Disclaimer: Saint Seiya não me pertence (quem dera XD), créditos à Masami Kurumada.

Fanfic dedica exclusivamente minhas amigas: Camila Jéssica; Lilith; Mii e Marih.

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Sinopse: "Amanda, uma jovem de 21 anos, vai morar com suas primas na esperança de arranjar um noivo. Claudia, a irmã mais velha das garotas, já é casada e tem uma filha Mary, que está passando a primavera com seus avôs. Amanda fica sabendo que as terras que pertenciam ao seu tio, foram compradas pelo Lorde Shion "John" Aries. E bem naquela noite vinha para o jantar. A tia de Amanda, queria empurrá-la para o Lorde. Porém, Shion acaba trocando olhares apenas com Liliam, a filha mais nova. Shion tem a ideia de que Dohko, seu melhor amigo que acaba de chegar de uma viagem, more na sua "nova casa" para viver como espião entre ele e Liliam. Enquanto isso, o sr. Miller recebe vindo da Grécia, seu antigo companheiro de batalhão, que foi dado como louco quando participou da Guerra de Independência dos Estados unidos, Ângelo Salvatore, ou mais conhecido como "O Soldado da Mascara da Morte". Camillie, a segunda irmã mais velha, logo descobre que está noiva de Ângelo, apesar dele dizer que não quer nada com ela... Mirelle, irmã gêmea fraternal de Camillie, se apaixona por um jovem que sempre toca piano de olhos fechados... 5 moças, de idades distintas, mas que assim como flores, desabrocharam na primavera de 1789."

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Riqueza & Vaidade

Capítulo 1: A Hóspede.

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1789 - Inglaterra.

"As palavras que com orgulho escrevo esse delito, são aquelas com tão tamanha fora difícil para admi-..."

A carruagem parou tão de repente, que fez o pequeno vidro de tinta preta cair sobre os papeis. A pena na mão voou para longe e por pouco que seu vestido azul pastel não foi manchado. A jovem encarou o cocheiro com tanta ira, que se fosse algum dia de bruxa, sua cabeça voaria longe – mas se fosse bruxa, já teria sido queimada; ou usado sua magia para conseguir um marido, já que foi por essa razão que Amanda foi para Sheffield.

***

Era começo de outono quando sua mãe lhe chamou a atenção tristemente e disse

- Amanda, minha amada filha – Uma lágrima escorreu pelo rosto de senhor Smith, então fez uma pausa e disse como o som que faz o vento – Você já tem 21 anos e ainda não se casou! – Ventos furiosos – Como posso aceitar algo assim?! Seu irmão já está comprometido com a jovem Isabel, e quantos anos ela tem? Pois se não sabe eu lhe digo senhorita: ela tem 17 anos! 17! E já vai se casar!

Amanda ouviu cada palavra de sua mãe sem piscar os olhos. Sabia exatamente aonde iria chegar; Sabia que sua mãe estava tramando algo; algo maligno e merecedor de seus 'anos sustentando três filhos sozinha'.

O pai da jovem foi embora quanto ela tinha apenas 12 anos; O orgulho de sua mãe, assim como a honra da família Smith, havia sido manchada profundamente.

Sua mãe tinha que tomar alguma providencia e aquela era a hora exata para isso.

- Então minha filha, depois de muito pensar – suspirou tão longamente como se aquele fosse o ultimo de sua vida – Eu decidi te mandar para a casa de seus tios em Sheffield. Tenho certeza que lá será o melhor para você...

***

"E para você também, minha mãe" Pensou Amanda enquanto pegava a pena caída. Sua ponta fina ficara torta por causa da queda.

Sua expressão era tão enigmática enquanto descia da carruagem quanto ao dia que soube que deveria ir embora. Não havia lagrimas em seus olhos e nem estavam vermelhos; Seus olhos catanhos-esverdeados estavam tão intactos quanto a uma jóia protegida pelos guardas do rei. Amanda olhou firmemente para a pequena estrada de tijolos cinza-escuro e sorriu. Seus passos eram calmos, mas fortes; pareciam até se ela estava testando o chão para ver se era firme mesmo. Sua bagagem era apenas seu pequeno diário, e uma mala que deveria ter apenas três ou cinco vestidos e roupas intima dentro.

A jovem de cabelos curtos até os ombros parou em frente a grande porta de madeira cor de avelã e respirou fundo. Colocou a mala no chão e quando estava preste a puxar a corta do pequenino sino, ouve-se um grito...

Amanda viu que a porta estava entreaberta e entrou para ver o que ocorrerá. Um silêncio se estendia pelo grande hall de entrada. O piso era mármore, e um tapete grande e redondo – vermelho e amarelo – estava bem ao centro, em frente ao pé da escada de onde vinham os gritos. Amanda apresou-se em subir as escadas seguindo o grito de pavor que ainda ecoava pelos longos corredores. Suas pernas eram fortes e rápidas devido ao costume de subir os morros e cachoeiras de sua cidade natal. Ela já estava de frente ao quarto em menos de 2 minutos.

Amanda engoliu em seco e abriu lentamente a porta, e então...

- AHHH! – Um outro grito, mas...- O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU CABELO?! – Berrava uma jovem.

Amanda olhou incrédula para aquela cena; os gritos não eram de horror – não do modo que pensava – e sim de frustração.

- Me desculpe, senhorita Liliam... – Faltava pouco para a empregada não se jogar aos pés da jovem que gritava – eu realmente...

- Você sente muito?! Olhe o estado do meu cabelo! Eu só pedi para aparar um pouco as pontas – Liliam não completara as falas – e agora... EU TENHO UMA FRANJA!

Liliam apontou para o corte torto em sua testa. Amanda que assistia a toda aquela cena, não conseguiu reprimir o riso.

- Hei! Quem deixou... – A jovem Liliam encarou a estranha visitante na porta de seu quarto rindo.

- Você realmente não mudou nada, prima! – Disse alegremente Amanda para sua saudosa prima.

A face antes como a de uma escultura enraivecida, se transformou em um quadro de alegria misturado com lagrimas. Liliam correu para a prima e a abraçou com força. Apesar dos anos, Liliam que era mais nova, ainda era mais baixa que a prima – apesar de ser irmã e filha de pessoas de porte alto. Liliam deveria ter puxado a mãe; baixa e pele clara.

- Mas... O que está fazendo aqui Amanda? Eu não a vejo desde... – Liliam se própria interrompeu com um espasmo de ar, controlando o que ia dizer.

-.. Desde que meu pai foi embora. Não precisa se conter como se fosse beber uma garrafa de veneno, Liliam – Sorriu Amanda – E... Hãm... Não sabia que eu vinha? – Perguntou curiosa.

- Nem fazia ideia.. – Deu de ombros.

Na cabeça de Amanda, três grandes probabilidades – uma mais incrível que a outra – surgiram:

A primeira era que a carta que sua mãe disse ter enviado três dias antes deveria estar atrasada ou perdida; A segunda probabilidade era que só Liliam não sabia; e a ultima, e que para Amanda, por mais surreal que fosse, era com certeza a mais concreta, era que sua mãe mentiu sobre a carta e queria mesmo era se livrar da própria filha.

Uma risada sombria surgiu pela garganta de Amanda; Sim... Com certeza era a terceira probabilidade! Liliam encarava assustada a expressão – digamos – exagerada da prima. Percebendo está se tornando uma tanto grosseira, ela parou e sorriu para a prima menor e disse.

- Vejo que vocês não sabiam da minha chegada mesmo, então... Acho que já me vou. Mande lembranças para seus pais e irmãs. – Amanda virou-se para a porta, mas foi segurada pela prima.

- Espere, espere! Não vá prima! Fazia quase 10 anos que não nos víamos. Fique pelo menos para o jantar e amanhã poderás partir! – Suplicava Liliam.

A jovem de cabelos curtos sorriu para prima. "Poderia me conter com um dia há mais a cara de assustada de minha mãe ao me ver retornar". Riu consigo mesma. Liliam puxou Amanda para o outro cômodo; o grande escritório de seu tio estava numa agitação.

- Papai, papai! Veja quem eu encontrei... Ou melhor, NOS encontrou! – Liliam puxou a prima para sua frente.

Apesar dos anos, o antigo general do exercito britânico, Adam Miller, ainda poderia ser chamado de "O Grande General": Seu porte era forte – apesar do cansaço da idade – e seus cabelos louros ainda preenchiam todo o coro cabeludo. Nos meses, sr. Miller estivera triste por não poder ter participado da Guerra na América; Por não possuir filhos homens, Miller deve que se conter em só ouvir e ler sobre noticias que chegavam em sua casa cinco meses depois do ocorrido.

Várias cartas e jornais estavam espalhados por sua mesa, ao lado da xícara de café.

- Vejam sós isso! Eu não acredito! – Disse o senhor de barba loura e curta ao se levantar surpreso da cadeira de couro vermelha – Amanda!

O sorridente senhor abraçou a sobrinha. Próximo a lareira, uma jovem de olhos escuros como café, fitava aquela cena. Amanda olhou para a jovem e a reconheceu.

- Camillie! – Disse um oitavo mais alto do que o normal.

Camillie, a filha mais velha, se levantou rápido e deixou o bordado que fazia no pequeno banco portátil de madeira.

- Mas o que está acontecendo... – Bradou uma formosa senhora ao disparar pela porta seguida por uma jovem morena.

- Tia Katrine! Mirelle! – Amanda se desfez do abraço – agora de Camillie – e foi para os de Katrine.

A senhora ficou pasma ao ver a sobrinha, e não a abraçou de volta. Mirelle estendeu um sorriso de alegria.

- Vocês estão ótimas! – Disse sorrindo a jovem recebida – Mas onde está Claudia?!

- Você se esqueceu? – Camillie disse se divertindo – Ela está na Alemanha com o marido, sua desinformada.

- Alemanha? – Perguntou curiosa Amanda.

- Ela e o marido estão viajando. Mary está aqui conosco. Por falar nela onde está? – Perguntou Liliam ao seu pai.

O ex-general balançou deu de ombros e nada disse. Mary era a única filha de Claudia; A filha mais velha da casa Miller foi à única a se casar e logo um ano depois, já tinha uma filha nos braços. Ela tinha apenas 15 anos quando se casou.

- Mas... – Disse desafinada Katrine – Onde está a sua mãe? E porque não avisou que viria nos visitar?

- Minha mãe está em Norfolk. E, mandamos uma carta há três dias, ela deve estar atrasada – "Mentira" – pensou Amanda. - Porque? Há algum problema em ficar...

- Não, querida, problema algum.É que vamos ter um convidado muito importante essa noite. O Lorde John Aries.

Um silêncio fez no grande cômodo. Pronunciar aquilo era o mesmo que dizer que o diabo vinha para jantar.

- Algum problema com esse tal de lorde?

- Depois da Guerra nos Estados Unidos – Respondeu sr. Miller – Nossas terras assim como o resto de muitas famílias, tiveram problemas na riqueza da industria e fabrica. Estávamos prestes a perdermos nosso lar, então, o bondoso Lorde disse que pagaria nossa divida...

- E isso o faz de nosso "dono" – Disse Liliam com sarcasmos – Ele vira jantar hoje para ver se realmente estamos felizes com a sua "doação".

- Liliam – chamou-lhe a atenção senhora Miller – Ele é um Lorde de grandes terras, além de um cavaleiro.

- Cavaleiro eu não sei. Nunca o vimos antes. Apenas papai.

- E é por isso que devemos ficar apresentáveis – lembrou a todos sra. Katrine – Ande, ajudem sua prima com a bagagem dela e se aprontem. Amanda você também deve estar arrumada quando lorde Aries chegar.

Mirelle puxou Amanda e correram para o quarto de hospedes, seguidas de Liliam e Camillie.

- Lili, o que aconteceu com seu cabelo? Algum briga injusta com a tesoura? – Gargalhou a morena.

Liliam fechou a cara e fez beicinho. Ambas riram. Ainda no escritório, Katrine fitava o marido com ódio.

- Porque sua irmã mandou a filha dela para cá?

- Não sei esposa, talvez para ajudá-las. Afinal, minha irmã está com tantas dificuldades quanto nós.

- Eu sei, mas... – De repente os olhos da mulher baixa se iluminaram – Mas, talvez isso venha ajudar a nós também.

O sr. Miller olhou desconfiado para a mulher. Provavelmente, aquilo não seria bom...

Continua*...