Classificação: K+
Gênero: Romance/General
Casais: Syaoran x Sakura
Sinopse: Seria apenas mais um fim de semana entediante, mas tudo muda quando aparece alguém que ela nem fazia questão de conhecer e o fez por um mísero acaso, da maneira mais estranha, no lugar mais improvável.

Disclaimer: Card Captor Sakura é propriedade do grupo Clamp, mas nunca desistiremos de lutar para obter os seus direitos autorais. Entretanto, as personagens Nerine, Izumi e senhor e senhora Asazuki são nossas.

Idéia original: Mizu Youko
Escrita: Mizu Youko
Revisão: Mizu Youko e Kimi Li
Opiniões, dicas e comentários:
Kimi Li

Datas:
Iniciada em 22 de janeiro de 2008 e concluída em 05 de fevereiro de 2008.

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Destinos Selados Por Um Olhar

––x––

Capítulo I Apenas mais uma viagem entediante?

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Fujitaka Kinomoto ouviu a filha suspirar ao seu lado pela décima vez em menos de cinco minutos. Desviou a atenção da estrada por alguns segundos e analisou Sakura: ela estava com o olhar perdido, olhando através da janela do banco do passageiro, que estava embaçada pela chuva, sem o menor interesse.

"Decididamente entediada...", ele concluiu em pensamento.

Sim, Sakura estava cansada de ter que viajar para Tomoeda todos os fins de semana, quando poderia sair com as amigas ou mesmo ficar em casa e assistir a um bom filme, mas ela sabia que tinha de ir porque "temos parentes por lá que não podem ir à nossa cidade e mesmo assim querem ver você!". Ah! Como ela estava farta daquela frase! Tudo bem que tinha tios, primos e até avós em Tomoeda, mas ela precisava ir toda semana?! Não podiam ficar um fim de semana em casa?! Só um?!

E mais uma vez seus argumentos não foram suficientes para convencer o pai a ir sozinho para lá, portanto, destino selado, e mais uma vez Sakura teve de ir com ele para a chácara que eles tinham e que se situava em um condomínio numa parte mais afastada da agitação da cidade.

"Ah, mas ele não perde por esperar... daqui a um ano, quando eu tiver meus dezoito anos, ele não poderá mais me obrigar a ir pra lá!", ela planejava em silêncio.

A viagem não era muito longa e a cidade tinha bastantes turistas, aliás, não era uma cidade ruim, o problema é que Sakura tinha passado a vida inteira viajando para lá e conhecia o local como a palma de sua mão: nada mudava, tudo perdera a graça.

Mais um suspiro da garota. Agora, estavam passando pela portaria do condomínio e seguindo para a chácara.

– O que aconteceu, meu bem? Não está ansiosa para ver a nova decoração do quarto de sua tia Nerine? – Fujitaka perguntou.

Argh! Como Sakura a detestava! Irmã mais nova de Nadeshiko, Nerine se achava superior, por isso tratava todo mundo mal. Acabou por se envolver com um homem casado e rico e dele engravidou para tirar dinheiro; dessa rápida e não–duradoura união nasceu Izumi, que tem a personalidade idêntica à de sua mãe. Agora as duas se fazem de boazinhas e exemplares na frente dos adultos, mas Sakura e seu irmão Touya sabem das maldades que ambas são capazes de cometer.

E, francamente, ir até a casa, ou melhor, mansão, delas não lhe parecia uma idéia das mais agradáveis.

– Ah, estou, sim... mas prefiro ficar um pouco na chácara e descansar da viagem – Sakura respondeu sem o menor sinal de entusiasmo na voz, o que não passou despercebido pelo pai.

– Mas a viagem nem é assim tão cansativa e, além do mais, Nerine vai dar um almoço de inauguração na parte nova da casa. Tenho certeza de que ela e Izumi ficarão satisfeitas com a sua presença – ele insistiu.

– Então, por favor, diga a elas que irei um outro dia, não estou me sentindo muito bem – mentiu a menina.

"Finalmente! Já não agüentava mais ficar encolhida no banco do carro!", e saindo do carro, suspirou aliviada por ter chegado à garagem.

O terreno era grande e possuía um declive suave ao longo de sua extensão. Na parte mais alta ficava uma grande garagem descoberta e em seguida, uma casa de madeira no centro com um corredor de cada lado, sendo que do lado direito da casa, havia a cerca que separava a chácara do outro terreno e do lado esquerdo, a casa do caseiro. Embaixo da casa de madeira ficava um enorme salão de festas e do seu lado esquerdo, um campinho gramado para jogar bola. Do lado direito do salão, o corredor que começou na garagem continuava e ia até o fim do terreno. Em frente ao salão de festas, tinha uma piscina retangular descoberta com guarda–sóis e espreguiçadeiras. Ao fundo do campinho, uma outra casa e atrás da piscina, um pequeno pomar dividia o espaço com uma hortinha.

– Se não está passando bem, então é melhor ficar aqui mesmo – decidiu o pai, saindo de dentro do carro e colocando uma mão sobre a testa dela. – O caseiro não está, pois tinha dito a ele que chegaríamos mais tarde. Vou deixar o Kero aqui, assim não ficará tão sozinha.

Sakura agradeceu, abriu a porta traseira do carro e tirou de lá um gato amarelo, com um longo rabo e olhinhos pretos, que miou agradecido por ter chegado em terra firme. Ela rapidamente tirou a correia da coleira que o mantinha preso no banco e o deixou livre para correr por aí, ato que ele prontamente obedeceu disparando pela propriedade.

Depois, a colegial ajudou o pai a tirar o resto das coisas do carro para ele ir até a casa da cunhada, que se situava quase no centro da cidade.

– Você vai ficar bem sozinha? – Fujitaka perguntou um tanto preocupado.

– Claro! Vou cozinhar alguma coisa quando sentir fome e, qualquer coisa, eu ligo para o senhor. E também, o Kero vai estar aqui comigo – ela lhe garantiu, dando uma piscadela ao mencionar o gato.

– Certo. Te vejo depois! – ele disse e, após dar um beijo na testa da filha, abriu o portão, entrou no carro e saiu rumo à casa de Nerine.

Sakura fechou o portão azul de ferro e, como ele não era inteiriço, dava para ver a rua, que não era muito movimentada, embora fosse a rua principal. Ela recostou a testa nele e uma agradável sensação de frescor percorreu seu corpo, até os pés.

– Enfim, estou sozinha! Agora posso colocar os pensamentos em ordem! – ela exclamou feliz.

Já fazia um certo tempo que Sakura não ficava sozinha em algum lugar; em casa, se não era o seu pai dando uma de cozinheiro, era o seu irmão com a namorada ou até sua amiga, Tomoyo Daidouji, que vivia por lá. O que não era de se estranhar, já que as duas praticamente cresceram juntas.

Como ainda não era hora do almoço, a garota resolveu dar um pulo na piscina, ainda que caísse uma fina garoa.

"A chuva vai ajudar a refrescar as idéias!", pensou e logo foi trocar de roupa.

Dez minutos depois ela estava pronta, em seu biquíni amarelo com delicados bordados em laranja, seus cabelos, antes presos em um rabo, caíam–lhe em cascata até o meio das costas e ela havia retirado as pulseiras e o relógio que usava, restando apenas o par de brincos curtos e prateados, cada um com uma pedrinha verde em uma das extremidades. Pegou uma toalha preta com desenhos brancos, um par de chinelos laranja e foi para a área da piscina, não esquecendo antes de colocar um pouco de água e ração ao lado da entrada, para o caso de Kero ter fome ou sede. Quando passava pela casa do caseiro, encontrou um bilhete destinado a Fujitaka, colado na porta, que dizia que ele precisara viajar por dois dias para poder ir ao enterro de um parente que morava longe.

Ao chegar lá, enquanto pendurava a toalha, tirava os chinelos e os guardava embaixo da mesma cadeira, ela notou que as bóias e colchões estavam espalhados por ali e achou meio estranho, mas não deu muita importância já que não iria utilizar nenhum daqueles objetos. Antes de mergulhar direto, porém, ela optou por entrar pela escada de pedra que ficava em uma das extremidades.

– Que delícia! A água está tão geladinha quanto eu queria! – ela disse, mais feliz ainda. E sentou–se em um dos degraus, ficando com a água um pouco acima da cintura. Então, ela olhou o céu. Cinza. Por mais estranho que parecesse, Sakura gostou daquela cor do céu, ela lhe trazia uma paz, uma certa calma – Eu com certeza poderia ficar o dia todo aqui! – apoiou–se nas bordas e fechou os olhos, relaxando completamente.

Uma pequena onda se fez na água, que estava calma até aquele momento, e chegou até ela.

"Estranho. Eu não estou me mexendo e a chuva não está tão forte para fazer uma onda dessas...", ela ponderou.

E só aí ela abriu os olhos.

CONTINUA...

OoOoO

N/A: Oi!

Bem vindos a nossa fanfic, a primeira de CCS que escrevemos!

Como a história já está concluída, postaremos um capítulo por semana, sempre aos sábados.

Esperamos que gostem e mandem reviews!

Kissus,

Mizu e Kimi