Capítulo 1

Recordando o Expresso

Quando o Expresso de Hogwarts partiu, Alvo Severo Potter viu seu pai acenar de longe. O garoto mal cabia em si de tanta alegria e ansiedade: era incrível, estava a caminho da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! Mas, de repente, ele voltou à realidade:

- Claro que não pode sentar com a gente!

- É, e tire suas patas de cima de mim!

- Ei, desculpe! Eu só queria uma companhia...! – e, depois de ouvir alguns passos, Alvo viu o garoto claro, de cabelos curtos muito lisos e escuros, que contrastavam com os olhos muito azuis, entrar em seu compartimento e abrir a boca:

- Posso sentar com vocês? – perguntou o recém-chegado.

- Claro! – exclamaram, ao mesmo tempo, Alvo e mais dois garotos que estavam na cabine.

Pela primeira vez, Alvo, tirando o rosto do vidro da janela fechada, reparou nos detalhes da cabine de paredes brancas com nichos para colocar gaiolas de corujas e maletas.

Dois sofás pretos com beiradas feitas de um fino pano dourado, onde se viam detalhes bordados num tom anil, se estendiam, frente a frente, da parede onde ficavam as duas janelas até uns setenta centímetros da porta, que também tinha uma espécie de janela na parte de cima. O chão tinha azulejos marrom-escuros e beges e, fincadas nele, quatro mesinhas em frente a cada sofá, para pôr comida ou objetos.

- Prazer, John McKurtney, e vocês? – o garoto se apresentou, após acomodar-se ao lado de Alvo, e os que estavam no outro sofá responderam:

- William McDonald – este usava vestes escuras de primeira mão, era negro e tinha olhos verdes.

- Stephen Johnson! – o segundo usava roupas amarrotadas de trouxa e tinha olhos e cabelos escuros – Nascido trouxa. Estou todo amassado porque tentei entrar numa cabine onde só tinha sonserinos segundanistas e disse 'prazer, sou Stephen Johnson e também vou para a Grifinória!' Claro, me expulsaram de lá, me jogaram pela porta! Eu não sabia que eram da Sonserina... Lá eles odeiam grifinórios e gente de sangue não-bruxo, como eu! Malditos!

- Sou Alvo Potter! Também quero ir para a Grifinória! E vocês? – Alvo virou-se para frente.

- Eu também! – exclamou McDonald.

- Meus pais pertenceram à Grifinória...! Também acho que vou seguir os passos deles! Aliás, estou reconhecendo seu sobrenome, Potter... – disse McKurtney.

- Você não é filho de Harry Potter? - perguntou Johnson.

- Sim, sou... – respondeu Alvo.

Consultando seu relógio de pulso, Alvo exclamou:

Faltam quinze minutos para descermos do trem! Vamos nos trocar! – sugeriu.

Os quatro colocaram o uniforme da escola que os esperava, uma mulher entrou com um carrinho de comida (de tanta ansiedade, não sobrava espaço para a fome e eles nem compraram nada) e, minutos depois, o Expresso parou com um tranco.

Depois de descer do trem e atravessar o calmo lago em frente a Hogwarts dentro de um barco nada confortável, os garotos entraram em um amplo salão iluminado por muitas velas e com um céu magicamente igualado ao da noite, que caía como um manto estrelado sobre os jardins lá fora.

Ao atravessar o Salão Principal, Potter viu uma sombra perpassar os olhos negros de um garoto loiro e foi-se aproximando deste, curioso e, estranhamente, como que por instinto...

- Ei, Al! Está na hora de acordar... – a voz de Stephen tirou, bruscamente, Potter de seu sonho.

- Steph, preciso falar com você... é sobre aquilo que eu estava tentando lembrar...

- Al, deixe a figurinha mutante para depois, ok?

- Não, colega! Não é sobre isso... Eu sonhei... sonhei com o dia em que chegamos aqui... estávamos no Salão Principal e... e vi uma sombra nos olhos de um garoto...

- Ah... pensei que você ia começar a discursar sobre aquela figurinha que a gente viu no livro velho da aula de Poções e que ficava mudando de cor!

- Não, vamos deixar o livro de Poções para depois! – Alvo esboçou um sorriso, que logo desapareceu de seu rosto – É sobre o Daylan Corner... aquele garoto que sumiu.

- Tudo bem, relate o seu sonho – disse Stephen, com uma pontinha quase imperceptível de irritação na voz.

- Bom, o Expresso de Hogwarts partiu e estávamos eu, você e o Will numa cabine quando o John entrou, enxotado de outra cabine por Renée e Dominique Poulain, as gêmeas francesas e antipáticas da Sonserina... nós nos apresentamos... – o relator fez uma breve pausa – Faltavam quinze minutos para o trem chegar à escola, então colocamos os uniformes, a mulher da comida passou com o carrinho, mas nós não compramos nada... descemos do trem e viemos até aqui de barco, então eu vi uma sombra nos olhos do Corner e comecei a andar na direção dele... aí você me acordou! – Alvo olhou para o amigo, que parecia confuso.

- Mas, depois que nos apresentamos e eu perguntei se você era filho do Harry, nós conversamos... O sonho pulou essa parte?

- Parece que sim... porque eu não me lembro da conversa...

- Bem... eu lembro que entrou um cara de cabelos pretos e olhos verdes, sem a gente perceber... ele nem parecia de carne e osso e, enquanto nós nos entreolhávamos nos perguntando quem era, ele sumiu do mesmo jeito que entrara, sem fazer barulho – Stephen suspirou – Mas o que importa é a parte da sombra, não é...?

- Prefiro não ignorar o resto da história – respondeu Alvo, e fez-se silêncio.

Os quatro amigos (John McKurtney, William McDonald, Stephen Johnson e Alvo Potter) estavam tentando decifrar o mistério do sumiço de Daylan Corner há uma semana. Para isso, utilizavam todas as armas ao seu alcance (inclusive a lembrança de comportamentos e acontecimentos estranhos).

Tomando o máximo de cuidado para não serem pegos em ação e se arriscando na mesma medida (talvez além da conta), os garotos terceiranistas de apenas treze anos começariam, na semana seguinte, um grande e minucioso plano para saber onde estava o estudante desaparecido ou, pelo menos, o motivo de ele estar ausente.

- Bom, vou me esforçar para lembrar de tudo de esquisito que possa ter acontecido conosco – Potter retomou a palavra e Johnson o encarou.

- Farei o mesmo.

- Vamos conversar com John e Will.

Ansiosos para saber a reação dos outros, os dois foram até as duas camas em frente, onde seus amigos ainda se detinham em um sono leve.

Nota da autora:

Oi, gentee! Esse foi só o comecinho da fic...! Pretendo escrever bem mais que na outra! Mas mandem reviews, sugestões... E muito obrigada por ler!!

AnnaSophia, que bom que gostou! Obrigada pelas dicas, vou dar mais detalhes sobre eles...e ao longo da história falo mais do desaparecimento do garoto! Continue comentando, ok?!Beijoss!!xD

Beijoss!

Alicia P.