Eu sabia que estava errada, que estava sendo boba, mas não media as conseqüências, minhas noites em claro, meus choros contidos e meus sonhos inimagináveis, tudo, depois daquele dia, não passou de besteiras. Eu já não era mais uma garotinha de dez anos, uma garotinha de dez anos apaixonada, uma garotinha de dez anos apaixonada pelo seu melhor amigo, não, não era.

Há quem rie da minha cara quando eu digo que já conheci James Potter, que fui a melhor amiga dele e que fui fatalmente esquecida pelo mesmo. Afinal, ele era James Potter, o grande vocalista dos The Rockts e eu? Só uma garota ruiva do interior da California. Deu para perceber que, francamente, um cara como James nunca namoraria uma garota como eu, não é mesmo? Mas o que ninguém sabe é que antes de tudo, ele foi meu, meu único e melhor amigo, quando a bandinha de fundo de garagem não era nem conhecida, mas o som era bom, muito bom na verdade. Eu fui a maior fã, maior amiga, maior incentivadora e o que eu ganhei com isso? Voilà, um belo chute na bunda, promessas não compridas e uma fenda enorme no coração. Por mais que eu tivesse amado James Potter, ele me abandonou, como uma criança joga um brinquedo quando não quer mais brincar com ele e isso está longe de ser o pior, o pior é saber que ele trocou a pessoa que mais se importava com ele pela maldita fama. Justo não? Nenhum pouco.

Jurei no dia 30 de abril, quando notei que ele não voltaria para me buscar, que nunca mais me apaixonaria por um garoto de uma banda de rock... Promessas, parece que nem sempre se pode cumpri-las.