Disclaimer: A Sakura morreu? Não, né? Então, ta aí a prova de que Naruto não me pertence xD
Sinopse: UA. Após 6 anos sem notícias de Sasuke, seu ex-noivo, Hinata o encontra por acaso durante uma viagem a Paris. O problema: uma pequena garotinha de 5 anos e sete meses, chamada Kahori. O que a descoberta da paternidade fará com a vida deles?
Notas da Autora: Primeiramente, gostaria de dizer que tive um problema com a minha outra fanfic, recebi uma review totalmente sem educação e ofensiva, então estou desabilitando o envio de reviews por pessoas não cadastradas no site. Eu sei, isso é MUITO CHATO. Mas, se você freqüenta muito o site, por que não cria uma conta? :D é rápido, fácil e você poderá comentar em todas as fanfics de todos os gêneros e todos os autores! E quando fizer, não se esqueça de vir aqui me deixar um comentário ;] eu adoro e respeito a opinião de todos vocês.
Enfim, espero que vocês gostem, é o meu primeiro SasuHina. Um SasuHina cheio de SasuSaku, NaruSaku e KibaHina (confusão né? DAS GRANDES XD). Talvez apareçam cenas hentais, então, por favor, crianças inocentes, fiquem longe XP (tah, como se alguém fosse realmente deixar de ler por isso XP). E ah, olha, eu nunca fui à França, nem à Inglaterra, então eu não sei onde ficam nem como se chamam algumas praças e talz, e eu sou preguiçosa demais pra procurar, aí eu vou inventar, tá? xD Então é isso :D sem mais delongas, apresento a vocês: Laços que o Tempo Não Desfaz
Legenda:
x.x.x seguido por passagens em itálico são flashbacks.
Capítulo 1 – Primeiro dia em Paris
Paris, Cidade Luz, do amor e romance. A atmosfera romântica era quase palpável naquele lindo dia de sol. Dizem que o amor em Paris é uma arte, qualquer um pode chegar ali com o coração fechado e se embriagar com o misto de sensações que a cidade despertava: era uma verdadeira festa para os cinco sentidos. Mas o grupo que no momento estava dividindo duas mesas num dos mais requintados restaurantes da França não estava ali por esse motivo. Naruto e sua irmã Ino haviam convencido seus amigos Kiba e Hinata a se juntarem a eles numa relaxante viagem de férias à França, e a pequena Kahori veio com eles, pois Hinata nunca conseguia se separar da filha. Os amigos se conheciam desde crianças, pois freqüentaram o mesmo colégio particular, e suas famílias eram amigas há gerações. A nata da sociedade inglesa era um círculo fechado, no qual as crianças acabavam amigas entre si, pois sabiam que os amigos que fizessem freqüentando o círculo social dos pais, seriam realmente amigos, não apenas aproveitadores gananciosos. Então ali estavam os cinco, curtindo o já quase final da linda tarde de primavera, preparando-se para um almoço tardio, numa das melhores mesas do local, em frente à janela, para que pudessem descansar a vista nas lindas ruas e no céu maravilhosamente azul.
-Ora, vamos, eu me lembro muito bem da formatura. – disse Kiba, depois de tomar mais um gole de champagne Crystal- Eu não estava tão bêbado assim.
-Ah, é? – perguntou Naruto, com um tom provocante- Então você com certeza se lembra de estar dançando a 'conga' em cima da mesa, às 5 da manhã.
-Eu não fiz isso! – riu o homem de cabelos castanhos, passando os dedos entre eles.
-Fez sim! Não fez, Ino? – perguntou virando para a irmã, que ria com uma taça nas mãos.
-Sim, claaaaaro que fez. Eu me lembro direitinho! – disse com um sorriso zombeteiro nos lábios rosados.
-Não fiz! Hina, diga a eles que eu não fiz nada disso... – implorou o amigo sorrindo de forma carinhosa para a pessoa mais silenciosa da mesa, que colocava um canudo cor-de-rosa no copo de suco da filha, enquanto ria da conversa dos amigos.
A mulher de cabelo escuro e rosto pálido sorriu de forma gentil para o amigo que estava em apuros, e disse com sua voz melódica:
-Claro que não fez, Kiba. Eles estão a te atormentar com isso desde aquele dia, mas não é verdade, como você bem sabe.
Os loiros fizeram uma exclamação de desapontamento enquanto Kiba sorria.
-Viu, adoro como a nossa Hina não consegue mentir! – disse passando os braços em torno da morena e abraçando-a rapidamente- Ela está sempre aqui para salvar minha pele.
-E para acabar com a minha diversão... – disse Naruto, fingindo-se indignado com ela.
-Ah, Naruto-kun, me perdoe. – ela disse com um sorriso singelo- Mas seria injusto começar a atormentar Kiba-kun com isso. Faz oito anos que a gente se formou! Ele ia começar a achar que todo mundo começou a tratar ele diferente depois daquilo...
-Está sugerindo que eu sou complexado?
-Não, não! – ela disse, assustada- Não é isso que eu quis dizer... Não se aborreça, Kiba...
Kiba começou a rir, apertando a bochecha dela em seguida.
-Estou brincando, pequena.
-Não sei como aturo vocês, sinceramente. Sempre ficam tirando uma com a minha cara. – disse a morena rindo.
-Você não pode resistir a nós. – disse Naruto sorrindo.
-Ah, os dois sempre foram assim. – disse Ino piscando para a melhor amiga- Ou melhor, nós todos sempre fomos assim. Por isso que nunca fizemos amizade com mais ninguém; sempre fomos retardados demais.
Eles riram, mas foram interrompidos pela voz fina de Kahori, que, depois de beber o quanto podia de uma vez, perguntou:
-Mamãe, o que é 'retardados'?
Os olhos ônix da criança passavam de rosto em rosto,esperando que, se a sua mãe não contasse, alguns dos tios contaria.
Eles sempre tentavam controlar as palavras que diziam, mas às vezes deixavam escapar alguma que Hinata não queria que sua filha aprendesse. E como ela era uma das menininhas mais inteligentes que já haviam conhecido, ela estava sempre querendo saber tudo.
-Não é uma palavra para menininhas de cinco anos. – respondeu a mãe calmamente, sorrindo para a menina.
-Mas eu tenho cinco anos e sete meses, como o vovô me disse. Isso é quase seis, não é mamãe?
Os adultos se seguraram para não sorrir. A cada dia ela se mostrava mais esperta e encantadora. Todos ali se consideravam também responsáveis pela menina, já que o pai dela nem sabia de sua existência. Todos apoiaram Hinata quando ela soube que estava grávida e participaram ativamente da vida de Kahori. Então era mais do que normal se sentirem orgulhosos da inteligência dela. Às vezes se pegavam discutindo com Hinata o que achavam que Kahori iria fazer na faculdade, para onde iria, essas coisas que pais sonham quando seus filhos são pequenos.
-Não é uma palavra para menininhas de seis anos também. – respondeu aproximando o rosto da bochecha da filha e dando-lhe um gostoso beijo na bochecha.
-Hum. – disse apenas, numa atitude que lembrava muito seu pai.
Tanto que Hinata arregalou os olhos por um segundo, balançando a cabeça em seguida. Pensar naquele homem só lhe traria azar.
-Então, princesinha, o que você vai querer comer? – perguntou Ino, que estava do outro lado de Kahori.
A menininha, que sentava na cadeirinha alta e estava na cabeceira da mesa respondeu:
-Eu não sei o que tem aqui. Na escola só aprendi a falar um pouquinho de francês, não a escrever ainda... – murmurou desapontada por não poder ler qualquer palavra do menu.
-É pra isso que a tia Ino está aqui. – disse sorridente- O que você acha de Salade frisée aux lardons de entrada? É uma sala de endívias com cubinhos deliciosos de bacon frito.
Kahori abriu um grande sorriso.
-Eu quero essa entrada sim.
Hinata sorriu olhando a amiga.
-Então serão três. E vocês? – perguntou olhando para os homens.
-Eu acho que vou pedir Crottin chaud en salade.¹ –disse Kiba olhando o menu- É isso mesmo.
¹(Torrada com queijo de cabra derretido e salada)
-Eu também. – respondeu Naruto, fechando o cardápio e chamando o garçom, que veio prontamente, e pediu as entradas, e uma garrafa de vinho.
Não demorou muito e o garçom trouxe o vinho e as taças, servindo-lhes. Quando ele se retirou, Naruto ergueu a sua taça e disse:
-Gostaria de propor um brinde. Às melhores férias de nossas vidas! Podemos não estar tão jovens, mas estamos juntos!
-E é isso que importa. – sorriu Ino, completando.
-À nós! – disseram os cinco em uníssono, já que Kahori fez questão de levantar seu copo de suco e brindar também.
-Amanhã nós podemos ir a um parque? – perguntou Kahori, colocando o copo de suco em cima da sua cadeirinha- Eu quero brincar de bola.
-Nós podemos brincar de bola na varanda do hotel, princesinha. Ou na área de recreação. Não precisamos ir a um parque. – disse Kiba.
-Ah, então você me leva pra brincar no hotel, tio Kiba?
-Eu levo sim. Mas eu achei que você ia querer sair com a sua mãe e a sua tia para compras.
Hinata e Ino viraram para Kiba, fuzilando-o com os olhares. Naruto se divertia com a cara delas, enquanto Kiba piscava um dos olhos para a criança.
Ele havia dito a palavra proibida. Compras. Kahori era uma menininha bem-educada, gentil e inteligente, mas mesmo ela não poderia manter a compostura quando ouvia a palavra compras. Ela adorava usar roupas novas, acessórios e comprar brinquedos. E como era a única sobrinha, neta e filha, tinha toda a atenção e todas as coisas que queria. E, claro, a idéia de todos os mimos que ela adorava apagava completamente a vontade de fazer outra coisa.
-Compras! Então nós brincamos outro dia! Amanhã eu vou sair com a mamãe e a tia Ino. – disse colocando as mãos no rosto de forma sonhadora.
-Já era, transformamos nossa princesinha numa consumista... – riu Naruto- Olha o que fizemos!
-Daqui uns anos ela vai pedir o próprio cartão de crédito, pra ir sozinha comprar as coisas dela.
-Nãão! Cartão de crédito só com 12 anos! Não é, Kahori? – disse Ino, quase desesperada- Você vai gostar de fazer compras comigo e com a sua mãe até os 12 anos, né?
Kahori sorriu.
-Eu vou gostar de fazer compras com vocês para sempre!
Hinata e Ino se sentiram nas nuvens.
-Ah, princesinha você é a coisa mais liinda do mundo! – disse Ino enchendo-a de beijinhos.
-Espera ela chegar na adolescência... – disse discretamente Naruto para Kiba, e os dois riram.
Foram interrompidos pelo garçom que trazia as entradas.
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Sasuke dirigia seu Lamborghini prateado pelas ruas de Paris. Ao seu lado estava uma das mulheres mais lindas do mundo: alta e magra de um jeito atlético, o corpo perfeitamente esculpido por horas de academia, não havia nem ao menos um grama de gordura indesejado. Seu rosto estava devidamente maquiado, os cabelos róseos caíam com graça aos ombros e os olhos verdes impetuosos estavam delineados com lápis preto.
-Onde estamos indo, amor? – perguntou Sakura sem olhar para ele.
Estava muito ocupada se olhando no espelho.
-Ao meu restaurante favorito por aqui: Le Petit Cœur.
-Jantar? Já? São seis da tarde. – disse desviando o olhar do espelho para ele.
-Jantamos cedo, passeamos um pouco, tomamos um café e depois vamos aproveitar o quarto, o que me diz disso? – disse sorrindo malicioso, colocando uma das mãos nas coxas finas e perfeitamente torneadas dela, que estavam à mostra, já que usava um curto tubinho preto.
Ela gemeu ao ouvir os planos que ele tinha.
-Se é assim, eu espero que jantemos logo.
Não demorou muito e estavam na porta do elegante restaurante, acompanhando o maître que os levaria até a mesa que ele havia reservado. Tudo correria extremamente bem, se Sakura não fosse levada ao chão quando uma menina que vinha andando distraidamente bateu de encontro com as pernas torneadas dela. A menina pesava pouco, mas, além de estar equilibrada em um salto fino de sete centímetros, Sakura não esperava que alguém viesse de encontro a ela, então tropeçou após o baque e caiu com a bunda no chão. A menininha caiu também, pro outro lado.
-Pardon, mademoisellle. – disse a linda menininha se levantando e segurando o vestido, como uma princesinha.
-Quem é que deixa uma menininha de quatro anos andando sozinha por um restaurante? – começou a dizer Sakura, raivosa, ao ser ajudada por Sasuke e pelo maître a se levantar.
-Eu tenho cinco anos e sete meses! – disse Kahori um pouco alto, chamando a atenção de Hinata, Naruto , Kiba e Ino, que vinham distraidamente e preguiçosamente em direção à saída.
-Ah, e é inglesa. – disse Sakura, e em seguida olhou para Hinata que vinha apressada e pegou a menina no colo- Você devia cuidar melhor da sua filha.
-Me d-desculpe, senhorita. – disse Hinata não olhando para nada além da moça- O que quer que ela tenha feito, não foi de propósito e...
Foi quando Hinata olhou para o lado de Sakura e viu quem era o acompanhante da belíssima modelo que estava brigando com sua filha: ele, o homem que ela não queria encontrar nunca mais. Hinata foi ficando cada vez mais pálida, enquanto seu coração batia mais e mais rápido. O mesmo acontecia com Sasuke, que não conseguia tirar os olhos da mulher e da criança que estava em seu colo.
x.x.x
-Você me ama, Hinata? – perguntou com a boca colada à orelha dela- Não sou seu melhor amigo?
-S-sim... – respondeu sentindo um arrepio. Sempre os sentia quando estava perto demais dele.
-Então confie em mim... – disse simplesmente, puxando-a consigo enquanto ia em direção à saída dos fundos do Colégio Kingsley.
-Nós vamos ser pegos... – disse Hinata enquanto acompanhava os passos apressados dele, os pequenos saltos do sapato boneca ecoando no mármore do piso.
-Não. – respondeu ele olhando para ela, sem parar de andar, e abrindo um sorriso- Nós vamos ter o melhor dia de nossas vidas.
Ela adorava como o melhor amigo só sorria quando estava ao lado dela. E também adorava como só ele conseguia fazer com que a melhor aluna da série deles aceitasse um convite para cabular aula.
x.x.x
Sakura, irritada pela falta de palavras da mãe daquela peste, olhou para Sasuke, querendo exigir que eles fossem logo para a mesa. Mas, ao notar o olhar que seu noivo dirigia às duas, e o olhar que a mulher e as outras três pessoas que pararam atrás dela também dirigiam à Sasuke, Sakura se sentiu excluída e resolveu intervir.
-Vocês por acaso se conhecem? – perguntou num tom de voz alto para o homem que a acompanhava.
-Sim. – respondeu Sasuke secamente, sem olhar para a noiva- Quantos anos você disse que tinha, pequena?
Ele olhava para a criança no colo daquela mulher que ele tanto amou um dia. Não esperava encontrá-la nunca mais, seu coração não estava pronto para isso. Sentiu uma dor que não sentia há muito tempo, ainda mais porque viu que aquele idiota do Kiba estava presente.
-Eu tenho cinco anos e sete meses, como o vovô me disse. – respondeu orgulhosa- Mas eu não sei se deveria falar isso pra o senhor, já que é um estranho e está com uma moça que gritou comigo. Eu não gosto dela.
-Kahori! – repreendeu Hinata, olhando para a filha nervosamente- Peça desculpas à senhorita, você não deveria falar assim com ela.
Sakura lançava um olhar de raiva e desconfiança. Quem seriam aquelas pessoas e que tipo de ligação elas teriam com o seu Sasuke?
-Me desculpe, senhorita. – disse Kahori forçadamente.
-Cinco anos e sete meses... Isso significa que... – começou Sasuke, ainda perplexo, olhando para os olhos ônix daquela garotinha. Olhos idênticos aos dele.
-Que há seis anos eu estava com dois meses de gravidez, isso mesmo, Sasuke. – respondeu Hinata corajosamente, olhando nos olhos daquele ser desprezível.
-Mas... Por que você não me avisou nada?
-Mamãe, o que está acontecendo? Quem é esse moço? E por que ele tem olhos iguais aos meus?
-É, Sasuke, o que está acontecendo? – perguntou Sakura já no limite da sua irritação.
-Sakura, por favor, vá pra mesa que eu já alcanço você. – disse olhando rapidamente para ela.
Ela arregalou os olhos malvados, mas respirou fundo e seguiu o maître.
-Kahori, vá com seus tios que eu já acompanho vocês. Vá.
Kiba se adiantou e pegou a menina no colo, olhando preocupado para Hinata.
-Você tem certeza que não quer que eu fique aqui?
-Está tudo bem. – sorriu de forma gentil para o homem, um sorriso que fez Sasuke odiá-lo ainda mais- Eu encontro vocês no carro.
-Está bem.
Os quatro saíram do restaurante, mas antes Ino lançou um olhar preocupado para amiga, desejando com toda a força que tudo corresse bem e ela não voltasse para o hotel chorando.
Sasuke olhou nos olhos perolados da mulher à sua frente, e por um segundo, sentiu-se bem por vê-la. Mas a sensação foi embora tão rápido quanto chegou, pois se lembrou do motivo pelo qual haviam terminado.
-Então, por que você não me contou? – perguntou sério.
-O que você esperava que eu fizesse? – perguntou de volta- Depois de você ter terminado comigo daquela forma, depois de ter me acusado de tudo aquilo, você realmente esperava que eu fosse te contar?
-Isso vai além de nós dois, Hinata. Não é uma questão do que sentimos ou deixamos de sentir um pelo outro.
-Sim, tem razão. Mas para que eu iria te avisar? 'Sasuke, você é pai!' – disse cheia de raiva, mas ainda baixo, pois tinha noção de que estavam no meio de um restaurante- Pra você virar e mandar um cheque maldito todo mês e nem se interessar pela criança? Não, eu prefiro que ela não tenha um pai desses, já que eu não preciso do seu dinheiro.
Ele sentiu-se totalmente ofendido com as palavras dela. Nunca fora um canalha insensível. Ok, talvez para os outros ele fosse, mas para ela e os amigos, que na época eram amigos, ele sempre fora atencioso.
-É isso que você pensou que eu ia fazer? Então você realmente nunca me conheceu. Essa criança é minha filha, e eu vou ser um pai para ela da mesma forma que o meu pai foi para mim e meu irmão. Eu tenho o direito de registrá-la no meu nome e eu o farei.
Hinata controlava a imensa vontade de chorar que crescia dentro dela, mantendo o ar sério e o olhar pendurado no dele.
-Onde estão hospedados? – perguntou, em tom imperativo.
-No Ritz. –ela respondeu simplesmente.
-Ótimo, nós também. Me informarei em que quarto você está na recepção. Creio que precisamos nos encontrar em um lugar melhor para podermos discutir tudo o que aconteceu.
-Está bem. Adeus. – disse, virando as costas.
Ele segurou a mão dela, impedindo-a de ir embora sem antes escutá-lo. Hinata não virou para olhá-lo nos olhos.
-E eu vou participar ativamente da vida dela, e mandarei os cheques, Hinata. Eu sou um Uchiha, nunca se esqueça disso.
Em seguida ele a soltou, e ela saiu apressada do restaurante em direção ao carro, entrando na Land Rover de Naruto, sentando-se no banco de trás, onde Kiba havia colocado Kahori em sua cadeirinha.
-Está tudo bem? – perguntou Ino olhando para trás.
-Conversamos sobre isso no hotel. – respondeu Hinata, apontando discretamente para Kahori.
-Mamãe, quem era aquele moço bonito? – perguntou Kahori, olhando para a mãe.
-Kahori, a mamãe não quer responder a nenhuma pergunta agora. – disse Kiba, passando os dedos pelo cabelo escuro e liso da criança- Por que você não me conta o que vai comprar amanhã?
Hinata agradeceu mentalmente a Kiba por ter desviado a atenção de Kahori, e olhou para a janela. Essas férias eram para ser perfeitas, mas justo no primeiro dia em Paris, elas já estavam se tornando em um pesadelo.
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-Você esteve quieto durante todo o jantar, e se recusou a responder minhas perguntas. –disse Sakura após mais um momento de silêncio incômodo no carro- Dá pra você me dizer de onde conhece aquelas pessoas?
Sasuke passou uma das mãos pelo rosto, mostrando que estava demasiado nervoso.
-Está bem, você quer respostas? Eu te darei as respostas.
Sakura quase abriu um sorriso de satisfação, mas preferiu manter o ar sério e levantar uma das sobrancelhas, em sinal de curiosidade.
-Aqueles três que estavam com Hinata eram meus melhores amigos durante a infância e adolescência. Hinata foi minha noiva e Kahori... É minha filha.
Sakura não pode evitar arregalar os olhos com a surpresa, em seguida para abaixar as sobrancelhas e deixar a fúria transparecer por seu rosto.
-Filha? Filha? Você tem uma filha e nunca me disse nada? – perguntou num tom estridente, enquanto ele estacionava o carro na garagem do hotel.
-É, filha. – respondeu irritado, olhando para ela- Você acha que eu sabia disso? Que se eu soubesse, eu estaria reagindo dessa maneira?
Ele socou o painel com raiva após desligar o motor. Sakura nunca havia o visto tão irritado.
-Não sabia? Ah, me desculpe então. – disse a contragosto- Mas se não sabia de nada até hoje, há a chance de ela não ser sua filha, certo?
-Improvável. – respondeu passando as duas mãos nas têmporas- Ela é a minha cara, não percebeu? Além disso, a idade condiz perfeitamente com a época que eu e a mãe dela ainda estávamos juntos.
Sakura não gostou da reposta, se recusando a acreditar que outra pessoa tivesse o primeiro filho de Sasuke. Ela sonhava com o dia que o encheria de alegria ao dar à luz a um filho dele. Agora essa fantasia havia sido destruída, já que uma qualquerzinha do passado dele a havia realizado.
A razão para que Sakura não conhecesse nenhum dos amigos de Sasuke era que, apesar de ser inglesa, nunca fizera parte da alta-sociedade londrina. Enquanto Sasuke e seus amigos freqüentavam o melhor colégio da Inglaterra, faziam aulas de línguas estrangeiras, praticavam esportes de alta-classe e compravam nas melhores lojas do mundo; Sakura freqüentava um colégio público na periferia de Londres, usava roupas que um dia pertenceram à irmã mais velha e trabalhava como modelo de meio-período enquanto ainda cursava o ensino médio. Sua vida havia sido sofrida, ajudando os pais a sustentar a casa enquanto tentava estudar. Sendo um fracasso nos estudos, sua vida só melhorou havia três anos, quando finalmente conseguira fazer sucesso mundial como modelo. Agora ganhava mais dinheiro do que um dia sonharia, conseguira ajudar os pais e a irmã, e vivia seu grande romance com o homem mais perfeito que conhecia. E ela não deixaria que ninguém interviesse entre eles.
-Então, o que você pretende fazer? – perguntou suspirando.
-Primeiro vou ligar para o meu advogado. Eu tenho direito a registrá-la no meu nome e a vê-la de vez em quando. – respondeu simplesmente.
-Registrá-la? Vê-la? Você nem conhece a menina. Por que tanto interesse?
-Por Cristo, ela é minha filha, não é? – disse, esquecendo-se do fato de que ainda estavam dentro do carro- Não vou dizer que gosto dessa situação, mas sinceramente, deve ser horrível crescer sem pai. Não posso deixar que isso aconteça com ela.
Sasuke não disse também que era uma questão de orgulho e vingança; Hinata não o queria perto da filha? Ah, ele iria conquistar, não importava o que precisasse fazer para tanto.
Sakura sorriu. Está certo que ela não gostava nada daquela garotinha insuportável e do fato de que ela era filha do seu amado. Mas vê-lo daquela maneira, ela achando que ele estava preocupado com o bem-estar de uma criança, só a fez amá-lo ainda mais.
-Você é definitivamente o homem que mais amo no planeta. – disse, colando rapidamente seus lábios nos dele.
Sasuke não entendeu a súbita mudança de humor, na verdade, nunca entendia, mas gostou. Sakura era uma montanha russa de emoções variadas em curtos espaços de tempo. Ele já havia se acostumado com isso.
-É claro que eu sou. – abriu um sorriso de lado- Agora que tal sairmos desse carro e irmos pra Jacuzzi que nos espera lá em cima?
Ela sorriu com satisfação.
-E ainda tem as melhores idéias.
-Eu sei, sou perfeito. – disse e mordeu os lábios dela com vontade.
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Hinata se encontrava na grande banheira de mármore do luxuoso banheiro de sua suíte no hotel Ritz de Paris. Havia uma garrafa de vinho aberta no chão e ela segurava uma taça de cristal cheia, enquanto era rodeada pela espuma branca com aroma de lavanda. Não gostava de beber sozinha, mas o seu estado emocional fora seriamente abalado pelo encontro com Sasuke. Havia vivido todos esses anos muito bem sem ele. Sim, ele fora a pessoa que ela mais amou no mundo, mas, depois de tê-la decepcionado e abandonado, Hinata não passou mais do que uma semana chorando por ele. Estava grávida de Kahori na época, e o foco de sua vida deixou de ser Sasuke para se tornar a filha. Kahori e os amigos foram vitoriosos ao tentar suprir o amor e carinho que ela necessitava, menos às vezes durante a noite. Os sonhos que a assombravam e faziam-na acordar chorando nunca a deixaram. E hoje, no que deveria ser um dos melhores dias de suas férias, ele aparecera e despertara nela todas as sensações passadas, do amor ao ódio.
Bebeu um grande gole e fechou os olhos, não conseguindo evitar lembrar-se de tempos muito antigos, de mais de uma década atrás.
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-Pára, Sasuke-kun! – pediu manhosa, não conseguindo evitar rir enquanto ele jogava pipocas nela- Meu cabelo!
-Fresca. – disse simplesmente, mordendo a bochecha dela em seguida.
-Ai, isso dói. – ela exclamou, colocando a mão branca em cima do lugar que ele havia mordido, que estava vermelho.
Estavam no quarto lilás de Hinata, em cima da grande cama com dossel, assistindo a um filme na tevê. Trajavam a roupa do colégio, mas as camisas já estavam para fora da saia e calça, e os sweaters acinzentados já estavam amarrotados, as meias jogadas a um canto junto com os sapatos. Eram dois adolescentes de quinze anos, melhores amigos, se divertindo ao invés de fazer o trabalho que a professora de Inglês pedira. A dupla Hinata e Sasuke só se salvava porque os dois eram bastante inteligentes, senão os trabalhos de última hora não seriam os melhores da classe.
-Oh, me desculpe. – disse ele com falsa preocupação- Acho que um beijinho no machucado vai fazer sarar, não é, bebê?
Hinata cruzou os braços e virou a cabeça de lado, fingindo não querer saber dele.
-Não me ignore, será pior! – avisou com um sorriso zombeteiro nos lábios, puxando-a para si e fazendo cócegas na barriga dela, prendendo-a embaixo de si. Hinata ria muito, era muito sensível na barriga.
-Pare! – implorava, sem ar.
Ele riu e parou, olhando para a amiga embaixo de si, que tinha as bochechas vermelhas e ofegava. Estava mais linda do que o usual, com os cabelos negros e lisos espalhando-se em desordem pelo colchão macio, os olhos exóticos e brilhantes olhando-o com timidez incomum e os lábios rosados entreabertos enquanto ansiavam por mais ar.
Não conseguindo resistir à tão bela visão, levou seu rosto ao encontro do dela e roçou os lábios rosados com os seus, para em seguida colá-los num beijo singelo. Sabia que aquele era o primeiro beijo dela, e queria fazer dele inesquecível. Crescia em seu peito uma vontade enorme de ser o único a vê-la dessa forma, a tocá-la dessa forma.
Colocou as mãos no rosto dela, deixando os cotovelos no colchão para apoiar seu peso neles, não no corpo macio e frágil da amiga. Passou a língua pelo meio dos lábios dela devagar, como que pedindo permissão para abrir as portas do paraíso.
Hinata os abriu timidamente, receosa de fazer algo errado. Entendera, finalmente, que seu coração sempre pertencera ao adorado amigo, e que esse momento não poderia ser com ninguém diferente. Sentiu seu coração acelerado com a alegria, e enlaçou o pescoço dele com seus braços, enquanto o sentia invadir com sua língua quente e carinhosa.
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Abriu-os quando escutou batidas à porta do banheiro.
-Quem é?
-Sou eu, Ino. – respondeu a voz doce da loira pro trás da porta.
O quarto que haviam alugado possuía cinco suítes, varanda com Jacuzzi e piscina, sala de jantar, sala de estar e uma sala de jogos. Hinata ficara com o quarto ao lado de Kahori, mas ainda havia liberdade entre todos para transitarem em áreas comuns. O banheiro de Hinata não era exatamente área em comum, mas Ino sabia que podia ir falar com a amiga a hora que achasse necessário.
-Pode entrar, Ino-chan. –disse a morena, antes de beber mais um gole do vinho.
Ino entrou e sentou-se no chão, perto da banheira. Eram amigas há muito tempo e tinham liberdade suficiente para Hinata não se incomodar com a presença da amiga durante o banho.
-Hina-chan, não deveria beber sozinha. – disse, pegando uma outra taça num dos armários do banheiro e enchendo para si.
Hinata abriu um pequeno sorriso.
-Eu sei, as pessoas começam a falar. Mas você vai fazer o grande sacrifício de beber comigo, não é? – a voz estava meio arrastada.
-Sim, sempre. – disse abrindo um sorriso rápido.
Depois de um momento de silêncio, depois de beberem um pouco, Ino falou:
-Então... Como você está?
Sabia que não tinha como a resposta ser positiva, mas precisava iniciar aquela conversa chata em algum momento. Viu a amiga suspirar e olhar para o teto.
-Eu... Eu não esperava vê-lo novamente. – respondeu, colocando uma das mãos na testa- Eu não queria que ele soubesse de nada, mas... Não pude deixar de contar, de jogar na cara dele que nós temos uma filha.
-É compreensível. Mas, por mais que eu não aprove tudo o que o Sasuke fez a você, não poderíamos esconder isso dele pra sempre. Sabe, apesar de tudo ele é o pai de Kahori...
-Eu sei, eu sei... Eu sou grata por isso. Sem ele a pessoa mais importante do mundo pra mim não poderia existir. – disse abrindo um pequeno sorriso- Só que eu ainda não superei tudo.
Ino contraiu os lábios em compaixão com a dor da amiga.
-Foram 5 anos da minha vida num relacionamento amoroso com ele, né? Os anos mais perfeitos que terminaram em tragédia.
Ino terminou a taça de uma só vez, e disse:
-Sabe, Hina-chan, talvez agora seja a hora perfeita para vocês conversarem sobre aquele dia novamente.
Hinata tirou a taça da boca e endireitou a postura, ficando rígida de aflição só pela idéia de conversar com ele sobre aquele dia.
-Não! – respondeu olhando para a amiga- Eu não quero falar sobre aquilo nunca mais. Já bastou tudo o que ouvi dele naquele dia. Ele nem se importou em me ouvir. E eu duvido que isso tenha mudado.
-Tudo bem, me desculpe por ter sugerido isso. É que às vezes eu sinto da falta das coisas como eram antes. – respondeu Ino com sinceridade- Não que eu não as ame do jeito que são agora. Somos cada vez mais uma família unida. Mas o Sasuke-kun que conhecíamos também fazia parte dela...
Hinata abaixou os olhos, pois ela também sentia falta do antigo Sasuke.
-De qualquer forma – disse Ino depois de algum tempo, ficando ajoelhada ao lado da banheira e olhando no rosto da amiga- as coisas nunca acontecem por acaso. Saiba que eu, Naruto e Kiba estamos aqui por você, e sempre estaremos.
Hinata sorriu com a declaração da amiga, que em seguida deu-lhe um beijo estalado na bochecha.
-Fique melhor, Hina-chan. – disse por final, e sorrindo, saiu do banheiro.
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Quando saiu finalmente saiu do banho, Hinata vestiu seu confortável pijama azul-bebê e dirigiu-se para a sala de estar, onde encontrou os amigos e a filha distribuídos pelos grandes e confortáveis sofás e poltronas.
Kahori havia convencido Kiba a assistir um desenho em francês com ela, Naruto estava numa poltrona mais afastada com o laptop, checando os emails pessoais e Ino, que também já havia tomado banho e posto seu pijama rosa, lia um catálogo da Chanel.
-O que há de bom na tevê? – perguntou Hinata sentando-se ao lado da filha.
-Estamos vendo 'A Bela e a Fera'. – respondeu olhando para a mãe- Em francês, e eu entendi quase tudo até agora, não é, tio Kiba?
-É, é verdade. – respondeu ele sorrindo.
-Hum, parabéns, princesinha. – disse Hinata abraçando a filha e colocando-a em seu colo- Mas que tal você ir tomar banho agora, hein?
-Ah, mamãe...
-Sem 'ah', você toma banho agora para depois não ter que ir toda sonolenta. – disse com doçura- Eu já estou sendo muito legal em deixar você ficar acordada até tarde. Acho que devíamos parar com isso, ou vamos almoçar todos os dias às três ou quatro da tarde.
-Eu concordo. – disse Kiba- Por mais que seja divertidíssimo conversar, ver filmes e comer de madrugada, eu senti falta do café da manhã hoje.
-Okay, podemos começar a dormir relativamente cedo. MAS... – disse Naruto, tirando os olhos do laptop- Hina-chan tem que prometer que amanhã vamos sair para dançar.
Todos olharam para Hinata, esperando a resposta da morena.
-Mas, Kahori não pode entrar em boates. – respondeu simplesmente.
-É, mas depois de um dia cheeeio de compras – ele começou, olhando para a garotinha com olhos pidões- ela não se importará em ficar com uma babá do hotel, vendo filmes da Disney, não é, Kahori?
A menina se aconchegou mais nos braços da mãe e respondeu:
-Eu só gosto da Minako. – respondeu fazendo charme, referindo-se à babá que tinha em Londres.
-Ah, Kahori... Seu tio Naruto não é legal para você?
-É...
-Então, por que você não me faz esse favor pequenininho?
-Não posso ficar longe da mamãe nas férias. – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Hinata abraçou mais a menina e encheu-lhe de beijos.
-Oh, não posso deixá-la sozinha! Por que não vão vocês? Eu fico aqui com a Kahori, vendo os filmes que ela gosta.
-Ah, mas você também deveria sair para se divertir conosco. – disse Ino.
-Você gosta tanto de dançar... – disse Kiba com o mesmo olhar pidão que Naruto lançara para Kahori alguns momentos atrás.
-Eu sei, eu sei. Mas, eu vou me divertir aqui com Kahori. Precisaremos de um tempinho mãe-e-filha amanhã, não é meu amor? – perguntou olhando para a filha em seus braços.
-É sim! – respondeu olhando para mãe, para depois lançar um sorriso e olhar vitorioso para os tios queridos.
Todos sorriram de volta. Eram incapazes de resistir àquele sorriso doce e o olhar infantil de alegria.
Notas da Autora: Está aí, o primeiro capítulo! O capítulo foi meio parado, mas eu precisava primeiro mostrar a vocês quais eram os relacionamentos entre os principais personagens da fanfic. Espero que vocês tenham gostado!
Sinceramente, não sei quando poderei atualizar, mas espero que em breve. :D
Por favor, me mandem reviews! Para dizer se gostaram, não gostaram, o que acham que deve acontecer, o que vocês perceberam de cada personagem... Enfim, o que vocês puderam captar com esse primeiro capítulo. Estou ansiosa para ouvir a opinião de vocês! (só não me xinguem, pelo amor de Deus xD)
Mil beijinhos,
~Cristal Princess ~
