Essa é a tal A Flautista de Gaia, que eu comentei na minha fic Ísis! Finalmente vocês saberão, ao longo da fic, os atos dos quais Ísis, Neftis e Gaia se arrependem tanto, e o motivo de Gaia e Ísis estarem aprisionadas! Ocorre cerca de sete, oito anos antes da Ísis.

Disclaimer: Sint Seiya e seus personagens não me pertencem, mas Lohoama e companhia sim! Ò.ó

A Flautista de Gaia

Capítulo 1:

A Flautista e o Guerreiro Deus

Estava deitado, suando frio, tendo pesadelos com um Cavaleiro de Bronze que destruía um a um seus amigos lobos. Sentada em uma cadeira ao lado da cama, uma jovem com cabelos castanho-claro presos em uma longa trança, tinha o corpo definido, rosto em formato de "coração" e delicado, lábios carnudos e vermelhos e olhos amarelos com pupilas em fenda, pegava um pano já seco da testa do rapaz, molhava com água gelada e colocava novamente na testa do rapaz. Parecia aflita com o estado do rapaz de cabelos longos e azulado, a febre estava alta.

Um lobo de pelo esverdeado e uma cicatriz em forma de lua na testa entra no quarto e sobe na cama, ficando ao lado do rapaz, observando-o com o olhos azulados fixamente.

Jovem: Guingu eu estou fazendo tudo que posso pelo Fenrir, por favor, espere lá fora.

Os pedidos para o lobo sair continuaram, incessantes, até que desistiu, percebendo que o lobo ficaria onde estava.

Percebeu uma mancha vermelha na colcha, embaixo da mão do Guerreiro Deus. Virou a mão dele e viu um corte profundo na palma da mão.

Jovem: O quê?! Por que esse ferimento abriu?! – falou, preocupada.

Levantou-se e foi até a cozinha esquentar água para limpar o ferimento, pegou alguns panos e as coisas necessárias para o curativo.

Quando voltou ao quarto, a cama estava vazia e desarrumada. Imediatamente, colocou a leiteira com água quente, os panos e os outros objetos que tinha na mão na escrivaninha e ia pegar uma flauta na mesma, quando sentiu um braço forte envolver-lhe o pescoço e impediu-a de pegar a flauta. Viu Guingu a sua frente, olhando-a com raiva nos olhos, mostrando os dentes pontiagudos. Fenrir sussurrou em seu ouvido.

Fenrir: Quem é você?

A voz do Guerreiro Deus soava para ela como uma canção que vinha do fundo do mar, uma canção com uma melodia que suplicava aos deuses por um perdão divino.

Jovem: Meu nome é Lohoama, sou uma das flautistas de Gaia, Deusa da Terra.

Fenrir sentiu o coração parar de bater por um milésimo de segundo ao ouvir a voz que era como a água de uma cachoeira batendo nas pedras.

Fenrir: Onde estou?

A jovem sentiu suas defesas fraquejarem quando o cheiro de pinho fresco no meio da neve invadiu suas narinas.

Lohoama: No Santuário de Gaia, no Egito, a vários kms do Cairo.

O Guerreiro Deus sentiu o sangue ferver com cheiro de uma rosa branca que Lohoama tinha.

Fenrir continuou, ainda meio atordoado com a voz e o cheiro de Lohoama.

Fenrir: O que... O que aconteceu depois da avalanche provocada por Shiryu?

Lohoama: Quando as águas no Nilo começaram a invadir o Santuário, Gaia soube que tinha algo errado e pediu que fosse até Asgard e verificasse a situação, e que caso os Guerreiros Deuses tivessem sido despertados, salvasse alguém que estivesse à beira da morte. Cheguei lá quando Shiryu, Guingu e os outros lobos caíram no abismo. Trouxe você e Guingu e cuidei dos dois por mais ou menos cinco meses.

Ao terminar de falar, Lohoama pegou com força a mão de Fenrir e jogou-o no chão rapidamente. Guingu avançou nela, mas não foi rápido o suficiente para impedi-la de pegar a flauta na escrivaninha e começar a tocar. A música fez o lobo encolher-se, recuar e deitar-se num canto do quarto. Fenrir sentou-se no chão, passando a mão na cabeça num ponto em que estava dolorido.

Fenrir: Guing ataque-a!

O lobo não moveu um músculo, continuou deitado.

Fenrir: Guingu, o que está esperando?!

Novamente, o lobo ficou parado. Lohoama ajoelhou-se ao lado do Guerreiro Deus com a água quente, os panos e o que mais era necessário para fazer o curativo. Molhou um pano e começou a limpar o ferimento da mão de Fenrir sob protestos do rapaz.

Fenrir: O que você fez com Guingu?! – perguntou, irritado.

Lohoama: Hipnotizei-o com a música, instruindo-o para ficar parado se recebesse ordens suas para atacar a mim ou qualquer outra pessoa que pertença ao Santuário de Gaia.

Lohoama pegou as coisas e começou a fazer o curativo na mão de Fenrir. Como Fenrir recusava-se a deixá-la fazer o curativo no ferimento, Lohoama, cansada da persistência do Guerreiro Deus, puxou a mão de Fenrir e fez o curativo à força. Quando terminou, pegou as coisas e foi para a cozinha, deixando Fenrir sem entender nada.

Fenrir observou um pouco o quarto. Não tinha muitos moveis, mas os que tinham eram ricamente decorados. Os pés da cama eram curvos no final e tinham a forma de patas de leão. Na cabeceira, havia a cabeça de uma esfinge entalhada, e de cada lado, algo que pareciam cabeças de crocodilos. Observou a penteadeira, que tinha os pés curvos no final, entalhadas folhas. Em cima do espelho quebrado em várias partes pelo que pareciam punhos enraivecidos, havia entalhada a cabeça de Ísis e Osíris, e ao lado de cada um, a cabeça de uma fênix. Os puxadores das gavetas da escrivaninha eram entalhados em forma de rosas, os pés da escrivaninha eram retos com a cabeça de múmias entalhadas. Os puxadores das portas e gavetas do guarda roupa eram homens-escorpiões, os pés eram cabeças de Wadjets, serpentes que cospem fogo, nas portas, entalhadas rosas do deserto.

Lohoama voltou, trazendo algumas roupas para o Guerreiro Deus.

Lohoama: Tome, é melhor você tomar um banho antes de ir comigo até a presença de Gaia.

Ela jogou as roupas nas mãos de Fenrir e guiou-o até o banheiro.

Lohoama: Pode tomar banho. Qualquer coisa, eu estou na cozinha.

Lohoama foi ate a cozinha, deixando Fenrir sozinho.

Fenrir observou Lohoama afastar-se, com o longo vestido a esvoaçar e a longa trança balançar. Achou-a fascinante por algum motivo. Entrou no banheiro, observando-o. O espelho, assim como o do quarto, estava estilhaçado pelo o que também pareciam punhos enraivecidos. O chão de azulejo era frio. Ligou o chuveiro, despiu-se, observando algumas cicatrizes de ferimentos provocados por Shiryu. Começou a tomar banho em seguida.

Lohoama fechou a porta da cozinha e sentou em uma cadeira da mesa entalhada em mogno. Começou a observar um quadro na parede, no qual estava um homem com um cachimbo, usando um terno muito bonito, em pé, ao lado de uma poltrona em que uma mulher estava sentada, com um longo vestido vinho muito antigo com uma menina no colo com cabelos castanhos claro, olhos amarelos, um vestido até o joelho branco e muito sorridente.

Lohoama: Por que eu fui assinar aquele maldito contrato?

E deixou lágrimas de tristeza rolarem pelo rosto. Ouviu passos se aproximando da porta. Tratou de secar as lágrimas.

Fenrir entrou pela porta. Usava uma calça jeans, uma camiseta, uma blusa com capuz e um tênis. Ele olhou para Lohoama, que olhou para ele com um sorriso, até que percebeu o quadro na parede e aproximou-se para ver melhor o quadro.

Fenrir: Quem são?

Lohoama: Meus bisavôs e minha avó.

Fenrir: Você se parece muito com sua avó...

Lohoama olhou para baixo com um pouco de tristeza no olhar. Fenrir reparou que falara algo que não devia e tentou consertar a situação.

Fenrir: Ah, mas é só na aparência! – disse sem saber porque se importava com a tristeza estampada nos olhos da jovem.

Lohoama levantou-se e foi em direção a porta de saída e indicou para que Fenrir a seguisse.

Eles foram parar numa varanda. Lohoama pegou uma capa e vestiu, pegou outra e deu para Fenrir usar.

Lohoama: Apesar de haver uma floresta durante o caminho até Gaia, precisamos nos proteger das tempestades de areia que acontecem a qualquer momento.

Lohoama saiu da varanda e fez sinal para que Fenrir a seguisse de perto.

Fenrir passou por árvores frondosas, enormes, com troncos grossos e folhagem muito bonita, também viu árvores cheias de cipós, árvores cujo tronco pareciam ter rostos, árvores cheias de pássaros e ninhos cheios de ovos, havia brotos de árvores, de roseiras, pinheiros, mangueiras, amoreiras, arbustos de morango silvestre, e muitas outras árvores. Era uma floresta no meio do deserto. Não conseguia entender como era possível uma coisa dessas.

Lohoama: Essa floresta existe no Santuário por causa do gigantesco e amoroso cosmo que Gaia tem pela terra e suas plantas e animais... Mas somente por essas coisas... Com humanos, com exceção daqueles que a fascinam por cuidarem da terra e seus protetores – e ainda com algumas exceções no meio desses (disse com amargura na voz) – é maldosa, mata sem piedade e desafiaria Athena se não soubesse que morreria caso vencesse...

Fenrir viu que havia um forte motivo para Lohoama odiar a deusa a quem protegia e parecia ser uma jovem amargurada de espírito. Sentiu uma forte e louca vontade de proteger Lohoama, que a seus olhos, parecia uma garotinha que precisava dos pais.

Andaram por mais ou menos meia hora, até chegarem a um tipo de palácio-templo egípcio, na entrada havia duas esfinges esculpidas. Os olhos das esfinges começaram a brilhar intensamente, as esfinges criaram vida, levantaram-se e bloquearam o caminho pela escadaria.

Esfinge 1: Quem são vocês?

A esfinge tinha uma voz grave e que ecoava pela floresta. Eram criaturas com cabeça e tronco de mulher, corpo de leão e asas de águia. Eram criaturas fascinantes.

Lohoama: Eu sou Lohoama, a Garça de Gaia, e ele é Fenrir, o Lobo de Odin.

Lohoama Falou com clara calma, olhando fundo nos olhos da esfinge.

Esfinge 2: O que deseja com Gaia?

Lohoama: Gaia me disse para que quando Fenrir acordasse, o levasse até a presença dela.

As esfinges abriram caminho e voltaram a suas posições imóveis. Lohoama começou a subir a escadaria de pedra, e fez sinal para Fenrir segui-la.

Os dois passaram por corredores longos, de pedra, com hieróglifos contando a história de Gaia desde tempos imemoriais nas paredes, desde a entrada, até que paravam numa parte. Provavelmente, até aqueles tempos. No caminho, encontraram uma mulher com um vestido típico do Egito antigo, adornos de ouro, com pedras preciosas, como rubis e diamantes, usava um véu sobre a cabeça e estava descalça.

Lohoama: Ísis¹, espero que Gaia possa receber Fenrir.

Ísis: Pode sim, Lohoama.

Fenrir reparou que a mulher, além do mesmo nome, tinha a mesma aparência da cabeça entalhada em cima do espelho do quarto de Lohoama. Reparou também que Ísis olhou para ele com interesse e seguiu-o com o olhar quando seguiram para os aposentos da deusa da Terra.

Lohoama: Ouça bem, Fenrir. É bom você não se meter com Ísis.

Fenrir: Por que?

Lohoama: Ela é esposa de Osíris, deus superior do Egito, e ele é muito ciumento e poderoso. Num piscar de olhos, ele pode reviver uma múmia que transformaria você em um lacaio dela.

Fenrir assustou-se com o que Lohoama falou. Decidiu ficar bem longe de Ísis. Continuaram andando pelos corredores sinuosos, até que pararam em frente a uma porta muito grande, ricamente decorada com desenhos e hieróglifos. Lohoama falou algo e as portas abriram.

Lohoama: Esfinge de Bastat ².

Lohoama falou para Fenrir entrar e esperar um pouco. As portas fecharam-se e Lohoama ficou do lado de fora.

Fenrir encontrou muitas almofadas, uma espécie de trono, uma mesa com delícias egípcias e árabes. Ouviu uma voz doce falar com ele.

Voz: Sente-se, Fenrir. Sinta-se à vontade.

Fenrir obedeceu à voz e sentou-se nas almofadas espalhadas pelo chão. De onde sentou, viu uma entrada ornamentada em volta com dizeres egípcios, da qual saiu uma mulher com um vestido azul claro, com o cabelo ricamente adornado com ouro e pedras preciosas, pulseiras, braceletes e colares de ouro e prata pura, uma maquiagem egípcia de faraós e suas rainhas, tinha cabelos negros, pele morena e olhos cinzentos. Era muito bonita.

Mulher: Eu sou Gaia, a Deusa da Terra, mãe de Cronos e avó de Zeus, Hades, Posêidon e Hera.

Fenrir olhou bem para Gaia, com o vestido marcando o belo corpo, a armadura cobrindo o tronco e as sandálias decoradas.

1. Ísis é a deusa egípcia do casamento, deusa mãe e a mais adorada no Egito antigo.

2. Bastat é a deusa solar, com cabeça de gata, representava o poder criador do Sol. Também era considerada a representação do espírito de Ísis e deusa dos animais.