O vento fluía, fazendo com que a cabeleira deles se pusesse à frente dos olhos, misturando-se e entrelaçando-se, o cheiro trazido por esse vento era o de um delicioso e quente manjar. Tinha acabado recentemente de chover e gotículas de chuvas ainda se prendiam nas folhas de eucalipto que se agigantavam por cima deles, caindo lentamente e fazendo um "Ploc".
- Alguma vez fizeste isto….quer dizer? – Ele apontou à sua volta, nervoso, sem saber o que dizer, Nala permaneceu em silêncio, quebrado apenas pelos sons distantes das manadas a passarem longinquamente e o suave baque das gotas de água a baterem no solo seco e quebrado por falhas de calor.
- E…Eu não sei….eu, quer dizer, nunca beijei ninguém, estou até meio nervoso. – Ele riu-se, mas não era um riso genuíno de diversão, era um riso de nervosismo, um nervosismo pouco comum ao pequeno e bravo leão.
- Como achas que devemos proceder? – Ao contrário dos modos nervosos e reservados do amigo (que, no final da tarde poderia ser muito mais), Nala estava pronta para tudo, excitada até!
- Bem….quando os meus pais se beijam normalmente eles começam por lamber o pescoço uns dos outros, e depois tocam-se com a sua língua e envolvem-se um ao outro num abraço….mas eu não sei que a…
Nala não perdera tempo em perguntas, apenas enrolara as suas patas à volta de Simba, atirando-o para o chão, e começara a lamber o pescoço do amigo, não conseguia sentir muito mais que o sabor do suor, e de alguns pelos que se soltavam, enfiando-se na sua garganta, mas mesmo assim estava incrivelmente excitada. Não importava que fosse igualzinho ao que a sua mãe fazia a ela, quando lhe dava banho. Não, isto era muito mais, estava finalmente a perceber os sentimentos que se tinham formado na sua barriga, depois da aventura no cemitério de elefantes, isto era especial! E incrivelmente fantástico!
- Espera! Nala…para! – Simba não conseguia negar que o toque da língua da amiga o fazia sentir-se bem, na verdade incrivelmente bem...mas o amor não era uma coisa de um só, era uma coisa a dois.
- Magoei-te? – Ela olhou preocupada para o amigo, os olhos baixos de vergonha, Simba engoliu em fundo, assegurando-a de que não.
- É só…quero retribuir o favor…espera… - Gentilmente o pequeno filho do tão poderoso rei, começou a fazer pequenos círculos com a sua língua nas orelhas de Nala. Depois os dois pequenos amigos atiraram-se um ao outro, a brincadeira tornando-se cada vez mais intensa, nenhum dos dois sabia que o que estava a fazer era errado, e talvez não fosse, o destino assim o quisera, Zazu bem o dissera. Mas Simba tinha a certeza de que nada correria mal, a partir deste momento.
Estava errado.
O FIM Notas do autor: Estava a ver aquele filme chamado "O Rei Leão", tanto em português, e em inglês, e, de repente, a inspiração atingiu-me, claro que no filme ele diz algo para o efeito de "Não posso casar com ela, é minha amiga", mas aceitemos que o amor é uma emoção poderosa, e que isto poderia acontecer.
Reviews? (Espero mesmo não ter tornado nisto numa coisa sexual para alguém, era só um beijo.)
