Avisos: essa fic tem como idéia ter muito sangue, morte e destruição o.o. Também um pouco de romance... Ela continua a partir de Tokyo e esse é apenas o Epílogo. Quando de fato eu postar o primeiro capitulo eu explicarei tudo o que deve ser explicado.
Boa leitura
Resumo: Sangue sob a Neve. Às vezes, a neve não é tão branca quanto você imagina. Às vezes pecados, passado e sangue se escondem em baixo dela. Ás vezes o melhor é se esconder e se encobrir com a neve.
Yuki
"Eu não queria fazer isso."
O pouco de neve branca que restara sobre aquela calçada tomava aos poucos uma coloração vermelha, devido ao líquido que se espalhava sobre ela. Esse líquido era...
Sangue.
A bela jovem caída na calçada - responsável pela poça de sangue, sequer se mexia. Simplesmente não conseguia.
"Como tudo... foi acabar assim?"
Os curiosos aglomeravam-se envolta de seu corpo estirado. Ela imaginou o quanto àquela imagem deveria ser perturbadora para quem estava assistindo. Seus olhos vagavam pelos rostos.
Até que se fixaram em um rosto, um rosto único.
"Esse rosto tão querido...".
Ela sentia que as lágrimas que caiam de seus olhos aumentavam. Lágrimas amargas. Ela soluçaria se pudesse, no entanto não tinha sequer força para tanto.
"Ele se aproxima e eu continuo chorando. Não sei se é pela dor de ter cada um dos meus ossos quebrados e expostos, ou pela dor que sinto na cabeça... junto com a sensação desse sangue saindo dela... Não sei como ainda estou viva, mas sei que não me resta muito tempo."
Nesse momento o garoto, dono das feições conhecidas, empurra toda a multidão e senta-se ao lado dela. Tenta toma-la desesperadamente nos braços ela grita fracamente de dor e ele a solta.
"Dói... Dói tanto... mas o que dói mais é que eu não pude impedir o grito... o grito que agora me separa de seus braços... Ele tenta me dizer alguma coisa... Mas eu nada escuto..."- Ela suspira e olha para o céu, percebendo flocos de neve caírem sobre seu rosto.- "Flocos de neve começam a cair... logo eles encobrirão de branco meu sangue vermelho... Sinto algo molhado tocar meu rosto... mas não são as minhas lágrimas... Seria um floco de neve... ? Mas está quente..."
Ela fechou os olhos por alguns segundos, tentando pensar em algo para aliviar á dor. Ele entra em desespero. Chora mais ainda. Ela abre os olhos. Tenta mexer qualquer membro de seu corpo, mas não consegue.
"Eu queria limpar essas lágrimas do rosto dele... tenho a sensação de mexer o braço... mas é só um delírio... meu braço extremamente pesado não obedece. Também está quebrado. Queria... ao menos conseguir falar alguma coisa... tento pronunciar seu nome, porém...".
- O...
"É tudo que sai da minha boca... o único som que consegui produzir... apenas uma única vogal de seu nome...".
Ela sente os olhos ficarem embaçados... de forma que ela só conseguia ver vultos...Não conseguia mais distinguir rostos.. E ficava tudo tão frio...
"Vejo agora um vulto preto perto de mim... acho que é a morte..."
"Eu não queria morrer agora... não sem falar com ele... Não sem explicar pra ele tudo que aconteceu. Dizer que não foi minha culpa... E muito menos culpa dele eu não... queria..."
Fechou os olhos, sentindo o corpo parar de doer aos poucos... E parecia que sua alma se desprendia dele.
"Eu não queria ter pulado..."
"Não é justo."
