N/A: Um passeio rápido no tempo… imaginem que encontraram algumas lembranças dos nossos queridos personagens, e só agora poderemos de fato saber a verdadeira história de Lily e James Potter.
Primeiras impressões
(No expresso Hogwarts, ano um)
O trem havia partido às 11 horas, como sempre. E algumas horas já haviam se passado.
O trem agora viajava pelo campo. Numa cabine ao fundo de um dos vagões encontrava-se um grupo de meninos desordeiros, conversando. Apertada em um assento no canto estava uma menina muito ruiva e de olhos extremamente verdes, sua face comprimida contra o vidro da janela.
A porta da cabine foi aberta e um outro garoto muito pálido, de cabelos extremamente negros e oleosos entrou e sentou-se do lado oposto da garota. Ela lançou-lhe um olhar e logo voltou-se novamente para a janela.
O garoto já parecia conhecer a pequena, pois logo puxou assunto com ela. Eles conversavam sobre o que esperavam de Hogwarts.
— É melhor que você vá para a Sonserina — disse o garoto de cabelos oleosos.
— Sonserina? — Um dos garotos dividindo a cabine, que não
tinha mostrado o menor interesse em qualquer um dos dois até
aquele momento, olhou ao redor, ao som daquela palavra. O garoto era
bem pequeno, de óculos e cabelos negros, como o outro, mas com
um ar de quem tinha sido bem cuidado, até adorado, algo que o
primeiro obviamente não possuía.
— Quem quer cair
na Sonserina? Eu acho que eu abandonaria, você não?—
perguntou ao garoto no assento oposto ao seu. O outro não
sorriu.
—Toda minha família esteve na Sonserina — ele
disse.
—Oh! Eu que pensei que você parecia um cara
legal!
O outro riu, mostrando um rosto muito vivo e um sorriso
extremamente maroto.
—Talvez eu rompa com a tradição!
Para onde você vai se puder escolher?
O rapazinho ergueu uma
espada imaginária.
—Grifinória, onde se alojam os
bravos de coração! Como meu pai.
O primeiro garoto
emitiu um pequeno barulho destoante. O pequeno cavalheiro virou-se
para ele.
—Você tem algum problema com isso?
—Não!
Se você prefere ser musculoso a ser esperto...
—Para onde você espera ir, uma vez que não é nenhum dos dois? — intrometeu-se o revolucionário
O outro então gargalhou. A menina, toda esquentadinha,
sentou-se, bem incomodada, e olhou para os dois com desgosto.
—
Venha, Severus, vamos achar uma nova cabine.
—Ooooo...
Os
outros dois imitaram a elevada voz da ruivinha. E o menino de cabelos
muito pretos ainda tentou fazer com que o outro tropeçasse ao
passar.
—Vejo você por aí, Snivellus!—uma voz
ironizou enquanto a porta da cabine se fechava...
E aqui acabamos de conhecer... Adivinhem! James Potter, um rapaz muito bem cuidado, e que não perdia a chance de aprontar as suas, e antes mesmo de chegar a Hogwarts já estava procurando confusão. Sirius Black. De família tradicionalmente sonserina, mas que pretendia romper logo, logo com essa linhagem. E que logo identificou em James companheiro de gracinhas. Severus Snape, que é de cara descriminado pelos outros por querer tornar-se um sonserino, e pelo modo meio arrogante de ser. E claro, Lily, uma linda garotinha, mas que não tolera injustiças, covardias, nem brincadeiras de mal gosto. E que logo de cara antipatizou com o jeito arrogante de James.
(Cerimônia de Seleção)
A cerimônia já havia começado, e uma loirinha magrela e de óculos estava sentada em um baquinho com um velho chapéu na cabeça, que lhe descia até tampar os olhos. Então um buraco abriu-se como uma boca e sentenciou:
— Lufa-lufa!
E a mesa da Lufa-lufa toda se levantou para aplaudir e receber sua nova integrante. Então a professora Minerva McGonagall chamou:
—Black. Sirius Black
Então um garotinho bonito e bem arrumado, cujo jeito de andar todo pomposo indicava que havia sido bem educado, caminhou até o banquinho onde seria selecionado para uma das quatro casas da escola. Todos ali já sabiam para onde ele iria. Afinal, era um Black, e estes sempre iam para a Sonserina, por isso as pessoas nem prestavam muita atenção. Imagine quão grande foi o espanto no salão quando rapidamente o chapéu anunciou:
— Grifinória!
Silêncio.
Por aquela ninguém esperava. Olhavam uns para os outros como que a perguntar se não teria o chapéu falado errado. Mas o chapéu seletor de Hogwarts foi feito pelo próprio Godric Griffindor, ele não errava jamais! Então, a mesa da Grifinória rompeu-se em vivas e aplausos para acolher o pequeno Sirius.
A cerimônia prosseguiu e certa ruivinha e um encrenqueiro de óculos também acabaram na Grifinória. Enquanto Severus, o outro garoto do trem, teve seu pedido atendido, sendo enviado para Sonserina.
Pouco tempo depois, todos haviam sido selecionados, e o banquete começou!
(Dormitório Masculino da Grifinória, logo após a seleção)
— Sabia que você era legal! Você veio pra Grifinória!— o pequeno James parabenizou seu novo amigo, que apenas sorriu.
Nesse momento entravam no dormitório mais três garotos. Um deles, gordinho e com um jeito meio trapalhão, apresentou-se como Frank Longbottom, um branquinho de cabelos castanhos e vestes de segunda mão, Remus Lupin, e um outro, o menor de todo eles, Pedro Pettigrew, que parecia deslumbrado até aquele momento por ter ido pra grande casa de Griffindor.
Mas estavam cansados demais para irem muito além das apresentações, e mal vestiram os pijamas, já estavam dormindo.
(Corredores de Hogwarts)
Sirius e Tiago haviam acabado de montar uma pequena armadilha pra Filch, e estavam indo se esconder para ver o resultado, quando Lupin, um dos garotos do dormitório, veio se aproximando com os braços abarrotados de livros, com certeza havia acabado de sair da biblioteca. Entreolharam-se. Seria muita maldade com o colega, por outro lado, perderiam a chance de zoar com alguém?
—CUIDADO!— gritou Tiago, com pena.
Lupin parou de repente, deixando os livros despencarem no chão com o susto.
—O que foi? Você é doido ou o quê?
O outro menino não lhe deu atenção. Estava nesse momento observando um monte de cordas e baldes presos a uma pilastra.
—Ué, o que aconteceu? Por que num deu certo?
—O que é isso?—Perguntou Lupin desconfiado.
—Armadilha!—Respondeu o aéreo Sirius, também analisando a invenção que não funcionara.
—Vocês queriam me dar um banho de tinta?— O pequeno Remus parecia completamente revoltado—Vocês num tem noção, num é mesmo?
—Não era pra você, bobão!— replicou Tiago — É pro idiota do Filch!
—Ah! Mas eu sinto muito dizer... Não vai dar certo!
—E porque não, sabichão?
—Não vi que eu passei e nada aconteceu? Isso só vai fazer bagunça e deixar provas. É completamente idiota!
—Quê!
—VINGARDIUM LEVIOSA!—Lupin girou a varinha e deu uma sacudidela e o balde flutuou sobre suas cabeças, como que seguro por cordas invisíveis, enquanto os outros dois olhavam boquiabertos.
—O que você está farejando minha querida? Algum infratorzinho à solta?
— É o Filch!— Alertou Sirius — Escondam-se!
Os três recolheram os livros de Lupin e se esconderam atrás de uma imensa armadura.
CRASH!
Lupin encerrou o feitiço e lá estavam Filch e sua gata estirados no chão cobertos por algo que não parecia nada com tinta. Mas sim com pus... ECA! Então, os três correram de volta pra torre da Grifinória antes de serem pegos na cena do crime.
—Ah! Você viu a cara do Filch, hehe...
—Isso pode nos dar problemas...
—Ah, pára de ser frouxo Lupin... Você arrasou! Quem te ensinou aquele feitiço? Você tem de me mostrar como se faz...
Diante do elogio Lupin esqueceu qualquer restrição que poderia haver. Os garotos pareciam gostar dele, era sua chance de fazer amigos. AMIGOS... A palavra ecoou em sua cabeça. Seu "probleminha" nunca lhe permitira fazer amigos, e a idéia de finalmente os ter o agradava muito.
—Uma partidinha de Bexiga?— chamou Tiago, acordando-o de seu devaneio.
—Claro!—Lupin mal se atrevia a pensar que os meninos gostavam dele, parecia bom demais para ser verdade. Mas sem sombra de dúvidas aquela sensação era a melhor do mundo!
Algumas semanas depois:
(Salão Comunal da Grifinória)
—Por favor, Lupin... Me empresta sua redação pra eu terminar a minha... Só faltam vinte centímetros!— Insistiu Sirius pela décima vez.
—Mas se eu emprestar, você não vai aprender!
—Juro que estudo depois, mas a aula é em dez minutos! Empresta, vai?!
—Ok, Sirius, mas só dessa vez!
Os três amigos estavam sentados terminando as lições de História da Magia, e ali perto, um outro, muito pequeno, os observava deslumbrado.
Pouco depois...
Lá vinham os três amigos, agora inseparáveis, pelo corredor. Quando toparam com Severus Snape, que, ao que parecia, estava azarando alguém. A única coisa que perceberam foi o pedaço de cachecol vermelho e dourado que aparecia pelos lados de Snape.
—Larga ele, Snape!— Tiago gritou já lhe apontando a varinha.
—Ah, o poderoso Potter, defensor dos fracos e dos idiotas...
—Tô avisando... Larga ele, ou te azaro!
—Tente, Potter!
—Rictusempra!— Tiago não perdeu tempo. E Severus caiu no chão, sem ar de tanto rir. Então o pequeno Pettigrew tombou para o lado, e os quatro correram antes que o sonserino tivesse chance de se recuperar.
— Obrigado...
— De nada Peter, sempre que precisar...
A partir daquele momento, o trio passou a ser um quarteto, pois Pettigrew não deixaria passar a chance de andar com os calouros mais fortes e populares de sua casa. Aqueles que ele sempre observara de longe, enquanto pensava que um dia seria tão bom e poderoso quanto eles.
