N/A: Hello everyone! / sorrindo e acenando com emoção / aqui vamos nós para uma nova fic de Twilight, que começa... bem, ela começa do começo, / coça a cabeça / E ela mostra o amanhecer de mais um vampiro na família Cullen. Existem muitos aspectos, porém, que são mantidos em segredo dele, e que ele só descobrirá com o tempo. Espero que gostem tanto quanto eu estou adorando escrever! :D
Disclaimer: Ai, por que todo começo de fic tem que lembrar que esses personagens fodásticos não são meus? / chora desiludido / Mas tudo bem, ainda os roubarei da tia Steph um dia, e voltarei aqui só pra atualizar que O EDWARD E A BELLA SERÃO MEUS! BHWAHAHAHAHA!
Ai, cara, era só. Espero que gostem e que cliquem bastante no botãozinho GO ali, embaixo da página, sabe? :x Reviews são sempre bem-vindos! / desconversa / .
Agora, vamos à fic!
Another Breaking Dawn
escrito por Otávio Machado.
Capítulo 1
Era uma noite como qualquer outra. Na verdade, parecia uma noite mais escura do que qualquer outra do mês de dezembro. Contrariando todas as possíveis hipóteses de um natal feliz, eu andava sozinho pelas ruas da minha cidade. Tudo estava fechado, ninguém trabalhava, e só o vento podia ser ouvido. O que era de se esperar, afinal era véspera de natal, e o relógio quase marcava meia-noite. Todos provavelmente brindavam, riam e conversavam, enquanto esperavam aquele momento solene em que todos se abraçavam e comemoravam por algo que mal sabiam qual significado possuía.
Mas não cheguei a pensar nisso. Eu estava agitado, e a agitação nunca me deixara pensar, em nenhum segundo dos dezessete anos da minha amarga vida. Eu tinha amigos, claro. Eu sempre os tive, mesmo nunca os merecendo. Eu tinha uma boa família, que tentava me entender, mas nunca me entendia. Muito provavelmente porque eu nunca dera uma brecha para isso. Eu queria ser assim, e isso era o que mais me incomodava. Mas estava dividido, pelo menos naquele momento. Eu queria e não queria ser assim. Ser do jeito que eu sempre fora era dolorido, era angustiante. Sentir-se diferente, ser diferente era de se esperar que trouxesse sentimentos como este. E eu era diferente. Se não era, eu pelo menos me sentia assim. Eu vivia em um mundo que não era o meu.
Eu já não olhava para os dois lados da rua para atravessar. Já não olhava para nada a não ser para os meus dois pés – que insistiam em ficar tortos graças a um hematoma que recebi anos atrás e que me fizera andar por dois meses com os pés tortos -, que pareciam ser a coisa mais interessante naquele universo escuro e silencioso.
Não podia mais esconder a verdade. A pequena barreira que eu formara em volta da área que pensava do meu cérebro – seja qual for essa área, se é que ela realmente existe. Tenho sérias dúvidas quanto a isso – que tentava repelir qualquer palavra, imagem, som ou memória que me lembrasse do acontecido. Mas a cada choque, ela se enfraquecia. Era como a destruição da camada de ozônio, mas superacelerada. Ela se destruiu, e tudo voltou à minha mente. Era verdade, não podia ser tratado como mais uma história. Eu tinha brigado com toda a minha família ao mesmo tempo, e na noite de natal. Disse coisas horríveis pra eles, coisas que eu não diria nem ao meu pior inimigo. Mas eu nunca gostei que dessem palpite na minha vida, que me dissessem como agir, pensar, como viver. Sempre fui totalmente independente, e sempre fiz as coisas do meu jeito. Se tinha algo que eu odiava mais que me ensinassem as coisas de um jeito diferente do meu, era que criticassem o meu jeito, ou dizerem que eu não sabia fazer uma coisa ou outra, só porque não era do mesmo jeito. Eu realmente era diferente, diferente de mais para viver no interior. Diferente demais para viver em sociedade!
Eu chutei a pedrinha mais próxima do meu pé esquerdo – canhoto. Mais uma característica que me tornava diferente -, daquelas que sempre estão nos filmes na hora que um dos personagens fica irritado. Se eu raciocinasse direito, eu poderia ganhar rios de dinheiro por aquela pedra. Ela tinha o tamanho e o peso certo. Ela existia para atuar em um filme.
Mas a pedra não era importante naquele momento. Eu estava me torturando, maldito masoquista eu era. Eu havia começado a briga, eu me diferenciava dos outros, já era de se esperar que eu acabasse assim, sozinho, sem ninguém. E na verdade, eu já sabia que isso iria acontecer em algum momento da minha vida, mas não aos dezessete anos. Eu ainda não estava pronto.
Chutei outra pedra, dessa vez maior e mais pesada. Meu dedão protestou, mas ainda assim conseguiu mover a pedra de lugar – embora ela não tivesse quase levantado vôo como a outra. Ela simplesmente se remexeu -, enquanto lembrava que não importava que eu não estivesse pronto. Eu estava definitivamente fora de casa, e era orgulhoso ao ponto de não voltar para lá.
O silêncio, a noite eram meus únicos amigos agora. E seriam eles os únicos pelos próximos dias, senão pelo resto da minha vida. Talvez um cumprimento formal fosse mais do que necessário nesse momento.
- Hum... – eu realmente considerei se não estava começando a ficar louco. Apresentar-me para o vento e para a noite? – Otávio.
Sim, eu estava louco. Um acesso de riso me bateu, e por um instante eu pareci mais ensandecido do que quando estava me apresentando para coisas inanimadas. Eu era simplesmente um lunático chorando de rir no meio de uma rua escura e quieta, exatamente no momento em que o relógio marcou meia-noite. Os foguetes que surgiram e iluminaram o céu me tiraram a atenção dos pés por um instante, e os tão comuns gritos de feliz natal eram tão altos que chegaram aos meus ouvidos.
Não queria aquilo, não agüentava mais aquilo. Eu era Otávio Machado, eu era diferente. Eu já passara por aquilo DEZESSETE longas vezes, e eu era o tipo de pessoa que precisava apenas de uma para perceber como tudo era. Foi um primeiro natal feliz. Os outros dezesseis não passaram de mera formalidade. Eu me acostumava rápido com a maioria das coisas ditas comuns, eu me cansava rápido demais das coisas comuns. E isso certamente dizia – e estava escrito na minha testa – que eu não era uma pessoa comum, também. Universos diferentes se chocam e logo após o choque se afastam. Esse era meu relacionamento com o mundo.
Resolvi correr, pela primeira vez no último ano. Eu tinha que admitir, eu era um sedentário, e um bom sedentário. Só saía de casa por decreto, com vinte vias autenticadas e mais um relatório básico do que fazer fora de casa por no máximo algumas horas, e então voltava para o meu aconchego. E aquele exercício fora de rotina – quem mais correria há poucos minutos da chegada do dia vinte e cinco de dezembro? – me fizera bem. Eu rapidamente me desvencilhei dos gritos de "feliz natal", e de qualquer resquício de som ou imagem que me lembrasse daquele dia fatídico. Mal percebi que cada vez mais eu me entranhava por ruas desconhecidas por mim. Eu estava perdido na minha própria cidade! Era só o que me faltava.
Sempre fui uma pessoa complicada. E mais do que isso, fechada. Guardei sempre tudo que me machucava para mim mesmo, e mais ninguém. Nunca tinha botado pra fora, nunca precisei de um ombro amigo. Fui feito para a individualidade, e agora ela estava me matando. Ela era o meu atual maior problema, o meu tormento.
Assim que veio minha adolescência. Pelo menos, o que disseram que foi ela. Sempre fui à frente do meu tempo, sempre fui mais maduro do que o necessário, e antes de atingir a puberdade eu já tinha a idade mental de um velho rabugento. E eu reclamava de tudo, mesmo que fossem coisas que não realmente me incomodassem. E o que me incomodava, eu escutava calado. Eu realmente era problemático.
Eu alcançava ruas cada vez mais desconhecidas, mas isso não era o que estava prendendo a minha atenção. As ruas, de um jeito incrível, pareciam se inclinar para baixo. Devia ser só uma alucinação, ruas não se inclinam para baixo. Mas isso me deu a perversa idéia de estar descendo de tobogã direto para o inferno.
Eu já imaginava as labaredas de fogo pelo caminho, iluminando o chão que, antes enegrecido, agora tomava um tom vinho. Caminhava sem sentir a planta dos pés, sem sentir o calor que tomava conta daquela noite, sem sentir o vento que balbuciava palavras indecifráveis, sem sentir o calafrio que percorreria meu corpo se eu tivesse visto aquela luz em outro momento, ou ouvido os gritos, desta vez não de "feliz natal", mas de desespero. Então eu consegui voltar a ouvir, quando um baque surdo atingiu alguma coisa. Eu ouvi o barulho de ossos quebrando, de pessoas gritando. Meu olhar revirou-se, e eu senti. A coisa atingida era eu. Eu havia colidido com uma moto. No dia vinte e cinco de dezembro, o dia da minha morte.
