Disclaimer: Naruto não me pertence, é.

Thanks Ali, que betou (R) Giih, por ser compreensiva XD e Sara pelo apoio moral (R)

Enrolei por dois dias pra escrever D: E quase me matei por causa da playlist ultra depressiva e-e Espero que tenha ficado passável e tal.

Ah, hn, levemente (?) baseada em Cancer, do My Chemical Romance.


Um suspiro escapou dos lábios do ruivo, enquanto ele se sentava na cama do hospital. Recostado confortavelmente nos travesseiros, pegou o livro no topo da pequena pilha na mesa de cabeceira e abriu-o onde marcara. Ficar internado servira ao menos para ele pôr sua leitura em dia.

Momentos depois, porém, uma figura loira apareceu à porta, parecendo estramente tímida. Sasori sorriu internamente, fazendo um sinal para Deidara entrar. O outro entrou hesitante, como se temesse algo naquele quarto.

"Deidara, não precisa ter medo de mim. Minha doença não é contagiosa, você sabe."

"Não é isso, un..." O loiro respondeu num sussurro hesitante, sem encarar Sasori.

"Então o que é? Não vou morrer na sua frente, num piscar de olhos."

Deidara ergueu os olhos, visivelmente alterado.

"Você não devia brincar com essas coisas, un!"

"E você não devia discutir com alguém que está morrendo." Sasori falou calmamente, colocando o livro no topo da pilha novamente.

Silêncio. Era apenas constrangedor demais.

Sasori suspirou, algo que acontecia com uma freqüencia irritante desde que adoecera. Fez um sinal para Deidara se aproximar e sentar na poltrona que havia ao lado da cama. O loiro sentou-se, as palavras pareciam morrer em sua garganta. Ele se sentia quase sufocado por elas. Não pareciam adequadas para a situação. O ruivo apenas não via a necessidade de palavras. Quase sempre, elas estragavam os momentos.

E assim longos momentos de conversas silenciosas passaram. Mas o loiro tinha de ir embora.

Sasori não gostava da partida, mesmo que jamais fosse admitir.

"Eu volto." Deidara falou, já parado ao lado da porta.

Sasori sorriu. Minimamente.

"Eu espero."

O loiro retribuiu o sorriso, e saiu do quarto, deixando o ruivo sozinho com seus livros.

No dia seguinte, Deidara cumpriu sua promessa, e voltou ao hospital. Mas Sasori não cumprira a dele. Ao ver o leito vazio, um aperto em seu peito quase o impediu de respirar, e as lágrimas lhe encheram os olhos.

Uma enfermeira se aproximou cautelosa do loiro em prantos, e lhe tocou gentilmente o ombro.

"Você era amigo dele?" Perguntou. Apenas um aceno como resposta. "Ele pediu para te entregar isso."

Ela deixou em suas mãos o último livro que vira Sasori lendo, e afastou-se, deixando um "sinto muito" no ar. Deidara abriu o livro e o folheou. Quase podia sentir o ruivo naquelas páginas. E na última folha, algo lhe chamou a atenção. Algo escrito na caprichosa caligrafia de Sasori. Embora estivesse ligeiramente tremida, continuava impecável.

Deidara leu aquelas palavras incontáveis vezes antes de realmente compreender o significado. E quando compreendeu, suas lágrimas finalmente se libertaram.

"A parte mais difícil disso é te deixar..."


Reviews são sempre bem vindos, é.