Essa fic não me pertence assim como Naruto também não, é uma tradução da A Little Pain que pertence a Sadness-doll. Publica suas maravilhosas histórias no fanfiction e me permitiu publicá-la para vocês.

Divirtam-se!


O vizinho do lado.

O alarme do despertador tocou às cinco da manhã em ponto fazendo-a murmurar maldições ao seu vizinho do lado que não a havia deixado dormir com sua escandalosa música. Seu rosto contraído e tinha pouca vontade de se sentar em uma mesa e trabalhar nove horas, levantou-se tomando um banho frio para afastar todo o mau humor e concentrar-se na quantidade de trabalho que a esperava. Saiu da ducha, secou-se e escovou os dentes. Deixou o banheiro com uma simples toalha negra envolta do corpo caminhando em torno do seu confortável apartamento.

A primeira tarefa daquela manhã, bem como fazer uma xícara de café bem forte foi ligar a TV na esperança de ignorar os altos gemidos e palavras indecorosas que ela podia ouvir do apartamento ao lado... Em suma, hoje seu vizinho assistia filme pornô. Só um pervertido sem moral poderia levantar às cinco da manhã para ver filmes pornográficos e acima de tudo, garantir que todos os outros moradores o soubessem. Por que demônios não fazia sua vida um pouco mais privada?

Tentou prestar atenção nas notícias do tempo que eram transmitidas no canal Tókio News, mas sua raiva era tão grande que preferiu desligar a TV, jogar o controle remoto no sofá e levantar-se de um salto para ir ao seu quarto e preparar-se para o trabalho.

Preparou-se tão confortável quanto podia. Nos pés uma sandália preta que em nada combinava com suas vestes, uma calça de algodão rosa claro que particularmente usava para dormir, mas que desta vez abriria uma exceção, uma camiseta branca com o dizer Otako escrito em preto na parte da frente e nem sequer quis escovar seu cabelo longo e ondulado. Pegou sua bolsa preta tipo alpinista, colocou os óculos, o boné branco e saiu de seu apartamento com um copo de café quente nas mãos.

Hoje era um desses dias que definitivamente se aborreceria, Havia uma grande quantidade de trabalho pendente em sua mesa e o pior de tudo era que depois do expediente em vez de ir direto para casa e preparar uma dessas comidas pré-cozidas, faria uma exceção para visitar sua mãe que sempre lhe recebia com algum sermão. Hum... Já imaginava: Haruno Sakura! Aos seus 24 anos não tem um namorado, estou até pensando que tem me enrolado, só espero não estar correta, porque se assim for quem receberá a noiva no altar serão os espíritos quando eu te matar. Por que sua mãe tinha que complicar sua vida metendo-se em suas preferências e assuntos pessoais?! Se era lésbica, qual problema? Na realidade não excitava-lhe mulheres nuas masturbando-se freneticamente... Isso não. Sua mãe sempre lhe atormentava com essa história de namorado e que seu trabalho ia lhe deixar mais reclusa do que já estava, no entanto, a ela não importava o que diziam sobre sua vida e trabalho, era feliz com sua vida "monótona" como diziam todos.

Uhhh... só de pensar em visitar minha mãe já vai me dando um mal-estar. – pensou enquanto apertava o botão do elevador repetidamente irritando certa pessoa que estava logo atrás dela.

— Acredito que só uma vez basta para chamar o elevador? — falou aquela voz rouca, tirando sua mão do bolso para apertar bruscamente a mão da jovem que sequer havia percebido sua presença por estar envolta em seus pensamentos, só quando o viu o seu ódio se fez presente amaldiçoando-o mentalmente pela má noite que lhe dava hoje e por todos os dias passados.

Deus! Como queria que chegasse o elevador naquele momento!

Voltou-se um pouco e de esguelha por cima do ombro viu aquela figura tão viril, tão perfeita para crer que não era ninguém menos que seu doentio vizinho. Parecia uma estrela de cinema com seus óculos escuros, cabelos rebeldes espalhados em seu rosto e muito mais coisas para rotular, mas bem sabia que homens com humor e gírias de rua não serviam nem para comediantes fazendo-lhe achar graça daquele comentário. Riu infantilmente atraindo o olhar frio daquele homem que franziu a testa devolvendo-lhe o olhar de desagrado. Observou-lhe uma vez mais sendo apanhada por aquele sujeito que lhe observava irritado.

O que? Te devo algo ou o que?... - E como se atrevia a olha-la assim? Tão arrogante e imoral. Como era capaz de não só falar com ela, mas falar assim?... Devia saber que ela não era surda e tinha ouvido tudo.

Pessimista e antipático, isso sim. Um homem frio e arrogante e ainda por cima gay desses bem amargos... com certeza homossexual desses que fingem não ser. Tinha certeza, pois estava há mais de quatro dias ouvindo dois homens fazendo sexo. Que tipo de homem assistia filmes pornográficos homossexuais? Só homossexuais ou bissexuais veriam isso? Certo?

– Afaste-se para o lado se não vai entrar no elevador. – afastou-a bruscamente de seu caminho entrando no elevador sem se importar com a presença dela, retirou as mãos do bolso e apertou o botão que levava ao primeiro piso fechando a porta nas fuças dela.

Reagiu no momento em que escutou o som do elevador anunciando sua ida causando-lhe profunda irritação. Aquele idiota havia fechado a porta em seu nariz, e o pior, ela havia feito um papel ridículo diante dele envolta em seus próprios pensamentos agindo como se nada tivesse acontecido.

Enfurecida, nem sequer esperou o elevador retornar depois de apertar o botão novamente, preferiu descer pelas escadas.

Saiu do edifício encontrando o taxi que havia chamado à sua espera, entrou de imediato e dirigiu-se para Akihabara localizada em Chiyoda um dos vinte e três distritos de Tokio. Akihabara Denki Gai (Akihabara Electric Town) é famoso por ser o grande acolhedor de Otaku ("palavra usada para fãs de mangá e anime") e geek japoneses. Suas ruas foram preparadas com centenas de lojas que satisfaziam não só a comunidade japonesa, mas a comunidade turística que era atraída pela grande quantidade de mercadorias e atrações. Além de ser uma importante área comercial, que vendia também produtos eletrônicos, computadores, acessórios, "gadgets", era conhecida principalmente pela venda de jogos, mangá, animes, filmes de diferentes categorias e é claro ... O dojinshi, que é muito popular entre os fãs de anime. A zona Akiba( segundo nome de Akihabara), pode-se apreciar muitos eventos trazidos por várias empresas, incluindo o bem aidoru (ídolos japoneses femininos). Mulheres e homens vestidos em trajes exóticos para apoiar as suas personagens e cosplay que são pessoas que se vestem e interpretam alguma personagem do qual são fanáticos. E claro, não se pode deixar para trás o estabelecimento Meido Cafe, onde as garçonetes se vestem com trajes incomuns para uma cafeteria, a maioria dos trajes é inspirada em roupas de empregadas domésticas de anime atraindo mais o público.

Esse era seu mundo do qual nunca se cansava e fazia parte dessa popular zona. Haruno Sakura era mais que aficionada em jogos, mangá e animação, fazia parte desse mundo para deixa-lo. Sua incrível imaginação a fez ser reconhecida no Japão por seus grandes projetos em mangá, anime e jogos, não só porque era uma artista de mangá, mas porque havia superado qualquer obstáculo estudando desenho de vídeo games e webdesigner. Ela era genial e criativa e talvez por isso nunca tivesse um namorado, pois passava largas horas concentrada trabalhando.

Havia começado aos quinze anos escrevendo uma novela japonesa titulada: "Chegando ao fim" que teve uma audiência sem precedentes. A escrita era apaixonado, mas ser um escritor simplesmente não a fez feliz, ela queria trazer suas histórias para outro nível, um nível onde se podia apreciar o gráfico levando-a ao caminho de um artista gráfico.

Durante um tempo trabalhou em uma empresa de manga para logo renunciar e unir-se a uma nova empresa de manga, anime e jogos chamada GNA, criada e administrada por Hatake Kakashi, alcançando uma posição bastante invejável e sua própria equipe...

O taxista parou por ordem dela que pagou a corrida e saiu do automóvel de imediato. Andou a pé dez minutos até o edificio da GNA localizado em Chūōdōri se surpreendendo ao ser recebida no hall por sua equipe de trabalho que diariamente se queixava de problemas. Caminhou até o elevador e apertou o botão notando que o mesmo havia quebrado novamente dando-lhe apenas a opção de subir pelas escadas até o terceiro piso onde se encontrava sua oficina.

Entrou pela porta principal do terceiro nível encontrando-se de cara com seu chefe Kakashi pedindo-lhe que se reunisse com ele em sua oficina. Seguiu seus passos e entrou na oficina do chefe que já havia tomado assento em sua cadeira.

— Temos que conversar. — disse ele com um ar sério.

— Sobre o que? — perguntou Sakura enquanto olhava atentamente tentando descobrir algo na expressão de seu chefe.

— Haruno… hoje tem o dia livre. — disse repentinamente, com um tom de voz bastante agradável.

— Éh? — ficou chocada.

— Quero que te prepares, terá um grande projeto nas mãos e precisará pensar como irá desenvolvê-lo. - Levantou as mãos como se estivesse desenhando uma paisagem no ar.

— Do que se trata?— olhou-o confusa tentando decifrar-lhe o estranho sorriso.

— Um novo mangá. — disse Kakashi.

— Já tenho um em mete e trata-se de…

– Esqueça seu novo projeto. - Kakashi interrompeu ansioso para explicar. - Quero que faça algo diferente... nenhuma ação, sangue, morte, guerra, vingança e tudo o que abunda em seu trabalho... Eu quero algo diferente, como o que você fez no ano passado. - explicou Kakashi.

– A Yaoi? - Ela franziu a testa e olhou intrigada quando viu que ele tinha negado silenciosamente.

– Não, algo mais... como direi. Algo mais forte. — finalmente revelando e tendo o rosto incrédulo de Sakura ao decifrar o que estava sendo traçado por seu chefe.

— Está pedindo que em desenhe pornografia, um hentai... — disse ela chocada.

– Não um completo hentai, mas eu quero que sua nova história tenha ação dessa classe entre dois personagens no momento de expressar seu amor. – explicou-lhe corrigindo sua ideia. - Quero que tome como exemplo a vida real, as situações amorosas em que se vê envolvida a sociedade... quero que faças algo como "Vozes do amor", 12 "Dias", Maka-Maka… Entende? — continuou depois de uma pausa.

— Sim, estou entendendo... quer que eu ponha conteúdo pornográfico em meu novo mangá.

– Não se preocupe com o estudo sobre o assunto. Se você tiver problemas com o tema sexual pesquisa na internet sobre posições eróticas, você também pode ver alguns hentais ou mangás eróticos... ler romances, pesquisa antes de começar. – recomendou Kakashi que havia deixado a menina atordoada... Como diabos ia construir uma história dessa categoria sem qualquer experiência no assunto?

Aproveitando-se que Kakashi havia tomado uma chamada importante na linha, Sakura saiu do escritório cheia de raiva e enjoo. O que lhe pedia não se encaixava com o que se especializou, gostava de ação, horror, mistério, ficção científica. Não hentai ou qualquer coisa que tenha a ver com conteúdo sexual.

Aproveitando seu dia de folga dada pela própria conveniência de Kakashi, decidiu visitar sua mãe e pensou se inventaria alguma desculpa para não ficar para o jantar e assim não seguir com o questionário enorme que certamente sua mãe havia preparado sobre sua vida pessoal e futuro.

Aproveitou o seu dia e passou por várias lojas de anime e manga, comprando um e outro manga com conteúdo sexual, depois parou em um restaurante de fast food para comer um hambúrguer com queijo, maionese, alface e bacon. Quando terminou de fazer suas pequenas compras parou um motorista de táxi na saída do estabelecimento de fast food, pedindo-lhe para levá-la a Itabashi, Tóquio, onde sua mãe morava.

Ao longo do caminho estava se preparado para batalha de perguntas de sua mãe e pensando em como evita-las ou se havia alguma maneira de responder com frases curtas que não levavam a mais perguntas.

Levou uma hora de carro para chegar na frente da casa de sua mãe. Pagou ao motorista de táxi e deixou o carro andando em direção à porta da mansão. Suspiro... levantou a mão direita e tocou a campainha três vezes saindo ao seu encontro uma mulher com seu corpo atlético e figura da deusa, parecia estar em 33 anos, mas a realidade é que essa mulher de cabelo loiro e volumoso tinha seus 42 anos. A mulher franziu a testa e deu uma rápida olhada em seu relógio de pulso muito caro de ouro branco e depois olhou para sua filha com algum espanto.

– Oi mamãe... - decidiu quebrar o silêncio dizendo essas palavras simples e monótonas para Tsunade, sua mãe.

–Sakura, minha filha, até que enfim você se dignou a dar as caras para sua família. - disse sua mãe.

– E papai, como está? – evitou os comentários indesejáveis de sua mãe, perguntando sobre a saúde de seu pai.

– Ele está em seu escritório... vou lhe avisar. - comunicou sua mãe depois de deixar entrar sua jovem filha.

– Por que está nos visitando tão cedo? Não tem o seu dia todo ocupado em seu trabalho impedindo-nos de nos ver pela manhã? – com uma leve antipatia, lhe parecia uma desonra que sua filha não compartilhasse um pequeno almoço com eles.

– Tenho o dia livre. – não havia o que contestar, no final das contas se a contestava provocaria irritação e começaria seus tantos discursos matutinos.

– Não me diga! – disse sua mãe surpresa e indignada.

– Mãe, eu não sabia que teria o dia livre até chegar ao escritório. – esclareceu-lhe Sakura sentando-se em uma cadeira na sala de jantar.

– Humpf... não digo o bom trabalho que minha filha tem... nesse ritmo terminarás louca e magra ... olha para você, pele e osso. - Deu uma rápida olhada dos pés à cabeça jogando esse comentário em sua filha que estava começando a ficar impaciente querendo sair logo dali para ver seu pai.

– Mamãe já vai começar? - queixou-se num suspiro longo e cansado perturbando sua mãe que encarou aquilo como um sinal de rebeldia e rudeza por parte de sua filha.

– Minha filha, teria sido melhor se tivesse seguido o caminho de um médico como eu e seu pai. - Lembrou-lhe sua mãe.

– Mas não é assim... Não amo a medicina com você e papai... entenda isso. - Mais uma vez lembrou Sakura quando se serviu do suco de maça que estava na jarra encima da mesa de mármore.

– Ei minha menina, já te vejo em maus lençóis. Neste passo terminaremos te visitando em um hospital psiquiátrico. - Disse dramaticamente e dedicou um olhar de piedade para sua filha.

– Mãe, por favor... não começa – espetou Sakura revirando os olhos.

– Só estou te aconselhado. – exclamou sua mãe segura do que dizia.

– Sim, eu sei mãe, mas já fez isso... não vamos voltar a esta questão. – tentou terminar esse tópico que foi bastante irritante, mas aparentemente sua mãe notou suas evasivas sobre o assunto e insistiu.

–Por que você não puxou a sua irmã mais velha Tayuya... ela seguiu os meus conselhos. - Continuação encurralando sua filha com seus comentários fora de hora.

– Bom para a mãe dela... – falou com um leve sarcasmo.

Aquela conversa exasperante foi interrompida por Jiraiya que depois de assinar uns documentos importantes decidiu sair de seu escritório para comer algo e encontrando a divina surpresa de que sua filha havia chegado antes do esperado.

— Como anda a minha princesa?! Como vai seu trabalho? — levantou-se de imediato para receber um grande abraço de seu pai com quem se parecia.

— Bem papai, hoje meu diretor me deu o dia livre para planejar um novo projeto. — informou ela.

— É? O do que se trata meu amor? — intrigado seu pai questionou-lhe. Também era fascinado por escrita como sua filha e era escritor.

—Algo inédito para mim... – disse com um sorriso.

– Muito bem, ela não veio para falar sobre o trabalho então querido deixe a conversa para depois quando tivermos almoçado. - Tsunade interrompeu-os quando se levantou e caminhou direto para a cozinha para preparar a comida.

O almoço foi um desastre... os comentários de sua mãe e a aparição de sua irmã mais velha que acompanhou sua mãe nas humilhações, mortificou-a e não foi sequer capaz de digerir os alimentos igual a época em que estava na casa de seu pai . Por que era sempre o mesmo? A despedida foi tão desastrosa como se poderia esperar assim como a apresentação final de sua irmã vindo com a grande ideia de convidar o namorado e amigos fazendo-lhe passar por ridícula narrando eventos pateticamente constrangedores de sua vida a partir de infância até agora.

O taxi a deixou em frente ao edifício onde morava. Estava chovendo. Pagou a corrida e saiu aos tropeços. Tropeçou várias vezes nos próprios pés, mas felizmente o mau dia havia se compadecido dela salvando-a da queda espetacular em frente à entrada do prédio onde estava abarrotado de pessoas que se abrigavam da chuva. Dentro do prédio, tirou o boné e sacudiu o cabelo com a mão direita abruptamente enquanto caminhava em direção ao elevador. Apertou o botão e esperou o elevador descer e tendo a grande situação inesperada, ou melhor... inadequada.

Seu vizinho, o rapaz pervertido com quem compartilhava a mesma parede por assim dizer, estava fazendo uma pequena cena erótica e sem vergonha no elevador... agora entendia o porquê do elevador ter levado tanto tempo para baixar.

Sem vergonha nenhuma a mulher de voluptuosas curvas saiu de cima de seu vizinho endireitando a saia assim como ele as calças. Sakura não podia acreditar no ponto que havia chegado seu vizinho ignorando quão público era um elevador.

Saíram de mãos dadas do elevador murmurando coisas sem sentido e riram modestamente. Vá! Sabia que era um descarado. A Haruno apertou de novo o botão do elevador abrindo as portas novamente. Entrou no elevador e apertou o botão que levava ao sétimo andar. Suspirou de cansaço e justo quando olhou para os pés viu...

Um preservativo. Um preservativo cheio de sêmen. Era uma camisinha e não estava imaginando, estava ali sob seus pés. Em todo aquele tempo em que havia vivido naquele prédio nunca ela tinha tropeçado em um preservativo no elevador às 9:00 da noite ou em qualquer parte do edifício, por isso, concluiu que era o novo inquilino... seu vizinho.

Uma experiência muito ruim para terminar o pesadelo que viveu hoje...