N/A 1: O título vem da música "I Do", da banda Placebo. Recomendo fortemente.
N/A 2: Fanfic escrita de presente pra Ariane, de aniversário atrasado :333
Disclaimer: Os personagens não me pertencem, ainda que eu quisesse um Watson pra guardar no bolso.
Sherlock saberia. No momento em que pusesse os pés em casa, detalharia seu dia todo com apenas um olhar – não que se importasse, a essa altura, ou esperasse algum tipo de conforto vindo do outro. Afinal, já custava muito arrancar-lhe qualquer olhar de compaixão.
Girou a chave na maçaneta e abriu a porta tentando fazer o mínimo possível de barulho. Embora soubesse que o amigo pouco dormia, já era tarde. A luz estava acesa e, ao entrar, deparou-se com um Sherlock Holmes estirado no sofá, quase como se tivesse sido jogado ali por alguém. Acordado, como previa.
Fechou a porta, olhou para o outro como que dizendo "boa noite" e esboçou um sorriso amarelo. Sem esperar uma reação, dirigiu-se ao banheiro e ligou o registro para encher a banheira. Um banho quente, por fim, lhe faria bem.
- Se importa? – Sherlock apareceu à porta.
- Como quiser – deu de ombros. O que quer que o detetive estivesse tramando já não fazia mais diferença. Tomaria o banho sozinho ou com ele ali.
John começou a despir-se ignorando a presença do outro ali, que fazia o mesmo. Entraram na banheira e, assim que pôde, o moreno puxou-o para si, abraçando-lhe as costas por um momento. O médico apoiou a cabeça em seus ombros e soltou o peso do corpo com um longo suspiro.
- Dia cheio? – perguntou Sherlock.
- Você sabe.
Não se olharam – e sequer precisaram. Permaneceram ali pelas próximas duas horas, tempo no qual Watson adormeceu apoiado no outro que, vez em quando, afagava seus cabelos timidamente com os longos dedos.
Terminaram o banho e se vestiram. O loiro foi até a cozinha preparar chá – não estava nos planos, mas seria bem-vindo. Sentaram-se no sofá em pontas opostas, colocando os pés para cima – os de John repousavam calmamente sobre os de Sherlock. Cada um com sua xícara, beberam o líquido a seu tempo. O primeiro levantou-se, dirigiu-se ao seu quarto e preparou-se para dormir.
Notou os pequenos olhos azuis atrás de si, à porta. Apenas sorriu, cansado, e foi suficiente. Poucos minutos depois, embaixo dos lençóis, trocaram outro sorriso e o olhar que faltou. Entregaram-se, por fim, ao sono.
