ela estava dizendo da boca para fora, que quando chegasse a encontraria em casa, mas encontrou a casa vazia... Aquele foi realmente o fim.
Olhou para o relógio... Nove horas da noite. Rin... Sentiu algo brotar de seus olhos dourados que nunca imaginou que brotaria... Estava chorando... Chorava agora sozinho e no interior de seu luxuoso carro, o que deveria ter chorado quando encontrou a casa deles vazia. Sentia-se só. A solidão antes tão querida, agora cortava seu coração. Tomou uma decisão. Virou o carro em uma direção que fazia anos que não ia...
"Apesar de doer, serei o primeiro a dizer que estava errado.
Oh, sei que provavelmente estou muito atrasado para tentar me desculpar pelos meus erros, mas só quero que saiba
Espero que ele lhe compre flores e que segure sua mão
Que lhe dê todas as suas horas quando tiver a chance
Que leve você a todas as festas, porque me lembro do quanto você amava dançar
Que faça todas as coisas que eu deveria ter feito quando era o seu homem
Que faça todas as coisas que eu deveria ter feito quando era o seu homem"
Chegou ao seu destino e saltou do carro após estacioná-lo com pressa. Bateu na porta, ansioso. Sempre fora calmo, mas agora sentia que se fosse explodir... Após alguns minutos a porta foi aberta e aquele cheiro familiar, que o embriagava dominou-o novamente. Olhou para aqueles tão amados olhos cor de chocolate e murmurou algo que ela jamais imaginou:
- Minha Rin, me perdoa! – deslizou a palma da mão pelo rosto dela – Me perdoa pelos meus erros, sei que estou atrasado, mas eu quero que saiba que eu amo você! Volta pra mim!
Ela pulou em seu pescoço e disse com os olhos marejados:
- Isso é tudo que eu queria ouvir, meu Sesshoumaru! – e beijou-o.
