Hetalia e seus personagens não me pertencem. Apenas me divirto com eles.
ArthurxKiku (EnglandxJapan)
Avisos: UA, ou seja, universo alternativo. Yaoi, bebidas, piratas..... Não digam que não avisei. Boa leitura, se alguém tiver coragem.
Good Night, my Lover
- Yao!
Não podia deixar aqueles três fazerem o que queriam. Tinha de continuar lutando, não só por ele, mas também por seu irmão que enfrentou sozinho aqueles piratas e agora estava caído, com o ombro sangrando. Tinha de defender sua casa e a única família que tinha.
Sacou a espada e foi para cima dos inimigos. Não teve chance. A lâmina se partiu e fora rendido.
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O coreano chegou portando uma lança, pronto para ajudar Wang, mas não restava nada ali. Nada além de Yao banhado em sangue e lágrimas. Estava ferido, mas sabia que ele não desabaria por isso: era bem mais forte para ser vencido por um tiro no ombro. Onde estava Kiku? Olhou em volta e não o achou, a única coisa que encontrou foram os rastros da batalha. Sangue – por todo lado – e a espada do japonês quebrada. Não, não podia ser!
- Eles o levaram aru...
O chinês murmurou, imaginando o que se passava na cabeça do mais alto. Desolado, Yao começou a socar o chão, tentando descarregar sua frustração.
Largou a lança e abraçou o menor, querendo consolá-lo e buscar consolo. Agora suas lágrimas caíam junto às dele. Não só pelo japonês e por não ter chego a tempo de ajudá-los, mas por saber que daquele dia em diante o chinês se culparia e viveria indo para a encosta mais alta que dava vista para o mar, só esperando que Kiku retornasse. Até o fim dos tempos, até que sua vida se apagasse. Yao daria tudo para estar no lugar de seu amado irmão ou, ao menos, obter notícias dele. Mas iria esperar... Sempre.
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Deveria se perguntar como foi parar ali, mas já sabia.
Lembrava-se perfeitamente de que partiu para cima do provável capitão daquele bando e acabou perdendo a consciência. Agora estava preso em algo que parecia um depósito... Havia várias caixas de madeira e barris em volta. E o cheiro do mar... E o movimento das ondas...
Ah, não. Tinha sido capturado. Por quê? Além de tudo, como estaria Yao? Precisava descobrir algo, fazer algo, mas estava difícil naquela situação.
- Ora, ora; veja quem acordou.
Semicerrou os olhos com a claridade intensa que batia diretamente nos orbes castanhos quando a porta foi aberta. Foi só se fechar que conseguiu visualizar devidamente quem era. O capitão, com certeza. Rapidamente fechou a expressão, encarando o loiro que sorriu com aquela reação.
- Vejo que não tem medo. – aproximou-se do prisioneiro, segurando-lhe o queixo, levantando sua face – Gosto disso.
Não sabia o que era pior: não saber o que aconteceu ou estar – literalmente – de mãos atadas.
A boca do britânico juntou-se a dele, tentando forçar uma passagem para invadi-la com a língua. Kiku negou, mordendo com força o lábio do pirata, fazendo com que o maior se afastasse com o gosto de sangue na boca. Porque pior do que não saber e não poder fazer algo, era a humilhação.
Forçado a se afastar, fitou o nipônico com uma das sobrancelhas arqueadas. Aquele japonês não desistia de encará-lo, desafiante. Como resistir a isso? Um sorriso sádico se formou nos lábios de Arthur.
- Acho que preciso lhe mostrar seu devido lugar.
O tom divertido, junto ao sorriso, assustou Kiku, embora não demonstrasse. E nem teve tempo, o inglês desferiu um tapa na face esquerda do oriental, fazendo com que ele virasse a cabeça para o lado e deixando o local vermelho. Os olhos castanhos não mudaram, continuavam a desafiá-lo, provocá-lo; encarando-o de esguelha. Ah, como Arthur gostava daquilo... Tão orgulhoso! E aquele mesmo orgulho seria a ruína daquele asiático. Sentia vontade de destruir tudo. Segurou com força os fios negros – macios, por sinal – forçando-o a encará-lo diretamente. O sorriso maldoso se alargou, voltando a selar os lábios – não sem encontrar resistência - invadindo a boca do menor com a língua. Sentia o gosto metálico tão familiar em meio ao beijo, fazendo-o querer mais. Puxou a língua do menor, entrelaçando-as rudemente.
Kiku não queria, resistia ao beijo. Mexia o corpo, tentando se soltar, mas isso apenas causava mais dor devido ao puxão nos cabelos. Nem as pernas estava conseguindo usar pela maneira que estava sentado. Tentava até mesmo morder a língua do outro, mas isso parecia apenas instigá-lo a continuar. E realmente instigava! O britânico passeou a mão livre pela lateral do corpo do menor. Ah... (aparentemente) tão frágil e quebradiço! Queria dominá-lo, subjugá-lo, marcá-lo e fazê-lo somente seu. Escorregou a mão pela faixa do quimono, prestes a soltá-lo...
- Capitão Arthur! – a porta foi aberta bruscamente, fazendo com que o inglês imediatamente parasse e encarasse o marujo. Era bom ele ter um ótimo motivo para interrompê-lo naquele momento – Navio inimigo avistado!
- Heh, hora de afundar um navio. – levantou-se, sorrindo sadicamente, mais do que quando estava brincando com Kiku. Poderia cortar algumas pessoas e isso era realmente excitante! – Depois terminamos nossa brincadeira.
Avisou para o prisioneiro sem fitá-lo, saindo do local junto ao marujo. Honda não sabia se ficava feliz pela interrupção, enojado pelo beijo ou desesperado pela iminência de uma batalha. Definitivamente, não sabia o que era pior.
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Nada se comparava ao campo de batalha, pensava Arthur. Nenhuma mulher poderia lhe dar aquela sensação! Não havia nada como lutar para se sentir vivo. Venceram a batalha e aquilo merecia comemoração. Muito rum para todos!
A noite caía e a luz da lua era a única coisa que iluminava o japonês. Pelo menos não tinham naufragado, pensava Kiku. Suspirou, tinham se esquecido dele. Talvez pudesse deixar de ficar em alerta um pouco...
...Ou não. A porta se abriu e um homem alto, moreno, adentrou o recinto. De início ficara aliviado por não ser Arthur, mas uma luzinha vermelha piscou em sua mente, fazendo todo seu corpo, todos seus sentidos ficarem em alerta. O cheiro de bebida impregnou todo o ambiente e era visível que vinha daquele marujo que tinha o andar trôpego.
- Até que o capitão tem bom gosto... – riu alto, com a voz arrastada, caindo em frente ao japonês – Acho que ele não vai se importar se eu brincar um pouquinho também... É uma graçinha! Gosto do seu tipo.
Encolheu-se por reflexo, instintivamente tentando criar uma distância, sem sucesso – estava preso, afinal! E, além de tudo, aquele cara era ainda maior que Arthur e aparentemente com mais força física. O que agravava era sua situação: sem comida, água ou descanso o dia inteiro, estava esgotado e com o corpo dormente pela falta de movimento. Não conseguia resistir. Só a adrenalina o mantinha acordado. O cheiro do álcool ficava mais próximo, deixando-o tonto. Fechou os olhos com força, sentindo o toque rude na coxa, fazendo menção de afastar o tecido. Agora sim sabia o que era se sentir enojado.
E então ouviu algo se quebrando.
Quebrando.
O que houve? De repente não sentia ninguém próximo. Abriu os olhos, olhando assustado para os pedaços de garrafa espalhados ali por perto. Levantando os orbes castanhos, viu que o homem encarava assustado seu capitão que tinha uma feição séria e inexpressiva. Agora sim Kiku sentiu um arrepio de medo. Sem mais, o britânico largou o que sobrou da garrafa no chão, puxando o outro pela gola, rumando para fora do recinto. Empurrou-o em direção a tripulação que já havia se acumulado ali.
- Não mexam no que é meu. Não tentem fazer nada, ou vão se arrepender. Estamos entendidos?
- Sim, capitão!
- Agora cuidem dele antes que perca mais sangue.
- C-certo!
Arthur voltou a entrar onde Kiku estava, fechando a porta atrás de si. Ele realmente dava medo quando queria, principalmente usando aquele tom frio. Acendeu uma lamparina e agachou próximo ao nipônico, pousando em frente a ele um prato com sopa, pão e um cantil com água. Lembrou-se de alimentá-lo e quando foi entregar a comida viu aquilo... Acabou que alguém saiu ferido.
- Coma.
Levantou o olhar para o britânico, interrogativo. Arthur achou graça. Mesmo naquele estado, o garoto era divertido.
- Você precisa se alimentar. Vale mais saudável do que morto, sabe. – disse maliciosamente, fazendo o menor corar; acabou por rir, sentando-se ali mesmo – Não sou nenhum monstro, você sabe... Qual seu nome mesmo?
Silêncio.
- Depois dizem que os piratas são mal educados.
Kiku franziu as sobrancelhas. Certo, olhando bem Arthur, se não fosse um pirata, poderia ser um perfeito cavalheiro. Suspirou, silenciosamente. Aquela atitude hostil não ajudaria muito.
- Honda Kiku.
- Kiku... –chan? É isso? – olhou o japonês que tinha uma expressão fechada. Não tinha gostado daquela intimidade – Então, não vai comer?
- Se eu conseguisse...
Respondeu calmamente. Chegava a ser irônico, afinal estava se sentindo mais seguro com o líder do covil que o retirou de sua terra e feriu sua família do que sozinho. Era irônico conversarem pacificamente, mas era melhor do que ficar à mercê de qualquer um.
- Ah, verdade. Posso lhe dar na boca, se quiser. – sorriu de canto, arrancando uma careta do japonês – Vamos, Kiku-chan. Mas se você prometer não fazer nenhuma gracinha posso te soltar. Apesar de que não conseguirá fugir daqui de qualquer jeito... Estamos em alto mar.
Riu, levando as mãos até as cordas, desamarrando-as. Reparou que os pulsos do nipônico estavam vermelhos, talvez tivesse prendido forte demais, mas agora era tarde. Deu de ombros, voltando a se sentar. As mãos de Kiku penderam e ele rodou os pulsos, fazendo o sangue circular melhor. Aproveitou para sair de cima dos próprios pés, sentindo o familiar formigamento. Timidamente pegou o prato, murmurando um "itadakimasu" antes de começar a comer. E finalmente reparou como estava com fome. Terminou de se alimentar em silêncio, embora estivesse se sentindo desconfortável com o olhar do britânico sobre si. Afastou o prato e o copo, coçando a nuca. Só levantou o olhar quando viu pela visão periférica o loiro se levantando.
- Vamos.
Olhou para o inglês, esperando uma explicação que não veio. Teve o pulso tomado e foi arrastado pelo navio, podendo perceber vários homens caídos pelo chão, completamente bêbados. Céus, onde tinha ido parar? Quando caiu em si, estavam em uma parte mais... erma. Sem uma alma viva. Arthur o puxou para dentro de um cômodo e trancou a porta. Quando uma das lamparinas foi acesa, o moreno viu que se encontrava em um quarto, provavelmente os aposentos do britânico, embora não fosse muito visível devido à luz precária.
- Aqui ninguém vai nos incomodar.
Arthur sussurrou próximo ao ouvido do asiático, abraçando-o pela cintura, sentindo que ele ficava tenso, em alerta. Esboçou um meio sorriso, esperando que ele continuasse divertido.
- Não precisa ficar nervoso. Apesar de que seria sem graça caso você não resistisse...
Uma risada cortou o ambiente. Kiku tentava se soltar, em vão. Foi empurrado contra a cama, fazendo com que caísse de costas no colchão e até mesmo a cama macia parecia feita de espinhos. Apoiou o corpo dos antebraços, afastando-se do inglês. A adrenalina fazia com que seu coração disparasse e contraísse seus músculos, tomando uma postura defensiva. Mas não foi o suficiente. O outro estava visivelmente em vantagem sobre o oriental que, naquelas condições, não tinha mais muitas forças.
Afastou lentamente as pernas do menor, colocando-se entre elas, fazendo com que o quimono se abrisse, deixando a pele dele à mostra. Arthur abriu um sorriso malicioso, principalmente ao ver que as mãos de Kiku pressionavam com força o lençol, trêmulas. A respiração do nipônico ficou baixa e chiada, tentando pensar em um meio de se livrar do outro, mas suas reflexões foram interrompidas quando teve os lábios tomados e os pulsos segurados acima de sua cabeça.
Era humilhante ver como o inglês conseguia segurá-lo com apenas uma das mãos. Fechou com força os olhos castanhos, empurrando a língua do outro para longe, mas ele entendeu como se fosse uma batalha e agora tinha aceito o desafio.
Parando de onde estava mais cedo, contornou a cintura do oriental, erguendo-o um pouco da cama. Desamarrou a faixa que prendia a vestimenta, interrompendo o beijo para fitar o outro. Kiku encolheu-se, sentindo a face queimando de vergonha, querendo esconder-se daquele olhar faminto, que parecia desejá-lo a qualquer custo. Já Arthur achava uma graça, parando sua contemplação e começando a distribuir beijos pelo pescoço dele. Soltou-lhe os pulsos, segurando firme, embora com certo cuidado, uma das coxas dele, encaixando-o melhor contra seu corpo. O outro braço passou-lhe pela cintura, puxando-o para seu colo.
Sem saber direito o que fazer, o japonês levou as mãos até os ombros do maior, fazendo um pouco de força para afastá-lo, sem sucesso. Sentia a pele queimando com os toques, suspirando baixo com as carícias. Poderia até negar que não queria ou que não gostava, mas seu corpo delatava o desejo. Enlaçou os braços no pescoço do britânico, sentindo a proximidade, o calor que aumentava a cada instante. Arthur agiu sem muito cuidado, desejando dominar o outro a qualquer custo.
O vazio apenas aumentou. A saudade cresceu. Sentia saudades de antes. De sua casa, de seu lugar. Agora não tinha nada. Apenas alguém ao seu lado fisicamente, já que não estavam verdadeiramente interligados. Exausto, o corpo pendeu sobre o colchão e finalmente foi-lhe permitido um momento de descanso.
Arthur ergueu suavemente o corpo, fitando o menor adormecido ao seu lado. Após terminarem, ele caiu praticamente no segundo depois. Não, não estava arrependido ou com pena – não sentia isso – apenas se perguntava como o japonês aguentara tudo. Definitivamente ele era divertido. Ajeitou o lençol que cobriam os corpos, afastando os fios negros que grudavam na face do outro. Beijou-lhe suavemente a testa em um impulso.
- Good night, Kiku.
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...Ainda agora, não sei como escrevi isso. Dá vergonha. e_e
Mas não, não termina aí. Tem mais capítulos pela frente... Depende de vocês se eles vão ser postados ou não. Se ninguém quiser, vai parar por aí. x.x'
...Reviews, alguém?
