JUMP

Na verdade a vida é como as asas da borboleta que criam um furacão, a teia da aranha que o vento destrói, e ainda assim, é a coisa mais forte e perfeita de toda a natureza.

A borboleta bate as asas, os covardes se encolhem, os corajosos se lançam; sem perceber que todos são ao mesmo tempo corajosos – por se protegerem, e covardes – por quase procurar sua destruição.

Todos os pares são opostos, e todos os opostos são necessários: não há luz que não crie sombra, não há crime sem lei. Não há morte sem nascimento, mentira sem verdade, reação sem ação. O mundo das coisas é feito de pares e opostos – toda palavra é definida por seu antônimo, entendida em oposição à outra.

Cada pequeno passo abre um milhão de possibilidades, lógicas e ilógicas, caminhos nunca tomados, sonhos abandonados, luzes distantes que brilham e apagam ao mesmo tempo, como um pisca-pisca na noite de natal. Estradas diferentes, que não chegam ao mesmo fim, embora o Fim seja o mesmo em si.

Mesmo duas pessoas que se dizem opostos podem andar por um caminho que é quase o mesmo, paralelo, seguindo até o infinito sem nunca se tocar, sem nunca realmente (re) conhecer aquilo que está ao seu lado – e tão distante. Sem nunca sair do dois para o um, o passo final.

E mesmo aos que se re-conhecem, re-ligar se é um ato de fé – o salto no escuro que só os Mestres dão sem temer – podendo nunca ser mais que um sonho, e ainda assim, nunca menos do que o necessário.

Então, pula.