WHITESNAKE

CAPÍTULO 1 – Trevas

Ayame aparece na sede para fazer mais uma de suas visitas rotineiras para Akito,. Chega a sede e invade o quarto de Akito.

- Olá Akito-san, vim para lhe fazer uma visita, como está se sentindo?- pergunta falando alto.

Akito senta assustada na cama- Você me assustou, e fale baixo, minha cabeça dói.

Ayame se aproxima lentamente, o quarto está escuro, ele nota que ela esta pálida e abatida, nota na mesinha ao lado da cama, a comida intocada.

- Gomen ne- diz baixo- mas o que você tem? Está pálida demais.

- Já disse, estou me sentindo mal e eu quero descansar- diz ela de mau-humor.

- Pois eu vim aqui para alegrar você- diz ele sorrindo

- Eu já disse que quero descansar, estou me sentindo mal- se cobre e deita na cama

Ayame coloca a mão no rosto dela- Não tem febre. Mas é obvio que esta se sentindo mal, está um dia lindo lá fora e você está trancada aqui, aposto como não deve estar se alimentando direito. Venha, vamos aproveitar a bela tarde e vamos passear no parque, precisa tomar um pouco de ar- e a puxa pela mão.

- Eu não quero- diz brava soltando a mão- eu quero ficar sozinha, me deixe!

- Lógico que não, não sairei daqui enquanto não aceitar sair comigo. Não posso ir embora e deixa-la aqui nesse estado, desse jeito vai acabar morrendo logo.

Vendo que não tem muito como fugir e nem se livrar dele, ela responde:

- Tudo bem, se eu sair para passear no parque você me deixa em paz?

- Sim, deixo

Então Akito se levanta, ou melhor, tenta se levantar, mas fraca e sem forças, quase cai. Ayame a segura.

- Qual foi a ultima vez que comeu alguma coisa?- pergunta ele preocupado

- Ontem de manha- responde ela

- Eis o motivo de sua fraqueza. Pois você vai comer algo antes de sairmos.

- Estou enjoada, não sinto fome- reclama ela ainda nos braços dele.

- Não importa que está enjoada, irá comer mesmo assim- pega ela no colo e a coloca diante da mesinha- a comida já está fria. Quer que eu esquente a sopa mesmo ou quer que eu prepare alguma outra coisa para comer? O que gosta de comer?? Um dia lhe levarei para almoçar fora...

- Eu já disse que não quero nada- irritada

Ayame a ignora e sai do quarto carregando a bandeja. Na cozinha esquenta a sopa e prepara um chá para ela retornando logo em seguida para o quarto. Coloca a bandeja diante dela e se ajoelha ao lado dela. enche uma colher de sopa e leva na boca dela.

- Eu não estou doente, eu consigo comer sozinha- reclama ela tomando a colher da mão dele e acaba derrubando a colher na mesa.

Mais uma vez ele a ignora, pega a colher de volta e continua lhe dando a sopa. Assim ele faz com que ela tome toda a sopa. Serve então para ela o chá.

- Pronto, agora podemos ir passear, já está devidamente alimentada, mas não devidamente vestida. Não pode sair assim, com um quimono de dormir, todos iriam olhar para o seu belo corpo, mas darei um jeito nisso imediatamente- se levanta e abre o armário dela- você só tem quimonos brancos e roupas pretas, preciso dar um jeito nisso. Você precisa de roupas mais alegres e mais coloridas, mas por enquanto acho que isso serve- pega uma calça e uma camisa preta- venha eu te ajudo a se vestir.

Ela olha assustada para ele- eu sei me vestir sozinha!!!

- Sei que sabe, mas esta fraca e eu posso ajuda-la, além disso posso olhar se belo corpo- e começa a desamarrar o quimono dela.

Akito dá um tapa na mão dele- eu já disse que não precisa

- Vamos, deixe de frescura, deixe-me ajuda-la – e retira o quimono dela deixando-a só de roupas intimas e em instantes ela já está vestida novamente- Perfeito! Devo admitir que meu patriarca tem um belo corpo.

Akito dá um tapa no rosto dele.

Ayame a puxa pela mão e a olha bem nos olhos- preferia ter levado um tapa por conta de um beijo- pega na mão dela e a arrasta para fora da casa.

- O parque fica longe?- pergunta sendo arrastada por ele.

- Não, 10 minutos de caminhada- responde ele animadamente

- E porque não vamos de carro então?-

- Porque é mais saudável caminhar e o dia hoje esta agradável, o sol esta fraco, o dia esta belo como eu

Akito ignora o que ele esta falando e vai caminhando. Caminham por cerca de 10 minutos e então chegam no parque. O parque esta cheio de pessoas caminhando, casais, crianças brincando. As cerejeiras estão forradas de sakuras e as pétalas das flores caem a todo instante. Akito pára diante da árvores e fica olhado toda entusiasmada. Ayame olha para ela e sorri satisfeito.

- Vamos- pega nas mão dela quero te mostrar o lago- e sai caminhando

Akito olha tudo ao redor, as flores, as pessoas... tudo ali parece ter vida.. a vida que ela não conhecia... a vida que ela não tinha, esconde uma lágrima que teima em cair e não deixa Ayame perceber. Solta a mão da dele e corre em direção ao lago, senta no banco diante do lago.

Ayame a acompanha lentamente e então se senta ao lado dela. Como medo que ele lhe agarre ela senta na beira do banco. Ayame sorri e a puxa mais para perto de si,

- Não se preocupe, eu não vou te agarrar- sorri- ao menos não aqui. Em casa quem sabe...

Ela olha para ele e ia falar algo mas então alguns pássaros sobrevoam ela. Akito estica o braço e um deles pousa em sua mão, ela brinca com o pássaro e sorri. Ayame a observa sorrindo satisfeito, conseguira arrancar um sorriso verdadeiro dela. Akito nota que esta sendo observada, deixa o pássaro voar e se vira para Ayame desfazendo o sorriso.

Ele aproxima o rosto do dela – Não esconda seu belo sorriso

Akito cora e desvia o olhar e fica olhando as águas do lago. Ayame se levanta e volta instantes depois e lhe entrega uma flor. Akito sorri timidamente e pega a flor.

- Então digníssimo patriarca, o que achou da minha idéia de traze-la ao parque????

- Serve...

- Que bom que gostou- diz ele sorrindo

- Como sabe que gostei?- pergunta ela indignada

- Acabou de revelar na sua pergunta. E foi fácil deduzir, você não teria sorrido se não tivesse gostado.

- Sorri por causa dos pássaros e das flores.

- O que dá na mesma- e a abraça

Ela, estranhamente não oferece resistência, parece se sentir amparada a protegida nos braços dele. Juntos observam o sol se por e algumas nuvens negras que começam a se formar no céu. Começa a esfriar.

- Akito-san, vamos embora. Já esta escurecendo e esfriou, pode ser que chova e não quero que fique doente de verdade.

Ayame se levanta e pega na mão dela. Caminham de mãos dadas em direção a sede. Akito caminha perdida em pensamentos e estranhamente não reclama dele pegar na mão dela e nem de as pessoas comentarem nas ruas que eles parecem um casal estranho. Quando chegam na sede começa a garoar e um pouco molhados eles vão direto para o quarto dela.