Fanfic escrita originalmente e em inglês por Chloe Winchester. .net/u/1485136/Chloe_Winchester

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Boa leitura. -ABells.

-Para as infecções Warbles. Espero que isso atenda as suas expectativas. :)-

1. Com medo do escuro

Um garoto sentou-se sozinho em um banco de parque. O sol pálido dança em sua pele de porcelana, o cabelo balança um pouco com a brisa. Ele respira profundamente, uma bengala decorada atrás dele. Seus olhos da cor do céu pareciam olhar para o parque em sua frente, assistindo as crianças brincarem e os cães correrem. Algumas pessoas passaram por ele, mas elas eram invisíveis.

O garoto era cego.

Ele deslizou os óculos de sol sobre os olhos, sentindo o calor do sol em seu rosto, percebendo que seus olhos poderiam queimar se os deixasse expostos.

Suas mãos tatearam ao longo do livro em seu colo, coberto de pontos em um código que apenas ele entendia. Ele riu baixinho consigo durante uma frase de um diálogo. Ele desceu a mão para seu relógio, apertando um botão.

"Duas e treze" o relógio chiou. Ele se levantou com um suspiro e colocou o livro de volta na bolsa, checando duas vezes o fecho para ter certeza de que estava bem guardado. Estava indo embora. Ele estalava a língua, contando o numero de passos enquanto andava com a bengala em sua mão.

Ele ouviu alguns sussurros de crianças confusas enquanto passava, perguntando as suas mães o que havia de errado com ele. Ouviu o cruzamento dos carros ali perto, ouviu um homem a menos de uma quadra gritar para seu filho diminuir a velocidade de sua bicicleta.

Foi um dia agradável.


Outro garoto se sentou sozinho em sua cama. Sirenes soaram lá fora, nesse bairro que antigamente era agradável, os pais do garoto gritavam no corredor, assim como todos os residentes daquela construção.

O coração daquele menino era duro, duro como pedra. Anos de gritos, anos apanhando de seu pai, de estranhos na rua, anos com sua mãe ignorando as brigas e surras, anos brigando consigo mesmo por quem ele era, anos indo para escolas onde os garotos eram maus assim como ele e anos machucando a si mesmo apenas para ter algum tipo de controle transformaram ele nisso.

Ele era frio, maldoso, difícil e cruel por fora.

Por dentro, lá no fundo, onde ele não deixava ninguém chegar, nem mesmo ele, estava com medo, sozinho, vulnerável. O que ele queria mais desesperadamente do que qualquer outra coisa no mundo era ser amado. Às vezes, quando apanha muito e sua sensibilidade se vai, ele imagina um garoto quente, doce e bonito. Imagina estar em seus braços e todos os problemas, agonias e hematomas derreterem com seu toque.

Ele estava pensando nisso agora, quando o homem que ele chamava de pai invadiu seu quarto, agarrou sua camiseta, o chacoalhando, chamando-o de bicha aos berros e o batendo de novo e de novo com uma força inacreditável enquanto sua mãe continuava a beber na sala de estar.

Quando tudo acabou, limpou o sangue debaixo seu nariz, sentou-se novamente em sua cama, em seu rosto não havia outra expressão além de dor e emoção, cheio de raiva empurrou de volta a garrafa que ele nunca abrira.

Ele atendeu ao telefone, em uma chamada que não podia ser mais indesejada.

"Quê?" Ele atacou.

"Calma aí, cara. Vamos àquela espelunca amanhã ou não?" Wes perguntou, a voz pesada de sarcasmo e diversão.

"Sim, vamos" Ele suspirou.

"Algo errado?" Seu amigo perguntou.

"Não," Ele mentiu "Estou bem".

Blaine Anderson desligou, suas mãos tremeram suavemente como uma garrafa quebrando contra a parede, um grito a seguiu.

Foi uma noite terrível.


O garoto cego caminhava feliz, certo de que tinha o controle de onde ele estava sabendo que tinha que tomar cuidado naquela parte desconhecida da cidade.

Muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo.

O garoto que o pai gritara para parar tinha passado, esbarrando no cotovelo de Kurt, fazendo-o girar, enquanto um atleta passou pela direita. Uma buzina de carro tocou, os pneus cantaram por um momento breve, seus pés enrolados neles mesmos, fazendo-o cair.

Ele respirou funda e lentamente várias vezes, as palmas de sua mão esfoladas. De pressa, ele tomou sua bengala, clicando suavemente para tentar ouvir onde estava.

Ele podia sentir as construções e as pessoas ao seu redor, provavelmente o encarando. Mas... mas nada mais era familiar. Virou-se desorientado, e agora, com medo do escuro. Kurt Hummel estava perdido.


"Blaine, mais que infernos você está fazendo aqui"?

O garoto riu, balançando os cachos em seu rosto. "Cale a boca, Wes. Apenas confie em mim."

"Esse lugar é uma cidade de vacas," Jeff reclamou.

"É? Bem, nossa concorrência está aqui. Podemos então ver as pequenas vadias que teremos que derrubar," Ele respondeu.

"Como eles são chamados mesmo?" Nick perguntou.

"Nude Erections" Jeff deu uma risadinha. Blaine bateu no braço dele.

"Idiota"

"Hey" Thad disse, sorrindo e apontando para o outro lado da rua "Olhem isso".

Blaine olhou, ajustando sua jaqueta. Ele gelou.

Um garoto. Um garoto macio, bonito caminhou pela calçada do outro lado da rua. Ele estava estalando a língua, um olhar um pouco em pânico em seu rosto, batendo a bengala que estava em sua mão quase freneticamente. Blaine achou que ele tinha uma musica rápida presa na linda cabeça dele.

"Parece que ele está no seu time, Blaine." David brincou, cutucando-o nas costelas.

"Cale a boca" Ele disse, rindo levemente.

"Que tal irmos dizer um olá?" Wes sorriu, atravessando a rua e indo na direção dele. Blaine franziu a testa.

Ele não queria aquilo. Por alguma razão estranha, ele queria que eles deixassem o garoto angelical em paz. Ele não tinha certeza do porquê se sentiu desse modo, mas a última coisa que ele queria era incomodá-lo. Ele queria deixá-lo nesse estado de beleza intocável. Mas Wes e os outros estavam indo na direção dele, rindo.

"Hey, cara" Thad sorriu, zombando dele. O garoto congelou.

"Óculos legais" Trenton comentou, arrancando-os do rosto dele. "Se importa se eu experimentá-los?"

"Por favor" Sua voz também era celestial; um sino suave e doce que fez o coração de pedra de Blaine derreter. "Por favor, eu não quero nenhum problema, só estou tentando chegar em casa"

Ele não olhou para eles enquanto falava. Ele não olhava para nada. Ele apertou os olhos para a luz estreita do sol, segurando a bengala na mão, quase choramingando quando Thad a tirou dele.

"Para que isso, para a vovó?" Ele bufou.

"Deixem-me em paz!" Ele implorou.

Então Blaine entendeu tudo. Os óculos de sol, a bengala, os olhos sem direção...

"Droga" Ele suspirou. "Pessoal, parem" Eles começaram a insultá-lo, ignorando o pedido de Blaine "PAREM COM ISSO!"

"Cara, o que há de errado?" Wes perguntou. O anjo estava pressionado contra a parede da construção, o peito chacoalhando enquanto ele tentava respirar, os olhos cheios de lágrimas assustadas.

"Ele é cego" Ele sibilou. David bufou.

"E daí?" O garoto fez o mesmo barulho assustado novamente. O estômago de Blaine estava fervendo por razões desconhecidas.

"E daí? Você tem realmente titica na cabeça? Saia de perto dele!" Ele o empurrou para trás, arrancando os óculos de sol de Trent. "Vá para a droga de escola. Encontro vocês lá."

"Blai-"

"VAI!" Ele rosnou. "Ou eu chuto a sua bunda aqui mesmo e agora mesmo!"

"Okay, okay." Flynn disse, erguendo as mãos e se afastando. "Estamos indo. Desculpe por assustá-lo"

"Princesa" Jeff acrescentou baixinho. Eles foram embora, deixando um Blaine irracionalmente irritado.

Ele olhou para o anjo, segurando a bengala em sua mão, esperando-o relaxar. "Desculpe por isso. Eles... Eles são estúpidos."

"Você também vai me machucar?" Ele perguntou, tremendo, ainda com medo.

"Não," Blaine assegurou. Mantendo um limite em sua voz. "Não, eu não vou" Ele olhou em volta "Onde você está tentando ir?".

"Minha casa" Ele guinchou.

"Qual, hum..." Ele estava nervoso. Porque diabos estava nervoso? "Onde você mora?"

Kurt estava corando, lagrimas de frustração em seus olhos. Ele culpou aquela maldita criança em sua bicicleta por tudo isso.

"Onde nós estamos agora?" Ele sussurrou, odiando-se por confiar nesse rude estranho. Ele podia sentir o cheiro de cigarro, persistente em sua jaqueta, que era de couro. Ele supôs pela frieza do material que sentiu perto de seu braço. Também sentiu o cheiro de colônia. Talvez condimento velho, gel de cabelo e chiclete. Pela mais ridícula das razões, ele achou o aroma quase inebriante.

"107th, Ballard" Ele disse. Kurt engoliu em seco, tentando piscar as lagrimas para fora.

"Norte" Ele respirou.

"Okay" Blaine acenou. Alcançando sua mão, tendo que pegar a esquerda, devido à bengala estar na direita dele. "Venha, eu levo você".

Kurt logo parou quando ele tentou guiá-lo. "Eu nem ao menos sei o seu nome," Ele respirou.

"Eu sou Blaine"

"Kurt"

O anjo tinha um nome. Pela primeira vez em anos, literalmente anos, Blaine sorriu.

"Comentários são bem-vindos e amados! Diga-me o que você acha."