Categoria: Multitemporadas.

Spoiler: Até o episódio 6x09. E, em principal, do episódio 4x25.

Classificação: PG - 13, por segurança.

Capítulos: 1 / ?
Advertências dos Capítulos: Podem conter linguagem obscena. Continuação da fanfiction Perfetct Fit (você vai encontrá-la no meu perfil)

Completa: [ ] Yes [X] No


Sinopse: Continuação da fanfiction "Perfect Fit". Mil e uma razões para se arrepender daquele 'sim'.

Sinopse²: Todas as razões do por quê aquele arranjo era apenas outro nome para "desastre iminente".


Romance / Humor / Angst (porque, você sabe, eu não posso evitar)


Observação: Não. Eu não tenho um título que preste. Ou uma sinopse adequada. Ou, eventualmente, diálogos que façam sentido. Eu também não possuo nenhum personagem citado aqui. Não me processe.


Beautiful Disaster


Só para situar: essa fic começa imediatamente após o "sim" de Booth.

Are you ready? HA!


Capítulo 1 – Coisas irrelevantes ou
Razão número 1: Parceiros não devem confraternizar.

Brennan deixou a cabeça pender ligeiramente para o lado enquanto o fitava e então sorriu suave e timidamente. Da forma que sempre fazia quando estava feliz de verdade. – Realmente?

Booth assentiu lentamente, incapaz de negar qualquer coisa a ela quando Brennan sorria assim para ele. – Mas nós temos de – foi interrompido por um abraço da amiga.

Era o tipo de abraço que eles não compartilhavam muito antes da viagem que levara cada qual a uma parte do mundo. Não era surpreendente que ainda parecesse a mesma coisa, não é como se a sensação de tê-la nos braços houvesse se apagado com a distância.

-Bones, nós temos mesmo que conversar – disse suavemente e a mulher se afastou para encará-lo. Ela parecia... especulativa, como se houvesse feito uma descoberta, mas precisasse ainda comprová-la.

Uma das mãos dela se postou no lado de seu rosto, enquanto a outra se firmava em sua cintura, sem quebrar o abraço. Com cuidado, Brennan aproximou seu rosto do dela e lhe dispensou um beijo em sua mandíbula. Ela se afastou para observar sua reação e apenas depois desse momento tomou os lábios dele num beijo breve e terno, durou apenas dois segundos e a mulher voltou a afastar-se. A perplexidade de Booth foi apagada sob o olhar dela e ele se viu avançando ao tempo que Brennan recuava.

U are my kryptonite u take my powers away
and if I spend the night u probably drive me insane
(One Night Stand – Jazmine Sullivan)

Aquele fora um beijo desinibido, despido de qualquer reserva. Cheio de carência. Apaixonado. Dolorosamente faminto. Como se não pudessem ter o suficiente da boca do outro, da língua, dos dentes. E então havia muita roupa, toques insuficientes, a distância era sem fim... Irrelevante se eram apenas a impaciência e frustração falando.

Puxando-a, Booth a ergueu sobre a mesa e Brennan imediatamente afastou as pernas para abrigá-lo, apertando os saltos de seu sapato nas costa dele no instante seguinte. As mãos de Booth voaram para o rosto da parceira, Brennan estava mais preocupada em desabotoar sua camisa e retirar sua gravata ao mesmo tempo, sem quebrar o beijo. Algo no fundo de sua mente parecia dispensar palavras soltas - que não faziam qualquer sentido -, tais como: "fisicamente impossível" e "nada prático".

E, obviamente, o conceito mais ridículo de todos: 'afaste-se para melhor resultado'. Como poderia ser remotamente possível que aquela fosse a solução mais viável de sua mente brilhante? Provavelmente não estava recebendo oxigênio suficiente. Outro fato irrelevante.

Uma batida firme na porta foi o suficiente para lhes fazer sair do torpor erótico alucinado. Olhos se encontrando em constante estado de alerta, as respirações ofegantes e membros imóveis.

Brennan se recuperou primeiro, desfazendo o aperto de suas pernas, o libertou; seus olhos caindo para o peito moreno, cuidadosamente ela começou a abotoar sua camisa, como se fosse a tarefa mais interessante do mundo. Terminada a tarefa e arrumada a gravata, Booth se afastou e Brennan desceu da mesa para sentar-se numa das cadeiras de fronte à mesa do amigo, a imagem da sobriedade.

Outra batida e os olhos de Booth voltaram para Brennan, ele se aproximou e sem dizer nada, ajeitou o cabelo dela. Só então dirigiu-se à porta, destrancando-a.

-Estava quase ligando para a defesa civil ou bombeiros para que abrir a porta do meu melhor agente – Andrew Hacker brincou entrando sem cerimônia na sala.

Booth forçou um sorriso. – Algum problema, senhor?

Os olhos do vice-diretor adjunto varreram a sala e encontram Brennan. – Espero não estar interrompendo...

-Na verdade, você está – Brennan retrucou calmamente. – A porta não estaria trancada se quiséssemos interrupções.

O sorriso de Andrew vacilou e ele se voltou para Booth que o fitou sem um traço de diversão, apesar de si mesmo. – A doutora Brennan e eu estávamos discutindo alguns aspectos de nossa parceria.

Andrew ergueu a sobrancelha:
-Tais como?

Booth sequer hesitou ao retrucar:
-Preciso ter plena confiança em minha parceira, de modo que quando disser "fique no carro", ou "corra", eu preciso que ela me escute imediatamente e não discuta.

-Ou por que não posso carregar uma arma comigo – Brennan acrescentou descaradamente. De repente muito ciente de que, mesmo que eles tivessem um acordo, não significava nada para o FBI e sua política. Assim, até que achassem uma brecha nos protocolos, precisavam ser discretos.

-Eu já lhe disse, sou sua arma, Bones.

Brennan virou os olhos. E ela realizou, também, que por sua parceria – mais precisamente por Booth -, poderia mentir com uma facilidade assustadora e seu melhor ar indolente.

-Talvez devessem falar com o Doutor Sweets?

-Ele esteve conosco não faz muito tempo, na verdade – Booth disse, dando de ombros. – O senhor queria falar comigo?

-Algo que não poderia esperar o término do horário de almoço deve ser sério, Booth – Brennan afirmou. – Vou esperá-lo fora da sala e então podemos almoçar.

-Ok.


-O que ele disse? – indagou enquanto caminhavam ao encontro do elevador.

-Nada. Só me lançava olhares estranhos, como se mesmo que pudesse dizer que não estávamos tendo apenas uma 'conversa civilizada' não era suficiente para nos acusar, sem provas.

Brennan assentiu séria. – Seremos mais cuidadosos. E não vou mais tentar fazer sexo com você em seu escritório, mas eu posso tentar beijá-lo eventualmente – acrescentou ponderativa. – Com as persianas fechadas, obviamente. Não vou permitir que o FBI quebre nossa parceria – ela tocou o braço dele, querendo lhe chamar atenção:
- O que, devo dizer, seria hipocrisia. Já que estive saindo com seu chefe por algumas semanas e ele não parecia remotamente preocupado com as normas.

Booth preferiu ignorar toda parte de "eu quase dormi com seu chefe". – São regras, Bones, mesmo que algumas pessoas as transgridam em algum momento.

-Oh. Oh! Como nós?

-Você não deveria estar tão orgulhosa, Bones...

-Você disse que para ser bom deve ser mau.

-Quando jovens!

Brennan deu de ombros: - Bem... Nós não estamos fazendo mal a ninguém, realmente. E somos muito bons em nossos respectivos trabalhos, somos excelentes parceiros e como você diz, fechamos mais casos que qualquer outra equipe.

–Isso não muda o fato de que estamos premeditando cometer uma série de atos ilícitos.

-Segundo o livro de normas do FBI. Não é crime um casal de amigos, solteiros, desejaram um filho em conjunto. - Booth estreitou os olhos, divertido, mas nada disse. – Como já lhe disse, e agora prometo, seremos cuidadosos.

-Não é suficiente "ser cuidadoso" – ele contrapôs. - Agora, o que nós precisamos é comer algo e então conversar. Tudo bem?

-Sim.


-Você tem certeza de que quer isso? - Brennan o fitou sobre o copo que tinha em mãos. – Sobre nós, Bones. Eu quero dizer, é, no mínimo, um pacto bizarro.

-Em épocas mais remotas arranjos desse tipo eram feitos constantemente. Em verdade, ainda hoje, casamentos arranjados acontecem. Como na Índia, por exemplo.

-Oh, então vamos nos casar?

Brennan franziu o cenho. – Você disse que não era um aspecto imprescindível.

Ele riu. – Só estava te provocando – Booth suspirou, sombriamente recordando-se que não havia nada engraçado naquela situação. – Quer saber? Eu posso imaginar centenas de razões para que não façamos isso – disse calmamente.

-Por exemplo? – Booth estapeou a mão dela quando tentava afanar batatas fritas de seu prato.

-Uau, realmente centenas, mas principalmente: o quão distante nós estivemos um do outro, por um tempo agora. E sim, quis dizer "metaforicamente". Desde que voltamos, ou muito antes disso... Não somos exatamente os mesmos melhores amigos.

-Nós lidamos com situações diversas – ela retrucou cuidadosamente. – Vivemos em constante mudança Booth, você deveria saber que não seriamos para sempre as mesmas pessoas. E que, consequentemente, nossa relação iria se transformar – Brennan tocou com o indicador e dedo médio a mão dele sobre a mesa. – Nós podemos levar lentamente, como, imagino, você prefere.

Brennan não gostou da hesitação de Booth, principalmente depois que aceitara ter um filho com ela. Sabia que Booth estava sacrificando alguns de seus ideais ao decidir partilhar uma vida ao seu lado – casamento, verdadeiro amor e todas aquelas pequenas ações e gestos que se encontravam nos romance trash que pessoas como a doutora Saroyan adoravam...

Racionalmente poderia entendê-lo, supunha que atos como aquele eram chamados popularmente de "um passo maior do que a pena", mas ainda odiava e se ressentia da cautela nos olhos dele. Booth estava certo: eles não eram mais os mesmo melhores amigos de dois ou três anos atrás. Eles se distanciaram por conta de "n" problemas, centenas de dúvidas e incontáveis meias-verdades. Mas ela ainda o conhecia. E o queria. Mesmo quando, obviamente, ele não acreditava.

Brennan ainda não entendia as motivações de seu parceiro...

Talvez ele não queira ficar sozinho? Talvez houvesse se dado por vencido e passara a acreditar que não era uma pessoa destinada a ter um amor para toda vida? – ridículo, francamente, não existe, afinal, tal coisa "destinado a".
Ou Hannah o desiludira demasiadamente? Provável. Booth simplesmente se recusara a explicar por que tudo entre eles havia terminado. Em todas as vezes que perguntara – e Brennan perguntara muitas... – sobre o término, Booth se esquivava. Perdido em pensamentos, descartava suas questões com acenos de cabeça ou sinais vagos das mãos.

...Era emocionante e até um pouco divertido pensar que tinha todo o tempo do mundo para descobrir. Se Booth ainda estivesse firme em seu 'sim', é claro. Brennan franziu o cenho, desconcertada.

-Não me perguntou por que o beijei – ela não parecia notar que mudara bruscamente de assunto, enquanto mordiscava um palito de batata frita que roubara.

-Desde que eu a beijei de volta, acredito que seja uma pergunta um tanto ou quanto irrelevante - contrapôs erguendo uma sobrancelha.

Brennan sorriu e riu tão cheia de si, muito orgulhosa e, mesmo sob a aparente indiferença do seu companheiro, respondeu:
-Percebi que íamos ter um bebê. Que adquirimos o status de 'casal'. E não apenas um casal numa relação de substituição, ou mais bem: não apenas isto. Realizei que, se você estaria na minha cama nos próximos anos, eu tinha o direito de beijá-lo.

Booth se recusou a quedar perplexo. Precisava se acostumar ao raciocínio sem igual de sua... companheira – por falta de melhor termo.

Ponderativa, Brennan acrescentou: - Nós devemos falar como agora sobre como vamos agir?

–Olha, eu prometo que nunca deixarei nada lhe acontecer se depender de minha vontade. Eu ainda morreria e mataria por você. E farei qualquer coisa por nosso filho. E – Booth fez uma pequena pausa. - prometo que serei fiel a você.

-Você não precisa.

-Bones! É claro que sim. É claro que preciso – afirmou exasperado. – Tudo bem, nós não vamos casar, mas é praticamente a mesma coisa. E desde que vamos viver no pecado – ele parecia muito sério ao dizer aquilo e Brennan forçou a si mesma a acabar com a risada que borbulhava de sua garganta. – Eu preciso fazer algo certo.

Brennan sorriu. Ele era muito adorável.

-Quando quer fazer? – Booth lhe ofereceu um olhar intrigado, fingindo não perceber que ela voltara a lhe roubar batatas fritas. – Jogar como um casal?

Booth estava olhando para frente, para o amanhã. E de repente, sob os olhos azuis expectantes e bem abertos de Brennan, ele soube. Pode ver seu futuro com um filme. E, Deus, aquilo seria mais difícil do que ele havia imaginado.


(C o n t i n u a)


Nota: Porque eu adoro interrupções. LOL.