Port Royal

Numa linda noite, muito estrelada, no mar do Caribe, velejava um solitário capitão chamado Jack Sparrow. Sozinho, sem amigos ou mulheres, apenas o mar era sua única companhia. Logo na manhã seguinte, chegando á Port Royal, encontra um menino, sentado na areia, olhando para o horizonte. Atraca seu pequeno navio ali mesmo e senta ao lado do menino. Pergunta-lhe:

-Por qual motivo você fica aí, sentado, olhando para o horizonte, menino?

Ele responde, triste:

-Meu pai é um pirata, e só vai voltar daqui a quatro anos...

Jack pensa, e pergunta ao menino:

- Qual o nome do seu pai, você sabe?

-William Turner, e acho que sei quem você é...Jack Sparrow, não é?

-Garoto, é Capitão Jack Sparrow, e sou eu, sim. Como você sabe que sou eu?

-Minha mãe me falou de você. E das aventuras que meu pai, você e ela viveram há anos atrás. E que você é capitão do lendário navio Pérola Negra, certo?

- Sim, e sua mãe era apaixonada por mim, vamos admitir. Mas não me admira um menino tão bonito e esperto ser filho de Lizzie e Will. Seu pai é um homem muito honesto.

-Como honesto?- diz o menino, rapidamente -Ele é um pirata!

-Mas um bom homem...

Aparece, longe dali, uma moça que Jack conhecia muito bem. Conhecia seus traços, seu tom de voz e sua leveza ao andar. Estava com uma roupa verde, parecida com roupa de pirata:

-Filho?

-Mamãe!-disse o garoto, continuando imóvel.

-Ora, ora...Que saudades suas, Jack!-disse Elizabeth, dando-lhe um forte abraço -Bons ventos sopram ao capitão?

-Sim, e pelo que vejo, sopram para a Majestade também.

-Ora, não seja simplório, Jack. Eu estou péssima. Sinto muita falta do Will. Não tenho o apoio dele na criação de nosso filho.O menino sente muita falta dele. -disse Elizabeth, com lágrimas nos olhos.

Jack não sabia como agir, diante dela.Não sabia se a consolava ou se deixava o silêncio fazer isso por ele.

-Mas não gostaria de se hospedar na minha casa? Lá temos uma boa cama, uma ótima comida e seu tipo de rum favorito.

- Não posso passar a tarde em Port Royal, pois tenho algumas contas para serem acertadas, mas acho que passarei a noite aqui.

- Quer almoçar conosco?- disse ela, num tom irrecusável.

- Aceitaria, se não tivesse negócio a tratar com o novo ferreiro da cidade.

- Então, aceitaria tomar um chá?

- Não, mas prometo que, no inicio da noite, passarei na sua casa para conversarmos a sós.

- Está marcado, apareça lá hoje à noitinha.-disse Lizzie, muito animada.

- Até logo!- acenou Jack, seguindo para o centro da cidade.

- Vejo você à noite!- acenou ela de volta -Vamos, Will.

O menino, que seu olhar parecia não sair do horizonte, olhou para a mãe, desapontado e acabou cedendo. Levantou-se e caminhou junto a ela. Acenou discretamente para Jack e seguiu para sua casa.