Disclaimer – "Saint Seiya" não me pertence... Estou apenas usando os personagem para me divertir um pouco XD.


Revisão – Feita pela minha amiguinha Dany. Beijos, moça!


Notas da Autora – Konnichiwa minna-san! Estou publicando outra fanfic, que já faz algum tempo que estou escrevendo. Espero que gostem e digam o que achavam, ok?

Kisu no Lis-sama
Ja ne


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Descobrindo Sentimentos

By Palas Lis

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Capítulo 1

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- Estou pronta! – Saori exclamou, feliz, alinhando o traje social preto que vestia, para logo depois passar levemente a mão pelos longos cabelos.

Pensando no trabalho que teria no escritório naquela manhã, olhou-se novamente no espelho e dobrou melhor a gola da blusa vermelha que usava. Pegou sua bolsa que estava em cima da cama e foi ao escritório para pegar sua pasta. Alegre por estar indo trabalhar, ela saiu do apartamento que ficava no último andar do mais luxuoso prédio de Tóquio.

Com um largo sorriso, caminhou e parou frente ao elevador, apertando algumas vezes o botão para o chamar, animada em ir para seu trabalho.

- Ohayo, Saori-sama!

Saori virou-se ao reconhecer a voz da amiga, que estava de roupão como fazia todas as manhãs ao acompanhar seu esposo até a porta, esperando ele ir trabalhar. Olhou para a vizinha, vendo ela sorridente, pensando como alguém poderia ser tão feliz sem trabalhar, ficando apenas cuidando da casa.

- Ohayo, Shunrey! – ela disse, mantendo o sorriso.

- Vai sair bem cedo hoje, não?

- Sim, hoje quero chegar mais cedo. Tenho muito que trabalhar.

- Não vejo novidade no que diz.

- Ora Rey-chan, tem coisa melhor do que trabalhar naquilo que se gosta? – ela perguntou, séria. Virou-se para o elevador e apertou novamente o botão. Murmurando pela demora do elevador, Saori olhou no relógio em seu pulso para certificar que não estava atrasada.

- Você tem razão, Saori-sama – Shunrey concordou. – Mas acho que você exagera um pouco em fazer o que você gosta.

- Estou até tirando folga no domingo! – exclamou como se fosse uma coisa totalmente fora de cogitação.

Saori viu a amiga levar a mão à boca para disfarçar uma risada pela frase que soou como uma brincadeira, sendo que ela estava falando sério.

- Você me impressionou, Saori-sama – Shunrey disse, irônica. – Como alguém pode tirar folga no domingo?

- Concordo com você, Rey-chan – Saori riu, ignorando o tom irônico que amiga estava usando. – Estou até com a consciência pesada de ter feito isso.

Shunrey levantou uma sobrancelha, não acreditando no que ouvia na mulher.

- Você devia trabalhar menos e...

- O elevador chegou – Saori disse, cortando a amiga e entrando no elevador, já sabia onde ela iria chegar com aquilo. Ela sempre insistia na idéia que Saori devia trabalhar menos e se divertir mais. Porém, diversão para a amiga de Shunrey era trabalhar, coisa que ninguém conseguia compreender. – Depois conversamos, até mais.

Suspirou aliviada quando viu Shunrey abrir a boca para falar mais alguma idiotice, mas a porta do elevador foi mais veloz e se fechou. "Por que eu iria querer trocar meu trabalho por outra coisa?".

O que mais importava em sua vida era seu trabalho e parecia que todos estavam sempre buscando uma maneira de tentar fazê-la – sem sucesso – afastar-se de seu emprego.

Desceu do elevador no estacionamento. Cantarolando uma canção qualquer, caminhou para o seu carro esporte preto. Apertou o alarme e entrou no automóvel. Cuidadosamente ela colocou sua pasta no banco e deu a partida no veículo.

- Por que todos insistem em dizer que eu trabalho demais? – perguntou para si, saindo do estacionamento, rindo. – Trabalhar é o que mais gosto de fazer, não sei porque tanta implicância.

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Saori dirigiu atentamente para o local onde trabalhava, ansiosa para começar mais um dia de infinitas leituras. Assim que virou a esquina e avistou o maior prédio da cidade, um sorriso satisfeito formou em seus lábios. Gostava mais de estar em seu escritório que estar em sua própria casa e não se importava em passar mais horas trabalhando do que qualquer um de seus empregados.

Parou frente à empresa e imediatamente o manobrista veio abriu-lhe a porta do carro.

- Domo arigatou – ela disse, pegando a pasta e descendo do carro.

Passou pela porta central e atravessou o hall de entrada a passos rápidos. Ainda era muito cedo para ter alguém, deixando o lugar apenas com os seguranças e as secretárias. Pegou o elevador para o último andar, onde ficava sua sala. Animada para começar logo a ler petições e cláusulas, Saori caminhou mais rápido para sua sala.

Era assim todas os dias, Saori chegava antes que todos e ia para casa depois que os outros já deveriam estar dormindo e mesmo assim era a que mais se dedicava ao serviço. Seu trabalho como advogada era a razão de sua vida.

- Ohayo, Minu! – Saori disse assim que viu a sua secretária sentada atrás da mesa na sala de entrada de seu escritório.

- Ohayo, Kido-sama – ela falou, deixando sua bolsa no canto da mesa, virando-se para encará-la, surpresa em vê-la tão cedo no escritório.

Minu ficou olhando alguns segundos para a mulher a sua frente. Tinha tanta admiração pela fixação dela por trabalhar, nunca pensou que alguém poderia gostar tanto assim de se enfiar em um escritório e passar horas frente papeladas lendo. Todos os outros advogados e advogadas da empresa não tinham nem metade do pique que Saori demonstrava ter.

- Você poderia me passar meus compromissos para hoje? – Saori pediu.

- Em um segundo vejo para a senhorita – ela disse, sentando-se em sua mesa, e abrindo uma pequena gaveta do móvel.

- Revise para mim, depois leve na minha sala – a secretária assentiu e Saori entrou para a sua sala, fechando em seguida a porta dupla atrás de si.

Ela olhou para cada milímetro de sua espaçosa sala, desde sua mesa organizada, a alguns quadros famosos na parede, confirmando se tudo estava impecável como gostava. Andou para a sua mesa e largou-se na poltrona, fechando os olhos e respirando fundo. Como gostava de estar ali e poder trabalhar.

- Nem acredito que eu tirei o dia de folga ontem – Saori retrucou para si mesma, abrindo os olhos.

Desde que abrira aquela empresa de advocacia poderia contar nos dedos os dias que tirava de folga e todos foram contra sua vontade, ou por motivo de força maior.

Abriu sua pasta e pegou vários documentos, começando a folheá-los para escolher por qual começaria seu dia.

- Senhorita – Minu entrou na sala, parando frente à mesa de sua chefe com uma grossa agenda em mãos, aberta na página do dia. – Tem alguns compromissos importantes para hoje.

Saori parou de mexer nos papéis e endireitou-se na poltrona, esperando a secretária continuar. Sorriu para ela, pedindo que prosseguisse, cruzando a perna direita sobre a esquerda, elegantemente.

- Tem almoço marcado para às 13 horas com os representantes do setor criminal, para acertar algumas transações.

- É hoje? – Saori perguntou, levemente surpresa. – Estava ansiosa para dar início aos novos projetos na empresa, mas não me lembrava que já era para hoje.

- E já liguei para avisá-los do horário que a senhorita estará disponível – Minu disse, fazendo um pequeno risco no compromisso, demonstrando que já tinha sido passado a Saori.

- Avisou quanto a atrasos? – Saori perguntou, arqueando as sobrancelhas.

- Hai. Como a senhorita mandou, eu deixei bem claro que são inadmissíveis atrasos – Minu respondeu prontamente. Sabia que Saori não gostava de atrasos e queria evitar confusões com os clientes.

- Sempre eficiente Minu-chan – Saori sorriu para a secretária, a deixando sem graça. Afinal, não eram todos que conseguiam ganhar um elogio da crítica e exigente advogada. Ela desviou os olhos de Minu, abrindo as gavetas de sua mesa e pegando um arquivo. – O que mais temos para hoje?

- Bem... – Minu temeu em falar. Saori certamente não ia gostar de saber. – Senhor Solo Julian ligou novamente para saber quando poderá jantar com ele.

Saori tirou os olhos do arquivo rapidamente e olhou para Minu, fazendo uma cara de desagrado.

- Que homem insistente! – exclamou exasperada, fazendo Minu escolher-se com o tom de voz da chefe, Saori percebendo isso, se acalmou. Não queria assustar a secretária. – Gomen ne, mas fico nervosa com a petulância de Julian.

- Entendo. – Minu disse, menos assustada.

- Ele está querendo entrar em sociedade comigo – Saori disse, massageando a têmpora, tentando manter a calma e não descontar sua raiva em Minu, coisa que costumava acontecer com mais freqüência que gostaria.

- Permita-me falar... – Saori assentiu com a cabeça, sem tirar a mão da fronte. – Acho que seria um ótimo negócio para a sua empresa, senhorita.

- Concordo Minu, seria mesmo um bom empreendimento – Saori sorriu para ela. – Mas estou esperando o momento certo para efetuar a sociedade, e preciso ler o acordo que ele quer propor.

- Então, o que digo a ele?

- Diga que eu estou ocupada com outros assuntos e assim que estiver disponível entrarei em contato – Saori disse calmamente, escolhendo as palavras para ver se conseguia mais algum tempo sem uma ligação chata de Julian, esperando Minu anotar tudo em sua agenda para poder continuar. – Diga também que eu mesmo retornarei a ligação.

- Acho que ele vai gostar da última frase.

- Espero que ele acredite na última frase – Saori riu. Não era tão fácil assim enganar o advogado Julian, ele era sempre tão esperto e desconfiava das desculpas dela. – Algo mais?

- Acho que é só – ela falou, virando algumas páginas da agenda, procurando algum possível compromisso e depois olhou para a chefe. – Não, por hoje somente isso.

- Pelo menos poderia dar continuidade a alguns casos jurídicos que eu estava adiando – Saori falou, pensativa, levando o dedo ao lábio inferior.

- Gostaria de mais alguma coisa, Kido-sama? – ela perguntou, fechando a agenda e olhando para Saori.

- Iie – Saori disse, ligando o computador e começando a digitar alguns processos. – Qualquer coisa eu te chamo.

- Com licença – pediu Minu, fazendo uma reverência, saindo da sala em seguida.

- Vamos começar – Saori estralou os dedos, com um sorriso alegre nos lábios, pronta para iniciar o trabalho. – Não acredito mesmo que tirei folga ontem.

-o-o-o-

Saori olhou para a janela, onde a noite já tinha caído há muito tempo. Voltou-se para sua mesa e arrumou os papéis que estavam jogados sobre ela. Esfregou os olhos e bocejou.

Apesar de não querer parar com a procuração que lia, seu corpo não parecia querer o mesmo. Estava exausta. Forçou um pouco as vistas para poder olhar no relógio em seu pulso, suspirando desanimada pela hora.

- Acho que está um pouco tarde – Saori sorriu cansada ao ver que se passavam da meia-noite.

Colocou o celular na bolsa, olhando antes para ver se tinha alguma mensagem ou ligação não atendida. Pegou mais documentos para levar para casa, colocando-os na pasta, levantou-se da mesa e espreguiçou, sentindo as costas doerem das longas horas que passou sentada na mesma posição.

- Estou com fome – disse alisando o estômago, que estava sem comida desde o almoço de negócios que tivera mais cedo.

Pendurando o casado no braço, pegou a bolsa e a pasta, preparada para ir embora. Como ela já estava habituada, era a última pessoa que estava na empresa, suspirou cansada e em seguida levando a mão na boca para dar outro bocejo. Foi direto para seu carro, e seguiu para uma lanchonete, querendo saciar sua fome.

- Quando chegar em casa vou tomar um bom banho e dormir um pouco, amanhã tenho que estar cedo na empresa. – Saori disse, enquanto ligava o rádio do carro e procurava alguma estação que tocasse alguma música que a agradasse. Não encontrando nada de seu gosto, ela reclamou algo inaudível, desligando o aparelho.

Saori parou o carro em frente a uma lanchonete, que pelo horário, poderia dizer que estava movimentado – com muitas pessoas conversando e lanchando ali. Comprou um lanche e o saboreou em uma mesa próxima a porta de saída, para assim que terminar não perder tempo e ir para casa.

Comeu sentindo os olhos querendo fechar de tanto sono. Não demorou muito para acabar sua ceia e dirigir-se para seu apartamento.

Ao chegar no prédio onde morava, estacionou o carro e pegou o elevador, descendo frente à porta de seu apartamento, sorrindo pelo dia de trabalho. Apesar do cansaço que seu corpo sentia, não se importava de ficar até mais tarde no escritório. O trabalho era seu passatempo favorito e por isso o executava muitíssimo bem.

- Cheguei! – disse, assim que abriu a porta do apartamento.

Sorriu ao ver o silêncio que predominava no lugar, com tudo em seu devido lugar. Deixou a bolsa na mesinha da sala e foi direto para o banheiro. Sentou na borda da banheira ligando a torneira para poder enchê-la. Abriu a pasta e pegou um contrato virando a primeira página para poder ler, tirando ao mesmo tempo o sapato e a roupa para poder tomar banho.

Entrou na banheira e por alguns minutos ainda lia o papel. Colocou o contrato ao lado para acabar de tomar banho. Assim que acabou, enrolou-se no roupão, pegando o contrato e foi para o quarto, sem tirar os olhos do papel que lia.

- Que dia maravilhoso. – ela disse, colocando uma camisola branca, sentando na cama, puxando para cima de si o edredom. Apagou a luz deixando somente o abajur ligado para poder acabar de ler o contrato.

Leu mais umas cláusulas do contrato que estava fazendo para um cliente, mas estava com sono e resolveu deixar o papel para o outro dia. No dia seguinte poderia acabar de ler e resolver o problema antes de ir para o cartório, prejudicando seu cliente.

- Vou deixar isso para... Amanhã... – disse olhando para o relógio digital no armário da frente da cama, vendo que a madrugada estava no seu auge e colocou o contrato no criado-mudo.

Finalmente, após um dia infindável – de muito trabalho exaustivo – estava tendo um merecido descanso para na manhã seguinte poder seguir com sua prazerosa rotina.

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