Título: Unlikely Friends
Autora: Naylas2
Categoria: Pós- Sectionals
Classificação: PG
Advertências: Nenhuma, acho ._.
Capítulos: two-shot
Completa? []Sim [X] Não
Resumo: Quinn acha uma surpresa dentro da lixeira. Uma surpresa que fala, canta e se veste muito bem.
N/A: Sim, é uima friendship entre o kurt e a quinn... eu sou louca
Eu tinha prometido uma Finn/Quinn para a xará mas como to sem tempo, eu coloquei um pouco desse ship aqui, sorry os P/Qs
Espero que gostem.
XXX
Ela sentou-se na beira da calçada e ficou a observar a saída dos outros alunos. Graças a um enjôo que tivera na aula de biologia, ela foi dispensada mais cedo. Finalmente toda essa história de gravidez servira para alguma coisa. Mas ela não seguiu o conselho da enfermeira pra voltar pra casa até porque praonde voltaria? Não tinha mais nada, não tinha mais ninguém. Ouviu passos e virou a cabeça para ver diversos adolescentes andando até seus carros e conversando animadamente sobre provavelmente uma festa, afinal, era sexta-feira. E quem não fica bêbado numa sexta a noite obviamente não é bom o bastante para merecer o respeito dos populares. Bebida... como Quinn queria ficar bêbada agora! Não pelas razões compartilhadas por metade do colégio mas simplesmente para esquecer. Mas não havia como esquecer. Não quando havia uma outra pessoa, um outro ser humano dentro de sua barriga que precisava dela, que a amaria incondicionalmente. E esse era o problema. Como cuidar de alguém se nem saber cuidar de si própria ela sabe? Obviamente não seria digna do amor de seu filho. Era talvez por isso que a oferta de Terri havia sido tão...tentadora. Mas agora ela estava sozinha de novo.
Duas líderes de torcida passaram pela loira sem sequer notá-la. Quinn sentia falta do uniforme e de todo o prestígio e poder que vinha com ele. Ficou observando as duas se distanciarem e uma fez cara de puro terror ao olhar a própria mão e a outra reagiu exageradamente. Uma unha se quebrara, muito provavelmente. Fútil, ela pensou, balançando a cabeça, subitamente sentindo nojo das duas. Foi então que se lembrou que ela era tão ou mais fútil que todas elas juntas. Balançou a cabeça novamente, sentindo-se estranhamente sábia e extremamente velha. E esse era o problema. Ela não queria ser nem sábia nem velha! Ela tinha dezesseis anos, pelo amor de deus!
Era nesses momentos que mais sentia saudades de Finn. Não importava o quanto ela engordava nem o quanto irritada os hormônios a deixavam, o jogador de futebol sempre falava que ela estava linda, ele fazia com que ela se sentisse linda. Ele a amava. Não ama mais. Ela sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha e Quinn imediatamente virou-se para os dois lados para certificar-se de que ninguém presenciara a cena.
E para piorar ainda tinha Puck. Quinn não sabia o que pensar a respeito dele mais. Amava-o sim e ultimamente ele tinha agido como se pudesse arcar com as responsabilidades, como se pudesse formar com ela uma família, um lar, o lar que ela nunca teve. Mas até quando ele aguentaria? Puck não fora feito para acordar de madrugada para dar mamadeira a criança, trocar fraldas e até niná-la. Finn seria melhor, mas ele não era mais uma opção. Sabia que o havia magoado profundamente e realmente sentia-se péssima por isso mas ela não tivera coragem de contar-lhe a verdade por meio de perder seu porto seguro, seu amigo, seu companheiro, e acabara perdendo-o. Sabia o quão hipócrita parecia nesse momento mas realmente acreditava ser capaz de apaixonar-se por ele mais uma vez. Queria acreditar nisso desesperadamente. E bom, talvez tenha conseguido. Que bela hora para ter tal revelação!
Olhou a sua volta e não viu mais ninguém circulando. Foi então que permitiu-se chorar por tudo que lhe tinha sido causado e por tudo que ela própria causara. Ficou desse jeito por algum tempo até que uma melodia invadiu-lhe a mente e sua boca se abriu automaticamente no ritmo.
- I'm living in a material world and I am a mate... - Parou de repente perguntando-se de onde, diabos, essa música teria vindo... Mas a melodia continuou. Assustada, ela se levantou num salto e aguçou os ouvidos.
Ótimo, além de gorda e sozinha, ela ainda era maluca porque ela podia jurar que a lixeira estava cantando. Pensando bem... alguém podia estar cantando de dentro da lixeira. Gostou dessa possibilidade. Era viável, bem mais creível e não taxava-a de louca.
Aproximou-se vagarosamente e levantou a tampa da lixeira.
- Kurt? - Ela perguntou, advinhando. A falta de luz não a deixava ver claramente.
- Quinn. - A resposta demorou um pouco a vir mas veio repleta de sarcasmo. - Não é exatamente o cavaleiro de armadura reluzente que eu estava esperando.
Mas tinha algo errado com a sua voz, faltava-lhe o tom seguro de si, confiante... Agora ela tinha soado fraca quase como...
- Você está chorando? - Perguntou e a ausência de reposta respondeu-lhe. - Por que está chorando?
- Eu tenho meus motivos. - Kurt respondeu rapidamente, na defensiva. - Por que você está chorando?
Quinn fora pega de surpresa. Costumava ser muito boa em esconder suas emoções. Como deixara essa passar?
- Eu tenho meus motivos. - Rebateu automaticamente.
- Você está bem?
Ela engoliu a seco. Essa pergunta parecia tão errada sendo direcionada a ela. Talvez seja por que raramente lhe haviam perguntado tal frase. Principalmente seus pais. Preocupados apenas com seus umbigos nunca se deram ao trabalho de pensar que a filha pudesse ter sentimentos, que a filha poderia estar sofrendo e que poderia não estar nada bem! Fechou os olhos procurando dissipar a raiva e virou-se de novo para o colega.
- Não sou eu quem está dentro da lixeira, Kurt. Você consegue se levantar? - Arrependeu-se no minuto seguinte. - Claro que não, se pudesse, já teria saído daí, não é mesmo? - Corrigiu-se.
- Vou tentar sentar. - Ele respondeu, com a voz tremendo. - Auch!
- O quê foi? - Ela se preocupou.
- Meu pé. Acho que torci.
- Ah, merda! - De novo arrependeu-se, Kurt precisava de incentivo nesse momento não de alguém para lembrá-lo da situação horrível em que se encontrava. - Tudo bem, tudo bem... - Falou mais para si própria. - Eu tirarei você daí.
- Mas...você está...
Ela não precisou esperar que ele terminasse a frase para saber a palavra que seguiria sua afirmação.
- Grávida, não inválida. Agora, vamos, segure minha mão. Isso, pronto. - Puxando-o, ela conseguiu fazer com que ele ficasse de pé, mas o problema maior ainda perdurava: Kurt ainda estava dentro da lixeira.
- E agora? - Ele perguntou, de olhos fechados enquanto tentava conter a dor.
- Agora... você vai ter que sair daí.
- Sério? - O sarcasmo em sua voz quase a fez sorrir.
- Só depende de você, sweetie.
- Sweetie? Quinn Fabray está me chamando de sweetie. Talvez nós devêssemos chamar a imprensa.
- Não é grande coisa, não mais... - Ela lembrou-o.
- Bom, devia ser.
- Obrigada. - Ela respondeu de coração. - Agora, vamos, lá, você consegue. Passe uma perna de cada vez. Primeiro a machucada.
Kurt procurou obedecer mas um simples movimento com o pé fazia-o quase perder o equilíbrio.
- Sergure a minha mão. Aperte-a. Não tenha medo de me machucar. - Ela instruiu e ele obedeceu, apertando-a com toda força ao sentir o pé latejar de dor.
- Gah! - Soltou, ofegante, finalmente do lado de fora, ainda sem soltar a mão da ex-líder de torcida.
Verdade seja dita, sua mão estava doendo bastante com o aperto mas ela mordeu o lábio para não reclamar. Kurt parecia estar com tanta dor que seria apenas justo se ele dividisse pelo menos um pouco com ela.
- Pronto, pronto, já passou. - Quinn o abraçou, dando tapinhas de leve em suas costas.
- Você vai dar uma ótima mãe, Quinn.
- É verdade que eu o ajudei, Kurt, mas não vejo necessidade de você mentir pra me agradar. - Ela tentou rir.
- Minha mãe... quando eu me machucava, ela fazia exatamente isso... e... e ela era uma ótima mãe.
Quinn ficou curiosa a respeito do "era" mas também achou melhor não pressionar. Ela, mais do que ninguém, sabia o quanto o assunto "família" era delicado.
- Quem fez isso com você?
- Quem não faz isso comigo?
- Os jogadores de futebol? - Ignorou completamente o sarcasmo.
- É... Finn não faz mais, Puck às vezes observa e me tira depois que todos foram embora... Mas eu acho que ele não ficou sabendo dessa de hoje...
A loira pegou o celular.
- Pra quem está ligando?
- Vou pedir uma ambulância para você.
- O quê? Não, não faça isso! - O pedido foi tão desesperado que ela fechou o telefone na mesma hora.
- Por quê?
- Eu estou bem.
- Não é bom o bastante.
- Meu pé quase não dói mais. -Mentiu.
Quinn apenas fez o movimento de reabrir o flip de seu celular novamente e Kurt cedeu.
- Certo... Se eu for pro hospital, eles, eles vão ligar para o meu pai. E eu não quero preocupá-lo. Ele já tem preocupação demais comigo.
- Foi muito difícil?
- O quê?
- Hum... Contar pra ele sobre...hum...
- Mim? Foi. - Ele respondeu rapidamente e Quinn teve de novo a impressão de que esse era outro assunto que não devia ser pressionado. - Eu sei quem eu sou, sempre soube. Já estou acostumado. Meu pai não.
Ele estava disposto a sofrer e enfrentar qualquer coisa para proteger alguém que ele amava. Quinn sentiu uma enorme inveja.
- Você é muito mais macho que alguns homens que eu conheço, Kurt. - E era verdade.
- Deus me livre! Sou mais feminino que todas as garotas do glee juntas!
Também era verdade.
- Você tem algum outro machucado? - Perguntou preocupada.
- Bom, levando em consideração o fato de, apesar de ter ficado meia hora lá dentro, eu só ter conseguido pensar em cinco músicas para me distrair... Diria que eu tenho uma concussão ou algo do tipo.
Ela riu, ela realmente riu. Até olhar para o sangue que estava em sua própria mão. A mão com que ela abraçara a parte de trás da cabeça de Kurt pouco tempo atrás.
- Oh, meu deus! - Quase gritou. - Você realmente bateu a cabeça?
- Acho que sim, ela está doendo.
- Seu idiota, estúpido, retardado! - Ela xingou.
- O que aconteceu com o "sweetie"?
- Você. Vai. Para. O. Hospital. Agora.
Só que dessa vez a ameaça não deixara espaço para reclamações.
- Me dê a chave do seu carro! Eu mesma te levo lá e te deixo em casa. Assim seu pai não precisa se preocupar com nada.
Kurt não se mexeu, surpreso demais com a proposta da garota.
- AGORA!
Dessa vez ele achou melhor obedecer e mancou até ela.
Continua...