Angelos é uma fic baseada num sonho que tive.
Espero que gostem! Ah, e não se esqueçam dos reviews, please!
Aviso: No prólogo, Syaoran e Sakura têm apenas 2 anos de idade.
Kisses
Prólogo
Numa galáxia distante, que vai para além da via láctea, três planetas dão-se a conhecer: Delos, Alpha e Angelos.
Delos é um planeta de um azul cristalino, possuidor de paisagens verdejantes e rios límpidos, o que fazia com que os Celestiais, as pessoas que nele habitam e que se vestem como deuses greco-romanos, conseguissem usufruir da magia transmitida por esta mesma Natureza. Por outro lado, Alpha é um planeta verde, habitado por duendes ou gnomos que não temem o trabalho árduo, sendo que alguns fogem à regra. Também possui paisagens um pouco lamacentas, contudo verdejantes, que constituem uma parte essencial para a sobrevivência deste povo. Por último temos Angelos. Este é de um azul muito vivo e todo ele é habitado por Anjos, seres sob a forma humana, tal como os Celestiais, só que possuem umas lindas e grandes asas brancas. Dos três, ele é o mais importante, pois tem soberania sobre os restantes, já que todos eles estavam sujeitos às ordens e leis regidas pelo Rei e Rainha de Angelos.
O Rei Fujitaka e a Rainha Akizuki eram pessoas muito prósperas, faziam prevalecer a paz em todo o reino, bem como nos outros planetas e na relação destes com Angelos. Eles tinham um sucessor, o príncipe Syaoran, um menino que gostava muito de brincar com a filha da aia da Rainha. As mães destas crianças já faziam planos para o seu futuro, pois já sabiam no que elas se iriam tornar. O príncipe seria um dos guerreiros alados de Angelos (Quatro no total), aqueles que, segundo a lenda, têm a missão de proteger o planeta do mal que se avizinha; enquanto que a menina, a pequena Sakura, embora não tivesse certeza absoluta, supunha-se que ela era a nova Xanda, uma poderosa feiticeira que renasce de 100 em 100 anos e cuja beleza desgraça a vida de muitos.
Mas um dia Angelos, este planeta pacífico, foi atacado por Clow Reed, um homem muito mau, robusto, conhecedor de magia negra e um guerreiro nato, que com o seu exército arrasa com os seus oponentes sem lhes dar tréguas.
Ao ver esta guerra como perdida, o Rei Fujitaka e a Rainha Akizuki decidem enviar o seu filho para uma planeta distante, longe de Clow Reed. Podiam não conseguir sobreviver, mas depositavam nele todas as suas esperanças. Ele era sem dúvida, para eles, a salvação de Angelos. Kirya, assim se chamava a aia da Rainha, por sua vez, também conseguiu enviar a sua filha para longe, mas antes que tivesse oportunidade de fugir, ela foi capturada, feita refém, por Clow Reed, após este matar o Rei e a Rainha e se apoderar do trono.
Este tornou-se um momento marcante para Angelos. Toda a sua antiga glória foi agora reduzida a cinzas. Mas, no meio de todo este caos, ainda há esperança… Angelos voltará a ser o planeta feliz e pacifico que fora outrora, pois cresse que a lenda tornar-se-á verdadeira e, então, o reinado de Clow Reed terá passado à história….
Capítulo I – Flashback
Planeta Terra, Londres, ano de 2007
Sakura era uma mulher agora de 22 anos (alta, de cabelos castanhos e olhos verdes) e de bem com a vida. Havia triunfado no mundo das artes, sendo considerada uma das melhores historiadoras de arte. Neste momento estava a trabalhar num museu de renome, muito conhecido por toda a Europa, o British Museum.
Apesar de todo este sucesso, ela não conseguia esquecer todo o sofrimento por que passou para chegar a onde chegou, desde aquele dia em que saiu de casa dos pais ao descobrir que estes não eram os seus pais verdadeiros. Considerava que tivera uma infância feliz, principalmente na companhia do irmão Syaoran, mas sentia sempre que era um pouco posta à parte por eles, pensando que davam mais carinho e atenção ao irmão do que propriamente a ela.
Flasback ON
Sakura tinha 16 anos e era uma adolescente um pouco rebelde, pois necessitava de um pouco de atenção por parte dos pais. O seu melhor amigo e confidente era o seu irmão Syaoran.
Uma noite, Sakura levantou-se da cama, acabava de ter um pesadelo, e ia directo à casa de banho, quando começou, de repente, a ouvir vozes. Nesse instante apercebeu-se de que se tratavam das dos seus pais. Sem fazer barulho, pé ante pé, dirigiu-se ao local de onde provinham as vozes, a sala de estar, e ficou à escuta.
– Não sei mais o que fazer… - disse Terada desesperado – Quando pensava que as coisas iam melhorar…
- Tu não tens culpa, querido. Nem mesmo eu tenho. Demos-lhes, aos dois, a mesma educação. Não irias adivinhar que um deles se iria tornar numa grande dor de cabeça! – disse Mizuki, tentando consolar o marido.
– Eu sei, eu sei. Mas quando vi aquela menina a chorar diante da nossa porta anos atrás, não pude fazer nada se não acolhê-la. Já tínhamos o Syaoran, e quando a Sakura apareceu foi como um milagre nas nossas vidas, teríamos a família que sempre sonhamos ter e Syoran nunca estaria sozinho, pois teria alguém ao seu lado nos bons e nos maus momentos.
– E o conseguiste. Tens de acreditar nisso. Não vês como eles se dão tão bem? Syaoran trata-a como uma princesa, ama-a acima de tudo…
– Mas ela não o merece. – interrompeu Terada – Gosto de ver como eles se entendem tão bem, mas ela comportando-se do jeito que se tem vindo a comportar, vem a provar que não merece o seu amor, muito menos o nosso. – disse-o com uma voz pesada – Eu não sei que mal fiz eu a deus para ter uma filha assim…depois de tudo o que fiz por ela… Como gostaria de voltar atrás no tempo e, em vez de a ter acolhido em minha casa, a ter entregue ao orfanato!
– Não digas isso, querido!- disse Mizuki aflita, abraçando o marido com força – tu fizeste tudo o que estava ao teu alcance, nós fizemos, mas não podias prever que tal situação pudesse realmente acontecer. Por isso não te martirizes tanto. Iremos superar esta situação, juntos! Verás como daqui a algum tempo, ela porá a mão na consciência e voltará a ser aquela menina com que a gente sempre sonhou que se tornaria.
Sakura, do outro lado da porta, nem sabia o que fazer. Acabara de descobrir que era adoptada. Terada e Mizuki não eram os seus pais verdadeiros? Então quem eram? Porquê que eles não lhe disseram isto antes? Talvez compreendesse melhor se tal caso acontecesse, mas naquele momento não conseguia fazê-lo, pois estava demasiado transtornada para tal. Mas de uma coisa ela tinha a certeza, Syaoran sempre fora o filho preferido e agora sabia o porquê. Reflectindo sobre o que acabara de ouvir e, também, sobre estas questões interiores, Sakura foi para o quarto da mesma forma que chegou até à sala de estar. Deitou-se e, apesar de muito triste e magoada, conseguiu adormecer.
Flashback OFF
«Como isto ainda me afecta um pouco» - pensou Sakura, enquanto se arranjava para ir trabalhar. Mas do que ela não gostou mesmo, nessa altura, foi ter-se deparado com o Syaoran no dia da sua partida.
Flashback ON
Ao final da tarde, enquanto os pais não estavam, Syaoran viu duas grandes malas de viagem junto à porta e interpelou-a.
– Sakura, onde pensas que vais com essas malas e para onde?
– Não sei para onde vou, a única coisa que sei é que não quero ficar nesta casa nem mais um segundo! Este não é o meu lugar! – disse Sakura, pegando numa das malas.
– Porquê que dizes isso? Claro que é o teu lugar. Se o problema for os pais, sabes que podes sempre contar comigo, eu estarei sempre do teu lado para o que der e vier. Agora, se o problema for eu…- disse Syaoran cabisbaixo.
– Não! – largou a mala no chão desesperada – Tu nunca foste um problema, pelo contrário, foste o meu anjo da guarda. Sempre encobriste os meus disparates dos p…do sr. Terada e da sra Mizuki.
– Desde quando é que tratas os pais pelo nome?
– Queres mesmo saber? – Syaoran apenas dizia que sim com a cabeça – Ah queres? Pois bem, desde o momento em que descobri que era adoptada! Como vês, os "pais" escondiam-nos coisas. Desiludido?
– Não, apenas um pouco surpreendido. Nunca pensei que fosses adoptada…mas como é que o descobriste?
– Ontem à noite, quando me levantei para ir à casa de banho. – e começou a relatar tudo o que acontecera e que ouvira – Agora entendes como é que eu me sinto?
– Sim…mais ou menos. - a verdade é que ele não sabia mais o que dizer.
Sakura já estava a abrir a porta e a pegar nas malas quando ele voltou a se pronunciar.
– Se é isto que queres, não serei eu a impedir-te. Mas gostaria que me prometesses uma coisa.
– O quê? Sabes que por ti faço qualquer coisa…
– Promete-me apenas que não deixaremos de nos falar, que seremos amigos para sempre, apesar de não sermos irmãos de sangue. Prometes, Sakura? – perguntou Syaoran esperançado.
– Prometo, Syaoran! Prometo! – respondeu Sakura com um sorriso nos lábios, e sem se conter abraçou-o. Ele também retribui o afecto. Deu-lhe um último beijo na cara – Vemo-nos em breve. Adeus… - olhou para ele pela última vez, e, para não chorar à frente dele, deu meia-volta, fechou a porta e foi-se embora.
Syaoran ainda pensou em ir atrás dela, mas achou por bem não o fazer, sussurrando apenas um adeus.
Flashback OFF
Sakura, nesse passado remoto, nunca pensaria que se sentaria tão realizada como se sentia neste momento. A vida por vezes dava muitas voltas. Era algo bastante peculiar. Quem imaginaria que a rebelde Sakura se tornaria numa pessoa ilustre? Sem dúvida que se tornara na pessoa que os seus pais adoptivos, Terada e Mizuki, gostariam que ela fosse.
«Será que se sentem orgulhosos do meu desempenho até ao momento?» - pensava Sakura um pouco esperançosa.
Mas, apesar de tudo, ela manteve a sua promessa para com o Syaoran. Gostava muito dele, e ainda gostava, e embora continuassem a se ver esporadicamente, devido aos horários de trabalho de ambos, continuavam a manter esta amizade especial que os unia.
– Afinal…nem tudo foi mau…-pensou ela em voz alta. Falando com a sua imagem no espelho – E, agora, toca a ir para o trabalho, pois já estou atrasada! – deu os últimos retoques no cabelo, pegou nas chaves, abriu e fechou a porta do seu apartamento e trancou-a. – Não vejo a hora de me encontrar com o Syaoran depois do meu expediente! – disse exultante, enquanto saia para a rua a alta velocidade em direcção ao seu destino…
