"E ela não quer sair hoje á noite
Está muito frio lá fora
Para os anjos voarem"
Ed Sheeran - The A Team.
Capítulo 1 – O Acidente.
"Você ainda não está pronta?". Russell falou sorrindo. Enquanto Judy terminava de se maquiar.
"Quase lá". Ela respondeu sorrindo.
O homem de meia idade saiu e foi até a sala. Ele olhou sorrindo para as filhas que dormiam em um colchão no chão. Enquanto Glória, a empregada vigiava o sono tranquilo das duas. Quinn Fabray tinha naquele momento sete anos e quatro meses, ela era muito parecida com a mãe, Judy, com seu cabelo loiro, e seus olhos verdes. Charlotte é um pouco mais velha, nesse momento ela tinha oito anos e um mês, ela era mais parecida com o pai, cabelo loiro, e olhos escuros. Elas não eram parecidas, na verdade por serem irmãs elas tinham suas semelhanças, mas eram completamente diferentes.
A campainha tocou e Russell foi abrir a porta. Leroy estava com uma criança no colo. Eles sorriram cúmplices.
"Como vai a nossa pequena Rachel?". Russell perguntou para amigo, que já estava entrando na casa enquanto Hiram entrava logo atrás.
"Ela está muito bem, chora um pouco mais que as outras crianças, e adora quando eu coloco musica, tirando isso, ela está ótima". Hiram falou sorrindo. Rachel tinha sete anos e um mês.
Leroy colocou Rachel onde ele achou espaço no colchão, entre as duas irmãs, e apenas o universo percebeu a ironia do momento.
"Me deixa adivinhar, Judy ainda está se arrumando?". Hiram perguntou sorrindo.
"Sim, ainda está lá! Quer subir para ajuda-lá?". Russell perguntou sorrindo. Hiram concordou e subiu as escadas à procura da amiga.
Hiram e Judy eram amigos de infância, e nunca se separaram, na faculdade conheceram seus esposos, os quatro sempre saiam juntos, eles eram muito amigos. Viviam uns na casa dos outros, e sempre faziam festas, até tiveram filhos na mesma época para que pudessem brincar juntos.
Russell e Leroy estavam bebendo no balcão enquanto conversavam. Até que Russell sentiu alguém puxando sua camiseta. Era Quinn.
"O que foi princesa?". Ele perguntou pegando a garota no colo.
"Aonde vocês vão?". Ela perguntou enquanto abraçava o ursinho de pelúcia.
"Em um casamento, de um amigo do papai e do tio Leroy". Ele respondeu sorrindo para a filha.
"Eu não posso ir junto?". Quinn perguntou tímida.
"Não meu amor, só vai ter gente grande lá, e você precisa dormir". Russell falou e Quinn sorriu.
"Bom, eu tentei". Ela falou sorrindo e pulou do colo do pai voltando ao colchão.
"Vamos arrasar". Judy disse sorrindo enquanto descia com Hiram conversando muito animados.
"Vamos?". Russell perguntou e todos concordaram.
Os pais deram beijos carinhosos nas filhas e saíram. O que eles não sabiam é que alguns deles, nunca mais voltariam para aquela casa.
Quinn e Charlotte não estavam entendendo. Elas não entenderam, porque os Tios Hiram e Leroy estavam colocando suas coisas nas malas. E porque todos estavam tristes. Elas sabiam que toda a família estava ali, mas elas só conheciam algumas pessoas, e elas eram mais apegadas aos Tios postiços, Leroy e Hiram, ficaram o velório todo ao lado deles. Quinn e Charlotte ouviram quando um homem de terno falou algo sobre tutores, e os homens sorriam e choravam ao mesmo tempo. Aquilo era confuso pra elas.
As malas estavam todas no carro, e as três garotas estavam sentadas no banco de trás. Quinn, Rachel e Charlotte, exatamente nessa ordem.
Quinn só lembra-se de não ter ficado com medo porque Rachel estava segurando sua mão o tempo todo, sem palavras, elas não eram necessárias, e mais pra frente elas iam entender que gestos valiam mais do que palavras.
Tio Hiram e Tio Leroy deram a noticia de que nunca mais veriam seus pais novamente, que agora eles estavam em seus corações, mas isso não impediu que as irmãs chorassem abraçadas. Muito novas pra entender todo aquele sofrimento. Aquela foi a ultima vez que elas se abraçaram, e foi a ultima vez que se trataram com carinho, a partir daquele dia, as irmãs Fabray, eram Quinn Fabray e Charlie Fabray, como se antes fossem apenas uma pessoa, e a partir desse dia, duas pessoas completamente opostas.
9 anos depois
Quinn abriu os olhos, e seu corpo estava doendo. Sue não tinha pegado leve com nenhuma das garotas nos treinos das cheerios, e agora seu corpo doía.
Ela tomou banho colocou o uniforme de líder de torcida, e sorriu em frente ao espelho.
Desceu as escadas e como sempre, ela era a primeira a acordar. Foi até a cafeteira, e começou a fazer um café forte, só assim pra se recuperar dos treinos pesados que a carrasco da treinadora Sue dava todos os dias.
Quinn ouviu barulhos vindos da escada e pensou em Leroy, era sempre o segundo a acordar.
"Bom dia". O homem falou para a garota, Quinn deu um sorriso educado para ele.
Ela sentou-se à mesa, enquanto Leroy começava a preparar o café da manha. Colocando pães pra esquentar e fazer torradas, e colocando os copos e pratos na mesa. Outro barulho na escada. Hiram, pensou Quinn.
"Bom dia". O homem baixo falou e Quinn sorriu para ele, enquanto Leroy respondia e os dois davam um beijo rápido.
Quinn começou a comer, quando ouviu mais uma vez barulho na escada, e agora seu coração disparou, e suas mãos começaram a suar. Rachel...
"Bom dia!". A morena falou sorrindo, aquele sorriso que só ela sabia dar, e aquele sorriso que fazia o coração de Quinn derreter. Mas a loira como das outras vezes apenas sorriu. E Rachel foi beijar os pais enquanto pegava comida. Rachel sentou de frente pra Quinn e a loira ficou feliz, ali, os poucos momentos que Quinn era feliz, era de manha, quando Rachel aparecia na porta da cozinha, com seu sorriso radiante, e as quintas feiras...mas ultimamente, quinta feira é o único dia bom da semana, os outros são torturantes, e a cada quinta feira, a tortura parecia maior!
Quinn ouviu passos da escada, e se levantou para ir para a escola, mas Leroy apenas colocou a mão em seu ombro.
"Tem comida no seu prato, termina de comer, e ai você pode ir". Ele falou sorrindo para a garota que olhou para o prato, não ia dar tempo de evitar a visão que fazia com que seu dia fosse pior.
"Bom dia". Charlie falou da escada e todos sorriram para a garota, menos Quinn que ficou com os olhos grudados em seu prato.
Charlie fez um prato de comida, e sentou ao lado de Rachel.
Quinn não ia olhar, ela não ia olhar, ela não... Quinn olhou exatamente no segundo em que Charlie dava um beijo leve nos lábios de Rachel, bem ali, bem na sua frente. Quinn não achava que seu coração podia quebrar mais, ela estava errada.
A loira dos olhos cor de avelã terminou o café e saiu correndo, antes que o embrulho do seu estomago a fizesse vomitar tudo que tinha comido.
Pegou seu carro, e foi em direção a escola.
"Você acha que isso é uma boa ideia?". Jesse perguntou.
"Você acha que pode piorar?". Quinn perguntou.
"Nada é tão ruim que não possa ficar pior Quinn, pode acreditar em mim". Jesse falou sorrindo enquanto mexia com alguma garota gostosa que passava na rua. Quinn sorriu.
"Pode não ser uma boa ideia Jesse, mas eu vou entrar para o New Directions, você me ajuda?". Quinn perguntou sorrindo.
"Você ainda quer que eu te ajude? A entrar no clube dos perdedores?". Jesse falou tirando sarro.
"Jesse, por favor, pela nossa amizade". Quinn fez beicinho.
"Droga garota, você é só uma manipuladora barata! Eu canto com você". Jesse falou, no momento em que Quinn estacionou o carro em frente ao McKinley.
Os dois saíram conversando do carro, enquanto foram procurar o Mr. Schue, professor que cuida do New Directions.
"MR SCHUE". Quinn gritou ao ver o homem passando pelo corredor.
"O que a senhorita deseja?". Ele perguntou muito educado.
"Eu e meu amigo Jesse queremos entrar para o New Directions". Quinn falou sorrindo. Mr. Schue parecia não acreditar, ele sorriu de volta.
"Venha comigo, vou lhe falar tudo que você tem que fazer". Will falou enquanto começava a andar pelos corredores. Ele estava sorrindo. Se alguns garotos populares entrarem no New Directions, talvez a escola comece a tratar o clube Glee de forma diferente. Ele estava animado. E Quinn sorria, enquanto seguia o professor pelos corredores da escola.
