Bella já passou por muitas coisas na vida e aprendeu a se proteger do seu jeito, agora terá de recomeçar a vida na minúscula cidade de Forks e para piorar a situação entraria na escola no meio do ano letivo. Com todas suas inseguranças e medos não contava em fazer novos amigos e muito menos em ter uma paixão um tanto quanto complicada.

Capitulo 1 - Sem despedidas.

Isabella POV.

Como todos os dias dessa vida medíocre eu levantei, tomei banho, me arrumei e fui para o colégio, porém hoje não era um dia comum e sim o último dia que teria na escola. Aliás, na cidade. A convivência em casa estava difícil, é o que Renne disse para a psicoterapeuta familiar que tentou me fazer acreditar que eu estava apenas tentando chamar atenção, mas eu não estava o que eu mais queria era que me deixassem em paz, que parassem de prestar atenção em mim.

Desde a separação dos meus pais todos viviam me bombardeando com perguntas do tipo "Como esta lidando com isso? Esta tudo bem? Oh tadinha, esta superando?". Como se fosse ruim que eles se separassem, como se quando moravam juntos eles conviviam em paz, mas a realidade não era essa, eles eram completo estranho um para o outro. Renne nunca disse, mas a verdade é que ela não me suportava mais e decidiu me mandar para Charlie que teve de aceitar e por isso eu estou de mudança para a patética e minúscula cidade de Forks.

Peguei o ônibus como de costume e depois de meia hora estava em frente ao colégio, pensando no assunto eu só sentiria falta de minha amiga Lauren e do abrigo de cães que eu ajudava sempre que possível. Não diria que vou sentir falta de Renne, nossa relação não é muito boa, talvez nunca tenha sido uma das melhores entre mãe e filha, mas agora estava pior.

-Vai ficar aqui fora? – Lauren disse empurrando de leve meu ombro, ela estava como sempre seu coturno desamarrado, calça skinny preta, blusa um pouco folgada e a maquiagem preta exagerada. Eu costumava usar sempre lápis preto nos olhos e rímel, mas Lauren adorava deixar o olho completamente preto. Ela era um rebelde sem causa, ou talvez com causas tão profundas que nem ela mesma sabia.

-Acho que estou me despedindo. – dei de ombros, caminhando ao seu lado.

-Você esta com medo?

-Você sabe que eu não sinto medo de nada. – eu sorri.

-E então?

-Vai ser estranho, sabe morar com Charlie em Forks.

-Esta reclamando de que? Quem vai ter que estudar com essas barbies metidas por mais dois anos e meio sou eu – ela riu disfarçando a tristeza em seu olhar.

-E você acha que em Forks eu terei amigos?

-Com essa cara de maluca - ela fingiu me analisar - Definitivamente não!

-Como se você parecesse normal – eu provoquei bagunçando seu cabelo desfiado.

-Vou sentir sua falta – ela me olhou triste.

-Não. Não. Não! Nada de despedidas. - abracei seus ombros balançando-a um pouco.

-Ok.

-Vamos nos falar sempre por e-mail, telefone essas coisas.

-Não vai ser a mesma coisa – reclamou com voz chorosa.

-Mas é melhor do que nada, não é?

-Tem razão, despedidas são uma droga.

-Esquece isso, ta? – eu disse puxando ela para o banheiro.

-Matar aula no banheiro de novo?

-Tem outra opção?

-Droga – ela disse sentando na pia e pegando uma Coca-Cola na bolça.

-Ótimo – eu ri me juntando à ela.

-Geralmente pessoas da nossa idade mata a aula para beber com os amigos e a gente toma refrigerante no banheiro. - ela debochou olhando a garrafa nas mãos.

-Reserve a bebida para a noite ok? – eu sorri pegando a coca da mão dela e bebendo.

-Vamos sair? – disse animada.

-Claro! Minha despedida de um inferno à outro - bufei.

-Olha esqueceram-se de jogar o lixo do banheiro fora – Avery, a líder de torcida, disse entrando no banheiro seguida por suas duas manequins.

-É mesmo você ainda esta aqui – olhei-a com nojo.

-Acho melhor não ficarmos muito aqui meninas o ar esta contaminado pelo morcego e o corvo.

-Isso mesmo sua Barbie rebocada, caia fora daqui! – Lauren disse encarando. Elas tiraram um batom da bolça e passaram na boca.

-Vocês duas podiam fazer o favor de sumir – disse Avery.

-E você podia morrer, o que acha? – eu disse.

-Garota nem sua mãe te quer o que você ainda faz aqui? Você é um peso na vida dos outros.

-Escuta aqui sua vadia – eu desci da pia, ela deu uns passos pra trás, mas Lauren estava na porta bloqueando a passagem.

-Pense antes de fazer Isabella – ela tentou me ameaçar.

-Eu só não arrebento essa sua cara rebocada porque é meu ultimo dia nessa merda de colégio, pensando bem é melhor você se olhar no espelho e ver a vadia que você é que já transou com o time todo do colégio e quer se sentir superior? Você não tem nada pra falar de mim – eu a puxei pela gola da blusa.

-Não encosta mim! – ela disse segurando minha mão.

-Cala a boca garota – eu a empurrei pra parede – Sua voz me irrita e se falar mais alguma coisa sobre minha família você nunca mias vai conseguir falar - eu gritei.

-Estou morrendo de medo – ela zombou.

-Esta sim, agora cai fora daqui e não abre a porra da boca pra falar de mim de novo.

-Tchau Barbie – Lauren zombou enquanto elas saiam.

-Droga, sempre quis matar essa garota, ela me estressa – eu disse.

-Eu sei disso.

-Tem que ser desse jeito com ela, essa vadia já me humilhou uma vez e isso não vai acontecer de novo.

-Eu sei - ela disse entrelaçando o braço no meu - Vamos sair daqui vai.

Nós seguimos para a sala de aula, apenas nosso primeiro período era juntas, depois seguimos sozinhas até o final do dia. Que demorou a merda de uma eternidade pra passar.

[...]

-Te vejo a noite? – Lauren disse na porta de casa. Nós sempre íamos andando juntas até sua casa e depois terminava o caminho até em casa.

-Com certeza – eu sorri. Ela acenou de sua porta e eu continuei meu caminho até em casa. O carro de Phill estava na entrada e imaginei que ele e Renne já estavam lá. Entrei pela sala e vi que os dois estavam a mesa comendo.

-Obrigada por me esperar para meu último almoço mãe, mas estou sem fome – eu disse sarcástica.

-Bella é seu ultimo dia aqui podemos ficar em paz? – disse Phill.

-Renne diz pro Phill que ela ainda não é minha mãe - eu zombei.

-Já chega Isabella peça desculpas– disse Renne se irritando.

-Não - eu provoquei arqueando a sobrancelha.

-Peça desculpas – ela se levantou.

-Esta tudo bem Renne – Phill segurou seu braço a acariciando. Idiota.

-Awn - eu tombei a cabeça pra eles, dei risada me virando para a base da escada.

-Isabella! – Renne chamou atrás de mim.

-Mãe não faça uma tempestade, você não me quer aqui e eu estou indo embora. Fim, todos felizes – eu sorri ironicamente marchando escada á cima. Joguei minha bolsa no chão e peguei a mala. Sem ligar muito para a organização das roupas eu comecei a coloca-las na mala, tirei todos os meus pôsteres da parede e os coloquei junto com meus livros, joguei todos os sapatos em uma caixa. Agora só faltavam minhas coisas pessoais, maquiagem, perfumes, colares, pulseiras que eram todos ou a maioria pretos.

-Talvez você seja muito obscura – eu disse para o espelho, me analisando um pouco – Mas eu não ligo – me respondi. Talvez eu fosse louca por falar sozinha, mas além de Lauren eu era a única pessoa com quem podia falar.

Quando finalmente terminei de arrumar as coisas já estava muito tarde, corri para o banheiro e tomei um banho rápido. Penteei o cabelo, escolhi uma roupa me arrumei. Empilhei os travesseiros na cama para parecer como seu eu estivesse dormindo e os cobri com meu cobertor. Pulei pela a janela para a saída de incêndio e desci a bendita escada ruidosa. Uma boa olhada na rua antes de começar meu caminho até a casa de Lauren, ela como sempre me esperava escondida em umas das árvores de sua entrada.

-Pronta para sua ultima noite de diversão? - sussurrou ela se juntando à mim.

-Claro – eu sorri. Nós saímos em direção ao ponto de ônibus, o local onde sempre encontrávamos o pessoal. Alguns minutos depois e todos estávamos prontos para sair. Lauren e eu tínhamos feitos poucos amigos nesses anos, a maioria deles eram mais velhos e nenhum deles estudava na escola.

Todos fomos de metrô para a Lexi, uma balada onde era mais fácil para entrarmos pois conhecíamos o organizador. Essa era minha última noite aqui e decidi que curtiria o máximo.

[...]

Umas três horas da manhã eu estava chegando em casa. Eu devo ter bebido muito porque não me lembro até que horas ficamos na Lexi. Sei que depois fomos até uma praia onde estavam fazendo uma festa "em volta da fogueira", mais bebidas, muitas bebidas, eu realmente me diverti. Acho que também sentiria falta da praia, mesmo que não fosse a maior fã de sol e areia, mas gostava desses luais e comemorações que podíamos fazer a noite. Já em Forks chovia demais para essas coisas ao ar livre.

Depois quando já estávamos bêbados e caídos no chão alguém pegou o violão e começou a tocar musicas lentas e tristes. Talvez eu até tenha chorado um pouco com Lauren, mas depois uns caras vieram conversar com a gente e ficamos com eles até não aguentarmos mais beber e decidirmos voltar pra casa.

Entrei devagar, passei pela sala e subi, quando estava alcançando meu quarto minha mãe saiu com uma cara de sono. Droga por segundos eu fui pega. Ela me olhou sério.

-Bella onde você estava? – ela perguntou com a mão na cintura.

-Me despedindo – eu cambaleei para a porta.

-Você esta bêbada? – ela andou ate mim.

-Pode ser que sim – eu ri entrando no meu quarto.

-Isabella porque você esta agindo assim?

-Porque essa sou eu Renne. – eu disse jogando meus sapatos para o lado e a blusa no chão.

-Você deveria ter me avisado que seria uma adolescente rebelde, talvez eu estivesse mais preparada droga - ela lamentou vindo atrás de mim.

-Você deveria ter me avisado que ia trazer um estranho pra sua cama, talvez eu estivesse mais preparada para acordar de manhã e ter um cara de cueca comendo meus cereais. - joguei de volta.

-Isabella – ela exclamou chocada.

-Oque é? – eu também gritei – Eu estou mentindo? Um belo dia eu acordei e essa cara estava morando na nossa casa, não houve nem uma conversa – eu bufei entrando no banheiro e fechando a porta, liguei o chuveiro esperando esquentar. Terminei de tirar a roupa pra entrar debaixo de uma relaxante água quente.

-Isabella nós não terminamos a conversa – Renne disse da porta.

-Eu já, agora me deixe tomar banho em paz – disse para a porta. Acho que ela foi embora depois disso porque tudo ficou calmo. Sai do banho, me sequei e coloquei meu pijama.

Desci para a cozinha e coloquei o pó de café na cafeteira, coloquei água sob medida e esperei até que estivesse pronto. Tomei o café amargo, sabendo que se não o fizesse amanhã não conseguiria levantar. Depois de tomar quase toda a jarra eu subi de volta ao quarto e praticamente desmaiei na cama.

[...]

Acordei com a droga do relógio barulhento demais, já era quase onze da manhã. Levantei de vagar sentindo minha cabeça girar, caminhei para o banheiro e me joguei na pia para lavar o rosto, escovei os dentes. Voltei para o quarto e procurei uma roupa confortável para a viagem, me troquei e arrumei o cabelo. Desci as escadas e fui para a cozinha, onde Renne não estava e Phill se encontrava sozinho.

-Renne fez panquecas – Phill começou sentando à mesa.

-Hum - murmurei desinteressada.

-Acho que ela foi ao mercado - ele continuou tentando falar.

-A – murmurei, sentei à mesa e peguei um prato e uma panqueca. Joguei mel em cima e comecei a comer em silêncio.

Depois de comer eu subi para o quarto para terminar de arrumar minhas coisas faltavam poucos itens, os mais frágeis, e me dediquei à empacota-los com jornal antes de por dentro da caixa. Assim que tudo parecia pronto eu levei para sala onde Phill me ajudou, contra gosto, à levar para o carro. Renne chegou do mercado um tempo depois, cheia de sacolas ela foi para a cozinha preparar o almoço.

-Vou falar com Lauren – eu disse já na porta com a mão na maçaneta.

-Não demore – disse Renne.

-Ta – eu sai.

Nunca fiz o caminho da casa dela tão triste como dessa vez, tudo parece extremamente mais cinza e morto. Toquei a campainha com lagrimas nos olhos, Lauren saiu preguiçosa no deck e quando me viu correu em minha direção com os braços abertos, me agarrando forte. As lagrimas rolaram desobedientes dos meu olhos, mas as sequei antes que ela pudesse ver. Ouvi seus soluços e apertei mais meus braços em seu corpo.

-Você é muito sentimental – eu fingi zombar.

-Eu sei que por dentro você esta em prantos – ela choramingou.

-Eu te amo sua besta –eu disse me afastando para olha-la.

-Também te amo – ela sorriu – Ok, tudo bem – ela disse secando as lagrimas, o rímel tinha escorrido e agora ela me lembrava de alguma cena depressiva de um filme qualquer. Estava me matando ter de dizer adeus para minha melhor amiga.

-Vou sentir sua falta, Lauren – eu comentei, desviando para focar os olhos em algum ponto longe.

-Vou sentir mais - ela disse me chamando a atenção de novo -Bem... Eu sei que você não gosta, mas eu comprei um presente de despedida.

-Ó, ainda vou ter que passar por isso?

-Vai sim – disse ela me puxando para dentro de casa, no fundo eu achei legal ela se importar assim com nossa despedida, mas ainda não gostava de receber presentes.

-Lauren despedidas já são o bastante pra mim, sabe como me sinto com presentes.

-Não, nem vem com essa, eu tenho o direito de te dar um presente – ela me jogou no sofá e subiu as escadas que davam acesso ao segundo andar de sua casa, sumiu. Fiquei ali me despedindo mentalmente de Lauren, deixei algumas lagrimas escorrerem, mas assim que ouvi os passos dela no corredor acima eu limpei colocando um sorriso ensaiado. Ela desceu as escadas e parou na minha frente.

-Abre – ela me entregou um pacote embrulhado com um papel de presente preso por um laço.

-Prefiro abrir quando estiver em casa, pode ser? – eu sorri pedindo, pior do que ganhar presente era ter de abrir e demonstrar alguma reação na frente da pessoa que havia lhe dado.

-Ta bom – ela sorriu também.

-Obrigada Lauren.

-Você tem de me prometer que vai dar um jeito de falar comigo todos os dias, nem que seja uma mensagem no e-mail já que você se recusa em ter um celular. – ela me olhou pidona.

-Prometo – eu deixei as lagrima escorrerem dessa vez.

-A sua feia vou sentir muito sua falta – ela me puxou do sofá me abraçando – Sabia que você também estava chorando – ela disse e eu ri.

-Vou sentir sua falta, muito, muito.

-Decidi que odeio despedidas também – ela me soltou. Cobrindo o rosto com as mãos.

-Bem chegou a hora – eu a olhei triste.

-Adeus – ela sorriu mesmo com as lagrimas escorrendo pelo rosto.

-Tchau amiga, tchau, por que nos veremos ainda. – eu também sorri.

-Promete?

-Prometo.

-Ok – ela disse caminhando comigo pelo corredor até a porta. Suspirante ela abriu e me acompanhou até a rua. – Tchau, até mais.

-Tchau – eu a abracei – Te amo – disse baixinho em seu ouvido.

-Te amo mais – ela respondeu. Eu me afastei devagar e sorri enxugando as lagrimas, ela me devolveu o sorriso. Virei-me e caminhei lentamente em direção à minha casa, dei uma ultima olhada pra trás e lá estava ela acenando pra mim, acenei de volta e depois segui direto pela calçada, segurando o nó em minha garganta. Lauren, a única que me aceitava do meu jeito, a única que veio falar comigo quando todos me desprezavam.

Eu ainda me lembro do primeiro dia de aula na quinta série quando eu entrei naquele imenso colégio de Phoenix. A escadaria para o pátio principal parecia tão assustadora naquela época. Em pensar que eu era apenas uma criança e já havia passado por tanto, eram tantas mudanças de colégios que eu nem me lembrava mais por quantos primeiros dias havia passado. Com onze anos de idade e já havia feito mais de três anos de tratamento psicológico. Eu estava tão nervosa, ansiosa e apreensiva que acontecesse de novo nesse colégio que não percebi a garota loira e sorridente que vinha em minha direção.

-Olá - ela disse pegando a mochila das costas e sentando no banco ao meu lado - Sou Lauren, da quinta série. - se apresentou. Virei-me nervosa em sua direção, minhas mãos tremiam e suava frio, aquela bola de ansiedade aumentando em meu estomago.

-Sou Isabella estou na quinta série também - falei baixo quase um sussurro.

-Qual quinta série Isabella?

-Quinta série a - eu tentei um sorriso, Renne havia me ensinado que um sorriso sempre fazia uma amizade - Pode me chamar de Bella.

-A mesma sala que eu Bella, você quer sentar do meu lado? - ela sorriu de novo. Eu concordei com a cabeça, a ansiedade passando aos poucos. Ao menos eu havia falado direito com ela, o sinal tocou e nós caminhamos em silêncio para a sala. Sentamos uma do lado da outra e conversamos mais um pouco antes da professora do primeiro período chegar. Lauren tagarelava sobre como estava com medo, pois agora teria um professor diferente para cada matéria e começaríamos a estudar biologia e física nesse semestre, eu não falava muito, mas concordava e compartilhava do mesmo medo que ela.

Aquele havia sido o primeiro dia da nossa amizade e agora, na metade do primeiro ano do ensino médio eu tinha certeza que Lauren havia sido colocada em minha vida, era pra sermos amigas. Nós duas éramos tão parecidas que assustava, ela sempre dizia que éramos feitas para sermos irmãs, porém havíamos nascido de mães diferentes.

Não havia ninguém em casa quando eu entrei, Renne e Phill provavelmente haviam saído para comprar almoço ou qualquer coisa. Subi para o quarto e fui direto ao banho, depois coloquei a única roupa que havia deixado de fora da mala e me arrumei. Desci para o primeiro andar e fiquei na sala assistindo televisão. Poucos minutos depois ouvi o barulho na porta e me virei para ver Renne entrando com um pacote embrulhado para presente.

-Não surte- ela disse quando viu minha reação - Eu e Phill achamos que como você não terá Lauren mais tão perto será bom ter um diário para por as emoções pra fora - ela caminhou em minha direção - É uma coisa simples e você vai ter de aceitar.

-Ta bom – eu disse derrotada e peguei o pacote embrulhado com um papel de presente. Agora eu já tinha dois presentes e uma despedida, faltava mais uma.

[...]

-Vamos – disse Renne afagando meu braço. Nós finalmente havíamos passado mais de uma hora sem brigas, Phill tinha pedido almoço e nós comemos em paz. Meu voo seria por volta das sete da noite, mas como morávamos longe do aeroporto e eu teria de fazer check in precisávamos ir mais cedo. Peguei minha bolsa e acompanhei-os até o carro. Phil se sentou no banco do motorista e Renne ao seu lado, eu sentei atrás no banco do carona.

Acho que era assim que as coisas deveriam ser afinal, Phil faz minha mãe feliz e talvez eu aqui apenas tenha atrapalhado a felicidade dos dois todo esse tempo. O rádio foi ligado e ficamos todo o caminho, nós três sabíamos o que estava por vir e antecipávamos a ansiedade e o nervosismo com o silêncio.

Desci do carro já no aeroporto, Phill veio logo atrás e me ajudou com as malas. Renne saiu devagar do carro, eu sabia o que estava por vir, mesmo não me suportando mais ela ainda se sentia culpada por me chutar, ou talvez ainda me amasse. Tomei coragem e olhei pra cima, ela estava me olhando com lágrimas descendo pelo rosto. Eu forcei um sorriso no rosto e afaguei seu ombro sem jeito, ela suspirou sorrindo sob as lágrimas. Eles me acompanharam pelo check-in e ficaram comigo ate a hora do voo, era estranho agir assim como se convivêssemos todos os dias em harmonia.

-Então - suspirei arrastando minha mala para a faixa que nos separava do portão de embarque - É isso - dei de ombros.

-Tchau Bella - disse Phill com sua pior cara de pena.

-Tchau Phill.

-Tchau filha - Renne se aproximou, me puxando para um abraço sem jeito. Ela me pegou desprevenida com seu abraço, foi tão rápido que não consegui devolve-lo.

-Tchau mãe - eu sussurrei depois.

Puxei uma longa lufada de ar e passei pelo corredor do portão de embarque. Um ônibus esperava os passageiros para levar-nos ao avião. Entrei no avião quase por último, procurei pelo meu lugar, sentei e coloquei os fones brancos de ouvido conectando-os a lateral do acento. Liguei a pequena televisão que ficava colada ao banco da frente e selecionei um filme qualquer para me distrair.

T_T_T_T_T_T_T_T_T

N/A: E ai o que acharam? Eu estou reescrevendo a fic, pois é uma antiga paixão, eu comecei a postar ela em 2011 e meio que abandonei todas as minhas fanfics por quase um ano. Agora que voltei me apaixonei de novo por ela e decidi que vou dar uma atenção a mais e me empenhar em terminá-la. Só que havia muitos erros, ela foi uma das primeiras que escrevi, então decidi recomeçar e tentar melhorar o que tinha errado. É isso espero que gostem.