Oi pessoal :)

Num lapso de criatividade resolvi escrever essa fic Sesshy e Rin na Era feudal. Diferente da "Don Mirok". Sinceramente espero que gostem.


Nota: Os personagens de Inu-Yasha não me pertencem. Mas eu amo o Sesshy assim mesmo: )


Fic de presente de Natal para minha super amiga e companheira de postagem no Akai Tenshis... Carol Higurashi - ta meio atrasada a postagem dela, mas o que vale é a intenção né.


Yours Ever

Capitulo 1: Lembranças e Encontros

Era mais um dia de primavera na era feudal. Bem, seria mais um dia comum para qualquer pessoa. Menos para ele.

Há quantos anos ele se perguntava? Talvez nove. Nove longos anos. Como conseguira passar tanto tempo naquela situação. Há claro! Era orgulhoso de mais para admitir na época que sentira seu frio coração partir-se em milhões de fragmentos ao ter de se separar dela. Pode ser dramático, mas depois de mais de 200 anos vivendo em completa solidão, quando encontrara alguém que realmente fazia diferença em sua patética existência ele mesmo a afastava.

Enfim, mesmo gritando para si que era auto-suficiente e que não dependia de ninguém sabia que estava errado e que isso era mentira. Dependia tanto dela que nem se dera conta de quando isso começara.

Dependia mais do ar que ela respirava do que o seu próprio. E sua simples presença já era suficiente para acalmar-lhe à alma em conflito.

Tinha que admitir, apesar de passar a vida toda solitário tendo como companhia apenas aquele youkai sapo a idolatrar-lhe a imagem como a um deus, era por demais cansativo. Não oferecia desafio, não exigia compreensão alguma. Mas ela sempre fora diferente, corajosa de mais para uma humana, sagaz e persistente, fazendo-o por vezes agir fora dos planos, fazendo com que provasse o amargo sabor do medo ao saber que um dia eles se separariam. Mas aquilo agora já fazia parte do passado, mesmo que as lembranças ainda fossem recentes.

---flash back---

Era uma tarde fria, o tempo já demonstrava que logo o inverno viria e pensando assim, ali estavam eles.

-Aonde vamos sr Jaken? – a garotinha de mais ou menos dez anos perguntou ao youkai sapo.

-Não ouviu o que Sesshoumaru-sama disse? – ele perguntou exasperado, guiando a garotinha até a entrada de um vilarejo de humanos.

-Claro que sim, sr Jaken; ela disse sorrindo e andando saltitante ao lado do youkai enfezado. – Sesshoumaru-sama nos mandou até aqui pra buscar coisas para o inverno; ela completou.

-"Menina, porque tem que complicar tanto as coisas"; ele pensou amargamente, sabia que quando Sesshoumaru tomava alguma decisão ele não volta atrás mesmo que em seu intimo soubesse que estava errado.

Ao entrarem no vilarejo sob o olhar curioso de seus moradores, Jaken guiou Rin diretamente até a casa da sacerdotisa local.

Enquanto isso, não muito distante deles, mas escondido nas sombras proporcionadas pelas arvores da entrada da floresta. Um par de orbes dourados os seguia. Orbes inexpressivos, mas que travavam uma batalha interna entre o que seu coração desejava e seu orgulho lhe ordenava.

-"Vai ser melhor assim"; Sesshoumaru pensou entrando mais fundo na floresta, deixando pra trás os dois seguidores.

Rin e Jaken já haviam chegado na frente da casa da sacerdotisa, quando uma senhora de aparência idosa e de expressivos olhos acinzentados apareceu vestindo as típicas roupas de sacerdotisa.

-O que deseja, youkai?

-Rin! Espere aqui; Jaken falou sério, entrando na cabano sob o olhar curiosa da menina, que em seguida abaixou os olhos para o chão e fingiu chutar algumas pedrinhas inexistentes.

Pouco tempo depois, Jaken e a senhora saíram da cabana. A jovem senhora parecia ter um brilho triste nos orbes, mas que procuraram transparecer confiança para a pequena.

-Pode me acompanhar, mocinha? – a sacerdotisa perguntou, estendendo gentilmente a mão para Rin. A mesma olhou pra Jaken que permanecia abraçado ao bastão de duas cabeças com um olhar impassível acenando afirmativamente para que ela seguisse a senhora.

-Vá com ela menina, tenho que resolver algumas coisas nesse vilarejo; Jaken disse impaciente.

-Promete que depois o sr volta pra me buscar? – ela perguntou hesitante, como se pressentisse que algo estava errado. Jaken sentiu-se congelar na hora, mas procurou disfarçar.

-Prometo! "Me desculpe menina, mas é preciso"; ele completou em pensamento.

---fim do flash back---

Sentada sob a janela daquela cabana, Rin observava a lua. Crescente era a fase. Depois daquele dia nunca mais se sentira bem para dormir sob o céu estrelado como sempre gostara.

Perdera uma parte de si aquele dia e sabia que isso nunca mais viria a recuperar. Pois havia coisas que não poderiam mudar.

Passara dias chorando ao dar-se conta da triste realidade. Ele se cansara dela e a deixara ali, aquela era a única resposta. Aquilo doía de mais, era apenas uma criança. Quando achara que as coisas melhorariam em sua vida, aquilo acontecia.

Chegou até a ter esperanças de que ele voltasse com o termino do inverno. Mas ao passar se um ano ela morreu. Com mais uma parte de si que jurara nunca mais confiar em alguém que pudesse ferir seu coração e abandona-la sem nada dizer. Como ele fez.

Uma lagrima solitária e fria caiu de seus olhos. O vento gélido daquela noite de primavera passou suavemente por seu rosto, esvoaçando os longos cabelos negros daquela que um dia fora uma garotinha inocente que confiara cegamente em um frio e incessível inuyoukai.

Um suspiro cansado saiu de seus lábios, ao mesmo tempo em que sentira uma estranha energia sinistra se aproximar do vilarejo. Sem duvida era um youkai poderoso. Era melhor sair e procurar resolver isso antes que algo de ruim acontecesse aos habitantes do vilarejo que não tinham como se proteger além de depender dela para evitar a aproximação dos youkais.

Não muito longe dali, um jovem inuyoukai de longos cabelos prateados observava o vilarejo da entrada da floresta, como anos atrás fizera. Lembrando-se da conversa que tivera com o youkai sapo mais cedo.

---flash back---

-Então, o que descobriu? – Sesshoumaru perguntou impassível, sem olhar Jaken numa reverencia exagerada a suas costas.

-Sesshoumaru-sama, a velha sacerdotisa não esta mais nesse vilarejo; ele respondeu tremendo.

-O que? – ele voltou-se com um olhar frio e amassador, fazendo o youkai empalidecer.

-Há dois anos morreu senhor e outra sacerdotisa foi designada para assumir seu lugar; ele completou rapidamente.

-E ela?

-Não sei senhor. A pessoa que perguntei sobre a velha sacerdotisa, pediu que eu saísse do vilarejo, pois a nova era uma mulher muito perigosa que não tem piedade de youkais, mesmo que inofensivos; ele respondeu.

-Deveria ter insistido; Sesshoumaru falou seco.

-Perdoe-me sr, amanha volto lá nem que tenha que enfrentar essa sacerdotisa, eu vou ter noticias da menina; ele falou convicto.

-Não será necessário; Sesshoumaru respondeu, sem voltar-se para ele.

-Como?

-Eu mesmo vou falar com essa sacerdotisa e se ela não quiser responder vai pagar com a vida por desafiar o Príncipe das Terras do Oeste; ele falou sombrio e mordas estalando as garras de forma perigosa.

---fim do flash back---

Perdido entre velhos e novos pensamentos não sentiu o cheiro muito menos ouviu quem se aproximava. Até sentir o fio de uma fina lamina de adaga aranhar de leve a pele abaixo de seu pescoço.

-O que um youkai faz por estas bandas? Ou esta perdido ou não tem medo de morrer; ela perguntou fria.

-Então você é a sacerdotisa do vilarejo! – ele falou sem virar-se para ver quem era. – Melhor assim, me poupara tempo e aborrecimentos; ele completou, antes que ela pudesse fazer algo, sentiu uma grande pressão no pulso e a adaga cair.

Um soco de deslocamento de ar foi o suficiente para joga-la de encontro ao tronco de uma arvore. Ela tentou se levantar com dificuldade, mas mal o fez sentiu-se novamente as costas se chocar com a arvore e a mão do youkai a apertar-lhe o pescoço privando-lhe parcialmente do ar.

Os orbes dourados tinham um tênue brilho vermelho que logo sumiu ao notar aquele par de olhos amendoados fitá-lo com um brilho desafiador.

Ela não reagiria, sabia que estava em desvantagem. Mas não sentiria medo... Não dele.

-Porque não acaba logo com isso? – ela perguntou com certa dificuldade.

-Não vale a pena! – ele falou soltando-a, ignorando o gemido de dor que ela emitiu ao cair de joelhos sobre algumas raízes da arvore.

-O que quer aqui? – ela perguntou recompondo-se a ponte de conseguir ficar em pé, com um pouco de dificuldade, mas sem se intimidar com a presença dele.

-Quero umas respostas suas! – ele falou, voltando-se para ela com uma postura intimidadora.

Frustração. Foi o que ele sentiu ao ver a jovem sacerdotisa com uma postura tão desafiadora e impertinente quanto a sua. Ela não exalava a medo como os humanos comuns, ao contrario. O poder espiritual dela se intensificava, como se o enfrentasse de igual pra igual. Desafiando-o abertamente. Aquele brilho nos olhos dela fazia com que pequenos estalos surgissem em sua mente, como se alguma lembrança quisesse se manifestar e fosse impedida.

Longos cabelos negros semi-ondulados esvoaçavam com o tênue vente que passava por ele. A sacerdotisa parada a sua frente exalava um doce perfume de flores, mas não a medo. E ele só conhecia uma pessoa que não o temia e era a sua procura que ele estava agora, mas aquela a sua frente por mais interessante que fosse a seu ver, não era tão importante quanto ela.

-E quais seriam? – ela perguntou em tom de desafio, fazendo o youkai contar até dez para não mata-la.

-Há alguns anos uma garotinha...;

-Nove anos; ela o cortou.

-O que?

-Esqueça! Nunca mais vai encontra-la, ela morreu; a sacerdotisa disse seca, dando as costas para o youkai e caminhando para a saída da floresta, mas não esperava que ele lhe segurasse pelo braço, fazendo-a voltar-se surpresa pra ele.

Os caninos a mostra e a franja levemente arrepiada na altura dos olhos. Aquela seria uma visão intimidadora, mas não para quem já o vira fazer pior do que assustar humanos aparentemente indefesos, o que não era o seu caso.

-Não de as costas pra mim, humana; ele falou com ar sombrio frisando a ultima palavra.

-Ou o que? – ela falou olhando-o diretamente. – Posso não ser tão forte quando você Sesshoumaru, mas se tem algo que não sinto em relação a você é medo; ela completou fitando-o friamente, fazendo-o soltá-la e afastar-se dois passos confuso.

-Então! Você? – ele não conseguiu completar a frase.

-Diga a Jaken pra tomar cuidado com as promessas que faz a uma criança; ela disse o ignorando e voltando a andar. – Aconselho que você vá embora ou da próxima vez não o deixarei sair vivo daqui; ela disse já longe mais ele ainda pode ouvi-la.

-Rin! – ele deixou que o nome morresse como um sussurro do vento.

Como ela poderia ter mudado tanto. E que raios de promessa era aquela. Sem duvidas Jaken ainda aquela noite seria alvo de toda a sua raiva e frustração.

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De volta ao vilarejo, Rin andava a passos corridos. Lagrimas escorriam livremente por seus olhos. Nove longos anos e o que raios ele fazia ali procurando por ela.

Se desculpar, impossível. Pelo que conhecia de Sesshoumaru ele preferia a morte ao ter que se desculpar com alguém, o que dirá com uma humana. Um sorriso sádico surgiu em seus lábios. Então o que ele fazia ali. Deveria ter fingido-se de desentendida por mais um tempo pra ver se descobria, mas ouvi-lo falar de uma data que ele especificamente ignorara, tirou-lhe do sério.

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Chegara a cabana bem mais rápido do que pensara. Sem pensar em mais nada, foi deitar-se no simples futon que jazia no quarto que há anos a sacerdotisa residente lhe deixara ficar.

Olhando pro teto deixava que mais e mais lágrimas caíssem de seus olhos. Velhas lembranças que julgava esquecidas voltavam com uma intensidade maior do que quando eram fatos vividos e não apenas lembranças.

A imagem da garotinha de cabelos negros sendo amparada pelo inuyoukai. Com os olhos brilhantes de expectativa, perguntar a ele se dali a alguns anos ele a deixaria ou se quando morresse ele se esqueceria dela. A única coisa que recebeu dele como resposta foi um sorriso enigmático que por hora pareceu acalma-la. Nunca havia o visto sorrindo tão suavemente como aquele dia.

-Hipócrita! – ela falou entre dentes, cerrando os punhos. – Se era pra fazer isso deveria ter me deixado morrer pelos lobos aquele dia, seria menos doloroso; ela murmurou triste.

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Na floresta Jaken voltara de uma caçada com Ah-Uh quando encontrou o jovem lorde. O olhar de gelar o inverno era o aviso necessário de que o pior aconteceria e não foi preciso esperar, pois logo uma serie de socos e chutes acompanharam aquele olhar irritado do inuyoukai.

-"Mas o que eu fiz dessa vez? "; Jaken se perguntou cambaleando.

Continua...

Bom, a história esta apenas começando. Feliz Ano Novo para todos.

kisus

ja ne...