A ideia foi baseada em uma novela que eu assisti há muito tempo, claro que haverá muitas e muitas alterações, desde personagens, enredo,... Espero que gostem.

Não possuo Glee e nenhum de seus personagens.

Por favor, comentem.


Do ponto de vista de algumas pessoas, Kevin Hummel-Anderson tinha uma vida perfeita, apenas não era perfeita para ele.

Kevin sempre quis voar alto. Sonhava em ir para Nova Iorque, investir em uma carreira de modelo ou até mesmo de cantor, mas desde que seu pai teve um ataque cardíaco, durante seu ensino médio, viu-se trabalhando como garçom em restaurantes para complementar a renda de sua família. Sentiu-se preso neste emprego até seus 19 anos.

Foi assim que ele conheceu seu marido, Blaine Anderson, em uma de suas viagens de negócios à Lima. Um viúvo de 25 anos, com dois filhos pequenos, Devon e Nina, um dos herdeiros da família Anderson e atual diretor da Pavarot Design, a empresa da família voltada para vestuário.

Foi amor à primeira vista, de Blaine para Kevin e de Kevin com a fortuna de Blaine. Assim que colocou os olhos em Blaine sabia que tinha que tê-lo e uma coisa que Kevin faz bem, é seduzir os homens. É um dom natural.

Cinco meses do primeiro encontro, se casou e hoje é o atual dono da mansão dos Andersons.

Agora, passados três longos anos.

"Andrew, de todos os lugares, por que você me trouxe para Lima"? Kevin ajeita mais uma vez seu casaco e olha para seu amigo.

"Não me olhe deste jeito, você falou que queria se divertir, mas que sua família não poderia descobrir. Eu te trouxe para o lugar mais improvável, ninguém vai te procurar aqui". Andrew dá um sorriso vitorioso e continua a dirigir seu BMW.

Kevin considerou por um momento, mas assentiu com um suspiro derrotado. "Todos quem eu conheço sabem que eu odeio esta cidade, jamais pensariam que eu estou aqui". Olhou pela décima vez pela janela. "Este lugar me traz más recordações".

"Kevin, eu sei que você não gosta desta cidade, mas pensa pelo outro lado, você cresceu nesta cidade, e agora vive sua vida de sonhos em Westerville. Você venceu"!

"Ha, ha, ha, ha, meu amigo Andrew, não sabia que você estava considerando a carreira de comediante". Kevin lhe dá mais um olhar aguçado e continua. "Sonho seria se eu morasse em Nova Iorque, mas eu continuo em Ohio. Desde quando eu tenho a vida dos sonhos?"?

Sem tirar os olhos da estrada, mas ainda com um sorriso enfeitando os lábios. "Pensa só: Você mora na mansão dos Andersons, tem dois filhos lindos, uma família unida e até eu, que não sou gay, tenho que admitir que Blaine é delicioso".

"Não é bem assim". Ele pondera por um momento. "E, aliás, como você diz que aquele hospício é uma família unida? Não é nada bom e é tudo tão chato. Não tenho um único minuto de paz. Todos querem que eu ministre ordens, cuide das crianças, do meu pai, dos empregados e esteja de bom humor para receber meu marido". Ele estremece mais uma vez pela lembrança. "Não aguento mais viver naquela casa, eu preciso de uma distração, ou melhor, eu preciso de férias, só um ano para viver minha vida do jeito que eu sempre quis. Porque se eu tiver que voltar para lá vou acabar ficando louco".

"Kevin, não seja ridículo, eu sou seu amigo e eu sei que você tem vários amantes". Agora é a vez de Andrew para gargalhar. "Eles não são distrações suficientes"?

"No momento não são muitos, só o meu instrutor de dança, mas até ele está me entediando". Ele olha para suas unhas com desdém.

Andrew dá uma cutucada em seu amigo. "Sua vadia, você falava tão bem dele e de seu desempenho na cama, o que aconteceu"?

"Sério? Vadia? Vindo de você?" Ele olha mais uma vez pela janela. "Ele não me desafia, preciso de adrenalina para viver." Não reconhecendo o lugar ele questiona. "Para onde estamos indo afinal? Nunca estive deste lado de Lima."

"Um hotel que foi inaugurado há alguns meses e que foi muito bem recomendado. Tem um ótimo clube virando a esquina". Olha pelo espelho retrovisor e continua. "Não se preocupe sei exatamente para onde estamos indo, acredite em mim, você vai adorar o lugar".

"Espero que sim, mas como você o conheceu, não sabia que você, de todas as pessoas, conhecia Lima tão bem".

"É bom saber que mesmo após todos esses anos eu ainda posso te surpreender". Assim que termina de falar ele estaciona o carro. "Vamos lá, chegamos, vamos fazer o check in".


"Chase, por favor, não faça isso". Ele tentou mais uma vez, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas.

"Kurt, vamos lá, você sabe que eu tenho que fazer isso". Sentou ao seu lado na cama, segurou suas mãos e secou uma lágrima no rosto de seu ex-namorado que acabara de cair com seu polegar. "Eu preciso ter uma vida melhor, eu mereço o luxo, as viagens e o dinheiro". Ele olhou mais uma vez para o pequeno apartamento. Era muito pequeno, de cor escura e com móveis tão antigos que Kurt conseguiu comprar em algum bazar. Eu vou ter tudo que eu sempre quis, não vou apodrecer nesta cidade pelo resto de minha vida.

"Mas ela tem cinquenta anos, não acredito que você possa estar atraído por ela". Suas lágrimas não paravam de cair agora.

"Meu amor, é claro que não estou atraído por ela, mas não aguento mais viver nesta cidade". Segurou o rosto de Kurt com as duas mãos e continuou. "Eu nunca serei atraído por ela como eu sou por você. Eu te amo Kurt e sempre vou amar".

"Então não me deixe, eu... eu preciso de você ao meu lado". Segurou o rosto e a camisa de Chase como se sua vida dependesse disso. "Não me deixe sozinho, não tenho mais ninguém na minha vida". Por favor, fique.

Chase não queria deixar Kurt sozinho ele o amava muito e sempre estavam um ao lado do outro, desde o orfanato. "Então venha comigo"!

Kurt deu um olhar tímido. "Como? Nós dois juntos em Westerville"? Já estava se sentido melhor com a ideia de um novo começo ao lado de seu amor em uma cidade completamente diferente, longe de todos os homofóbicos que faziam questão de não deixá-los em paz. "Você, quer começar uma nova vida ao meu lado"?

"Claro que eu quero eu nunca quis deixar você sozinho aqui em Lima, é claro que eu quero que você venha comigo". Beijou suavemente seu cabelo e continuou enxugando as lágrimas com o polegar. "Paula tem uma casa muito grande, podemos colocá-lo como copeiro, ou mordomo, ou até mesmo como motorista, você gosta de carros e seria perfeito para nos encontrarmos sem chamar muita atenção".

Kurt olhou para Chase como se estivesse louco. Não ele não pode estar falando sério, eu entendi errado. Ele não pode estar falando para eu ir com ele como seu amante. "O que... o que você quer dizer"? Sua voz saiu trêmula e fraca, Kurt odiava se sentir tão fraco.

"Se você não quiser, posso colocá-lo em um apartamento em um bairro próximo". Kurt tentou se levantar neste momento, mas foi parado por Chase. "Vou ter muito dinheiro, finalmente poderei te dar a vida que você sempre quis e vamos continuar juntos". Ele estava tão empolgado. Ele teria a vida perfeita. Só de pensar em unir o dinheiro de Paula e o amor de Kurt, me faz o homem mais feliz do mundo.

Kurt soltou suas mãos e se levantou. Como ele pode sugerir algo tão horrível. Enganar uma pobre mulher deste jeito, além de lhe dar um golpe, ainda por cima, sustentar seu amante com seu dinheiro? Pior, ele quer que Eu seja seu amante. "Você está louco? Como pode ainda sugerir algo tão hediondo como isso"? Estava sendo difícil raciocinar por este momento, a raiva estava consumindo-o. "Pior de tudo". Olhou diretamente nos olhos de Chase. "Você, você... pensou que eu aceitaria". Colocou sua mão à boca, como se tivesse acabado de entender o que estava acontecendo.

Chase suspirou e se levantou. Passou sua mão pelo seu cabelo loiro que já estava muito bagunçado por este momento. "Kurt, meu amor, não seja assim. Eu só quero poder te dar tudo o que você merece". Ele não está entendendo?

Tudo o que eu mereço? "Tudo o que eu mereço? Você acha que eu mereço ser o amante de um golpista? Devo ficar preso em um flat esperando por sua visita"? Estava gritando e andando pelo pequeno apartamento e gesticulando com as mãos, uma de suas características de quando está com raiva.

Chase estava tentando, mas a sua raiva estava quase o vencendo. Respirou fundo mais algumas vezes e tentou de novo. "Meu amor... Por favor, acalme-se. Eu..., eu pensei que era isso que você queria"! Segurou Kurt por este momento, para que ele parasse de andar pelo quarto.

Kurt puxou seu braço com força gritou. "Não me toque". Seus olhos mudaram de tristeza para pura raiva. "Como ousa me chamar para ser seu amante"? Depois de tudo o que passamos.

Chase, agora, perdeu a última gota de limite. Normalmente não era uma pessoa violenta, mas não gostava que o deixassem chegar à borda. Com uma mão agarrou o braço direito de Kurt com força e com a outra puxou seu cabelo para trás, para que ele pudesse olhar em seus olhos. "Quem você pensa que é? Estou lhe oferecendo a única chance de sair desta cidade, para ser alguém na vida e você não quer"?

"Chase, você está me machucando... Por favor,...". As lágrimas voltaram neste ponto e sua voz saiu embargada.

"Quer saber"? Soltou seu cabelo, mas continuou pressionando seu braço. "Estou cansado de você e de todo o seu recato e de toda a sua honestidade. Aonde isso vai te levar? Para nenhum lugar"! Jogou-o no chão e viu seu ex-amante se encolhendo no canto da sala com a cabeça baixa. "Nós poderíamos ter uma vida maravilhosa, mas,..., agora..." Chase se dirigiu à porta e abriu-a. "Eu não quero mais nada com você". Olhou mais uma vez para Kurt e de novo para o quarto. Nunca mais coloco meus pés neste lugar.

Kurt continuou encolhido, não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Até ontem éramos um casal feliz e hoje, Chase diz que vai morar com uma hóspede do hotel em Westerville? Como isso é possível? Sem olhar para cima, ouviu o barulho da porta se fechando. Estava sozinho em seu apartamento. Encolheu-se ainda mais, segurou suas pernas e afundou sua cabeça em seus joelhos. Ele não conseguia mais conter as lágrimas.

Ficou encolhido em sua bolha por pelo menos uma hora, apenas chorando e pensando em sua vida com Chase e como seria diferente a partir de agora. Infelizmente viu-se levantando. Olhou para seu braço e viu as marcas dos dedos de Chase em sua pele tão branca. Ele queria apenas ficar em casa, mas sabia que não seria possível. Começou a arrumar sua mochila. Olhou ao redor do quarto, como se estivesse sentindo falta de algo. Saiu do pequeno apartamento e se dirigiu para o hotel, seu turno começa em menos de trinta minutos.