Disclamer: Bleach não me pertence, eu só pego emprestado
ShortFic – Promessas
01 – Encontros e desencontros.
Posso me lembrar de todos os detalhes daquele dia, tinha 7 anos e minha amiga estava indo embora, Kuchiki Rukia, ela tinha sido a única a me agüentar, Ichigo, todos os outros não gostavam de mim, apesar dela não morar no orfanato comigo, ela morava numa das maiores casa de Kagoshima por causa da família. Naquele dia ela iria embora, corri para chegar a tempo, tinha conseguido roubar duas correntes e queria dar uma delas para Rukia, cheguei pouco antes dela entrar no carro.
- Rukia!
- Ichigo! Pensei que não viesse...
- Baka, era obvio que eu viria, aqui... – peguei a sua mão e coloquei a corrente com pingente de Sol.
- O que é isso?
- Presente, eu tenho um de lua, eles se completam, olha – peguei o meu e encaixei os pingentes.
- Brigada Ichigo... – não respondi nada, ela entrou e o carro começou a andar. Eu comecei a correr, mais rápido do que era capaz, mas queria acompanhar o carro.
- Rukia! Eu prometo!
- Promete o que?! – ela colocou a cabeça para fora da janela me observando
- Eu vou te encontrar e...nós vamos ficar juntos para sempre!
- Promete mesmo?!
- Prometo... – parei de correr, não agüentava mais minhas pernas, vi o carro se distanciando e sussurrei para o vento – Eu prometo Rukia...
xXx
- Acorda Ichigo! – fui expulso da minha cama pelo Renji, nem respondi, simplesmente começamos a brigar, paramos só quando ele estava embaixo de mim – Ta, ta eu desisto...
- Beleza, me deve seus cigarros... – sai de cima dele, Renji era meu amigo do orfanato, vivíamos brigando, mas éramos bem amigos, naquele orfanato foi o jeito de sobreviver. O dono de lá chamava Urahara, ele não é nada mau, mas não tem condições pra nada, a gente aprendeu a viver na rua sozinhos, vivíamos roubando comida, bebidas, cigarros, era nossa vida e não tinha jeito.
- Seu maldito, mas certo, trato é trato
- Ei Renji...
- O que é?
- Eu vou hoje...
- Certeza cara?
- Mais do que nunca... – meu plano era fugir do orfanato, iria atrás de Rukia cumprir minha promessa de 10 anos atrás, tinha um dinheiro guardado que daria para ir até Tókio onde ela estava, lá eu me viraria.
- Você é quem sabe, mas pelo menos se despede do Urahara-san...
- Pode deixar... – ao anoitecer falei tchau para Renji e Urahara, peguei um trem até Tókio, só foi ai que me toquei, não tinha dinheiro para comida, somente alguns cigarros.
Não estava cansado, fiquei andando a noite inteira, de manha sentia vontade de deitar e fumar, tinha acabado com os cigarros durante a minha caminhada, isso sem contar a fome, mas acharia Rukia de algum jeito.
No outro dia acabei me metendo numa briga com um grupinho de garotos folgados, estava deitado e eles começaram a jogar coisas em mim, claro que sai muito machucado, afinal eles eram em 5 e eu sozinho.
Estava começando a desistir, eu andava olhando para baixo, não conseguia encarar ninguém, sentia que as pessoas se sentiam mal com a minha presença, era uma presença desagradável, tinha certeza que as pessoas podiam sentir o meu fedor, aquele fedor do fracasso...
Vi um cigarro no chão praticamente inteiro, o peguei rapidamente, a que nível eu tinha chegado, catando cigarros pelas ruas...realmente eu estava chegando ao extremo, mas isso pouco importava, coloquei o cigarro na boca e acendi com um isqueiro que tinha ganhado quando era mais novo, dei algumas baforadas e sentei na sarjeta da calçada, aquele estava sendo um dos poucos prazeres que eu podia aproveitar naquela situação. Deixei aquele cigarro queimar até próximo ao filtro, dei uma ultima tragada e o joguei na rua, soltei a fumaça levantando, o céu já estava escurecendo, não podia voltar para casa de jeito nenhum, comecei a procurar um lugar para passar a noite.
Pulei o portão de um parque e comecei a procurar um banco para deitar, aquela hora os únicos que estavam lá eram viciados, simplesmente os ignorei e continuei andando. Achei um banco vazio e me deitei, não era nem um pouco confortável, mas era o que eu tinha no momento. Adormeci logo, não fui incomodado por nada e nem por ninguém, assim que o Sol apareceu abri os olhos e me assustei. Uma criança me observava, não estava enxergando direito, mas pude ver que ela tinha os cabelos bem escuros.
- Oe, o que você quer criança?
- Criança? Há! Saiba que eu tenho 17 anos ta?
- Até parece...você não tem a mesma idade que eu...
- Tenho sim ta seu idiota?!
-Idiota é você! Fica olhando os outros dormindo!
- É claro! Como eu não iria ver um mendigo com um cabelo tingido de uma cor tão estranha dormindo no banco do parque?
- Meu cabelo é natural ta legal? E eu não sou mendigo! – me levantei, ficar discutindo com aquela baixinha não ia adiantar nada – Sai de perto de mim sua anã!
Comecei a andar mal humorado, meu dia já tinha sido estragado pela aquela anã insuportável, sentia que já a conhecia, mas não importava, olhei por cima do ombro e vi que ela me seguia insistentemente, me virei e nos encaramos.
- Eu não sou anã seu ouriço laranja!
- Ah, desculpa, você deve ter uma deficiência, me desculpa mesmo.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? – eu ia responder quando um homem apareceu, ele tinha um olhar frio.
- Rukia, venha, não fique discutindo com mendigos.
- Rukia... – como pude me esquecer, era ela...devia estar com uma cara de bobo, ela me olhava intrigada.
- Claro nii-sama, já estou indo...o que ta olhando eim cabelo de fanta?
- Rukia é você mesmo? – meu coração acelerou, era ela mesmo, tinha fugido do orfanato para procura-la e ela estava na minha frente.
- Esse é meu nome sim...agora, até nunca mais. – ela não me reconhecia, não podia acreditar nisso, os dois começaram a andar e eu os segui, a puxando pelo braço.
- Rukia, espera...
- O que?! Me solta seu louco! Nii-sama!
- Segurança... – o homem falou muito baixo, mas quando percebi dois homens muito grandes me puxaram e começaram a bater em mim. Foram embora e eu, fiquei jogado no chão, com provavelmente 2 costelas quebradas, a cabeça doendo e o nariz sangrando sem dó, já tinha sofrido a humilhação do dia...as pessoas passavam por mim afastadas, claro que tinham medo, não era por menos...
- Ei, você ta bem? – levantei os olhos, era uma mulher muito bonita, tinha os cabelos e os olhos verdes, e como posso dizer, peitos muito grandes, me sentei a encarando e ela se abaixou na minha altura.
- To sim, pode ir, o show já acabou...
- Você tem certeza? Eu vi a surra que você levou...
- Uhum...tenho que ir, até... – me levantei com dificuldade e comecei a andar mancando
- Você não tem pra onde ir não é?
- E isso te interessa?
- Você ta com fome? – me virei e ela estava sorrindo suavemente, parecia querer ajudar de verdade, e eu estava com muita fome, afinal não tinha comido nada desde quando tinha fugido, e isso já fazia uns 3 dias – Meu nome é Neriel e o seu?
- Ichigo... – ela sorriu ainda mais e foi se aproximando, pegou a minha mão e soltou um risinho. Eu sorri meio sem graça e começamos a andar, o lugar não era muito longe, levamos uns 10 minutos até o apartamento dela. Não falamos nada durante o caminho, entrei envergonhado no apartamento.
- Se você quiser, pode tomar um banho, eu tenho umas roupas que acho que servem em você.
- Claro...
- Segunda porta é o banheiro, enquanto isso vou fazer alguma coisa para comer, ta Ichigo?
- Uhum... – fui até o banheiro, era bem feminino, tinha uns desenhos bem infantis pelas paredes, tirei a roupa e cherei, realmente estava precisando de um banho. Liguei o chuveiro e deixei a água quente cair sobre o meu corpo, era uma sensação ótima, usei o shampo da mulher, eram coisas tão perfumadas que sentia vontade de experimentar tudo, nunca na vida tive nem metade daquilo tudo. Terminei o banho e peguei uma das toalhas verdes que estavam no banheiro.
- Ichigo? – ela deu duas batidas na porta – eu só fiz um barulho com a garganta respondendo o chamado – As roupas estão no quarto no lado ta? Te esperando pra gente comer.
Sai do banheiro quente e vi as roupas dobradas sobre a cama, vesti a calça preta e uma camiseta vinho com uma caveira preta estampada no lado direito do peito, peguei meu cinto e a corrente. Fui para a sala e me sentei em frente a uma mesinha, Neriel colocou um prato de yakisoba na minha frente e outro no dela. Nos olhamos e ela sorrindo falou.
- Bom apetite, espero que goste... – comecei a comer, claro naquela hora qualquer coisa seria boa, mas Neriel cozinha muito bem, comi e repeti, no 2º prato ela só me observava bebendo uma cerveja.
- Ei, você não pode me dar uma?
- Quantos anos você tem?
- 17...
- Então não, quando você fizer 18 eu te dou...
- Ah! Para com isso...qual o problema? Eu bebo desde os 13...
- E seus pais não falam nada?!
- Não...eu não tenho pais...
- Ah...desculpa por isso...
- Relaxa... – quando terminei ela acabou me dando uma latinha de cerveja, enquanto eu bebia contei quem era Rukia, sobre a promessa e tudo que tinha passado indo atrás dela. Neriel prestou toda a atenção a cada palavra que eu falava, no final de tudo ela suspirou e começou a falar.
- Nossa Ichigo e essa Rukia não lembra de nada disso?
- Não sei...
- Você vai fazer assim...você vai dormir aqui hoje, cuidar desses machucados e amanha você continua atrás pra cumprir a tal promessa pode ser?
- Claro...apesar de eu não saber onde ela mora...
- Você sabe o nome inteiro dela?
- Kuchiki Rukia...
- Kuchiki? Não acredito...
- Por que??
- Kuchiki Byakuya é dono do lugar onde eu trabalho, eu te dou o endereço dele...
- Nossa, obrigado Neriel
- Me chame de Nell, e se nada der certo, você pode ficar aqui em casa o tempo que for Ichigo.
- Claro Nell, e muito obrigado de novo.
- Não precisa agradecer, agora vem aqui para eu poder fazer os curativos. – conversamos pelo resto da tarde, Neriel trabalhava como assistente de escritório, fazia faculdade de administração e tinha 22 anos, morava em Tókio a 4 anos desde quando tinha começado a faculdade. Logo anoiteceu, ela arrumou o sofá e deixou a comida pronta para mim.
- Vou para a aula agora, fique a vontade Ichigo. Até mais tarde.
- Até... – ela saiu e fiquei sozinho, comi a minha janta e já me deitei na cama improvisada, era mais confortável que a minha cama do orfanato, adormeci logo, mas antes, pensava em como Rukia iria reagir ao ver que eu não tinha me esquecido daquela promessa, peguei o pingente de Lua prateado, aquela era a marca de tudo, torcia para que ela ainda tivesse o Sol, torcia que ela pelo menos lembrasse de mim...
xXx
Notas: Pronto, meu presente pra tia Chibi's-chan 8D
Tá, ainda tá faltando 3 capitulos pra postar, mas o primeiro tinha que sair no dia certo né? Se der continuo hoje mesmo, é que me animei escrevendo essa história e os capitulos ficaram um pouco grandes XD
Mas enfim, Parabéns tia Chibi!! Espero que tenha gostado do começo 8D
E é claro, reviews please ;D
