Alfred estava saindo com Arthur havia certo tempo e apesar de sua autoconfiança, existia algo que ele não queria que o britânico soubesse, ou melhor, não queria demonstrar a ele: sua falta de experiência na cama. Sim, ele era virgem e pior temia o fato do mais velho ter tanta experiência que simplesmente iria rir de sua cara com tanta falta de habilidade.

Mesmo inseguro o dia finalmente chegou. Não dava para adiar mais, era algo que ambos desejavam muito. Havia contato para Arthur sobre suas inseguranças e foi recebido com um caloroso sorriso da parte do mais velho. Aquilo o encorajou e a noite de ambos transcorreu normalmente. Deus, como ele havia adorado aquilo. Ter Arthur sobre seu corpo simplesmente era maravilhoso e ele havia gostado da posição.

Era a posição mais clichê para um casal, porém ele não se importava. Era prazeroso e só de ter Arthur ali era o suficiente.

Dali em diante todas as noites se repetiram da mesma forma. Para Alfred que nunca havia estado com outra pessoa era maravilhoso, mas não para Arthur. O britânico havia enjoado do mesmo jeito de sempre e buscava sempre uma inovação. O americano ria e chamando-o de "velho pervertido" recusava suas ideias. Aquilo já estava se tornando bastante chato.

As coisas chegaram a tal ponto que Arthur começou a recusar seu amado e mesmo lhe doendo muito, ele inventada desculpas para não passar a noite com o americano. Amava aquele idiota era verdade, mas seus instintos estavam falando mais alto.

Um dia, estava na casa do americano. Era uma noite fria de inverno e ele estava passando o final de semana lá.

-Arthuuuur – chamou Alfred – venha para cama. Está frio e eu preciso me esquentar. – disse o americano.

Para sua surpresa, o britânico estava arrumando-se e parecia que iria sair.

-Vai algum lugar?

-Ah, me desculpe. Recebi um chamado urgente do meu chefe. Sorry darling, eu terei que sair.

-Mas... mas... você acabou de chegar!- protestou o mais novo.

-Sinto muito. - disse se aproximando e beijando sua testa. – prometo que quando voltar eu irei compensar isso

E com isso saiu.

Alfred ficou encarando a porta do quarto por um tempo. Há quanto tempo eles estavam sem transar? Ah sim, alguns meses. Aquilo já estava o incomodando e apesar de no começo achar que era normal (afinal ele realmente sempre esteve cheio de trabalho, especialmente agora com a crise), mas estava começando a desconfiar que fossem mentiras. Ele nunca foi muito bom em ler a atmosfera, entretanto aquilo já estava começando a ficar evidente até para ele: estava sendo evitado.

-Droga, Arthur... –disse abraçando o travesseiro, irritado.

Enquanto isso, Arthur caminhava pelas ruas indo em direção a um hotel. Sua consciência não parava de atormentá-lo sobre o que ele estava indo fazer, aliás, sobre o que ele andava fazendo. Amava aquele garoto, os céus sabem o quanto o amava, mas estava entediado e infelizmente não era nos braços do americano que ele matava seu tédio.

Chegou ao hotel e passou pela recepção indo em direção ao elevador. A imagem do rosto de Alfred olhando-o não saia de sua cabeça. Doía muito ter que deixá-lo ali, mas seu egoísmo (maldito egoísmo!) era muito maior do que ele podia imaginar.

Saindo do elevador ele dirigiu-se até o apartamento, batendo na porta que foi aberta em seguida.

-Oh L'Angleterre, não achava que viria hoje. Pelo jeito l'Amerique continua não te satisfazendo quanto a mim. – disse o francês sorrindo maliciosamente.

- Cala-se seu bastardo. - disse olhando para o lado.

- Ma chère, assim você estraga todo o romantismo.

- Eu não vim aqui em busca de romantismo Francis. Tsc, você vai deixar-me parado na porta a noite toda?

-Sempre apressado. Como quiser, entre.

~ o ~

Arthur adentrou no apartamento silenciosamente. Estava tudo escuro e não era possível ouvir um ruído.

"Alfred deve estar dormindo" – pensou.

Ele caminhou pela sala e entrou no quarto. Como imaginava o americano estava dormindo. Ele aproximou-se da cama e apesar da pouca claridade ele ainda conseguia enxergar o rosto do mais novo.

-Arthur...- Sussurrou Alfred revirando-se na cama. Aquilo foi demais para o britânico, que se afastou da acama.

-Droga... – sussurrou para o nada. Entregar-se aos seus instintos era bom, mas momentaneamente. A pior parte vinha quando tinha que encarar o rosto do americano e sofrer, sim sofrer, afinal ele esperou 200 anos para poder ter aquele garoto só para ele. Agora que havia conseguido estava estragando tudo por causa de alguns orgasmos.

Caminhou até o banheiro e acendeu a luz. Olhou-se no espelho e notou uma mancha na base de seu pescoço.

"Droga, eu disse a aquele bastardo para tomar cuidado com as marcas"

Olhou-se melhor e agradeceu o fato do americano estar dormindo. Seu cabelo estava desarrumado, havia algumas marcas pelo seu pescoço, sem falar nas suas roupas que o denunciavam. Estava claro que ele havia se arrumado às pressas.

Despiu-se e entrou no chuveiro, relaxando ao sentir a água tocar no seu corpo. Encostou a testa na parede e fechou os olhos. Estava amaldiçoando a si mesmo por ser um idiota. Ele lembrava muito bem como se sentiu quando foi deixado por Alfred. Todo aquele sentimento de abandono, dor, desespero. Tudo aquilo aliado à saudade. Sentia falta dele mais que tudo e agora tinha tudo nas mãos e estava deixando escapar.

-Maldição...

As lagrimas teimaram em cair por sua bochecha e ele ficou ali por um tempo. Chorou por ser idiota e por saber que aquela não foi à primeira vez, nem será a última.

Depois de um tempo decidiu que era melhor finalizar seu banho antes que acabasse com toda a água quente.

Terminado, Arthur vestiu-se e dirigiu-se até a cama. Deslizou silenciosamente pelos lençóis. Não queria acordar o americano, porém a movimentação repentina na cama o fez acordar. Alfred abriu os olhos e meio sonolento disse:

-Arthur... você demorou...

-Desculpe-me, acabei ficando preso no trabalho mais tempo do que gostaria.

- Hum... que seja, estou com muito sono agora- disse bocejando.

- Vamos dormir. Está tarde de qualquer jeito- disse o britânico, envolvendo-se nas cobertas.

Alfred chegou mais perto do corpo de Arthur e abraçando-o disse:

-I Love you Arthur...

As lagrimas quase vieram e Arthur fez um grande esforço para segurá-las. Controlando o tom de sua voz disse:

- I Love you too lad.

Continua...

N.A: Dói-me tanta fazer isso com os dois T_T. A idéia me veio já faz um tempo e eu resolvi escrever. Fiquei pensando se iria publicá-la aqui no e acabei me decidindo. Pode não parecer mais a fic É US x UK. Calma, ainda irão acontecer algumas coisas...

Espero que gostem. Reviews?

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